Criação com canario Phaeo mosaico vermelho

Fórum para trocar ideias sobre os nossos amigos com penas.
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pintassilgo
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sexta mar 31, 2006 9:51 pm

-Boa noite,tenho um canario phaeo mosaico vermelho com o qual pretendo criar com uma femea mosaico vermelho.
-Os filhotes nasceram como a canaria ou como o canario?
-A partir de que altura lhe posso dar a papa vermelha aos filhotes,nos mosaicos normais sei que é a partir do 45 dia de vida,nesta variação phaeo será igual?

obrigado
Isaias
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domingo abr 02, 2006 2:18 pm

Boa tarde

Segundo penso as crias terão 50% de possibilidades de serem phaeo mosaico vermelho e 50% de serem mosaico vermelho (embora as crias macho, que não sejam phaeo mosaico vermelho sejam portadores do factor phaeo).
Quanto à papa vermelha penso que não hà necessidade de muita pressa, quanto mais tarde melhor, se for só para o ano na altura da mudada das penas (ou nunca), a ave não se importa :D .

A minha resposta não é de um conhecedor e poderá nem ser correcta e apenas se deve ao facto de ainda ninguém ter dado qualquer informação, pelo que deve aguardar por outras, já que neste forum há vários criadores que lhe darão a resposta pretendida.
pintassilgo
Membro Júnior
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quinta abr 06, 2006 10:05 pm

- Obrigado pela sua ajuda srº Isaias,fico então a aguardar por outras opiniões para chegar a uma conclusão mais precisa.


obrigado ;)
Pheo
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segunda abr 10, 2006 2:03 pm

Do cruzamento de um Pheo(melanico) com um lipocromo (vermelho mosaico) vão sair canários malhados.
Nunca se deve cruzar Melanico x Lipocromo.
Pedro21
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sábado abr 15, 2006 11:53 am

“Do cruzamento de um Pheo(melanico) com um lipocromo (vermelho mosaico) vão sair canários malhados.
Nunca se deve cruzar Melanico x Lipocromo.”



Hummm, esta é interessante, e é uma daquelas “regras” da criação de canários que existem mas ninguém sabe bem porque, e como tantas regras, tem um fundo de verdade, mas na maior parte dos casos é falsa? Alias neste caso já que um phaeo vermelho mosaico, tem tanto melaninas como lipocromos, porque é que daria malhados quando cruzado com um canário que só tem lipocromos?


Pedro Ramalho
Pheo
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segunda abr 17, 2006 8:01 am

A resposta ao colega Pedro Ramalho é a seguinte: aprenda genética!!!!
Pedro21
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segunda abr 17, 2006 9:44 am

Então, então, não vale a pena ser agressivo, mas enfim, se quer ir por aí esteja á vontade.
Bom efectivamente existem varias hipóteses para num cruzamento entre uma ave que só tenha liprocromos e outras que tenham lipocromos e melaninas ( num aparte devo dizer que a maioria dos canários ditos melanicos tem lipocromos, só não os tem os de fundo branco ou seja os azuis genéticos), a obvia é que o canário lipocromo é na realidade um malhado dominante, mas como não tem melaninas não se vê, a menos obvia é que ambos são portadores de malhado recessivo ou então um lipocrocomo é hozigotico para malhado recessivo e o outro heterozigotico, a terceira hipótese é mais gira, o lipocromo é um A.O.P., a quarta hipótese é é claro uma mutação expontanea, bom penso que está tudo mas posso ter falhado alguma coisa, mais alguém se lembra doutra hipótese? Rsrsrsrsrsrs.



Pedro Ramalho
Avilandia
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terça abr 18, 2006 9:26 pm

LOL,

Eu vou inverter a afirmação, então explique-nos lá o porquê da coisa, porque (e arriscando-me a que também me mande estudar genética...) sinceramente acho a questão levantada pelo Pedro perfeitamente lógica.

