CasadeAnaval Escreveu:Geralmente quem dá estes conselhos de suplementos são os criadoers e não os médicos veterinários.
Pois existem criadores que têm hábitos que tornam em certezas.POr exemplo aqui o Daktari há bem pouco tempo sugeria o abate de cães em ninhadas que não pudessem ser criados pela cadela( desconhecendo a existencia de leite de substituição)...
daktari Escreveu:[ tanto que assim é, é que muitos deles aconselham os donos dos seus pacientes a adicionarem suplementos vitamínicos e cálcio as rações que geralmente são totalmente e perfeitamente equilibradas. Sendo que os ditos suplementos aconselhados de nada iram servir a não ser para sobrecarregar o organismo e o metabolismo do animal .
Porque existem pessoas bem intencionadas tal como aqui se verifica no caso do CasadeAnaval venho esclarecer que o que este senhor afirma ter sido por mim sugerido já foi passado a cerca de 5 anos e não a bem pouco tempo como o dito senhor afirma. Por outro lado nunca ninguém aqui viu por mim escrito nem eu nunca aleguei desconhecer o leite de substituição! Sendo que para melhor entendimento e esclarecimento relativamente as minhas afirmações outrora aqui feitas volto-vos a colocar o artigo da polémica que deixou o senhor CasadeAnaval de alguma forma confuso, aqui vai:
CRIADOR É FACIL INTITULAR-SE.
Quem tem uma cadela em cio, certamente arranjará um cão para a fecundar.
Nove semanas depois é um criador de cães....
Até parece uma receita culinária!...
Se fosse assim tão simples não seria necessário escrever este artigo. Não devemos confundir criar cães, com multiplicar cães.
Ser criador significa:
1. Ø Melhorar uma raça, agora e sempre.
2. Ø Não poupar tempo, nem trabalho.
3. Ø Ter amor aos animais.
Como é óbvio, ser criador não é trabalho fácil. Antes de mais é indispensável amar os animais, sem o que não conseguiríamos o objectivo primordial. Esse sentimento não pode ser fraco, mas sim poderoso, porque por vezes terá que haver vítimas. Mas esta carolice também não deve ser cega de forma a impedir o criador, no seu interesse, presente e futuro, de agir pelo bem da raça que escolheu.
Para além do amor dispensado a todos os animais, o criador deve ser capaz de eliminar imparcialmente um cachorro, que à nascença apresente defeitos.
Talvez deva ainda, no interesse evidente dos próprios cachorros a criar, suprimir animais de perfeita saúde, quando a ninhada for excessivamente numerosa, o que nem sempre é fácil tendo em conta que poderá acontecer eliminar por vezes um ou mais cachorros de grande valor em prejuízo de outros, que poderão mais tarde revelar anomalias.Criar cães com um objectivo bem definido exige do criador uma certa dureza, ao contrário dos seus próprios sentimentos para com os seus protegidos. Assim aquele que recuar perante esta dureza não terá estofo de criador. À sua firmeza de carácter será ainda posta a rude prova, aquando da colocação dos cachorros por si criados em boas mãos, pois as experiências com alguns proprietários de jovens cães são muitas vezes ocasião de depressão e dissabores. Julga-se ter encontrado o dono que convinha, mas, semanas depois, verifica-se o contrário: o cão que criámos com todos os cuidados estragou-se por mimos de um proprietário ignorante, que agora já não gosta dele. Porém, o cão com a sua percepção também já não lhe corresponde. E, regra geral, o proprietário vai exigir ao criador, que retome o cão que ele estragou, pedindo-lhe um preço superior ao da compra, pois «não se tratou um cão todo este tempo por nada». Inútil fazer entender a esses proprietários, que a culpa não é do cão, mas sim deles. Que não se devolve um cão trocando-o como a um objecto qualquer.
Melhor dizendo, não entendem que um cão não é uma mercadoria, mas sim um ser vivo, que tem direitos e perante quem tem obrigações. Este género de dificuldades repugna, por vezes, muito bons criadores. É pena! Talvez fossem estes os melhores criadores.
Quando criamos cães devemos saber suportar os homens, juízo seja feito, no entanto, e com satisfação, que é graças aos cães, que também concretizamos agradáveis relações, tendo a oportunidade de travar conhecimento com grande número de gentis pessoas.
Deve ainda o criador a quem acontece ter algum êxito, suportar a inveja sentida por aqueles colegas que nada conseguirão por incapacidade própria e que procurarão possivelmente prejudicá-lo. Certos criadores só se refazem disto com dificuldade, acabando às vezes por virar a costas à Cinologia, cheios de amargura e com certa estupefacção.
