segunda mai 07, 2007 11:17 pm
“Quero um esquilo...”
Ponderar a aquisição
A aquisição de um esquilo como a de qualquer outro animal, deve de ser bem ponderada e pensada, devendo-se ter em conta que as despesas não passam só pelo valor do animal mas também pela alimentação, veterinário e todas as despesas que isso envolve.
O próximo passo a dar é conhecer-se bem o esquilo que pretendemos adquirir. Assim, o futuro dono deverá pesquisar bem sobre a espécie em questão, com o fim de ter uma ideia bastante real de quais as suas necessidades colocando em questão se é possível reunir-se todas as condições, ou não. Outro ponto que se deve ter presente, é que os esquilos têm uma média de vida maior do que muito roedores, havendo espécies que podem chegar aos 20 anos de idade em cativeiro. Deve-se por isso ter em mente, que a aquisição de um esquilo é muito mais do que uma moda passageira.
Qual a espécie mais adequada para um principiante...
Devido ao seu tamanho diminuto e á vulgaridade com que se conseguem encontrar nas lojas de animais, a espécie mais aconselhada para um principiante é sem dúvida o esquilo coreano. O esquilo coreano é originário da Norte Asiático, no entanto tem algumas subespécies que residem também na América do Norte. No Canadá, esta espécie ajuda as autoridades da alfândega na detecção de estupefacientes, pois este pequeno animal tem o olfacto bastante apurado. Embora esteja tão bem preparado fisicamente para viver nas árvores como os esquilos arborícolas, o esquilo coreano vive com maior predominância no solo construindo o seu ninho debaixo da terra.
Chegada a hora da aquisição, deve-se procurar sempre os esquilos mais jovens (entre os 2 e os 4 meses de idade), com o pelo em boas condições e olhos brilhantes, significando isso que o esquilo se encontra de boa saúde.
Chegada a casa
Antes de se trazer o esquilo para casa deve-se definir o local onde ele irá ficar e preparar a sua gaiola com todos os acessórios, alimento e água, com o fim de não perturbar o recém-chegado. A chegada á sua nova casa deverá de ser a mais calma e tranquila possível, evitando a todo o custo mexer-se no interior da gaiola e muito menos no próprio esquilo, este necessita de tempo até se habituar a tudo de novo que o rodeia. Por natureza, os esquilos são assustadiços, e o facto de se andar sempre de volta dele nos primeiros dias, poderá sem dúvida stressá-lo. Deve-se simplesmente ir verificando se o novo companheiro vai comendo, bebendo água e fazendo as necessidades, ainda que discretamente. Passado aproximadamente um mês desde a sua chegada, o esquilo começará a ficar familiarizado com o novo dono e com o seu novo espaço começado a levar a sua vida normalmente.
Embora sejam roedores, os esquilos são animais com comportamentos e necessidades muito próprias e que diferem em muito das outras famílias da Ordem Rodentia (Roedores), o que leva muitas vezes o pouco conhecimento de quem está atrás dos balcões da lojas de animais, a dar informações erradas e muitas vezes inapropriadas face ao que é necessário para um esquilo levar uma vida saudável em cativeiro.
Alimentação
A alimentação é um dos factores de maior importância para manter os esquilos de boa saúde e com forças para toda aquela actividade enérgica bem característica destes pequenos roedores. Na natureza, os esquilos têm uma alimentação muito variada consumindo sementes, flores, cogumelos, etc. Em cativeiro, uma boa alimentação passa por uma ração a mais variada possível, acompanhada por pequenos suplementos.
Nunca se deve de dar comida de papagaio aos esquilos, pois para além de ser muito calórica devido à quantidade de sementes de girassol, também é muito incompleta face ás suas necessidades.
