Boa tarde,
Tive de abrir um novo tópico porque não consegui responder ao tópico colocado pela moderadora deste fórum relativo a este mesmo assunto.
De qualquer forma estou apenas a colocar esta mensagem para informar todos os foristas que o Boxer Club de Portugal já traduziu o original da nova (2006) versão do estalão do Boxer, e que o estalão colocado anteriormente neste fórum apresenta algumas incorrecções.
A seguir vem a transcrição original retirada do site do BCP:
«ESTALÃO Nº144-FCI / 08.02.06
BOXER
ORIGEM: Alemanha
DATA DE PUBLICAÇÃO DO ESTALÃO ORIGINAL: 13/03/2001
FUNÇÃO ZOOTÉCNICA: Cão de Companhia, Protecção e Utilidade.
CLASSIFICAÇÃO F.C.I.: Grupo II – Cães de tipo Pincher e Schnauzer, molossóides e boieiros suíços – com provas de trabalho.
APARÊNCIA GERAL: O Boxer é um cão médio, de pelo curto, forte, com estrutura curta, quadrada, de ossatura forte. A musculatura é fina, vigorosamente desenvolvida. Com movimentos vivos, poderosos e nobres. O Boxer não deverá ser desajeitado nem pesado, nem ligeiro ou com falta de substância.
PROPORÇÕES IMPORTANTES:
COMPRIMENTO DO CORPO/ALTURA À CRUZ: Estrutura quadrada, isto é, as linhas delimitantes (uma horizontal ao dorso e duas verticais que tocam a ponta do ombro e a ponta do ísquio respectivamente) devem formar um quadrado.
PROFUNDIDADE DO PEITO/ALTURA À CRUZ: O peito deve chegar aos codilhos; a profundidade do peito corresponde a metade da altura à cruz.
COMPRIMENTO DO FOCINHO/COMPRIMENTO DA CABEÇA: O comprimento da cana do nariz em relação ao comprimento do crânio deve ser de 1 para 2 (medido da ponta do nariz até ao ângulo interior do olho e desde o ângulo interior do olho ao occipital, respectivamente).
COMPORTAMENTO E CARÁCTER
O Boxer deve possuir nervos sólidos, ser confiante, tranquilo e equilibrado. O seu carácter é da máxima importância e requer uma consideração especial. O seu apego e lealdade ao dono e a todo o agregado familiar, bem como a sua vigilância e valentia inigualáveis como defensor são reconhecidos. É inofensivo para a família mas desconfiado perante estranhos; alegre e amigável enquanto brinca mas temível nos momentos de perigo. É fácil de educar, graças à sua disposição natural para obedecer, instinto de presa e coragem, inteligência natural e capacidade olfactiva. Pouco exigente e asseado, é tão agradável e apreciado no círculo familiar como o é como cão de protecção e utilidade. O seu carácter é fidedigno, sem falsidades nem malícia, mesmo numa idade avançada.
CABEÇA
É a cabeça que confere ao Boxer o seu aspecto característico. Deve estar em perfeita proporção com o corpo, não devendo parecer nem demasiado ligeira nem demasiado pesada. O focinho deve ser cheio e poderoso. Seja qual for o ângulo pelo qual é vista, de frente, por cima ou pelos lados, a cabeça nunca deve parecer demasiado pequena, ou seja o focinho deve estar na proporção correcta com o crânio. Não deve apresentar rugas excepto as pregas naturais que se formam na região craniana em estado de alerta. A partir da base do nariz formam-se pregas, de ambos os lados, sempre em sentido descendente. A máscara escura deve limitar-se ao focinho, diferenciando-se notoriamente da cor da cabeça, para que a face não pareça sombria.
REGIÃO CRANIANA
CRÂNIO: O crânio deve ser, na medida do possível, estreito e angulado. Deve ser ligeiramente arqueado; não deve ser redondo, nem curto, nem plano, nem demasiado largo. O occipital não deve ser demasiado pronunciado. A marcação do sulco naso-frontal deve ser suave, não devendo ser profunda especialmente entre os olhos.
STOP: A frente do crânio forma uma quebra distinta com o focinho. A cana do nariz não se deve fundir com a frente do crânio, como no caso do Bulldog, nem se deve apresentar em sentido descendente.
REGIÃO FACIAL
NARIZ: O nariz é largo e negro, ligeiramente arrebitado, com narinas amplas. A ponta do nariz é mais alta que a sua base.
FOCINHO: Deve ser poderoso e bem desenvolvido nas suas três dimensões, nem pontiagudo ou estreito, nem curto ou plano. A sua configuração é influenciada por:
forma do maxilar;
implantação dos caninos;
formato dos lábios;
Os caninos devem estar tão distantes entre si quanto possível e possuir um bom tamanho fazendo com que a parte dianteira do focinho se apresente larga, quase quadrada e formando um ângulo obtuso com a cana nasal. A parte do maxilar inferior, denominada mento, com o lábio curvado para cima, não deve, vista de frente, projectar-se marcadamente sobre o lábio superior nem ficar escondida devendo, pelo contrário, estar bem definida tanto de lado quanto de frente.
