Somos todos “pára-quedistas”

Este é o fórum dedicado exclusivamente à raça Bull Terrier! Troque ideias e tire dúvidas sobre esta raça.

Moderador: MariaJose

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JosePe
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terça dez 13, 2005 1:40 am

Parece estranho este título, não é? Mas esta é a realidade que todos nós amantes desta raça temos que interiorizar e compreender. Isto não se aplica apenas aos Bull Terriers, aplica-se aos amantes de todas as raças reconhecidas que decidem submeter os seus cães a concurso.

As exposições caninas existem há muito anos e têm um ecossistema próprio que precisa ser mantido e sustentado e para o qual o nosso contributo, por muito altruísta e ingénuo que seja vale muito pouco.

Quando comprei o meu primeiro cão, depois das peripécias da compra que não interessam agora para aqui, rapidamente me convenci que não valia pena tentar ir a concurso pois só ia perder o meu tempo e irritar-me. Dir-me-ão os meus amigos que isto são argumentos de mau perdedor, mas não! Na altura talvez não conseguisse justificar exactamente porquê, mas hoje sei que não estava enganado.

Depois de assistir a várias exposições, ver os resultados e finalmente ouvir da boca de uma pessoa do meio o relato de como as coisas funcionam, percebi que estava certo e que só ganhei em não me chatear submetendo-me a um juízo arbitrário e subjectivo.

Na última exposição ocorrida no Exposalão da Batalha, entre os atraso e a exposição de porquinhos da índia tive o privilégio de falar (ou mais propriamente de ouvir) o relato de uma pessoa do meio sobre a forma como todo este ecossistema existe e as regras implícitas para que ele continue a existir:

Pouco importa se nós somos os maiores amantes da raça e a defendemos perante qualquer audiência.
Pouco importa se nós vamos a uma exposição mostrar o nosso excelente exemplar e incontestavelmente ele é reconhecido por todos os presentes inclusivamente os juízes da prova.
O que importa realmente é se nós vamos continuar a fazê-lo e isso vai contribuir para que o sistema continue a funcionar.

Independentemente do que nós pagamos para ter os animais em concurso não nos devemos esquecer que toda a organização tem que ser paga. Os juízes, os comissários, todo o pessoal auxiliar, a papelada têm que ser pagos e os “pára-quedistas” que concorrem ocasionalmente não são garantia de manutenção de toda a infra-estrutura. Quem paga esta infra-estrutura são os criadores. Esses sim têm interesses em jogo.

Porque é que assistimos a uma proliferação de juízes de países de leste? Porque são mais baratos evidentemente! E acham que eles vêm a custas próprias? Claro que não ficam hospedados em hotéis e contribuem para os custos das exposições, tal como os comissários e outro pessoal de assistência.

Considerados estes factos é claro que qualquer um de nós com o nosso cãozinho de características extraordinárias que é apresentado a concurso só serve para desestabilizar o sistema! Se nós ganhássemos isso só contribuiria para o descrédito e falência dos criadores que são de facto quem tem interesse e quem mantém o normal funcionamento e beneficia com as exposições (sem descrédito para os criadores que apresentam bons exemplares a concurso).
Se me dizem que os animais de particulares têm afixo e dignificam o criador, concordo, mas não deixa de ser esporádico. Não são garantia de continuidade.

Não quero dizer com tudo isto que devamos desistir ou nem tentar, antes pelo contrário. Acho que se houvesse da parte dos donos de bons exemplares de todas as raças um hábito de os submeter a concurso as coisas seriam um pouco diferentes. Seriam um contributo importante para a manutenção das exposições caninas e os critérios de avaliação passariam a ser mais objectivos, atendendo apenas às características do animal e não a critérios que nada têm a ver com o espírito e o entusiasmo que nos leva a nós, ingénuos amantes de uma determinada raça a assistir ou competir nestas exposições.

Não sei se vou ser muito criticado por expor estas opiniões mas gostaria de deixar bem claro que não nada tenho contra o facto de os criadores exporem os seus melhores exemplares, tenho sim contra o facto de os animais submetidos a concurso serem julgados segundo critérios que nada têm a ver com as sua características.
yakov
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terça dez 13, 2005 9:22 am

E acha que um Juiz que vem de um País de Leste, como a Rússia, a Letónia, a Roménia, etc... sabe quem são oas criadores deste cantinho à beira-mar plantado, para os poder "recompensar" pelo investimento feito em exposições em Portugal durante todo o ano?
JosePe
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terça dez 13, 2005 9:40 am

Para isso está lá o comissário...

