Histórias do correio da manhã
Moderador: mcerqueira
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concordo com a situação a nivel rural ser muito diferente do que se passa a nível urbano.
No entanto agora o que me pareceu é que se justifica o que as pessoas que vivem na cidade fazem aos animais com o facto d evirem do campo.
Ora isso parece-me um argumento do género...coitadinho, deculpem-nos porque os pais deles é que os fizeram assim.
A evolução dá-se aonde? Nas cidades logicamente...nunca ouvi falar de um movimneto cultural vindo das quintas da zona saloia ou dos montes alentejanos ( com o devido respeito aos seus habitantes).
As historietas do CM são coisas pavorosas
segundo dos padrões citadinos. Não as podemos aceitar.
Senão, como diz muito bem o Pauloc, Barrancos tem de existir, as touradas devem continuar....
No entanto agora o que me pareceu é que se justifica o que as pessoas que vivem na cidade fazem aos animais com o facto d evirem do campo.
Ora isso parece-me um argumento do género...coitadinho, deculpem-nos porque os pais deles é que os fizeram assim.
A evolução dá-se aonde? Nas cidades logicamente...nunca ouvi falar de um movimneto cultural vindo das quintas da zona saloia ou dos montes alentejanos ( com o devido respeito aos seus habitantes).
As historietas do CM são coisas pavorosas
segundo dos padrões citadinos. Não as podemos aceitar.
Senão, como diz muito bem o Pauloc, Barrancos tem de existir, as touradas devem continuar....
<p><a href="http://www.antidoto-portugal.org">http://www.antidoto-portugal.org</a></p>
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periquito FALCANITO
Bom, mais uma vez, quer-me parecer que não me fiz entender !
Em 1º lugar, compreender não quer dizer aceitar ou aprovar.
Já várias vezes me deparei com esta confusão.
Quando se compreende quer dizer que entendemos os mecanismos de raciocínio e emoção que levaram a determindo posicionamento, não quer dizer que, em semelhante situação, fizéssemos o mesmo !
Pe, eu tive um par de vizinhos que andavam em guerra o tempo todo...
Um belo dia, e porque a sebe de um invadia o espaço do outro, este outro cortou a sebe do 1º.
Pela raiz !
Fúria do lesado !
Pega numa lata de tinta amarela e entorna-a em cima do carro do vizinho !
Foi para tudo ao tribunal...
Eu compreendo o homem da lata de tinta, mas eu não faria isso !
(ou talvez fizesse...depende)
O que eu quero dizer é que temos de tentar perceber diferenças culturais e não fazer "à americana" como se todos tivéssemos os mesmos valores,
bem assimilados e evidentes.
Se não concebermos estas diferenças dificilmente conseguiremos lidar com as pessoas e levar a água ao nosso moínho (que é o que interessa).
É preciso que as pessoas assumam os novos valores como do seu interesse, não como uma imposição dos "iluminados".
Existe sim, verdadeira afeição aos animais !
Existe, sim, verdadeiro desgosto quando são atropelados ou ficam doentes!
Apenas os hábitos são diferentes e a maneira como se olha para o cão diferente...
Se conversados dentro da sua realidade, percebem, compreendem e assumem.
Mas se formos dar lições de moral na posição paternalista é provável que nos descartem como tolos e presumidos !
E o grave, aqui, não é isso.
É que os animais continuam mal tratados e em perigo !
O grave aqui é que embora o nosso "ego" se sinta acariciado a verdade é que ficou tudo na mesma ou pior ainda (porque provávelmente ficarão ofendidos e criarão "paredes" contra esses "doutores que pensam que sabem tudo !").
Em que é que ajudaram os cães ?!
Em 1º lugar, compreender não quer dizer aceitar ou aprovar.
Já várias vezes me deparei com esta confusão.
Quando se compreende quer dizer que entendemos os mecanismos de raciocínio e emoção que levaram a determindo posicionamento, não quer dizer que, em semelhante situação, fizéssemos o mesmo !
Pe, eu tive um par de vizinhos que andavam em guerra o tempo todo...
Um belo dia, e porque a sebe de um invadia o espaço do outro, este outro cortou a sebe do 1º.
Pela raiz !
Fúria do lesado !
Pega numa lata de tinta amarela e entorna-a em cima do carro do vizinho !
Foi para tudo ao tribunal...
Eu compreendo o homem da lata de tinta, mas eu não faria isso !
