Pois é, já tou como o outro: "odeio pobre..."...
Quem é obrigado a usar os transportes públicos na zona de Lisboa vai-se de certeza identificar com este meu relato...
Hoje de manhã tive a feliz




Então é assim, ficamos na paragem pelo menos 10 minutos à espera do autocarro, apesar de dizer no placard que ele vai apenas demorar 5 minutos, esquecem-se de referir que cada minuto do placard tem 120 segundos

Entramos no autocarro e com sorte, eu até estou no início da carreira, consigo um lugar sentada, logo ali junto à porta de trás.
Arrancamos e paramos na próxima paragem, entra uma mulher, aparentemente com 50 anos, mas na realidade só tem 30, com 1,50m e 110kg de peso. T-shirt justa de mangas cavas, com 3 pneus, sendo eles as mamas, o estômago e por fim, e separado por um cinto apertado não vão as calças cair

Entra mais gente e o autocarro arranca.
Próxima paragem...
Entram várias pessoas, e quam é que se vem sentar ao meu lado? Um gay que estica a peidinha para se encaixar bem no banco do autocarro e abana a cabeça para trás como se estivesse ajeitando os seus longos cabelos loiros... na verdade era semi-careca...
Um perfume próprio para o desmaio provocado por uma anestesia temporária, depois habituamo-nos, até à dor de cabeça, pensamos nós que por falta de café mas na realidade é mesmo o perfume do gay. Cruza a perninha, ao bom jeito do vergonhoso gay... Nada tenho contra os gays, apenas contra os maneirentos que fazem questão de se assemelhar a mulheres no seu período fértil

Continua a viagem...
Mais uma paragem... desta vez entram pessoas normais

Segue-se outra e outra paragem e vão entranto personagens quase tiradas de filmes de ficção científica... Ora então vejamos:
Lugares ainda disponíveis pelo autocarro todo, entra mais uma mulher, daquelas elegantes

Depois deparo-me com um pseudo rapper, com 2 brincos em ouro, grossos, em forma de hexágono, um em cada orelha, com uns phones a ouvir "tratapum" de tal modo alto que se ouvia em todo o autocarro, mas enfim... Calças quase abaixo do rabo, honestamente tou farta de ver jovens com esses trajes e nunca percebi como é que eles seguram as calças, devem ser suspensórios de certeza, nenhumas calças se seguram abaixo do rabo


A seguir entram os miúdos


Ora bem, agora a cereja no topo do bolo

Duas comadres de chanatas, mais umas t-shirts de cavas, pêlos dos sovacos ali bem pronunciados, camisolas às flores com saias às riscas, pêlos das pernas a condizer com os dos sovacos, saco do continente na mão e saco parecido com uma carteira ao ombro. A FALAR ALTO COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ, e a mandar boquinhas uma à outra como se tivessem muita piada, lá entre elas deviam ter porque a risota era tremenda

Depois ainda há aquela senhora fina, magra, bem parecida, com as unhas grandes e arranjadas, aparentemente bem vestida, de sapatinho de salto alto, a andar de autocarro



Bem, e por fim, entra aquele fulano com uma cara demarcada por algumas rugas, bastantes por sinal, com uma roupa comprada ali nos antigos Porfírios, desculpem-me os mais novos mas eu estou a ficar velha e vocês talvez não saibam o que é os porfírios, mas fiquem a saber que é uma loja que agora tem outro nome, ali na Baixa, onde se vende muita roupa gira para jovens, no meu tempo era ali que se compravam os cabedais, as gangas, as roupas mais na moda... E lá entra essa personagem, com roupa do meu tempo, calvo, mas não atum


Depois desta novela da vida real, chego finalmente à paragem onde tenho de sair... Peço licença ao gay para sair do meu lugar, passo de lado porque o autocarro está à pinha, desço o degrau que dá acesso à porta de saída e uma mulher "bufa-me" aos ouvidos por eu ter de me colocar à frente dela para poder sair... Provavelmente ela estava a pensar que eu me podia pendurar no tecto e sair do autocarro com um duplo mortal encarpado, ou não...


E pronto, saí finalmente, mas não sem antes de levar com o ar condicionado do autocarro no máximo em cima da tola, o motorista estava mal disposto


Que bom que é ser pobre e ter de usar transportes públicos...

Xuga
P.S.- Desculpem ams hoje estou mesmo inspirada, deve ter sido do cheirinho a sovaco logo pela manhã...