Os caninos e incisivos do maxilar inferior não devem ser visíveis com a boca fechada, nem tão pouco se deve ver a língua. O sulco naso-labial deve estar bem definido.
LÁBIOS: Os lábios completam a configuração do focinho. O lábio superior é generoso e carnudo, preenche o espaço que resulta do prognatismo próprio da raça e é suportado pelos caninos inferiores.
BOCA: A mandíbula sobressai ao maxilar superior e é ligeiramente curvada para cima. O Boxer é prognata. O maxilar superior é amplo à altura da região craniana estreitando apenas ligeiramente para a frente. A dentição é forte e sã.
Os incisivos devem estar implantados numa linha recta e ser tão regulares quanto possível. Os caninos devem encontrar-se bem separados entre si e ser de bom tamanho.
MASSETERES: Desenvolvidos proporcionalmente à potência do maxilar, sem serem, no entanto, demasiado pronunciados. Fundem-se com o focinho numa curva ligeira.
OLHOS: Escuros, não devendo ser nem demasiado pequenos, nem protuberantes nem encovados. A sua expressão irradia inteligência e energia não devendo ser ameaçadora. As pálpebras devem ser escuras.
ORELHAS: Inteiras e de tamanho adequado, implantadas bem distantes entre si no ponto mais alto do crânio. Em repouso caiem junto à face devendo voltar-se para a frente formando uma prega bem definida especialmente quando o cão está atento.
PESCOÇO
A linha superior descreve um arco elegante desde a nuca, claramente marcada, até à cruz. Deve ser longo, redondo, forte e musculado.
CORPO
Quadrado, apoiado em membros direitos e sólidos.
GARROTE: Bem marcado.
DORSO: O dorso, incluindo a zona renal, deve ser curto, sólido, recto, largo e musculado.
GARUPA: Algo inclinada, larga e só ligeiramente arqueada. A pélvis deve ser comprida e larga, especialmente nas fêmeas
TÓRAX: Profundo, chegando aos codilhos. A profundidade do peito corresponde a metade da altura à cruz. Costelas bem arqueadas mas não em forma de tonel, estendendo-se bem para trás.
LINHA INFERIOR: Descreve uma curva elegante. Flancos curtos, fortes e ligeiramente elevados.
CAUDA
A cauda é deixada natural. A inserção deve ser preferencialmente alta.
MEMBROS
QUARTOS DIANTEIROS: Vistos de frente devem ser de ossatura forte e paralelos um ao outro.
OMBROS: Longos e oblíquos, ligados firmemente ao corpo. Não devem ser demasiado musculados.
BRAÇO: Comprido, formando um ângulo recto com a escápula.
COTOVELOS: Nem demasiado juntos, nem demasiado afastados do tórax.
ANTEBRAÇO: Vertical, longo e bem musculado.
ARTICULAÇÃO DO CARPO: Forte e bem marcada, mas não exageradamente.
METACARPO: Curto, quase perpendicular ao chão.
MÃOS: Pequenas, redondas, fechadas (mãos de gato), com almofadas plantares grossas.
QUARTOS TRASEIROS: Musculatura muito desenvolvida, sobressaindo sob a pele. Os membros posteriores devem ser rectos vistos por detrás.
COXAS: Longas e largas. Os ângulos coxo-femural e tíbio-femural devem ser o menos obtusos possível.
JOELHOS: A sua colocação deve ser tão adiante quanto possível de forma a tocar uma linha vertical traçada entre a anca e o chão.
PERNAS: Muito musculadas.
CURVILHÕES: Fortes, muito marcados sem se erguerem em ponta. O seu ângulo deve ser de aproximadamente 140 graus.
METATARSOS: Curtos com uma ligeira inclinação de 95 a 100 graus em relação ao solo.
PÉS: Um pouco maiores do que as mãos. Fechados e com almofadas plantares grossas.
MOVIMENTO
Vivo, poderoso e nobre.
PELE
Compacta, elástica e sem rugas.
PELAGEM
PELO: Curto, duro, reluzente e rente ao corpo.
CORES: Fulvo ou Tigrado. O fulvo pode ser de diferentes tons, desde o claro ao vermelho escuro veado, sendo as tonalidades intermédias mais bonitas (cobre). Máscara negra. A variedade tigrada apresenta estrias verticais, escuras ou negras sobre a base fulva nas colorações atrás mencionadas. A cor base e as estrias devem diferenciar-se claramente entre si. As marcas brancas não se devem desprezar, podendo considerar-se muito atractivas.
