Espero que gostem.
Agapornis
Das nove espécies de agapornis actualmente existentes só quatro são criadas com regularidade em Portugal são elas : Agapornis roseicollis, A. personatus, A. fischeri e A. nigrigenis. Das restantes cinco espécies tem-se conseguido alguns resultados com A. canus e com indivíduos não puros A. lilianae.
No estrangeiro A. canus e A. taranta têm obtido bons resultados e, no caso A. taranta, três mutações já foram estabelecidas, no entanto, o sucesso com as restantes três espécies continua a ser escasso ou inexistente.
Embora na Europa A. nigrigenis não seja considerado raro, nos E.U.A. o caso é diferente estando num nível de abundância similar ao do Cana, e, no entanto, este é o mais raro dos agapornis e o único em perigo de extinção no estado selvagem, é por isso aconselhável que os criadores nacionais com colónias viáveis as mantenham, e não comecem atrás das mutações, deixando a variedade selvagem no estado em que está a do personata.
Roseicollis

Das nove espécies de Agapornis existentes, os meus preferidos são sem dúvida os Agapornis Roseicollis. Provenientes de África, encontram-se na natureza em pequenos grupos. Habitam normalmente em áreas rochosas, secas, com algumas árvores e arbustos, mas nunca muito longe de uma fonte de água. Com cerca de 15 cm, são aves extremamente activas.
Uma das actividades mais aliciantes para qualquer criador, é sem dúvida tentar criar a ave mais perfeita.
Tal só se consegue com uma constante selecção das aves que se utilizam como progenitores.
Existem actualmente várias mutações de Roseicollis, com inúmeras combinações possíveis.
Com a enorme variedade de mutações que existem nos Roseicollis, existe assim a possibilidade de criar aves com aspecto muito diferente entre si.

Face-Branca Violeta

Malhado Face-Laranja

Face-Branca Canela

Lutino Face-Laranja

Malhado Violeta

Sherry Face-Laranja
Mais recentemente, apareceram os Roseicollis Longfeather. Aves maiores, com uma marcação mais acentuada, além de outras diferenças no porte e na forma. A variedade Longfeather não é propriamente uma nova mutação, mas sim uma selecção de várias características que os diferencia da forma selvagem.

Longfeather Verde Jade

Longfeather Lutino

Longfeather Canela
Canus
Ocana, como é conhecido no nosso pais, é o mais primitivo dos agapornis, e um dos três que apresentam diformismo sexual, a sua reprodução não apresenta dificuldades especiais se tivermos em consideração que esta pequena ave precisa de espaço, e que não é aconselhável a criação em colónia. Os cana são fracos construtores de ninhos, assim uma ajuda no preenchimento do ninho pode ser útil, em termos de dieta o girassol não deve constituir mais do que 15% da dieta, e o fornecimento de proteína animal, embora não seja fundamental, é útil no estimulo dos reprodutores.
Como na maioria dos agapornis raros também a criação a longo prazo tem levantado problemas com muitos dos casais a deixarem de criar ao fim de uma ou duas épocas de criação.

Taranta
Sendo de longe o mais resistente dos agapornis raros, e o que cria com mais regularidade, é de estranhar a sua extrema raridade em Portugal , se não fosse por A. swindernianus o taranta ganharia o titulo de agapornis mais raro em Portugal, a explicação para esta falta de interesse, para além do desconhecimento que muitos criadores têm da ave, deve-se provavelmente a dois factores :
1º- esta ave é um habitante das terras altas da Etiópia o que devido aos problemas da região não deve facilitar a sua exportação ;
2º- a ave em si não é muito atraente, a femêa é toda verde e o macho é igual á fêmea, com uma banda frontal vermelha.
Os taranta devem ter oportunidade de escolher o seu par, e uma vez que são extremamente agressivos não podem ser criados em colónia. Ao contrário dos cana, os taranta precisam de uma maior percentagem de lipídios portanto o girassol é necessário, esta necessidade de gorduras deve-se ao facto da região de origem ser fria. No entanto, tentar manter estas aves com uma dieta exclusivamente de girassol e em gaiolas de menos de um metro é uma boa maneira de as destinar ao caixote do lixo, inviabilizando quaisquer resultados reprodutivos. Estas aves costumam atingir a maturidade sexual aos dois anos, no entanto é possível distinguir os machos jovens pelas penas das asas pretas. Embora a maioria dos casais só façam uma postura, alguns realizam duas posturas.