Mas já que fala nos juízes dos países de leste deixe-me acrescentar uma coisa que se calhar não deixei bem clara: nada tenho contra eles. Apenas os mencionei quando me referia aos custos por serem mais baratos.
Bullie
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terça dez 13, 2005 10:57 am

Acusa-me (num outro tópico) de eu não seguir "as regras" e depois vem com teorias de cabalas para aqui... interessante...

Só a título de curiosidade... se o Bunker de Pontes de Monfalim tivesse ganho Melhor Macho e Melhor da Raça na Batalha, este tópico também estaria aqui?

Um julgamento, correctamente executado, não é um processo "arbitrário e subjectivo" como afirma. Existe uma "coisa" chamada estalão pelo qual se rege esse julgamento. Há maus julgamentos? Há sim senhor... eu já prejudicado com maus julgamentos, assim como qualquer outra pessoa que regularmente apresente os seus cães em ringue. Não haverá por certo, criador ou proprietário que não se tenha já sentido prejudicado ou vitima de um julgamento incorrecto.

A trave-mestra do julgamente é SEMPRE o estalão e esse é objectivo. Está estabelecido e é do conhecimento dos intervenientes. O factor da subjectividade entre em acção de duas formas; a própria interpretação que cada juíz fará do estalão que, em alguns casos, dá azo a uma flexibilidade interpretativa e, quando perante dois exemplares de qualidade semelhante (por oposição ao estalão) o próprio gosto pessoal do juíz relativamente ao tipo de cão que lhe é apresentado.

O número emergente de juízes de leste que se apresentam em Portugal para julgamento deve-se, essencialmente, ao "boom" que a canicultura nas suas várias vertentes está a passar nos ultimos anos. Admito perfeitamente que sejam mais baratos. Mas isso é irrelevante. Relevante é a capacidade de julgamento dos mesmos.

E já agora, termino com uma pergunta...

E o que me diz dos criadores que não participam em exposições e que só existem cães desses mesmos criadores em ringue porque os seus proprietários os levam? Pela sua lógica, não haveria, ou muito dificilmente haveria, cães nessa situação que estivessem normalmente bem classificados ou campeões certo?
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JosePe
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terça dez 13, 2005 7:42 pm

Caro Bullie,

Em relação às alegadas acusações que lhe fiz num outro tópico espero já o ter esclarecido. Não o acusei de nada.

Em relação a este tópico, não o criei dirigindo-me a si, longe disso. Aliás neste contexto tanto o Bullie como o dono do Bunker são considerados “pára-quedistas” e eu se algum dia concorrer também o serei. Só servimos para desestabilizar e fazer número.

Isto não é tão visível na raça Bull Terrier porque os criadores e os amantes da raça também são poucos mas é muito mais visível em raças de grande aceitação como os Golden ou os Labradores (lá vou eu chamar mais inimigos, mas tudo bem).

Por favor pare de interpretar tudo o que eu digo como sendo dirigido a si, nós nunca falámos pessoalmente mas não me parece que exista algum impedimento para que isso aconteça um dia. Vai ver que não somos assim tão incompatíveis, até gostamos da mesma raça de cães!

Em relação à visão que tem dos julgamentos, acho-a um pouco idealista. Devia ser assim como diz, mas de facto nem sempre é. Você próprio diz que o seu cão já foi classificado segundo um critério que nem vem no estalão da raça: o facto de ser grande.

Continue a concorrer com os seus cães, acho que está a contribuir para dignificar a raça e para que os particulares sejam vistos nos concursos com outros olhos. Aqui sou eu a ser idealista…


Parabéns mais uma vez pelos resultados que obteve.
JosePe
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terça dez 13, 2005 7:59 pm

Esqueci-me de lhe responder à questão dos criadores que não participam:
Acho que deviam participar. Toda a gente que é proprietária de cães de raça de excelentes características devia participar esporadicamente pelo menos. Teoricamente os cães dos criadores devem ser todos bons (ou dar bons filhos pelo menos).