Actualmente pode-se encontrar com facilidade rações próprias para esquilos. Estas rações são constituídas por uma mistura de sementes e frutos secos (amendoins, avelãs, alfarroba, sementes de girassol, fruta seca, etc.), sendo esta a alimentação base que deve estar sempre à disposição do animal. Como suplemento da alimentação principal, deve-se colocar fruta (maçã, pêra, uvas, laranja, etc.) com alguma frequência e uma pequena guloseima. Essa guloseima pode ser amendoim, avelã, amêndoa, pinhão, castanha e noz, tudo com casca, pois ajuda ao desgaste dos dentes, factor esse que é vital nos roedores. As guloseimas, são também um dos factores essenciais na domesticação de um esquilo, ajudando a criar um laço de afecto entre dono e animal. Dando todos os dias, mais ou menos á mesma hora uma pequena guloseima, leva o esquilo a fazer a analogia: DONO = GOLOSEIMA, e assim percebe que a presença do dono não constitui uma ameaça, mas sim comida.
Não quer dizer com isso que em todos os casos este truque resulta, no entanto, o facto dos esquilos serem muito gulosos pode ajudar bastante à obtenção de resultados satisfatórios. Para os esquilos terrestres, devido á sua constituição física, e á facilidade com que armazenam gordura, a ração não pode ser a mesma que para os restantes esquilos. A ração mais indicada para os esquilos terrestres que se encontra no mercado português, é a comida própria para Chinchila, devendo-se dar apenas um prato de ração por dia. Os esquilos terrestres necessitam também de ter sempre á disposição feno (nunca Alfafa), servindo-lhes como ninho e também como refeição. Os suplementos para os esquilos terrestres, tendo em conta que são animais que apenas têm acesso a alimentos que se encontrem no solo, é aconselhado a dar-lhes vegetais (brócolos e cenoura) para alem da fruta.
Outro factor que tem tanta importância como a alimentação é a água. Os esquilos deverão de ter sempre à disposição uma "garrafa" própria para roedores com água, devendo mudá-la de dois em dois dias especialmente no Verão, quando a água tem tendência para ficar mais choca. Não se deve de deixar a água acabar pois isso poderá indicar que o esquilo necessitou de beber e não teve.
Tudo isto é o mínimo necessário para a manutenção de um esquilo em cativeiro, de qualquer forma compete ao dono "investigar" o que o seu esquilo mais gosta de comer, devendo ter sempre em conta a alimentação da espécie quando está na natureza.
Alojamento
O bem-estar de qualquer animal em cativeiro passa sem dúvida alguma pelo alojamento, e os esquilos não são excepção. Como todos sabem, os esquilos são animais de grande actividade passando grande parte do dia a correr e a saltar, sendo para isso necessária uma gaiola espaçosa com ramos, cordas, etc.
Essa actividade é vital nos esquilos pois faz parte do seu instinto natural, e como tal deve de ser simulado o mais possível o seu habitat. Para isso, a gaiola pode ser decorada com pinhas, feno no fundo da gaiola (que faz bons esconderijos), ramos, etc., tudo depende da criatividade do dono. Para os esquilos terrestres, as gaiolas deverão de ser baixas, para não dar assim a possibilidade para subirem a grandes alturas evitando quedas que podem resultar em patas partidas e problemas bem mais graves.
A gaiola poderá ser de interior ou de exterior, devendo de se ter sempre em conta que se deve cimentar o fundo da gaiola de exterior, pois os esquilos (principalmente os coreanos) podem fugir facilmente escavando um buraco no chão. Quando a gaiola não tem as dimensões necessárias pode provocar stress nos esquilos, o que os leva facilmente à morte.
Para além dos “entreténs”, a gaiola deverá de ter também um ninho com um pouco de feno. O ninho tem várias funções, uma delas é proporcionar um local de abrigo para descansar, funcionará também como esconderijo em caso de “perigo” o que é muito importante para evitar o stress. Por ultimo, serve-lhes como armazém onde guardarão alimento no Outono como reserva para o Inverno. Em caso de ter mais de um esquilo, é aconselhável colocar mais de um ninho, evitando assim brigas por disputa de território.
