Ontem à noite fui um pouco para a varanda de minha casa, como habitualmente faço, esta tem uma vista fascinante. Estava eu sentado quando de repente vejo uma ave a voar, até aqui nada de novo, mas olhei mais atentamente e vi que era um pouco maior do que aquelas que costuma visualizar normalmente, como por exemplo, andorinhas, pardais, pombos correio (visto que onde vivo existem alguns colombófilos), etc.
De repente esta poisou num ramo de uma árvore mesmo ao pé de minha casa. Curioso, olhei atentamente, e vi que era uma Coruja, como devem imaginar, fiquei muito empolgado, pois nunca tinha visto em estado selvagem e agora percebo porquê... Pois é, esta ave encontra-se em vias de extinção. Hoje, ainda empolgado com o que me aconteceu ontem, pus-me a pesquisar "cenas" sobre esta ave e encontrei o inesperado, ou talvez já estivesse mesmo à espera de encontrar isto, esta ave encontra-se em vias de extinção.
Decidi postar este tópico para partilhar convosco este acontecimento, digamos, "raro" e também para deixar aqui algumas informações acerca desta ave maravilhosa.
Coruja das torres

Descrição geral:
MORFOLOGIA GERAL: trata-se de uma ave de rapina nocturna que apresenta uma plumagem branca no peito e parte inferior das asas, sendo castanha a coloração predominante no dorso e parte superior das asas. MORFOLOGIA INTERNA: os ouvidos são assimétricos, ou seja, um deles é maior e encontra-se colocado numa posição superior; esta adaptação serve para detectar, com exactidão, a proveniência dos sons, sendo por isso, útil essencialmente nas actividades de caça. PESO E DIMENSÕES: asas - 279 a 300 mm; cauda - 109 a 124 mm; bico - 30 a 33 mm; tarso - 54 a 60 mm; peso - 240 a 360 g. DIMORFISMO SEXUAL: difícil de detectar; os machos tendem a apresentar menos manchas (pontos) escuras na plumagem do peito e parte inferior da asas. VOCALIZAÇÕES: vários tipos de sons pouco melódicos, por vezes estridentes, lembrando ressonos ou sopros. LONGEVIDADE: máximo conhecido de 21 anos e 4 meses em estado selvagem.
Habitat:
Encontra-se sobretudo associada à presença humana, ocorrendo em montados de sobro e azinho e em soutos, inclusivamente em grandes povoações; evita normalmente as florestas, particularmente as de resinosas; utiliza particularmente campos agrícolas, onde captura as suas presas.
Indícios de presença:
Um método muito expedito para verificar se existem corujas das torres em determinado local é a observação de regurgitações (plumadas), que não são mais que os restos de alimentos ingeridos, mas não assimilados, pelas aves; as regurgitações têm aproximadamente o tamanho de uma noz.
Utilização do espaço:
TERRITÓRIOS: Não existe informação disponível para o território nacional; no entanto, estudos efectuados no Reino Unido calculam que, em determinadas regiões, o território de um casal de corujas das torres tenha aproximadamente uma área de 2,5 Km2, sabe-se porém que a extensão dos seus territórios varia muito, nomeadamente com a riqueza trófica de cada região e com a disponibilidade de locais propícios para a instalação do ninho. MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS: trata-se de uma espécie residente, ainda que, particularmente os juvenis, efectuem movimentos de dispersão com alguma amplitude.
Actividades/Hábitos:
Encontra-se sobretudo activa durante a noite, sendo muito raramente observada a caçar durante o dia (nestes casos, sobretudo durante o Inverno); apresenta, em geral, três picos de actividade ao longo da noite, um pouco depois do ocaso, outro cerca de quatro horas depois e o último pouco antes do amanhecer.
Alimentação:
Estudos efectuados em Portugal referem que a espécie se alimenta sobretudo de roedores, podendo as espécies do género Mus assumir particular importância; os mamíferos insectívoros são igualmente presas frequentes, verificando-se também a ocorrência de insectos, aracnídeos, passeriformes e anfíbios na composição da dieta desta ave de rapina nocturna.
Reprodução:
A coruja das torres nidifica sobretudo em construções humanas, tais como ruínas, moinhos, igrejas, sotãos e celeiros, bem como em buracos de velhas árvores. MATURAÇÃO: a maioria das aves nidifica pela primeira vez com um ano de idade; uma parcela da população, porém, apenas nidifica quando atinge os dois anos de idade. ÉPOCA DE NIDIFICAÇÃO: Em Portugal, a maior parte das posturas tem início em Abril, eclodindo os ovos no início do mês de Maio; os juvenis empreendem os primeiros vôos durante a segunda quinzena de Junho; não é rara a ocorrência de segundas posturas; ocasionalmente, um casal pode chegar a efectuar três posturas. INCUBAÇÃO: 29 a 34 dias.
Predadores/Competidores:
PREDADORES: os adultos são predados com alguma frequência por Bufo Real e, mais raramente, por Águia Real, Açor, Águia de asa redonda, Milhafre Real e, provavelmente, por Geneta; os ovos e crias são predados por alguns mamíferos, em particular Gato doméstico, Geneta e Ratazanas. COMPETIDORES: a competição com Coruja do mato, por território e locais de nidificação, poderá ter alguma relevância.
Galeria de fotos:




Fim!
Espero que tenham gostado
Fiquem bem
P.S: Editei, porque quis colocar mais uma imagem