Bem sendo assim cá vai mais uma história dos animais que nos marcaram de uma ou de outra maneira.
Eu sempre tive passarada, agora cães e gatos que era o que queria, praticamente não cheguei a ter, o meu pai ainda me deu um cão, mas tirou-mo logo, nem lhe senti o cheiro
Eu na altura tinha para aí uns 15/16 anos e não simpatizava muito com gatos, achava-os traiçoaeiros(tudo pq quando era piquena tinha sido arranhada por um, sem nenhuma razão).
Até que um dia apareceu no quintal da minha mãe e das vizinhas uma gata.
E já tou com as lagriminhas a quererem sair
Foi com ela que eu aprendi a amar e a conviver com um gato.

Era linda, preta e branca, andava sempre atrás de mim, queria entrar em casa, mas o meu pai(que nunca foi muito amigo dos animais, por vezes até cruel

) não queria que ela entrasse, então demos-lhe nome(Farrusca), demos-lhe comida, água e caminha no quintal abrigada para dormir.
Teve lá 3 ninhadas, a primeira demos quase todos os gatitos, eram amarelos, só ficou a farrusquinha(cinzenta, linda), que depois foi envenenada e foi morrer no sitio onde nasceu.
Da segunda ninhada ficaram os pretos(ruca), uma preta e branca(joaninha, que tb foi envenenada) e um preto e branco(vandamme).
Da terceira ninhada voltaram a ficar os pretos(manchinha).
A farrusca adorava-me e eu a ela claro, queria meter os bebés lá em casa, queria dormir lá tb, metia-se debaixo da minha cama para lá ficar e se o meu pai ou a minha mãe tentassem tirá-la de lá, ela bufava-lhes e eu agarrava nela metia-a ao colo e ela nunca me fez nada.
Eu ía para a night, já mais velha e ela ficava nas escadas da minha vizinha ao pé da porta à minha espera, os meus pais chamavam-na para comer e ela não ía, quando eu chegava às tantas da manhã, ainda tinha que lhe ir dar de comer. Era uma sombra.
Quando eu casei e quando os meus pais me foram buscar ao aeroporto depois da lua-de-mel, o meu pai disse-me, tenho duas más notícias para te dar. A primeira era que o meu tio tinha morrido, a segunda era que tinham desaparecido com a minha farrusca, pois quando cheguei à cama, só me lembrava e chorava pela farrusca.
Não é que não gostasse do meu tio, mas havia anos que não o via, lamentei, mas sou sincera não chorei por ele.
Até hoje me lembro dessa gata linda, tenho fotos dela, não tantas como queria, mas na altura não haviam as máquinas digitais e as revelações não era baratas.
Já lá vão 5 anos e a minha farrusca nunca será esquecida, afinal foi com ela que eu aprendi a amar os gatos e a compreende-los.