É que eu concordo que esta é uma daquelas regras da criação de canários que (como muitas outras) a maioria das pessoas não sabe bem o como e porquê da coisa.

Vamos por partes...

O canário é uma ave naturalmente verde (logo lipocromica + melanica).
A maioria das pessoas não percebe que na criação de canários é preciso distiguir entre linhas e factores genéticos. Explico, o canário actual está muito distante da forma original (ancestral, silvestre) e conta até com a junção de várias "contribuições" de outras espécies para introduzir esta ou aquela caracteristica.
Por isso temos 3 tipos de caracteristicas fixadas em algumas variedades:

- mutações (com definição e transmissão genética clara)
- selecção extrema (com fixação extrema por deriva genética, por exemplo)
- Cruzamentos inter-especificos (factor vermelho passado do cardinalito, entre outros)

O grande problema que gera a confusão é que existem as tais "regras" que vão sendo passadas sem se perceberem as razões das mesmas. Estas regras são passadas no tempo e de tal forma incorporadas que, apesar de muitas terem um fundo veridico já ninguém sabe qual é nem o porquê...
Outras regras como os acasalamentos proibidos (irmão-irmão; dominante-dominante; recessivo-recessivo, etc...).
Importa perceber que a generalização é perigosa. Esta é outra dessas ideias. Eu não ponho em causa que dê realmente variedados, nem defendo que se misturem linhas lipocromicas e melânicas, mas temos que nos lembrar que essa divisão é sobretudo técnica.

É que nos canários estamos muitas vezes a falar de linhas como se fossem mutações e (mais comum ainda) vice-versa. Uma mutação é passada de forma directa, já uma caracteristica como outros factores (hibridados ou seleccionados) não é bem assim na totalidade. Nem tudo é 1+1=2 na genética.

Neste caso particular a questão que se levantou foi o porquê de ter que dar variedados?? Eu também não percebo, das duas uma ou estamos a assumir que nos canários temos um factor variedado intrinseco que se manifesta sempre na junção de factores melanico + lipocromico??? É que se temos então porque é que o canário selvagem é verde?? (naturalmente lipocromico + melanico??)

O Pedro tinha pedido mais hipóteses, bem aqui fica uma, poderá ser um caso em que temos um factor variedado a actuar por acção inter-génica, com epistasia múltipla perante as combinações lipocromos + melaninas, mas não sobre as formas ancestrais?? Não penso que seja possível senão seria impossivel termos variegados que não apenas verdes...

Em relação à excepção lógica dos azuis (ausência de lipocromos) e da familia de inos (ausência total de pigmentos melânicos ou todos - albinos) realmente a maioria dos canários tem lipocromos e melaninas. E não nos podemos esquecer que neste caso o ser vermelho é um factor extra, porque o factor mosaico existe em amarelo, logo aqui a única diferença será ter o conjunto de genes herdados e fixados do cardinalito que adicionam a capacidade de fixação destes carotenóides...

No minimo, eu podia aceitar se me disserem que a junção dos dois daria um canários verde ancestral, ok, apesar de o factor mosaico não ser geneticamente tão linear (envolve um conjunto de genes e não apenas um) bem ainda poderia aceitar minimamente a coisa, mas a ideia de que melanico + lipocromico tem que dar misturada... É que um canário melanico e lipocromico não é a mesma coisa que um canário variegado, esse é um erro muito comum, mas são coisas diferentes! O variegado implica a existência de um qualquer factor genético que altere as caracteristicas de deposição de pigmentos em zonas aleatórias ou não da plumagem (criando manchas lipocromicas e outras melanicas ou melanicas + lipocromicas)

Eu poderia dizer (e é verdade) que não se misturam mandarins cinzentos e castanhos. A regra é essa, mas contudo isso pode ser feito em algumas ocasiões para conseguir esta ou aquela caracteristica. O problema está na generalização. Generalizar é perigoso e mais importante que saber de cor as regras é perceber o porquê.