Pullarios
Sendo para mim o mais belo dos agapornis com diformismo sexual, o pullarius tem necessidades reprodutivas muito mais complicadas que qualquer outro agapornis mantido em cativeiro. Com efeito na natureza o Pularia nidifica em ninhos de térmites, o que vai implicar que tal como os outros psitacideos que nidificam em termiteiras também o pularia vai necessitar de um ninho que, na medida do possível, simule as condições naturais, assim é necessário encher a caixa de nidificação com um material que não sendo muito duro permita a escavação, isto para além de estimular as aves para a criação, permite ao casal acertar com os seus ciclos sexuais, depois á que ter em conta que o interior da termiteira tem uma temperatura muito elevada, razão pela qual estas aves não precisam de aquecer as crias recém nascidas, como é típico em aves com crias nidícolas. Assim, em cativeiro é necessário construir um ninho que tenha uma temperatura na câmara de nidificação de 37ºC.
As várias soluções para este efeito ser obtido passam pelo aquecimento do ninho com resistências eléctricas ou usando matérias em decomposição, soluções alternativas como a criação debaixo de outras espécies de agapornis ou a criação á mão tem dado resultados contraditórios e para já não se aconselham. Para além destes requisitos o pullaria assim como o liliane apresenta alta mortalidade nas aves antes da primeira muda.
È frequente os criadores em Portugal obterem estas aves através de importações do seu pais de origem e, como é obvio a taxa de mortalidade é assustadora, no entanto como são geralmente oferecidos a baixo preço a aposta deve ser feita, uma vez que os pularia tem diformismo sexual a criação em colónia tem menores possibilidades de sucesso do que usando casais auto-escolhidos, sozinhos no aviário. Pelas razões apresentadas o pularia não é uma ave para principiantes exigindo cuidados e instalações especiais, mesmo assim vários criadores nacionais estão a apostar nesta bela ave o que, pela mudança de mentalidade que isso revela é de saudar.

swindernianus
Têm peito amarelado com faixa normalmente de cor preta à volta do pescoço. Corpo verde intenso. Bico preto.
Não têm dimorfismo sexual.
Frequentam as copas das arvores. Nidificam nos buracos daquelas e nos ninhos das formigas que nelas vivem.
Comem Figos e searas.
Acasalam em Julho. Não e' criado em cativeiro por so' comer um tipo de figo nativo.
Muito pouco comercializado e raramente sobrevive ao periodo de quarentena.

lilianae
Um dos grandes mistérios da criação de psitacideos actualmente. Este pequeno membro do grupo personata que engloba o personata, fischer, nigrigeris e liliane, tem sido mantido com variáveis graus de sucesso, embora já tenha mutações estabelecidas ( o lutino do personata e do fischer foi importado do liliane ), o sucesso a longo prazo continua difícil de alcançar , para isso contribuem dois factores:
1º- embora o liliane seja bastante prolífico os casais tem tendência a pararem de criar de uma época para a outra, isto é provavelmente devido á falta de estímulos ambientais;
2º- a elevada mortalidade juvenil, com efeito perdas superiores a 50% podem ocorrer até à primeira muda altura a partir da qual a mortalidade diminui , a razão para este fenómeno não é conhecida devendo-se provavelmente a uma dieta incorrecta que associada a um alto grau de stress deixa as aves jovens vulneráveis, nesta fase é portanto aconselhável usar e abusar de compostos ricos em vitamina C. As grandescolónias existentes nos Estados Unidos foram dizimadas por um microrganismo que não afectando as aves nativas revelou-se fatal para as aves africanas e asiáticas, o problema foi agravado porque a maioria das colónias situava-se no sul do pais, com condições climatéricas mais favoráveis, mas onde o organismo era mais abundante, na Europa e no Brasil , tem-se tentado aumentar a resistência do liliane com cruzamentos com fischer , razão pela qual é difícil encontrar aves puras. Assim as únicas colónias com algum sucesso situam-se na Austrália e na Africa do sul.

