O meu cão começou a rosnar

[oliveira66]

Tenho um pastor alemão com 2 anos e meio, que sempre viveu com a nossa família.
2 adultos, 2 filhos com 12 anos e agora uma bebé com 1 ano.

Sempre foi um cão brincalhão e pacífico. Nunca rosnou a outro cão mesmo quando atacado.
Toda a família o adora e brinca com ele.

Fomos de férias para o campo e, como sempre, levámos o nosso cão. Divertiu-se imenso, andava cansado e feliz, com apetite. Foi até uma oportunidade para os meus filhos andarem mais com ele, levando-o a grandes passeios.

Voltámos então para casa, onde mesmo assim o cão tem um pequeno pátio onde costuma brincar.
Não sei se foi do regresso ou de qualquer outra coisa, mas um dia depois de voltarmos o nosso cão rosnou ao meu filho, o seu amigo desde sempre.

Começa por rosnar baixinho, e aparenta ter medo.
Sei que o meu filho não lhe fez mal nenhum, todas as brincadeiras que fizeram já tinham feito antes, até pior.

Confio no meu filho, sei que está apenas triste por o seu amigo lhe ter começado a rosnar.
Numa primeira ocasião, ele pegou num jornal e deu-lhe umas palmadas.

O cão tanto brinca despreocupadamente, indo buscar brinquedos, como se encolhe e rosna para o meu filho.
Esta situação tem dois dias e estou preocupado.

Já não me interessa tanto perceber a origem do problema, mas sim perceber o que fazer agora. Não quero precipitar-me, mas não posso tolerar que o nosso maior amigo deixe de reconhecer o "irmão".

Alguém me pode ajudar?

Obrigado,

[Pointerman]

Tenta perceber se e alguma posiçao corporal do miudo ou alguma palavra que despolete a coisa pode ter magoado o cao e nao ter notado,e sempre que o cao ve a mesma atitude tem essa atitude.

[oliveira66]

Julgo que não é nenhuma atitude em especial, nota-se que o cão está com medo do meu filho. Quando ele se aproxima o cão - cada vez mais - começa a encolher-se e a rosnar baixinho.

Sinto que o cão perdeu a confiança nele e que isso é o maior problema, e não faço ideia do que fazer para a recuperar.

Sei que o miúdo nunca faria mal conscientemente ao cão. São bons amigos desde sempre, e se calhar nunca como agora nas férias brincaram tanto.
Admito que tenha sido alguma brincadeira mais bruta em que o cão se tenha magoado, mas preciso de retomar essa confiança o mais depressa possível.

O miúdo está a reagir bem. Numa primeira vez ficou perturbado e chorou, mas agora compreende e tenta sempre reconquistá-lo.
O mais estranho é que umas vezes o cão não faz nada e até brinca com ele, mas outras vezes basta ele aproximar-se para começar a rosnar.

[Pointerman]

Pois mas tenta reparar a pequenos pormenores que as vezes nos escapam.

Nao tem a ver mas como exemplo:Tenho um amigo que tem um EB que foi atropelado,foi tratado.
Apartir dai reparava que o cao ficava agitado com determinadas pessoas,mas nem sempre, e as pessoas eram as mesmas,ate que percebeu que o cao ficou com medo de pessoas vestidas de branco.
Mas demorou a perceber,portanto calma que tudo se resolve(mesmo assim prudencia dentadas de medo sao as que fazem mais estrago).

[sanxeri]

Complicado... mas tente mesmo descobrir se o seu filhote nao magoou o cao com algo. Provavelmente o cao terá mesmo medo dele... tente nao os deixar sozinhos.

[Bullie]

Já não me interessa tanto perceber a origem do problema, mas sim perceber o que fazer agora. Não quero precipitar-me, mas não posso tolerar que o nosso maior amigo deixe de reconhecer o "irmão".

Alguém me pode ajudar?

Obrigado,

Acho que o problema se situa nas duas partes a bold. O cão não é "irmão" do seu filho. Deve ser o ultimo elemento da hierarquia familiar. Em todas as situações.

[mOreirinha01]

Pois mas tenta reparar a pequenos pormenores que as vezes nos escapam.

Nao tem a ver mas como exemplo:Tenho um amigo que tem um EB que foi atropelado,foi tratado.
Apartir dai reparava que o cao ficava agitado com determinadas pessoas,mas nem sempre, e as pessoas eram as mesmas,ate que percebeu que o cao ficou com medo de pessoas vestidas de branco.
Mas demorou a perceber,portanto calma que tudo se resolve(mesmo assim prudencia dentadas de medo sao as que fazem mais estrago).

Olá...

Pois é...
Pequenas coisas para nós pode segnificar muito para eles!!

No local onde o meu pai trabalha havia um cão de guarda, um Pastor Alemão O cão não era um bom cãozinho para toda a gente, ele era bastante agressivo, mas havia um homem que lhe conseguia por a mão, fazer festinhas, brincar com ele sem quaisquer problemas, era ele quem o alimentava e o cão confiava nele
Um dia a fábrica foi assaltada, chegaram a ver uns homens de bata azul a sair do local... Estranharam o facto deles terem conseguido passar pelo cão e foram ver o que se passou, estava o cão magoado com um pau ao lado, um deles tinha-lhe acertado com força
Passado algum tempo, estava já o cão recuperado, o senhor que o alimentava foi atacado, e foi um ataque com alguma gravidade... Mas não foi difícil descobrir o porquê... O senhor, quando se aproximou do cão, levava vestida uma bata azul... O cão viu e reagiu, talvez por medo

Tenha atenção a essas pequeninas coisas, para tentar descobrir o que se passa com o cão
Boa sorte

[oliveira66]

Já não me interessa tanto perceber a origem do problema, mas sim perceber o que fazer agora. Não quero precipitar-me, mas não posso tolerar que o nosso maior amigo deixe de reconhecer o "irmão".


