
Encostei e parei o carro dois a três metros dali, fiz parar um carro que ali passava, pois o pequeno animal tinha voltado para a estrada e estava notoriamente desorientado e cansado. Escusado será dizer que o condutor ficou a olhar para mim com cara de parvo, deve ter pensado: "...o que é que este tipo faz aqui às 5 da manhã e no meio da estrada!?"

Dirigi-me para alguns veículos que estavam estacionados ali perto, procurei, procurei e finalmente deparei-me com um pequeno furão com ar doente, cansado.
Pensei: "Bem! Se te deixo aqui não vais sobreviver!". Como defensor de todos e quaisquer animais não podia deixar isso acontecer. Ao fim de algumas tentativas para lhe pegar, pois mesmo como estava ainda tinha algumas forças para apenas se afastar de mim e logo encostar o focinho e a barriga ao chão para descansar, tirei o casaco que tinha e cobri-o com medo que me pudesse morder o que não se veio a constatar pois era bastante meigo. Levei-o para casa numa caixa de cartão que por acaso tinha no carro e à chegada coloquei-o numa sala tranquila e fui à net "desbravar" informações sobre alimentação e tratamento de furões. A intenção era tratá-lo e depois doá-lo.
De manhã levei o furanito ao veterinário e o diagnóstico era desidratação, desnutrição e consequentemente queda de pelo e desgaste físico e afinal o furanito era uma furanita ainda bastante jovem.
Ao fim de três dias em minha casa começou a responder bem à medicamentação e começou a correr e a ficar com uma pelagem melhor mas pouco digna de um furão, começaram as primeiras "dentadinhas de amor"

Em Janeiro de 2007 a Lua, que tinha recuperado rapidamente, começou a perder peso e a ter a vulva muito inchada. Verificamos toda a rotina diária que consistia principalmente a gaiola e WC limpos todos os dias, água e comida em abundância e com os valores energéticos correctos, era limpa com toalhetes Dotot

Decidimos levar a pequena lua ao Hospital Veterenário de São Bento, onde lhe foi diagnosticada, após vários testes e exames e pela doutora Ana Arraiolos (que aconselho vivamente) um cio constante que a estava a desgastar, fomos então aconselhados a esterilizá-la. A Lua foi muitíssimo bem tratada no hospital de São Bento.
Os dias seguintes foram muito doloroso para ela e para nós, donos, pois pouco se mexia e tinha de comer uma solução em papa através de uma seringa.
Hoje e passados mais ou menos um ano a Lua é bastante saudável e só nos tem dado grandes momentos de ternura, brincadeiras e tropelias, tem uma gaiola grande e nós, donos temos uma casa quase 100% à prova de furanita para ela poder andar à vontade pela casa.
Lamento o texto um pouco "maçudo" mas apenas queria deixar aqui o meu testemunho do que é ter um furão. Nunca pensei vir a ter tanta afinidade com este animal.
Algumas fotos da Lua:http://arcadenoe.sapo.pt/petsite.php?id=24787