(ou talvez fizesse...depende)
O que eu quero dizer é que temos de tentar perceber diferenças culturais e não fazer "à americana" como se todos tivéssemos os mesmos valores,
bem assimilados e evidentes.
Se não concebermos estas diferenças dificilmente conseguiremos lidar com as pessoas e levar a água ao nosso moínho (que é o que interessa).
É preciso que as pessoas assumam os novos valores como do seu interesse, não como uma imposição dos "iluminados".
Existe sim, verdadeira afeição aos animais !
Existe, sim, verdadeiro desgosto quando são atropelados ou ficam doentes!
Apenas os hábitos são diferentes e a maneira como se olha para o cão diferente...
Se conversados dentro da sua realidade, percebem, compreendem e assumem.
Mas se formos dar lições de moral na posição paternalista é provável que nos descartem como tolos e presumidos !
E o grave, aqui, não é isso.
É que os animais continuam mal tratados e em perigo !
O grave aqui é que embora o nosso "ego" se sinta acariciado a verdade é que ficou tudo na mesma ou pior ainda (porque provávelmente ficarão ofendidos e criarão "paredes" contra esses "doutores que pensam que sabem tudo !").
Em que é que ajudaram os cães ?!
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Leio os vários tópicos do fórum, mas raramente interveio. Em relação ao que foi dito neste tópico não posso ficar calada. De facto o termo “província” sempre me fez muita confusão, parece que existem as pessoas civilizadas dos grandes cidades e os atrasados da província. Não me parece justo que cataloguem as pessoas dos meios rurais como atrasadas, as quais não respeitam os seus animais. Actualmente vivo numa grande cidade (Porto), mas a maior parte da vida vivi numa pequena aldeia de Famalicão, na qual os meus pais e irmã vivem. Eu não fiquei mais civilizada desde que vim para cá, os meus animais sempre foram respeitados. Fazem-se atrocidades aos animais nas aldeias? Também as fazem nas cidades. Não é normal nas aldeias os papás comprarem o cãozinho da moda para o filho e depois abandoná-lo quando cresce.
“A evolução dá-se aonde? Nas cidades logicamente...nunca ouvi falar de um movimento cultural vindo das quintas da zona saloia ou dos montes alentejanos”, permita-me discordar, o projecto do recente canil de Famalicão começou numa escola rural com cerca de 800 alunos, que recolheram 5000 assinaturas par entregar na câmara. Escola esta que tem um clube que recolhe fundos para recolher animais da rua, tratá-los e arranjar dono.
Peço desculpa pela extensão mas não generalizem, a “civilização” não existe só nas grandes cidades. O respeito ou não pelos animais depende das pessoas e não do local onde vivem.
Elisabete
“A evolução dá-se aonde? Nas cidades logicamente...nunca ouvi falar de um movimento cultural vindo das quintas da zona saloia ou dos montes alentejanos”, permita-me discordar, o projecto do recente canil de Famalicão começou numa escola rural com cerca de 800 alunos, que recolheram 5000 assinaturas par entregar na câmara. Escola esta que tem um clube que recolhe fundos para recolher animais da rua, tratá-los e arranjar dono.
Peço desculpa pela extensão mas não generalizem, a “civilização” não existe só nas grandes cidades. O respeito ou não pelos animais depende das pessoas e não do local onde vivem.
Elisabete
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Tendo em conta a prespectiva de cada um, todos acabam por ter razão!
É certo que compreender não é aceitar, nem nada que se pareça. A verdade é que de facto as pessoas podem mudar, mas como já foi dito, não se pode chegar à beira dessas pessoas e dizer que isto está mal e o crrecto é fazer assim e assim! Elas nunca iriam acatar o que se lhes é dito. Eu tenho família na aldeia, tanto a norte como a sul, e devo dizer que, principalmente a norte, é impensável pegar numa trela e ir passear os cães...para quê "eles conhecem isto tudo e não se perdem! Até já aprenderam a atravessar a rua e os portões estão sempre abertos!". Então lá vou eu buscar as histórias daquele cachorro que tanto adoraram mas que não teve tempo de aprender a atravessar a rua!!! Aí eles compreendem e ficam a pensar que se calhar a melhor maneira não é deixar o cão à solta, mas manter os portões fechados e levar o cão a passear até pode ser boa ideia!!!
Essas mentalidades conseguem mudar-se, mas as pessoas não são todas iguais. Assim como há quem fique a pensar nestas coisas, outros há que nos mandam à m... baixinho e continuam na deles.