Higiene
Os esquilos são animais muito asseados fazendo as suas necessidades sempre no mesmo local, normalmente no canto oposto ao do ninho e da comida. Isso facilita bastante a manutenção da gaiola sendo apenas necessário limpá-la, uma vez por semana. No entanto, convém ir limpando o local das necessidades com mais brevidade evitando maus cheiros principalmente no Verão. Como forro absorvente do fundo, pode ser colocado aparas de madeira, milho triturado (Korn Cobs), ou madeira prensada (Top Fresh).
Cuidados
Como já foi mencionado, os esquilos não são de grandes interacções com o dono e muito menos de colo, provavelmente não fará o animal de estimação ideal para toda a gente. Na verdade, algumas pessoas discordam com isso, pois os seus esquilos são dóceis e têm comportamentos bastante invulgares, de qualquer forma, casos desses são muito raros, sendo o que se segue o comportamento normal de um esquilo.
Assim sendo, há cuidados que se deve de ter em conta tanto para a saúde do esquilo como para evitar serões desagradáveis.
Para começar, deve-se de ter em mente que regra geral os esquilos não gostam de ser agarrados, recorrendo quase sempre a uma dentada para fazer o seu dono entender isso.
Se decidir soltar o seu esquilo em casa, certifique-se que as janelas e portas estão todas fechadas para não haver fugas, e também que não há buracos (principalmente atrás de móveis) onde este se possa esconder, pois poderá passar uma tarde “muito agradável” a arrastar móveis em casa até conseguir apanhar o pequeno “diabrete”. Cuidado ao mexer na gaiola, num ápice os esquilos saem pela porta.
Os esquilos, tal como qualquer roedor, não devem de ser deixados à solta em casa sem acompanhamento do dono, pois irão roer muita coisa, inclusive coisas perigosas para a sua saúde (fios eléctricos, plantas, etc.).
Visto os esquilos serem muito assustadiços, deve-se manter sempre a sua gaiola longe de ruídos persistentes ou incómodos, principalmente televisão, rádio e computadores, pois isso causará o stress mortal que referi anteriormente.
Para quem tenha outros animais de estimação (especialmente predadores naturais de esquilos como cães, gatos, furões, etc.), deve de os manter longe dos esquilos ou até mesmo da sua gaiola pois é bem previsível o resultado final.
Outro caso que pode acabar mal, é o facto dos esquilos serem territoriais (muito principalmente os Coreanos). Assim, caso já tenha um esquilo e queira comprar outro, não poderá juntá-los de imediato. Tem que colocá-los em gaiolas independentes lado a lado durante 15 dias, fazendo uma fase de habituação aos odores e á presença de outro esquilo. Caso não se cumpra esta fase, é muito possível que briguem pela disputa do território até à morte. Quando se fizer a junção deve-se acompanhar a reacção dos dois caso haja briga é separar de imediato.
O ideal é ter um esquilo por gaiola, eles não se sentem sós pois essa é a maneira de viverem na natureza. Quando estão em casal (ou mais) eles não se dão bem, pura e simplesmente suportam-se.
Os esquilos Coreanos podem hibernar quando o clima é muito frio (a partir dos 10º) ou quando há falta de alimento, reduzindo a maioria das suas funções vitais, ficando recolhidos no ninho a dormir quase não respirando. Assim, é bem natural que seja possível observá-los a cambalear como se estivessem embriagados, sentindo vontade de fazer necessidades, os esquilos deslocam-se até ao local apropriado, ainda que meio adormecidos. Quando o esquilo está adormecido (parecendo morto), a sua respiração é muito lenta e o seu corpo fica frio, assim sendo, é aconselhável que se certifique bem de que o seu esquilo está a hibernar e não está morto. Caso o esquilo não hiberne não significa que algo correu mal, antes pelo contrário, significa sim que o esquilo não teve necessidade para tal. No entanto, se o fez também não é mal nenhum pois este é o seu comportamento na natureza."
(Pinhal dos Esquilos)
@zudotakika@
»» -(¯`·.·´¯)-> Encontrar defeito é fácil, mas fazer melhor pode ser difícil. <-(¯`·.·´¯)-«« (Plutarco) <strong> </strong>