Fisher
Frente, faces e garganta de cor vermelho-alaranjada, nuca acastanhada, olhos envolvidos por um circulo branco sobressaindo da cabeça, peito amarelado e parte superior da cauda azul. As restantes partes do corpo são de cor verde. Bico vermelho. Os filhotes apresentam cores mais palidas do que nos adultos, principalmente na cabeça, e marcas escuras no bico.
Não têm dimorfismo sexual
Acasalam no exterior. Aproveitam ninhos abandonados de tecelões. A fêmea faz ninho com abobada.
Comem Sementes de relva e de plantas e invadem milheirais e searas
Criam de Maio a Julho. Em viveiros ou em gaiolas. Postura: de 3 a 5 ovos, normalmente. Incubação: 22 dias. As crias começam a voar aos 35-37 dias. Cor definitiva da plumagem: por volta dos 6 meses.
Ameaçado de extinção. Caracteristicas geneticas muito parecidas com as dos Personatas, no entanto bem diferenciados pelo fenotipo. E' vulgar os Fischers passarem por Personatas, e vice-versa, quando surge uma nova mutação, como a Azul, por exemplo. A mutação Violeta, dos Personatas, tambem ja' existe, com grande pureza, nos Fischers. Da mesma forma, os Ricardo e os Brancos de Olhos Negros, surgidos nos Fischers, tambem ja' foram transferidos para os Personatas.

Nigrigenis
Têm frente e parte superior da cabeça de cor castanha-escura com uns laivos avermelhados. Garganta e parte da frente do peito, cor de laranja. A parte superior da cauda é verde. O resto do corpo é verde. Bico vermelho. Não confundir com os Personatas. Os filhotes apresentam cores mais pálidas do que nos adultos, e bico laranja com a ponta vermelha.
Não têm dimorfismo sexual
Adoram milheirais, onde provocam frequentes estragos.
Bons criadores. São dos Agapornis mais fáceis para criar. Em viveiros ou em gaiolas. Podem acasalar em colónias, por vezes ocupando ninhos de outros pássaros. Postura: 4 a 7 ovos. Incubação: cerca de 23 dias, por vezes menos. As crias começam a voar ao fim de cerca de 33-35 dias de vida. Cor definitiva da plumagem: por volta dos 6 meses.
Espécie ameaçada de extinção. Difícil encontrar raça pura. A fêmea é mais pequena do que o macho. Macho e fêmea incubam os ovos. Foi uma das últimas espécies de psitacídeos a ser descoberta, tendo sido descrita apenas em 1906.

Personatas
É o mais colorido de todos os Agapornis: cabeça quase preta ou castanho-escuro, olhos envolvidos por um circulo branco sobressaindo da cabeça, peito amarelo vivo, resto do corpo verde com penas sobre-caudais azuis. Bico vermelho. Os filhotes apresentam cores mais palidas do que nos adultos, principalmente na cabeça, e marcas escuras no bico.
Não têm dimorfismo sexual (Os machos e as fêmeas têm a mesma cor, embora o tom um pouco mais desvanecido da cor da cabeça indique normalmente que se trata de uma fêmea.)
Acasalam de Março a Agosto. Nidificam em troncos ocos dos embondeiros e ninhos abandonados de andorinhão. Preferem o cortex para a construção dos seus ninhos. Estes, normalmente são perfeitos, tapados e cobertos.
Comem sementes de relva e de plantas e invadem milheirais e searas.
Temperamento manso, mas preferem a companhia dos da sua especie.
A criação é ,mais dificil do que a dos Roseicollis. Em viveiros ou em gaiolas. Postura: 4 a 6 ovos, por vezes mais. Incubação: 21-22 dias. As crias abandonam os ninhos aos 40 dias. A plumagem das crias e' mais baça e a base da mandibula superior e' negra. Cor definitiva da plumagem: por volta dos 6 meses. O macho alimenta as crias desde o primeiro dia.
A fêmea é maior do que o macho