Obrigado,

Acho que o problema se situa nas duas partes a bold. O cão não é "irmão" do seu filho. Deve ser o ultimo elemento da hierarquia familiar. Em todas as situações.

Suponho que é normal, numa família que tem 2 filhos com 10 anos, quando chega um cachorro passa a ser o "irmão mais novo".
Eu sei que é preciso cuidado com as hierarquias, sempre tive cuidado com isso, e por isso é que estou preocupado.
Durante 2 anos não houve problema nenhum, o cão tanto cumpre as minhas ordens como as dos meus filhos.
Na dúvida sempre veio ter comigo, mas suponho que isso seja natural.
Nunca reparei que mesmo por causa disso ele não respeitasse os miúdos.
Quando referi o tema do "irmão" foi mais por causa do miúdo e da angústia que agora ele começou a sentir por causa do cão.
Sinto que havia uma relação de confiança mútua que agora se quebrou.
E mais estranho ainda por sempre ter sido um cão pacífico e pachorrento. Quando aparecem outros cães o meu é claramente o "alfa" mas nunca é agressivo.
Ladra muito mas nunca o vi rosnar.

Não sei o que se alterou nesta relação, e vou ficar muito atento aos detalhes, mas gostava de ter alguma opinião sobre como se "reconquista" um cão.

Obrigado a todos!

[LuMaria]

Já não me interessa tanto perceber a origem do problema, mas sim perceber o que fazer agora. Não quero precipitar-me, mas não posso tolerar que o nosso maior amigo deixe de reconhecer o "irmão".

Mas perceber o porquê é o caminho mais rápido para resolver o problema. E como já lhe disseram, o cão e o seu filho não são irmãos nem podem agir como tal. Se calhar o problema está aí. E não ponha tanto as mãos no fogo pelo seu filho, ele pode ter atitudes incorrectas com o animal, ou que são mal interpretadas pelo animal.

[AcTiOnGiRl]

O seu filho deve ter tido uma brincadeira bem estupida e tipica de uma criança e certamente magoou o cão, aconselho-o a procurar ajuda junto de algum treinador canino ou mesmo uma escola canina, nós aqui podemos mandar bitaites e fazer suposições e nada mais.

[Bullie]

Suponho que é normal, numa família que tem 2 filhos com 10 anos, quando chega um cachorro passa a ser o "irmão mais novo".

Pois era precisamente a isto que me referia. Compreendo e, porque o diz, acredito que faça o que está ao seu alcance para manter (aos olhos do cão) a familia devidamente hierarquizada. Mas os seus filhos são, antes de ser seus filhos, crianças de 12 anos. É provável que eles nem sempre actuem de forma clara (para o cão) sobre como a hierarquia está estabelecida entre os três. E, segundo creio, o cão está a entrar na fase adulta de momento, pelo que, especialmente se se tratar de um exemplar com caracter dominante, é perfeitamente normal que tente subir na hierarquia nesta fase começando pelo elo mais fraco da mesma, na sua percepção; um dos seus filhos.

A meu ver o ideal seria andar o máximo possível "em cima do acontecimento" procurando estar sempre presente quando os 3 se juntam, e sempre que estiver em casa. Além disso, explicar aos seus filhos a melhor forma de reforçarem a sua posição hierárquica sobre o cão.

Quem é que alimenta o cão aí em casa?

[oliveira66]

Suponho que é normal, numa família que tem 2 filhos com 10 anos, quando chega um cachorro passa a ser o "irmão mais novo".

Quem é que alimenta o cão aí em casa?

Dependendo da circunstância, todos os membros da família o alimentam.
E faço questão que o ocasional "brinde" (e são raros) seja dado pelos meus filhos, e insisto sempre para que eles brinquem com o cão.
Isto estranhamente ocorre ainda por cima na sequência de um período em que eles passaram mais tempo juntos.

Posso admitir que o cão tenha associado algum desconforto a alguma saída, concedo que ele esteja a fazer alguma associação estranha a algum facto que desconhecemos.

Mas sei os filhos que tenho e a paixão que têm pelo cão, e ponho mesmo as mãos no lume em como não houve nenhuma maldade intencional, pelo que me resta procurar explicações num facto qualquer não intencional (perfeitamente possível numa saída ou brincadeira) ou (e é esta a parte que não domino de todo) numa qualquer etapa de crescimento / sociabilização do cão, atendendo a que estará numa idade delicada.

Ajudava se alguém pudesse aprofundar as pistas sobre alteração de comportamentos nesta fase de crescimento do cão (2,5 anos).

Muito Obrigado a todas as contribuições.

[olho_azul]

Se o cão sente medo do seu filho, então ele não está a tentar subir na hierarquia, caso contrário, apresentaria uma postura de confiança e desafio. Para além de manter o cão e as crianças sob supervisão, aconselho ao seu filho, não impor a sua presença ao cão, no sentido de deixar ser o cão a tomar essa iniciativa. Quando ele se sentir confiante o suficiente fa-lo-á.
Quando o cão rosna à criança, se calhar vocês, ao tentar acalmá-lo estão inconscientemente, a recompensar ou reinforçar um comportamento negativo. Quando isso acontece o melhor é virar costas e ignorá-lo.
Às vezes os cães também reajem mal a determinados odores das pessoas. Pode acontecer relativamente a perfumes (penso que não seja o caso), ou odores mais subtis.
Boa sorte e não desanime.