Segunda-feira ao entardecer um casal de namorados deu conta que um rapazote estava a fazer alguma maldade no lago de um jardim público. Aperceberam-se pelo riso dele que se estava a passar alguma coisa de estranho
Quando ele se afastou foram inspeccionar e viram um gatinho bébé a tentar salvar-se de ser afogado. Retiraram-no da água e colocaram-no entre uns arbustos. Nesse momento passou o meu sobrinho Pedro, de 11 anos, que andava de bicicleta, e eles perguntaram-lhe se ele não queria um gatinho. O Pedro respondeu que já tinha dois em casa mas quis saber porque é que eles lhe estavam a fazer essa pergunta. Os namorados contaram-lhe o que tinha acontecido e mostraram-lhe o gatinho.O Pedro, nem hesitou um segundo, apanhou-o, tirou a t-shirt que trazia vestida e embrulhou-o.
Telefonou-me e lá fui eu ver o que se passava
. Fiquei possessa com tanta maldade 
.Tratava-se de uma gatinha siamesa de aprox. 2 meses. Estava geladinha e fui logo com ela para o veterinário.
A gatinha, entretanto baptizada de Kiri, ficou internada e eu reparei que na jaula ao lado da dela estava também uma gatinha bébé, preta e branca, com o maxilar todo desfeito, nem conseguia fechar a boquita. Provavelmente tinha levado um pontapé
. Essa gatinha tinha sido encontrada junto à casa de uma amiga minha, que por sinal me ajuda a tratar dos animais abandonados, e ia ser operada nessa noite.Até aqui é uma história triste mas, infelizmente, banal
Terça à tarde fui ao vet ver como estava a Kiri, e aqui é que começa a história comovente....
As duas gatinhas inicialmente tinham sido colocadas em jaulas separadas, mas estavam as duas sempre a miar. Depois da pretinha e branca ser operada, a minha vet decidiu experimentar juntá-las, pois elas são da mesma idade, aprox. 2 meses.
Foi um sucesso!!!! Deixaram logo de miar e começaram a lamber-se uma à outra, ficaram sempre encostadinhas e a dormirem abraçadinhas.
Quando eu cheguei ao vet e vi esta cena fiquei toda arrepiada, vieram-me as lágrimas aos olhos
. Era qualquer coisa de especial, duas gatinhas doentes e maltratadas e que se apoiavam uma na outra no meio de tanto sofrimento . A vet disse que eu podia levar a Kiri, embora ela tivesse uma bronco-peneumonia e continuava o tratamento em casa. Aí eu perguntei: e a pretinha? A pretinha também já podia ir para casa da minha amiga.
Perante aquela imagem tão comovente eu disse que não conseguia separar estas meninas.
Ou a minha amiga levava as duas para casa dela para recuperarem ou trazia-as eu para minha casa. Separá-las é que não
Então ficou decidido que as duas gatinhas ficavam mais um dia no vet e depois a minha amiga iria buscá-las e ficava com as duas durante o tempo de recuperação
Quando estiverem totalmente recuperadas, aí vão, quase de certeza serem separadas, mas, entretanto já estão mais fortes!
A recuperação da pretinha vai ser mais complicada e provavelmente nunca vai conseguir fechar a boca completamente, mas..... o futuro a Deus pertence!
Há, no entanto, outro facto curioso! Ambas as gatinhas maltratadas têm o pêlo longo (tipo bosque da noruega). Embora elas tenham sido apanhadas em locais diferentes, distanciadas cerca de 2 Km, nós pusemos a hipótese de serem irmãs, pois têm exactamente o mesmo tipo de pêlo e adoram-se de tal maneira que até arrepia!.
Isto é mera especulação, claro, mas não é de todo impossivel.
Vejam as fotos destas princesas sofredoras e vamos lançar uma onda positiva para uma rápida e completa recuperação
(Desculpem pelo testamento, mas a emoção é muita e quis contar a história toda
)