Aqui entramos noutro campo que não tem nada a ver com o tópico inicial, talvez os criadores possam responder melhor do que eu que apenas poderia dar uma opinião pessoal.
heliosardo
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terça dez 13, 2005 10:44 pm

Meus amigos (se me permitem utilizar este titulo), ao ler as vossas mensagens, pude compreender ambas as partes, e dedicando-me ao comentario inicial, apenas posso dar como exemplo a formula 1 (???)!
Pois é a F1, ha equipas de ponta que vão para ganhar, e só não ganham aquelas caso algo de extraordinario aconteça, e ha as outras equipas que só lá estão para participar (fazer numero!).
Só que o que acontece é que nestas que só vão fazer numero, aparecem talentos escondidos que se revelam.
O que aconteceria se não houvesse as que fazem numero?
Seriam sempre os mesmos dois ou quatro pilotos a correr para as equipes vencedoras.

As tantas encontram-se os senhores a assistir ou a participar, numa exposição, e lá aparece um particular com um cão espectacular, e o mesmo vence (ou fica bem classificado) a mesma!

Esse particular ganha animo, e um outro que estava no publico pensa: "vou tentar com o meu, só para experimentar, porque não?"

É este o espirito que é necessario, venham lá esses paraquedistas!

Quantos mais melhor!

Quanto aos "prós", esses só têm a ganhar.

Ganham todos!

Quanto aos interesses, ou manipulações; sempre existiram em todo o lado, porquê que as exposições caninas haveriam de ser diferentes?
Se n&atilde;o &eacute; um Bull Terrier...&eacute; apenas um c&atilde;o!
Landrum
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terça dez 13, 2005 11:16 pm

Boas...

Concordo com o JosePe. Quem resolve participar numa exposição com o seu cão uma ou duas vezes, não serve mais, senão para fazer número e como tal será prejudicado... O que também não quer dizer que nessa ou outra exposição em que participe não tenha bons resultados...

Agora o que acontece é que um criador óbviamente é beneficiado, e por muitas e variadas razões, quase todos nós já assistimos a julgamentos e decisões injustas, bem, e quando digo injustas refiro-me às escandalosas, à vista de qualquer um e não aquelas em que o dono do cão acha que o seu é melhor que o outro: "aos olhos de uma mãe o seu filho é o mais lindo do mundo".
casadiscaes
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quarta dez 14, 2005 8:43 am

JosePe Escreveu: Para isso está lá o comissário...
Além de mau perder não abona muito à inteligência pois não?

Aconselho a leitura do regulamento de exposições do cpc sobre a postura e comportamento dos juizes e comissários em ringue...

Se tem provas... porque é que não se queixou ao Delegado do CPC? ele não está lá só para ver se a exposição começa a horas, está para fazer cumprir esse regulamento...

Se quer um conselho... compre bons cães de boas linhagens, de preferência já feitos... mas cuidado que muitos Ch não são bons cães... mas para isso é preciso saber da raça... :roll:
<p>Gon&ccedil;alo</p>
<p>Imagem</p>
Bullie
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quarta dez 14, 2005 9:54 am

Bom, vamos lá a ver se eu consigo perceber onde se estáa tentar chegar...

Quando se está a referir aos páraquedistas, refere-se ao criador de quintal que cruza os dois bóbis lá de casae depois os leva a exposição? Ou está-se a referir a pessoas como eu e o dono do Bunker, simples proprietários que levam os seus "pets" (porque é isso que eles são essencialmente) a exposição?

Se se refere aos primeiros, de facto, muito dificilmente conseguirão obter resultados de monta nas exposições em que participam. Mas tal não se deverá, essencialmente, à qualidade geral dos animais que apresentam e não pelo peso do "nome"?

Se formos pela segunda opção (e que também se pode aplicar a primeira) de onde vêm esses exemplares a maioria das vezes? Não é desses tais criadores com "nome"? E, para o tal criador com nome, não lhe é tão vantajoso vencer um cão que ele apresenta, de sua criação, como lhe é vantajoso se for um cão que eu apresente, meu, mas com o seu afixo na mesma?

No caso (limitativo) dos Bull Terriers não vejo as coisas desse prisma. Participo em exposições regularmente (ao contrário do que imagina) desde Julho de 2003. Sou um simples proprietário de um cão que, porventura, até nem possuí o afixo que mais "peso" poderia ter no mundo da canicultura mas, nunca me senti minimamente prejudicado por esse motivo. Por outras palavras, já perdi para cães "Bellos Ventos" apresentados pela Maria José e pelo Vitor assim como já ganhei para esses mesmos cães e apresentados pelas mesmas pessoas, por exemplo. E num cômputo geral, das vezes que perdi (por exemplo o BOB na Batalha) nunca senti que tal tivesse acontecido nem pelo afixo dos cães nem pela pessoa que está presente na outra ponta da trela. (é a tal história da aceitação das regras e tal...)