Este é um assunto delicado e muito complexo, mas ficar-mos calados não ajuda em nada. Sempre que posso tento usar algum tacto e lá vou dizendo as coisas a quem vejo ter esse tipo de atitudes!
PS - Uma prova que as pessoas mudam e que a mentalidade com que foram educadas pode mudar em muito é o caso do "nosso" Nel!!! Ele já explicou o que se passa na provincia de onde veio e agora vejam como ele trata aqueles meninos cheios de sorte!!!
Sem ofensa Nel é só para reforçar a ideia!
É certo que compreender não é aceitar, nem nada que se pareça. A verdade é que de facto as pessoas podem mudar, mas como já foi dito, não se pode chegar à beira dessas pessoas e dizer que isto está mal e o crrecto é fazer assim e assim! Elas nunca iriam acatar o que se lhes é dito. Eu tenho família na aldeia, tanto a norte como a sul, e devo dizer que, principalmente a norte, é impensável pegar numa trela e ir passear os cães...para quê "eles conhecem isto tudo e não se perdem! Até já aprenderam a atravessar a rua e os portões estão sempre abertos!". Então lá vou eu buscar as histórias daquele cachorro que tanto adoraram mas que não teve tempo de aprender a atravessar a rua!!! Aí eles compreendem e ficam a pensar que se calhar a melhor maneira não é deixar o cão à solta, mas manter os portões fechados e levar o cão a passear até pode ser boa ideia!!!
Essas mentalidades conseguem mudar-se, mas as pessoas não são todas iguais. Assim como há quem fique a pensar nestas coisas, outros há que nos mandam à m... baixinho e continuam na deles.
Este é um assunto delicado e muito complexo, mas ficar-mos calados não ajuda em nada. Sempre que posso tento usar algum tacto e lá vou dizendo as coisas a quem vejo ter esse tipo de atitudes!
PS - Uma prova que as pessoas mudam e que a mentalidade com que foram educadas pode mudar em muito é o caso do "nosso" Nel!!! Ele já explicou o que se passa na provincia de onde veio e agora vejam como ele trata aqueles meninos cheios de sorte!!!

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E então como é que se faz isto?É preciso que as pessoas assumam os novos valores como do seu interesse, não como uma imposição dos "iluminados".
Não esqueçamos que estamos em muitos casos a falar de pessoas que vivem fora do 'mundo rural' há umas boas dezenas de anos ( e em boa verdade de outras que nem nunca tiveram nada a ver com o mundo rural). Como é que se faz com que estas pessoas assumam estes valores se ainda não o fizeram até agora?
Pois a mim parece-me que tem mesmo de ser por "imposição dos iluminados" ! Não se trata de ser eu ou vocês a impor algo, trata-se da Lei e do Estado, é uma questão de respeito por direitos fundamentais!
Os bons hábitos e o bom senso não se impõem por Decreto, mas estas coisas da 'educação' e da 'midança de valores' também não surgem do dia para a noite...demoram anos e anos e muitas vezes os verdadeiros resultados só se vêm após gerações! Mas quando há vidas em jogo não se pode esperar tanto, e aí tem de ser por Decreto mesmo!
E quem não conhece a mentalidade deste povinho! Se já com o "Decreto" nós andamos sempre à procura daquele buraquinho para fugir ao respectivo cumprimento, imaginem sem Decreto......e com muita compreensão

Aqui à uns dias atrás, o Presidente de um orgão nacional ligado às escolas de condução foi 'apanhado' a conduzir o seu mercedes na auto-estrada a cerca de 240 Kilometros hora. Quando foi questionado sobre o assunto, ainda para mais sendo uma pessoa ligada ao enino da condução, respondeu que a legislação era inadequada porque hoje em dia, com a tecnologia automóvel disponivel e melhores estradas, não se compreende que ainda exista um limite de 120 nas auto-estradas. Ora, se calhar muitos até "compreendem" este senhor, e se calhar até vêm alguma razão naquilo que ele diz.......mas digam-me lá: Ele devia ou não ser punido, e severamente punido? (esta é mesmo uma noticia verdadeira...não é nenhuma metáfora...hehehehe!)
Bem....eu também ando às vezes a mais de 120 ( não muito mais porque a minha carroça não dá para muito), mas confesso que quando o faço o meu medo não é das consequências para mim e para os outros dessa mesma velocidade. Se tenho medo e reduzo é porque receio o "Decreto" e as respectivas consequências. É errado? Pois é.....mas tal como eu, funcionam milhões de portugueses.
