1. Muitas pessoas argumentam com exemplos particulares dando os exemplos dos seus cães que vivem em apartamentos e que gostam muito e etc e tal. A argumentação assente em exemplos particulares tem que ser algo cuidadosa porque nem sempre os exemplos são exemplares. O que se passa é que os cães adaptam-se a um determinado estilo de vida e depois, muitas vezes por segurança, gostam de viver da forma que conhecem. Eu também posso dar muitos exemplos de cães que preferem dormir ao relento e até à chuva do que dentro de uma casa. Se habituarmos um Malamute a viver num apartamento com aquecimento central ele não vai gostar de dormir sobre a neve, mas o contrário também é valido.
A prisão é muito boa, para quem nunca conheceu a liberdade. As grandes revoltas de escravos davam-se sempre nos que eram capturados, nas outras gerações os seus donos já não tinha qualquer problema, pois estes já nasciam em cativeiro.
2. Um tipo de conversa recorrente neste fórum (infelizmente não só aqui) essa coisa de tenho vergonha de ser português, somos do 3º mundo; na Europa é que é e patati patatá.
Esta atitude de falta de auto estima e de bajulação e tentativa de imitação de outro a quem achamos, imbecilmente, superior é algo de realmente preocupante no nosso povo.
Esta é a única atitude que manifesta algum atraso do nosso povo.
São opiniões, Titvslivivs... Para o FBC a finalidade de "companhia" relativamente aos cães devia acabar. Opiniões.
Olhe que está enganada eu sou muito tolerante e pretendo acabar com muito poucas coisas nesta vida. Acabar com cães de companhia nem pensar, aliás os cães pela sua natureza e pela forma como se associaram ao Homem (“domesticação”) são animais de companhia – todos os cães são de companhia.
Penso que nesta raça, é difícil dar um ambiente digno numa cidade.Discordo.
O problema desse exemplo não é o facto dos cães viverem em apartamentos ou em canis (dos "criadores citadinos").
É o facto dos cães viverem em ambientes pouco dignos da raça, com poucos estimulos que os permitam desenvolverem-se como cães.
1.Quanto a mim,o Francisco desta vez cai em algumas contradições - pelomenos na minha opinião:
Citação:
Há muitos cães que se adaptam bem aos apartamentos, mas o adaptar não é o natural
Se há qualidade que os cães têm é precisamente a sua extrema adaptabilidade.
Os cães são dos animais com maior capacidade de adaptação em toda a natureza, mas nós enquanto subjugadores desta espécie não devemos abusar dessa capacidade de adaptação e tentar compreender o que é razoável e aquilo que é abusivo. Há cães que vivem toda a sua vida num canil ou acorrentados e adaptam-se, mas não considero que isso seja aceitável assim como não considero que seja aceitável por a viver num apartamento certas raças.
No caso do CGT convido-vos, mais uma vez, a vir dia 25 de Abril à monográfica e a prestarem atenção ao comportamento dos cães de cidade (não forçosamente de apartamento). É um assunto que me preocupa e ao qual tomo muita atenção e é lamentável o estado psicológico desses cães.
No caso do CGT até o facto de viverem numa quinta cercada altera ligeiramente o seu comportamento. É frequente, nas quintas cercadas, os cães novos, por falta de estilos suficientes, brincarem com os cordeiros até à exaustão destes e acabar por matá-los, algo que não acontece na pastorícia de percurso. Estes cães sempre tiveram uma vida totalmente em liberdade e foram seleccionados para terem uma grande independência e para terem uma personalidade que os permite actuar de forma autónoma e totalmente independente do homem.
A necessidade de espaço e ar livre nestes cães não tem só a ver com a necessidade de exercício, é uma necessidade psicológica.2. Sobre a questão dos grandes espaços, proponho uma observação prática: um cão que se mantenha em liberdade num amplo espaço durante todo o tempo, a maior parte das vezes vagueará desinteressadamente e passará muito tempo deitado. Isto porque na natureza tem de assegurar recursos, enquanto ao ser domesticado esses recursos são-lhe assegurados pelo dono...
Não vejo, portanto, que seja imprescindível para o cão dispôr permanentemente de grandes espaços.
É sabido, por exemplo, que em muitos cães deste género, os machos vivem e trabalham juntos em harmonia e liberdade e que quando levados para ambientes limitados e muito humanizados os machos não admitem mais nenhum macho no território.
A vida confinada altera totalmente o comportamento dos mastins de pastoreio.
Quantos Mastins do Tibete os ingleses trouxeram e morreram pouco depois de chegarem a Inglaterra até finalmente conseguirem criar algo a imitar o Grande Mastim do Tibete?
Não digo que com uma boa dose de saídas e disciplina não se consiga uma vida razoável para estes cães numa cidade, mas esta vida deve ser evitada a todo o custo. Sou totalmente contra esta ideia de que qualquer um pode ter a raça que quiser e que todas as raças servem para esta vida moderna citadina ocidental
Experimentem pôr a viver numa cidade, cães de gado de linhagens puras (e não travestis) de Pastores do Cáucaso, Pastor da Anatólia, Mastins do Tibete, Cães de Ursos da Carélia, Laikas Russo, Gronelandeses, Fox hounds Pointevins, Byllis (e todos os hounds excepto os Cityhounds) etc, etc. e depois mandem analisar, por alguém que perceba do assunto, o estado de saúde psicológica dos cães, se eles sobreviverem.
O grande mercado dos cães de raça é o mundo ocidental, por esta razão quase todas as raças “mais difíceis” têm vindo a travestir-se, à custa do temperamento típico da raça, para não ficar de fora deste tão apetecido mercado. No entanto ainda há alguns cães que ainda não atingiram esse nível superior que é viver no 1º mundo humano. Esta uma das razões pela qual há tantos conflitos Homem-Cão e também está a fazer da profissão “psicólogo canino” um “métier” de futuro.
Mas não se apoquentem os arautos do tal 1º mundo canino porque não tarda que esta coisa exótica que são os cães de trabalho e de forte carácter tende a desaparecer e qualquer dia não há elemento desta espécie que consiga sobreviver fora dum apartamento climatizado.
Concordo quase totalmente com isto, mas há algumas raças caninas que necessitam de condições especiais para viver.3. O que realmente é imprescindível é que o cão de trabalho, viva onde viver, tenha a possibilidade diária de se realizar nas suas funções ou em funções que procurem substitui-las, e na convivência de qualidade com o dono por forma a satisfazer o seu espírito gregário.
Não sou pastor, nem tenho as condições ideais para criar estes cães (embora tenhas condições bastante boas), mas os meus cães e todos os que vendi, ou dei, até ao momento guardam ovelhas em quintas. Por outro lado observo e estudo o comportamento dos cães no seu ambiente natural e faço a selecção tendo em conta, acima de tudo, o comportamento do cão perante o gado (e perante possíveis intrusos), além disso penso vir sempre a introduzir, no meu canil, sangue daqueles que dêem provas de serem bons no seu solar.Ó Francisco, agora viraste pastor?? (provávelmente até gostarias, mas não podes... )
Só vendes os teus cães para pastores?? É isso??
Ó Francisco sei que concordamos com muitas coisas, mas não a nível da criação de cães de raça.
Cumprimentos
Francisco Bica