Chame-me idealista ou aquilo que quiser. Mas pelo que depreendo a sua experiência em exposições resume-se ao que assiste de fora. Quem sabe, se quando participar, verá as coisas com outros olhos...

Se o cão que tiver na ponta da trela tiver qualidades, independentemente do afixo e de quem o apresenta, verá que o seu valor é reconhecido. Falo por experiência própria.
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JosePe
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quarta dez 14, 2005 3:42 pm

Bullie,

O termo “pára-quedista” não é da minha autoria, apenas o usei para iniciar este tópico por achar que se adapta bem à situação que eu procurei aqui descrever.

O termo aplica-se às duas situações que mencionou e aplica-se a qualquer pessoa que se inicie nas exposições ou que participe com pouca frequência. Só depois de vários anos é que a pessoa passa a ser vista como um frequentador assíduo e deixa de ser um pára-quedista. Sublinho que estou a referir-me a pessoas e não a cães.

Se o Bullie nunca se sentiu prejudicado, ainda bem. Seria muito mais chato para si se cada vez que entrasse em ringue estivesse na expectativa de ser vítima de uma injustiça. Retirava-lhe o prazer todo de participar e se calhar acabava por desistir.

A sua afirmação de que quem está de fora e nunca participou poderá ver as coisas de outro prisma depois de participar é verdade, mas também pode não acontecer isso.

Para terminar gostaria de chamar a atenção para uma passagem do meu post inicial que parece ter passado despercebida:
Na última exposição ocorrida no Exposalão da Batalha, entre os atraso … tive o privilégio de falar (ou mais propriamente de ouvir) o relato de uma pessoa do meio sobre a forma como todo este ecossistema existe e as regras implícitas para que ele continue a existir…
Eu fiz questão de dizer que apesar de já ter esta percepção o facto de ter falado com alguém com conhecimento de causa me levou a confirmar esta opinião e a expressá-la aqui. Como vê não teve nada a ver com o que aconteceu na Batalha, se é que aconteceu alguma coisa além do alheamento da juíza. E atacá-lo pessoalmente nem me passou pela cabeça.

Só para que isto não pareça um mistério, estive a falar com uma pessoa que é criador (de outra raça sem ser Bull Terrier), com vários cães campeões, comissário e com muitos anos de experiência no mundo da canicultura.

O que eu aqui reproduzi na sua maioria foi-me relatado e digo-lhe mais: eu em grande parte até compreendo que assim seja. Para que continuem a existir exposições é necessária a participação de pessoas com interesses no mundo da canicultura e esses são essencialmente os criadores. Temos que viver com isso. O termo “pára-quedista” foi usado por esta pessoa.

Só por curiosidade, em relação à sua frase “Se o cão que tiver na ponta da trela tiver qualidades...” esta pessoa usou uma frase parecida mas com o significado completamente oposto: “Muitas vezes não interessa o cão que está em ringue, mas sim quem está na ponta da trela”.
Bullie
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quarta dez 14, 2005 6:24 pm

Vamos lá a ver... porque está a misturar duas coisas aqui completamente diferentes.

Quando eu afirmo que "se o cão que estiver na ponta da trela tiver qualidades essas são reconhecidas" não estou a considerar na equação os outros factores que podem levar a influenciar a decisão do juíz. E, atenção, não falo de factores ilícitos. Refiro-me ao modo como se apresenta o cão, se é um handler profissional, se é um pessoa que sem ser profissional, está habituada há largos anos a apresentar os seus cães e os conhece como a palma das mãos, as estratégias de apresentação, etc, etc.

E é por esses factores que, muito provavelmente, quem lhe disse o que disse, afirmou que muitas vezes é a pessoa que está na ponta da trela que influencia o julgamento.

Um grande cão, de uma qualidade superior à média, que seja mal-apresentado, perderá concerteza para um cão de qualidade inferior mas na mesma um bom exemplar, mas que "se mostre" (por acção do handler) em ringue.

Nesse sentido, nós, os "para-quedistas" somos prejudicados? Somos, concerteza... mas somos prejudicados pela nossa inexperiência e não por qualquer outro motivo mais "nublado" ou pelo "sistema estabelecido" num qualquer triunvirato juizes-comissários-criadores.
Histórias de coisas menos transparentes há muitas na canicultura mas e provas?...

