não me tomem por presunçosa, não pretendo ofender ninguém exibindo os meus conhecimentos, gostava apenas de mostrar que estou informada sobre o assunto e que muita gente possui ideias erradas.
o caso é, neste tema da consanguinidade não posso concordar. estou a estudar genética e desde o meu segundo ano que tenho conhecimento deste facto: apenas a PRIMEIRA geração de consanguinidade cria realmente problemas. os descendentes defeituosos ou não chegam a nascer, ou morrem cedo, ou possuem características que os impedem de ser escolhidos para futuros reprodutores (pequeno tamanho, defeitos físicos e/ou psicológicos, crescimento lento, etc). significa isso que as más combinações genéticas que receberam irão com eles para a cova, e que só os que herdaram boas combinações terão descendência. isso leva a que, a cada geração de consanguinidade, mais e mais genes "maus" serão eliminados, e mais "bons" se encontrarão nos descendentes.
é um facto comprovado, a consanguinidade terá tanto piores consequências quanto mais tempo tiver passado desde a última vez que a população a praticou.
ou seja, de todos os cruzamentos consanguíneos que tenho realizado com os meus peixes, resultou uma população (com uns 5 meses, hoje) de guppies de tamanho, padrão de crescimento, cores e formas bastante uniformes (e já agora, com uma proporção machos/fêmeas perfeita), que eu tenho a CERTEZA de terem uma constituição genética extremamente homozigótica. é verdade, são pequenos relativamente aos "híbridos" que se vendem nas lojas, mas em compensação, permitem-me garantir a quem os comprar que NÃO possuem quaisquer defeitos hereditários e que poderão transmitir muitas das suas boas características na maioria dos cruzamentos que com eles se efectuem.
a tal "crise" da primeira geração ocorreu, de facto, mas numa escala reduzida dado o enorme número de peixes que obtivemos. saíram de facto muitos peixes defeituosos, de tal maneira que decidimos deixar a selecção natural encarregar-se deles: libertámo-los no aquário grande com os adultos. de mais de 60 alevins acabaram por sair apenas uns 10 machos e 15 fêmeas. nova geração, nova consanguinidade, desta vez perseguida pelo azar. apenas 20 peixinhos ao todo, pois era a primeira ninhada da fêmea, e todas as fêmeas morreram num surto de veludo, pelo que não houve hipótese de "encomendar" nova ninhada. contudo saíram 10 machos e 10 fêmeas absolutamente perfeitos. têm hoje 5 meses e uma saúde estupenda.
agora, digam-me, onde se encaixam nesta história os malefícios da consanguinidade que toda a gente pensa que conhece?
portanto, podem parar de me "bater" por recorrer à consanguinidade

, estou perfeitamente ciente dos riscos que traz (ou trouxe, porque já passei dessa fase há muito) e das vantagens que proporciona.
agora, se puderem responder á minha pergunta, o que fazer se pretender apurar os meus peixes até obter uma nova raça, agradecia!
