terça jun 12, 2007 10:30 am
INVEJA
A inveja brota da educação competitiva
Que os outros nos impõem, logo nascemos.
É assimilada por ações repetitivas
Dos semelhantes com quem convivemos.
E assim vamos aprendendo, lentamente,
Aquilo que é alheio desejar,
Não para o nosso gáudio, evidente,
Mas para aos outros infelicitar.
Na ânsia de querer sermos os melhores
Nos incomoda o alheio sucesso,
Como se fôssemos os únicos, os maiores,
Senhores desta vida e do progresso.
O invejoso isola tudo. Isola Deus,
Que se obriga a servi-lo mais que a todos
Como se todos os bens do mundo fossem seus
E só a ele fossem lícitos os engodos.
A realidade, no entanto, é que a inveja
Nos rebaixa, nos avilta e nos declina,
Tira de nós a irmandade benfazeja
Nos leva, assim, a desditosa sina.
Ao querer ao semelhante fazer mal
O invejoso só demonstra nesta vida
Que não se ama e não se sente igual,
Tornando bem maior sua ferida.