Queiram desculpar-me, mas parece-me que estão a discutir o sexo dos anjos. Talvez o título que deram à campanha não seja o mais elucidativo. Mas, para quem ainda não percebeu ou não se quis dar ao trabalho de ler, parece-me bem claro que o que se pretende é tentar mudar a vida dos cães que vivem permanentemente presos, seja a uma corrente, numa varanda ou divisão da casa.
Claro que há pessoas que prendem pontualmente os seus animais, mas não li nada contra isso. Claro que há pessoas com as quais a sensibilização e educação não funciona, mas parece-me estar claro que se tem consciência disso.
O futuro está nas crianças, certo. Mas isso não quer dizer que não se faça um esforço para se tentar mudar a vida dos animais que sofrem neste preciso momento. Acho muito bem que se traga a lume o sofrimento dos cães acorrentados ou presos ou isolados, ou o que lhes prefiram chamar. Todas as pessoas sabem que eles existem e que sofrem em silêncio. Mas, pronto, é mais prático não se fazer nada, ou criticar-se aqueles que pelo menos tentam fazer algo.
chiaroscuro Escreveu:
Ó minha gente, com este tipo de mentalidade nunca mais vamos a lado nenhum. Tudo serve para apontar o dedo. Se ninguém faz nada é porque ninguém faz nada. Se alguém tenta fazer alguma coisa é porque a está a fazer mal. Se alguém se lembra de alguma iniciativa para melhorar alguma coisa, diz-se logo que não deveria fazer assim, mas fazer assado. Enfim, preso por ter cão e preso por não ter.
Ainda bem que ainda vai havendo pessoas que se esforçam por tentar fazer algo para melhorar este país. Se fossemos todos tão derrotidas e "bota abaixo" como algumas pessoas que aqui escreveram, ainda mais valia não se fazer nada. Sejam eles os cães abandonados na rua, cães a morrer em canis, cães a desesperar em associações, cães presos a correntes, cães presos em varandas, cães usados em lutas, whatever, TODOS ELES PRECISAM IGUALMENTE DE AJUDA! São animais que têm vidas miseráveis e que deveriam ser ajudados.
Falar é fácil, mas transformar ideias em iniciativas reais é muito mais complicado. É preciso haver movimentos nacionais como este, é preciso haver campanhas, é preciso fazer circular informação. As iniciativas só caem no esquecimento se NÓS deixarmos. E, se estivermos verdadeiramente interessados em que as coisas mudem e em contribuir para isso, as coisas acabam por mudar sim.
Fico satisfeito por ver que há mais pessoas com este ponto de vista. Infelizmente, os portugueses são muito passivos, têm falta de iniciativa. E quem sofre com isso são todos os que cá vivem: os de duas patas e os de quatro.