O criador tem ainda o dever de habituar os cachorros a serem asseados desde tenra idade a fim de evitar que eles cresçam como “porquinhos”, consagrando também grande parte do seu tempo à limpeza do canil e a pentear e escovar os cães.
É necessário, não só aos cachorros como também ao criador, dispor de imenso espaço, pois os animais dejectam várias vezes ao dia, o que implica ter o criador que se baixar e voltar a baixar-se multiplicando assim o seu trabalho, não sendo este de modo algum indicado a pessoas com saúde delicada.
O criador deve ele mesmo, cuidar dos cachorros desde muito cedo. O contacto com o homem é dos mais importantes para o desenvolvimento psíquico do cão, sendo-lhe esta ocasião proporcionada pelos cuidados corporais diários. Escovar e pentear, quanto mais não seja, uma ninhada de 5 ou 6 cachorros, controlando cada um deles uma vez por dia, toma-lhe muito tempo. Quem não dispõe desse tempo não deverá dedicar-se à criação de cães.
A criação de uma ninhada não se faz sem problemas. Apresentam-de variados variadíssimas dificuldades começando talvez pelo nascimento, seguindo-se os cachorros que adoecem e morrem, e alguns que também se desenvolvem mal.
Todos estes factores fazem parte da criação e aquele que não quiser admitir isto nunca será um verdadeiro criador.
Mas isto não acaba aqui!
Não sendo a perfeição uma dádiva do céu, ainda não aconteceu um criador nato cair do céu.
Ter vontade de aprender cada vez mais é essencial para que o criador adquira os seus galões. Está claro que alguns pretendem já tudo saber após terem criado com algum êxito uma ou duas ninhadas, profetizando os seus conselhos a torto e a direito, sendo o verdadeiro entendido aquele que: mesmo após dez ninhadas, revê o seu julgamento, modificando a sua opinião, no caso desta se revelar errada, conversando com outros criadores e tirando partidos disso. Será sempre este criador um estudioso da literatura respeitante à criação, comparando sempre os seus cães com os dos outros e evitando tomadas de posição.
Tudo isto se pode abarcar, se tivermos muito boa vontade. No entanto, saber diferenciar intuitivamente o essencial é um dote, que não se possui, mas que se pode cultivar.
Na sua área o criador é um artista comparável a um escultor, que vê no bloco de pedra a estátua já realizada. Pois ao primeiro golpe de vista o criador deve captar o que determina o valor de um cão, sabendo diferenciar particularmente, se este ou aquele cão é precioso ou não para a sua criação. Aquele que é dotado para a criação ainda será falado daqui a alguns anos nos meios da canicultura como um grande perfeccionista da raça.
Você não tem esses dotes? Não desencoraje!
Nem todos os cães são campeões, assim como os criadores também não o são. O nível de uma raça depende da qualidade média dos criadores, daqueles que com zelo e dedicação compreendem que se deve manter e reforçar o que com talento criativo foi feito pelos outros. Sem esta média o criador mais dotado trabalha no vazio. Como o escultor precisa de um bloco de pedra bruta para a sua obra, assim o criador de elite tem de começar com o material de criação que existe, fazendo progredir a raça tanto quanto melhor for a matéria-prima de base. O pequeno criador que põe essa matéria-prima à disposição, tem tanto valor quanto o criador experiente que fixa a meta a atingir.
As boas intenções de nada servem se não se dispuser de espaço suficiente para passar à execução dos seus projectos de criação. È ser optimista e idealista se pensar criar a primeira ninhada em casa, no seu lar. Nada resiste à actividade dos cachorros em crescimento. Nem os tapetes, nem o jardim, e muito menos o protagonista dessa ideia. Neste caso, qualquer criador teria arruinado os seus projectos se não construísse um canil provisório para esta primeira ninhada e um definitivo para as seguintes. Não pode ser de outra maneira, mesmo com raças pequenas! É necessário aos jovens cães estarem ao ar livre. Faz-lhes falta o contacto com a natureza e não podemos, nem devemos criá-los como flores de estufa. Tal como para as crianças, é vantajoso que os cachorros estejam em contacto com todos os tipos de bactérias e vírus, para que façam as suas doenças de infância enquanto são jovens e não quando forem adultos. Eles ficarão assim imunizados e ao abrigo de muitos problemas.
Da mesma forma, os cães em crescimento devem acostumar-se desde a mais tenra idade, ao clima das quatro estações, ora molhando-se, ora suportando o sole o frio. Eles terão o benefício de tudo isto mais tarde.