Conures
Argentino de peito cinzento (myiopsitta monachus)
A caturrita (Myiopsitta monachus), também conhecida como catorra ou cocota, é uma ave da da família Psittacidae, uma família com ampla distribuição na América do Sul e que é composta por mais de 330 espécies.
Possuem penas verdes no dorso, contrastando com a barriga, peito, garganta e testa acinzentados. O bico é pequeno e alaranjado. No peito, a plumagem forma desenhos similares a escamas. Nas asas e cauda possuem penas longas azuladas.
As caturritas vôam em bando de 15 a 20 aves, mas bandos de 100 aves não são incomuns. Entretanto, a caturrita não é uma ave migratória.
Alimentação
A alimentação compreende frutos, verduras, legumes, sementes de arbustos e capins, flores e brotos. Quando domesticadas, adoram as refeições das pessoas da casa, como: arroz, feijão, carne moída, doces em geral e leite.
Tamanho
A ave adulta chega a ter 28 a 30 cm de comprimento total.
Período Reprodutivo
julho a novembro
Nidificação
A caturrita é a única espécie da família dos Psittacidae que constrói seus ninhos, sendo que todas as outras espécies desta família os fazem nos ôcos de árvores, barrancos ou cupinzeiros. Os casais podem nidificar lado a lado formando ninhos comunitários, formando estruturas que chegam a ter um metro de diâmetro e pesar até 200 kg. Os ninhos são cilíndricos, ficando unidos através das paredes externas com os ninhos vizinhos. São construídos com gravetos nos galhos mais altos de diferentes tipos de árvores e possuem cobertura única e portas individuais. Muitas vezes, ninhos de outras aves são usados como cobertura dos ninhos das caturritas.
Os ninhos são usados durante todo o ano. Quando não estão no período reprodutivo, dormem em seu interior ou os procuram no caso de tempestades. A caturrita chega a por 11 ovos por ninho, sendo que cerca de 7 dos filhotes conseguem chegar a idade adulta.
Distribuição Geográfica
A caturrita é nativa das regiões subtropical e temperada da América do Sul. São encontradas nos pampas à leste dos Andes na Bolívia, Paraguai, Uruguai e sul do Brasil até a região da Patagônia na Argentina.
São conhecidas quatro sub-espécies de caturritas: M. m. monachus, encontrada no sul do Brasil, Uruguai e nordeste da Argentina; a M. m. calita, encontrada no oeste e sul da Argentina; M. m. cotorra, que vive no sudeste da Bolívia, Paraguai, norte da Argentina, e sul do Brasil, e; M. m. luchsi, uma população isolada na Bolívia, que são menores e exibem comportamentos de nidação diferentes.
Outros Nomes
A caturrita também é conhecida no Brasil por catorra, cocota, periquito barroso, papo branco, etc, dependendo da região.
Praga
No sul do Brasil, na Argentina e no Uruguai, a caturrita é considerada praga em plantios de milho e sorgo e em pomares.
Com a derrubada das matas onde viviam, essas aves começaram a atacar as culturas que hoje ocupam seu habitat natural. Com alimento fácil e a extinção progressiva de seus predadores, como o gavião, as caturritas passaram a se multiplicar com facilidade.
O cultivo de Eucaliptos também tem um papel importante na explosão populacional das caturritas. O eucalípto, originário da Austrália, foi introduzido no Brasil entre os anos de 1855 e 1870. A caturrita, que originalmente habitava os capões nos pampas do sul do Brasil e alimentáva-se de sementes, frutos e outras partes dos vegetais nativos encontrou no eucalípto um local seguro para nidificar. Construindo ninhos nos galhos mais altos do eucalípto (em média, a 10 metros de altura), os ovos, filhotes e adultos ficam muito bem protegidos do ataque dos seus inimigos naturais e dificultando o controle populacional por parte do homem.
Em outras regiões, onde não há uma agricultura de grãos muito extensa, como é o caso do Pantanal Matogrossense, as caturritas causam danos localizados, mas de pouca expressão. A presença de predadores naturais e espécies competidoras as mantém em níveis populacionais compatíveis.
Nos Estados Unidos, exemplares fugidos do cativeiro se reproduziram e agora também estão presentes em New York, New Jersey, Flórida e Virgínia, preocupando as autoridades ambientais americanas.

(continua...)