Bem, em jeito de balanço vou também dar a minha opinião sobre a feira.
- Sem dúvida que o ponto alto de todo o fds foi o intercâmbio pessoal, na primeira e na terceira pessoa, com humanos ou animais.
Numa altura em que eu não queria causar mais stress aos meus animais foi indescritível olhar para o lado e ver não sei quantas pessoas a partilhar os seus animais com estranhos, deixando-os pegar neles, mesmo a aqueles que o faziam com cara de quem a qualquer momento ia atirar tudo ao ar no meio de gritos histéricos =)
Deve ser uma característica do pessoal das cobras pois o único lagarteiro convicto que lá andava fez o possível para deixar as suas "iguanas amarelas" dentro dos terrários
Graças a eles muitos preconceitos foram quebrados neste fim-de-semana e só por isso, tudo isto valeu a pena! Obrigado!
Por nomes em nicks, caras em nomes, encontrar velhos e novos amigos sabe sempre bem e é pena que não aconteça mais vezes.
Ter a oportunidade de desenredar o novelo mental da desinformação típica das lojas cara a cara com uma pessoa que dessa noite em diante irá desligar a lâmpada de UVB (e deu ao seu animal a 1ª noite às escuras em 9 meses), é algo que também faz todo o esforço valer a pena.
- O ponto baixo foi a falha da organização em prestar as condições necessárias para a exposição. Por organização refiro-me a todas as pessoas e entidades envolvidas nisto com capacidade de tomar decisões e responsabilidades perante terceiros, da FIL aos fóruns, passando pela APT e Alimento-vivo.
Estou certo que todos teriamos aceite o convite na mesma se incluísse que teriamos de ser nós a levar o material necessário para iluminar e aquecer os nossos animais.
Não posso falar pelos outros mas a mim foi-me garantido que haveria iluminação e aquecimento para os meus animais, assim como determinadas condições de exposição, nomeadamente segurança. Sai do Porto sabendo que não seriam as condições de cativeiro ideais (leia-se as mesmas que lhes presto em casa) mas que seriam aceitáveis.
Infelizmente não foram.
Perante a constatação da falta de condições e na falha sucessiva nas poucas existentes, foi-me dito que "se fez o que se podia e não se podia fazer mais nada", dando o caso por encerrado.
Tendo acompanhado um pouco a organização do evento, sabendo o esforço que foi necessário, vendo a capacidade surpreendente de transformar em terrários um monte de material que (provavelmente) estaria ao abandono para montar uma exposição ao mais baixo custo possível e dinamizar um grupo de pessoas para que se envolvessem profundamente nisso, aceitei a resposta e fiquei.
Noutra situação qualquer teria dado meia volta com os meus animais mal me disseram na sexta-feira que eu não tinha um convite ou passe e que teria de pagar bilhete para poder entrar.
Já tive oportunidade de partilhar algumas destas coisas com o Pedro que espero sinceramente que as recorde se voltar a aceitar este desafio.
É preciso insistir no que correu bem, corrigir os erros e melhorar o resto senão toda a experiência é em vão.
- Quanto ao resto...
A todos os que se queixaram de não ver mais e mais e mais, recomendo que comecem a preocupar-se em ver "melhor" que é como quem diz, qualidade em vez de quantidade =)
Há muita gente com muita bicharada bestial que não foi e teria sido muito interessante poder mostrar mais variedade em deterimento de quantidade.
Um dos aspectos ainda não referidos e que deveria ser um dos pontos principais para a próxima vez, é o rigor da recriação dos habitats naturais em cativeiro e na correcta manutenção das espécies.
Alguns terrários estavam espectaculares e foi com muita pena que os vi às escuras ou à tonalidade da luz horrorosa da FIL.
Esta e outras áreas dizem respeito à APT, ilustre ausente da feira, e que espero que para a próxima seja a percursora de muitas e boas iniciativas.
Fica também a recomendação para que ou tragam para a direcção pessoas não afiliadas a outras entidades ou empresas que compitam pela disponibilidade (apt vs alimento-vivo ou apt vs amphibio.org) ou contratem o Major Valentim Loureiro para a encabeçar (a única pessoa do país a acumular demasiadas funções sem deterimento visível de uma em função de outra)
E já que estamos em sugestões, aqui fica outra: lançem o desafio à exo-terra, aquapor, aquários beta, vidraria fonseca ou qualquer fabricante de produtos em plástico injectado para patrocinar o evento fornecendo os terrários para a exposição!
Não que estes não fossem excelentes

mas seria também interessante promover entre os expositores o interesse por um terrário naturalista bem decorado e quem sabe um concurso para o terrário melhor.
Recordo-me que há uns tempos largos atrás, uma loja fez um que foi um sucesso (excepto a parte da atribuição do 1º lugar a um desinteressante terrário feito por um cliente que comprou integralmente tudo na loja =P )
E como já me alarguei muito, com isto me despeço!
Beijos e abraços,
Ricardo