É também importante para o criador participar num grande número de exposições no seu país, assim como no estrangeiro, com cães por ele criados. Claro que isto implica o dispêndio de muito tempo e dinheiro.
Tendo esta regra já feito as suas provas, o bom criador deve cingir-se a uma só ninhada por ano, por cadela, não fazendo reproduzir antes dos vinte e quatro meses de idade e não permitindo a sua cópula com cães machos de idade inferior.
Previamente o criador terá tomado conhecimento se existem prescrições de criação elaboradas e estabelecidas pelo clube especializado da raça que o interessa, pois grande parte destes clubes editaram regulamentos restritivos e cuidam que eles sejam observados e respeitados. Não pretendo aqui julgar se este ou aquele dirigismo é necessário ou não, quero simplesmente acreditar que esses regulamentos foram estabelecidos no interesse da raça, para a sua continuidade e progresso, inclinando-me perante o facto de que, se estes não forem cumpridos e respeitados, nenhum certificado de ascendência será obtido.
Não será talvez o caso no nosso país, visto ainda se admitirem em Portugal e no Clube Português de Canicultura cães de R.I. (Registo inicial), não se fazendo um controlo rigoroso das ninhadas, e não sendo também obrigatória a tatuagem nos cães de raça por parte dos criadores aquando da inscrição inicial desses no L.O.P (Livro de origens Português). Pois a identificação na maioria dos casos só é praticada após a venda dos cachorros, sendo os compradores da altura então obrigados a procederem a identificação dos seus animais em virtude de existirem exigências impostas pelo CPC só aquando dos pedidos de transferencia de propriedade assim como para na obtenção do LOP definitivo nesse mesmo órgão por parte dos supostos interessados. Tudo isto não faz muito sentido pois na verdade se controle houvesse teria de ser os criadores a proceder a identificação dos seus produtos aquando do nascimento dos mesmos e não os compradores a faze-lo após aquisição desses. Será isto uma lacuna provisória? O futuro nos dirá!
Por várias razões é desaconselhável praticar a criação de cães de “ raça pura, mas sem pedigree” (?!), como se pode por vezes ler nalguns anúncios. O que poderá significar «raça pura, mas sem pedigree»?
A pureza de uma raça deve precisamente ser notificada e comprovada pelo certificado de ascendência. Aquele que o não tem não pode pretender sem mais que o seu cão seja de raça pura.
Com a organização cinológica actual que é bastante restrita, é praticamente impossível tomar parte numa prova de trabalho com um cão sem documentos comprovativos de ascendência, assim como participar numa exposição de beleza com esses mesmos exemplares, sendo ainda invalidados os descendentes de tais animais, que como é óbvio também não irão conseguir os seus pedigrees.
Devemos ainda desconfiar daqueles que não registam todos os cachorros de uma ninhada, fazendo venda dos mesmos, assim como daqueles que nas suas instalações possuem exemplares não registados. Fariam melhor estes comerciantes de cães procurar outro ramo mais lucrativo.
Julgo eu que é lógico que tal não entre no âmbito do criador sério e que sito nem sequer seja por ele considerado.
Na altura da reprodução da sua cadela, esta anuncia-se aos cinólogos responsáveis da sua zona e em tempo oportuno segundo as directivas de criação, ela confirma-se conscientemente.
Na maior parte do tempo os órgãos dos clubes existem para dar conselhos ao principiante e se necessário ajudarem-no. Por isso é de grande vantagem para o criador fazer parte dessas organizações, tornando-se sócio, como membro activo.
É pena que alguns criadores façam pouco caso das leis da hereditariedade, dando assim muitas vezes origem à multiplicação de taras graves dos progenitores através da sua reprodução, não tendo aqueles feito um estudo de ascendência suficientemente aprofundado. Mas diga-se que a responsabilidade é também dos juizes de exposições para os quais julgar não é fácil, podendo acontecer por vezes atribuírem prémios a cães de inferior bagagem genética em prejuízo de outros, que ficam relegados para segundo plano e que muitas vezes poderão ser melhores transmissores das características genéticas que interessam a uma raça.
Que me perdoem os que com artigo se sentiram lesados, mas não foi com outro objectivo senão o de diferenciar os bons criadores dos maus, tendo, de certeza absoluta, omitido focar muitos outros problemas neste artigo.
Vitor Manuel Dos Santos Oliveira (criador de Pastor Alemão).
<p>Vindo do passado, galopando no presente a caminho do futuro. Criando Pastor Alemão - Fazendo Amigos. </p>
<p>Cumprimentos </p>
<p>Vitor Oliveira</p>