TAMANHO E PESO
ALTURA À CRUZ: Machos: 57 – 63 cm
Fêmeas: 53 – 59 cm
PESO: Machos: mais de 30 kg para uma altura à cruz de cerca de 60 cm
Fêmeas: aproximadamente 25 kg para uma altura à cruz de cerca de 56 cm
DEFEITOS
Qualquer desvio dos critérios anteriormente descritos deve ser considerado um defeito sendo a sua gravidade proporcional ao grau de desvio verificado.
COMPORTAMENTO E CARÁCTER: Agressivo, malicioso, manhoso, pouco fiável, com pouco temperamento, excessivamente tímido.
CABEÇA: Falta de nobreza e expressão pouco típica, semblante tristonho, configuração tipo Pinscher ou Bulldog. Babar-se excessivamente. Exposição dos dentes ou língua com a boca fechada. Focinho muito pontiagudo ou esguio. Cana nasal descaída. Nariz castanho ou cor de carne, trufa clara. Olhos de águia, terceira pálpebra despigmentada.
Orelhas inteiras mal placadas, erectas, semi-erectas ou em rosa.
Maxilar torcido, dentes oblíquos, alinhamento incorrecto dos dentes, dentes pouco desenvolvidos ou débeis.
PESCOÇO: Curto, grosso, papada solta.
CORPO: Frente demasiado larga e baixa. Dorso encarpado ou enselado. Zona renal arqueada ou comprida, estreita ou mal ligada à garupa. Garupa descaída. Pélvis estreita. Flancos fracos. Ventre descaído.
CAUDA: Inserção baixa, cauda partida ou torcida.
ANTERIORES: Frente muito larga, ombros soltos, cotovelos abertos, articulação do carpo débil, mãos de lebre, planas ou abertas.
POSTERIORES: Musculatura fraca. Porteriores pouco ou excessivamente angulados. Pernas delgadas em forma de sabre ou de vaca. Posteriores fechados ou arqueados, jarretes de vaca, curvilhões estreitos. Pés de lebre, planos ou abertos.
MOVIMENTO: Oscilante ou arrastado. Pouca amplitude, movimento tipo andadura “pacing” ou cobrindo pouco terreno, passos rígidos.
COR: Máscara ultrapassando o focinho. Estrias demasiado juntas ou demasiado esparsas. Cor de base negra. Cores mescladas. Marcas brancas pouco atractivas, como por exemplo a cabeça completamente branca ou toda branca de um dos lados. Outras cores, para além das referenciadas, ou marcas brancas que excedam um terço da área corporal.
OBERVAÇÕES: Os machos devem apresentar dois testículos, de aspecto normal, bem descidos no escroto. »
Cumprimentos a todos os foristas,
Marta Reis Gonçalves
ESTALÃO ACTUAL DO BOXER
Moderador: JoanaGoncalves
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- Mensagens: 4
- Registado: sexta mar 07, 2008 1:38 pm
Subitamente não... desde Fevereiro de 2006...
As caudas inteiras obrigatórias já estão contempladas em estalões de outra raças. Assim de repente lembro-me por exemplo dos Pinschers, dos Schnauzers ou Rottweillers (estou mais familiarizada com raças do grupo 2).
Falta ao CPC a vontade de fazer o que já fizeram outros países (por exemplo França e Itália): Estabelecer uma data a partir da qual os estalões devem ser rigorosamente cumpridos e a partir da qual já não será permitida a entrada em ringue de cães amputados (cães nascidos a partir dessa data).
As caudas inteiras obrigatórias já estão contempladas em estalões de outra raças. Assim de repente lembro-me por exemplo dos Pinschers, dos Schnauzers ou Rottweillers (estou mais familiarizada com raças do grupo 2).
Falta ao CPC a vontade de fazer o que já fizeram outros países (por exemplo França e Itália): Estabelecer uma data a partir da qual os estalões devem ser rigorosamente cumpridos e a partir da qual já não será permitida a entrada em ringue de cães amputados (cães nascidos a partir dessa data).
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- Mensagens: 4
- Registado: sexta mar 07, 2008 1:38 pm
Bem... todos não, apenas os que nasceram após a publicação do novo estalão ou seja, depois de Fevereiro de 2006.Então todos os boxers de cauda amputada (e orelhas também) passam subitamente a estar fora do estalão?