Portanto a questão não é se dá malhado ou não, é que para quem estude um bocadinho de genética não é normal que seja assim, porque é a "regra" escrita... Só foi perguntado o porquê, eu não sei (sinceramente também nem me interessa muito, a questão é mesmo interessante mas puramente "académica"). Sinceramente a justificação que foi dada é que é fraca, mas havendo uma melhor tenho curiosidade em perceber e aprender porquê.
Eu não vejo razão genética para tal e já expliquei (tal como o Pedro) porquê.
Ricardo M.
Cavaleiro_Negro
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quarta abr 19, 2006 9:20 am

O problema em Portugal é que é tudo empirico, decora-se meia dúzia de fórmulas sobre genética e depois...!
Não se chateiem porke acho k todos temos direitos a opiniões diferentes e devemos ser amigos de forma a ajudar-nos e a passarmos conhecimentos, para fazer-mos evoluir aquilo k mais gostamos, pois é por isso k a ornitologia em Portugal está como está, graças a uns invejosos e casmurros :cry:
Pedro21
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quarta abr 19, 2006 7:34 pm

“Portanto a questão não é se dá malhado ou não, é que para quem estude um bocadinho de genética não é normal que seja assim, porque é a "regra" escrita... Só foi perguntado o porquê, eu não sei (sinceramente também nem me interessa muito, a questão é mesmo interessante mas puramente "académica"). Sinceramente a justificação que foi dada é que é fraca, mas havendo uma melhor tenho curiosidade em perceber e aprender porquê.
Eu não vejo razão genética para tal e já expliquei (tal como o Pedro) porquê.”

A explicação Ricardo é capaz de ser bastante simples, embora eu não crie canários, acho sempre interessante falar do assunto dos canários de cor, pela confusão que é a sua nomenclatura e as suas relações genéticas, a questão aqui é saber o que é um canário amarelo (de olhos pretos e patas normais), ora é esse canário amarelo que cruzado com um canário verde dá os malhados, e causou o estabelecimento da regra, ora para isso acontecer a explicação mais simples é que ele é um C.O.P. logo obrigatoriamente vai dar malhados quando cruzado com um verde, o mesmo alias acontece em qualquer espécie com C.O.P., é só pensares nos javas Brancos.


Pedro Ramalho
Avilandia
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quarta abr 19, 2006 8:40 pm

Sim, faz sentido, mas continua a questão de então termos dezenas de interacções com o memso resultado em diversas variedades???
É que a questão foi generalizada para qualquer acasalamento lipocromico x melanico.
Não nos vamos esquecer que a base dos phaeos é phaeomelanica por natureza (linha castanha), embora neste caso com o mosaico vermelho continue logicamente a manifestar pigmentação lipocromica.

A questão com o amarelo é interessante já que um canário amarelo terá realmente um factor inibidor de melaninas (deposição, já que é possivel haver variegados e malhados muito amarelos, logo mantém a capacidade de produção melânica??) O verde continua a manifestar ambas as pigmentações tal como os variegados, dai a minha dúvida. Penso que terá que haver um mecanismo qualquer inter-génico que altere essa situação actuando como um factor malhado (mesmo que geneticamente não exista um "gene malhado" envolvido).

O caso nos javas é semelhante sim, com a particularidade que não tens pigmentação lipocromica (cinzentos), logo a ausência de melanina em vez de amarelo (verdes) dá o branco. mas aqui o processo é diferente, lembra-te que neste caso estás perante um único gene (branco) que actua na prática em co-dominancia (explicando de forma simples), tando que consegues limpar os malhados numa linha. O caso nos canários não me parece ser o mesmo, talvez uma penetrância mais variável?

O problema está mesmo na confusão que é a nomenclatura dos canários e das "variações" genéticas que dai resultam ao tratar linhas como mutações e vice-versa...
Ricardo M.
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