A propósito de uma mensagem do membro Varela, mencionei num tópico ainda há pouco tempo, estar-me a aperceber de um mercado paralelo de cães de raça sem LOP.
Ora bem... tenho uma história “fresca” a dar-me razão:
Há uns dias deram a um colega meu uma cachorra malamute sem LOP de 1 mês e meio, porque alegadamente não a podiam ter em casa porque roía tudo. Supostamente o pai era um belo exemplar com LOP.
Ele como é lógico veio logo mostrar-ma. Quando lhe disse que me parecia que a cachorra tinha alguns “traços” de husky, ele não ficou muito convencido já que a cadela tinha sido comprada.
Disse-lhe para falar com as pessoas que lhe tinham dado a cachorra para saber a sua proveniência. Ele ficou de o fazer.
Hoje recebi notícias. Nem de propósito! O autor da ninhada era amigo de um conhecido dele e foram lá ver a mãe da cachorra.
Resultado: A presumível malamute ( a mãe da ninhada ) era nada mais do que um cruzamento de Malamute com Husky ( malamusky, será?

Eu tenho cães com LOP que não cruzo, conheço n pessoas com cães com LOP que nunca os cruzou, e aparece um “xico-esperto” que cruza a sua “arraçada” com um cão com LOP.
E agora? Pois... temos mais 6 exemplares de uma pseudo-raça.
Perguntarão alguns de vocês: Então e os cachorros não são bonitos na mesma?
Pois são! Por acaso até serão bonitinhos. Mas não passam de rafeiros bonitos!
E o que é que isso tem a ver para o caso? – perguntarão alguns.
O que tem a ver é: Utilizar o trabalho (por vezes árduo) desenvolvido por alguns para produzir rafeiros bonitos. Utilizar raças que custaram muito a recuperar em tempos, para produzir imitações. Muito parecidas, mas emitações!
Provavelmente ( como se tratam de 2 raças com algumas afinidades – Husky e Malamute) até poderá dali sair um exemplar que passe muito bem por “puro” e, quiçá, mesmo de meter inveja a alguns exemplares com LOP. Mesmo os mais abastardados passarão por “puros” aos olhos dos mais inexperientes.
O que irá acontecer com esses exemplares de rafeiros bonitos?
Várias hipóteses me ocorrem:
1- O dono fica com ele para companhia e nunca vai cruzar. A “coisa” termina por aí... e do mal o menos...
2- O dono resolve seguir as passadas do “criador” e temos mais uns exemplares sem LOP e sem raça. (alguém se questionou alguma vez, se tudo o que parece o é de facto? )
3- O dono como não teve que dar praticamente dinheiro pelo cachorro, descarta-o porque chateia (como aconteceu com esta cachorra). Provavelmente o mais certo será o abandono. ( muitos dos cães de raça abandonados serão efectivamente mesmo de raça? Quantos não serão cruzados de raças “parecidas”?)
4- O dono resolve ir mais longe e regista o cachorro com um LOP falso (onde provavelmente constará cães com afixo (e até talvez campeões), adquirido a um conhecido para o qual o LOP não interessa nada, ou compra-o (agora parece que também há quem venda – arruma-se na gaveta e não come todos os
dias...).
Provavelmente, teremos uma ninhada a curto prazo de Malamutes com olhos azuis ou outras características “raras” e com LOP. Haverá quem compre por não se dar ao trabalho de se informar sobre a raça (e saber que olhos azuis são falta desqualificativa), ou simplesmente porque lhe dizem que são “raros”.
4 a - Alguém adquire um destes exemplares que quando este chega a adulto não é nada do que esperava. Ou algum pseudo-entendido ao aperceber-se de algumas características fora do estalão, resolve difamar o afixo x, y ou x porque as linhas dos cães não prestam (afinal constam no LOP) e transmitem defeitos graves.
Ao que parece este “criador”, á semelhança do Varela, tambem nutre um grande amor pela sua cadela. Não ponho isso em causa! Ao fazer esta ninhada por certo foi de modo inconsciente. Decerto nunca lhe teria passado pela cabeça estas questões.
Por vezes as “coisas” até são feitas de boa fé, mas onde irão parar?
Mas quantos mais teremos por aí? Suponho que MUITOS!
Concluindo: AS pessoas a quem o LOP não lhes diz nada, podem muito bem estar a contribuir ( mesmo inconscientemente) para problemas mais ou menos graves a adicionar aos que já temos.