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- Membro Veterano
- Mensagens: 1258
- Registado: quinta ago 26, 2004 7:48 am
- Localização: boxer (eddie), 11 ovelhas, 5 galinhas, 19 patos, 22 pombos, 3 porcos
ribeiraregia
teria sido interessante colocar a negrito, as principais diferenças do novo para o velho estalão!
como se fala em dentro e fora do estalão, eu ponho a seguinte questão:
segundo o estalão:
teria sido interessante colocar a negrito, as principais diferenças do novo para o velho estalão!
como se fala em dentro e fora do estalão, eu ponho a seguinte questão:
segundo o estalão:
não deveriam também de ser interditos em ringue todos os cães que estivessem fora destas medidas?? sobretudo na altura??TAMANHO E PESO
ALTURA À CRUZ: Machos: 57 – 63 cm
Fêmeas: 53 – 59 cm
PESO: Machos: mais de 30 kg para uma altura à cruz de cerca de 60 cm
Fêmeas: aproximadamente 25 kg para uma altura à cruz de cerca de 56 cm
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- Mensagens: 4
- Registado: sexta mar 07, 2008 1:38 pm
Boa Tarde,DEFEITOS
Qualquer desvio dos critérios anteriormente descritos deve ser considerado um defeito sendo a sua gravidade proporcional ao grau de desvio verificado.
É uma boa questão... o estalão não é muito exacto quanto à quantificação dos desvios...
O estalão de algumas raças especifica os defeitos, ou seja quais os que podem ser considerados pouco graves, graves e muito graves, estes últimos podendo originar a desqualificação do cão.
A mim parece-me mais grave, em relação ao boxer, «faltar uma parte do cão», nomeadamente as orelhas ou a cauda, do que passar 1 cm do máximo permitido na altura... mas é apenas a minha opinião... acho que a resposta à sua pergunta só através de um Juíz da raça. E mesmo assim creio que se questionar 10 juízes diferentes, vai ter 10 respostas diferentes...
Creio que no caso de, por exemplo o cão ter um desvio muito pequeno em relação á altura máxima, não será um defeito de desqualificação, mas poderá ser por exemplo utilizado como factor de desempate entre 2 exemplares similares... ou talvez passar para uma avaliação inferior (por exemplo de EXC para M.BOM ou mesmo BOM...); Se tiver 80 cm à cruz parece-me muito mais grave!!!
Mas enfim, é a minha opinião, só um Juíz especialista poderá saber com mais exactidão quais os critérios da FCI para estas situações (ou talvez não...!)
Marta
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- Membro Veterano
- Mensagens: 1258
- Registado: quinta ago 26, 2004 7:48 am
- Localização: boxer (eddie), 11 ovelhas, 5 galinhas, 19 patos, 22 pombos, 3 porcos
bom dia!
são das tais falhas do sistema português em geral!
ao publicar um novo estalão deviam ser devidamente fundamentadas todas as alterações e esclarecidas estas dúvidas! não tenho possibilidade de andar nas exposições, mas já fui a algumas, inclusive com o meu menino, e lembro-me de ver cães bem mais altos que o meu, no mesmo ringue e sujeitos à mesma apreciação, ora se o meu tem 61 cm, como poderiam estar a ser avaliados cães bem mais altos(3 ou 4 cm)??
para mim como diria o Monsieur de La Palisse, se não está dentro do estalão, está fora, e se está fora do estalão também deveria obrigatoriamente estar fora dos ringues!!
mas esta é a minha opinião que nem sou criador...
são das tais falhas do sistema português em geral!
ao publicar um novo estalão deviam ser devidamente fundamentadas todas as alterações e esclarecidas estas dúvidas! não tenho possibilidade de andar nas exposições, mas já fui a algumas, inclusive com o meu menino, e lembro-me de ver cães bem mais altos que o meu, no mesmo ringue e sujeitos à mesma apreciação, ora se o meu tem 61 cm, como poderiam estar a ser avaliados cães bem mais altos(3 ou 4 cm)??
para mim como diria o Monsieur de La Palisse, se não está dentro do estalão, está fora, e se está fora do estalão também deveria obrigatoriamente estar fora dos ringues!!
mas esta é a minha opinião que nem sou criador...
Eu concordo, em parte, consigo - pedrobaleia. Mas, por esse prisma a grande maioria dos cães estaria fora dos ringues, porque se, de facto, formos extremamente rigorosos, encontraremos falhas em todos eles, ou não será o objectivo primordial a criação do cão perfeito - o mais próximo possível do estalão?pedrobaleia Escreveu:
se não está dentro do estalão, está fora, e se está fora do estalão também deveria obrigatoriamente estar fora dos ringues!!
Concordo com a Marta (ribeirarégia) quando afirma que, para ela, é mais grave "faltar uma parte ao cão" como, por exemplo a cauda.
E, não nos podemos esquecer que cada juiz, como homem que é, julga de acordo com a sua subjectividade e gosto individual, colocando muitas vezes, de lado, a objectividade do julgamento para que, de facto, seja apurado o melhor cão. Por isso mesmo, afirma a sabedoria popular que "cada cabeça, sua sentença", infelizmente, assim é e será!
Sofia Almeida