Já o disse e volto a repetir. Sou, nesse sentido, um dos "para-quedistas", que apresenta o seu pet, de um criador que está no inicio da sua carreira como tal (o meu macho é da sua primeira ninhada) e sem experiência. Concorro invariavelmente com um criador (Bellos Ventos) reconhecido internacionalmente como um grande criador, com uma vasta experiência de exposições, de handling dos seus cães, sobejamente conhecidos no meio da canicultura nacional (e internacional), fruto dos anos que já leva nestas lides. Já perdi para exemplares de afixo Bellos Ventos e já venci contra cães de afixo Bellos Ventos. Nunca senti que, das vezes que perdi tal tenha sucedido pelo "peso" do afixo.

Voltando um pouco atrás, as pessoas, uma vez que se trata de eventos de morfologia canina, em que se avalia a qualidade do cão como exemplar de uma determinada raça, tendem a esquecer-se que o handler não está lá só para segurar a ponta da trela enquanto o juiz avalia o cão. O handler é O condutor do cão. E, como tal, a sua prestação em ringue influencia de sobremaneira a avaliação final que o mesmo levará. E quer-me parecer que, muitas vezes, é nisso que as pessoas apontam como o tal "sistema" de "compadrio" existente entre criadores e juízes.
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JosePe
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quarta dez 14, 2005 11:10 pm

Já o disse e volto a repetir. Sou, nesse sentido, um dos "para-quedistas", que apresenta o seu pet, de um criador que está no inicio da sua carreira como tal (o meu macho é da sua primeira ninhada) e sem experiência.
Também não exagere, olhe que não é bem assim. Chamar mascote ao Gaspar é estar a minimizá-lo. Ele tem características para ganhar competições, como aliás já ganhou e para ganhar a exemplares contra os quais se calhar você acha que ele não tem hipóteses.

Na minha modesta opinião, claro.
Bullie
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quinta dez 15, 2005 9:50 am

JosePe Escreveu:Também não exagere, olhe que não é bem assim. Chamar mascote ao Gaspar é estar a minimizá-lo. Ele tem características para ganhar competições, como aliás já ganhou e para ganhar a exemplares contra os quais se calhar você acha que ele não tem hipóteses.

Na minha modesta opinião, claro.
Agradeço-lhe o elogio. Mas, no contexto em que estamos a falar, e sem desprimor para as qualidades do meu cão (das quais estou bem ciente - daí saber, por exemplo, o "porquê" de ter ganho Melhor Macho na Batalha em deterimento do Bunker - bem como dos seus pontos menos fortes), e comparativamente aos criadores, sou, de facto um "pára-quedista" para utilizar a mesma expressão que utilizou, e o Gaspar é um pet. Nesse sentido e não no sentido de o avaliar qualitativamente como um pet. Seria duplamente estúpido da minha parte não ter noção do valor do que tenho em casa.
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JosePe
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sexta dez 16, 2005 12:56 am

Provavelmente estávamos a pensar em definições diferentes para “pet”. Eu disse isto porque normalmente no contexto da canicultura costuma-se dizer que de uma ninhada saem cães bons para concurso (ou podem sair) e possíveis futuros reprodutores e o resto são “pets”.
Ainda aqui há uns meses quando andámos todos a discutir os processos de selecção e cruzamento (naquele tópico que desapareceu) foi usada a definição de “pet” para os animais sem características para reprodução e que na sua maioria são adquiridos por particulares. Os melhores ficam nos criadores quando identificados precocemente e quando o criador tem possibilidades de os manter. Caso isso não aconteça acabam nas mãos de um particular.

É claro que num contexto mais amplo todos os cães de particulares são “pets”, sem nenhum sentido prejurativo do temo e seguindo este raciocínio uns têm melhores características que outros.

O poder ser considerado um pára-quedista não se deve tanto à comparação directa com os criadores mas mais à frequência e antiguidade nas exposições. Aliás no universo dos Bull terrier nem há muito por onde comparar. Senão veja: recebi ontem a lista de criadores do CPC e na realidade existem apenas 2 criadores sócios do CPC e 3 não sócios, todos com afixo.
Outra curiosidade: nos últimos 5 meses nasceram 5 ninhadas das quais 1 ninhada é de um criador sócio e com afixo e outra de um criador não sócio mas com afixo. As outras 3 são de “criadores” sem uma coisa nem outra.

Imagine que tinha um cão de uma raça muito popular, aí não era “pára-quedista”! Era “toucinho-do-céu”! :lol:
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