Abraços
Paulo C.
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Olá
Estou absolutamente de acordo com a anjaazul. Uma coisa é compreender, outra é deculpabilizar. Paulo, provavelmente não conhece o meio provinciano. Estas questões não podem ser encaradas de forma teórica e idealizada. Assim corremos o risco de encarar as situações de forma maniqueísta e isso é muito arriscado. Aliás estes fenómenos são muito complexos e eu não me atrevo a fazer análises sociológicas porque não tenho competência para tal.
Encaro-as de uma forma humilde e cautelosa e não assumindo uma posição supostamente mais culta e mais civilizada. Isso é meio caminho andado para a arrogância. Aliás, nos breves atritos que de vez em quando tenho ao debater estes assuntos com velhos amigos e conhecidos dessas paragens, sou tomado por isso mesmo: por arrogante, exercendo exactamente um efeito contrário àquele que se pretende quando discutimos.
É muito difícil de explicar e de fundamentar estas diferenças de cultura. Prefiro chamar-lhe cultura em vez de mentalidade. Mentalidade pode ter uma conotação depreciativa. Se clasificarmos essa cultura como retrógrada ou atrasada, estamos a ser simplistas, lineares e arrogantes. Se entendermos que somos superiores, então tentemos ir mais ao fundo do problema.
Isto, como sempre, dá pano para mangas. Dá porque mexe muito com as nossas convicções, com a nossa ideologia e com a nossa tolerância.
O sentimento que o citadino nutre pelo seu animal ou pelo animal de companhia em geral é de facto diferente do do habitante rural. Mas isto acontece apenas em relação aos animais de estimação. De facto, a estima que o citadino tem pelo gato ou pelo cão é completamente desequilibrada e exaltada se pensarmos que ele come com toda a naturalidade outros animais, ainda por cima sabendo da forma como eles são mal tratados até ao seu abate. Já repararam que nunca ninguém se insurge em relação à forma bárbara que envolve a pesca, seja a desportiva como a industrial? Será que os peixes não sofrem?
Eu não estou a referir estes aspectos para desculpabilizar o eventual desprezo que o provinciano tem pelo cão, para passar por cima das práticas tradicionais da matança do porco ou da polémica questão das touradas, da caça, etc., mas para alertar que estas questões não são apenas só branco e só preto. Há uma gama tonal de vários cinzentos que interessa analisar.
Estou absolutamente de acordo com a anjaazul. Uma coisa é compreender, outra é deculpabilizar. Paulo, provavelmente não conhece o meio provinciano. Estas questões não podem ser encaradas de forma teórica e idealizada. Assim corremos o risco de encarar as situações de forma maniqueísta e isso é muito arriscado. Aliás estes fenómenos são muito complexos e eu não me atrevo a fazer análises sociológicas porque não tenho competência para tal.
Encaro-as de uma forma humilde e cautelosa e não assumindo uma posição supostamente mais culta e mais civilizada. Isso é meio caminho andado para a arrogância. Aliás, nos breves atritos que de vez em quando tenho ao debater estes assuntos com velhos amigos e conhecidos dessas paragens, sou tomado por isso mesmo: por arrogante, exercendo exactamente um efeito contrário àquele que se pretende quando discutimos.
É muito difícil de explicar e de fundamentar estas diferenças de cultura. Prefiro chamar-lhe cultura em vez de mentalidade. Mentalidade pode ter uma conotação depreciativa. Se clasificarmos essa cultura como retrógrada ou atrasada, estamos a ser simplistas, lineares e arrogantes. Se entendermos que somos superiores, então tentemos ir mais ao fundo do problema.
Isto, como sempre, dá pano para mangas. Dá porque mexe muito com as nossas convicções, com a nossa ideologia e com a nossa tolerância.
O sentimento que o citadino nutre pelo seu animal ou pelo animal de companhia em geral é de facto diferente do do habitante rural. Mas isto acontece apenas em relação aos animais de estimação. De facto, a estima que o citadino tem pelo gato ou pelo cão é completamente desequilibrada e exaltada se pensarmos que ele come com toda a naturalidade outros animais, ainda por cima sabendo da forma como eles são mal tratados até ao seu abate. Já repararam que nunca ninguém se insurge em relação à forma bárbara que envolve a pesca, seja a desportiva como a industrial? Será que os peixes não sofrem?
Eu não estou a referir estes aspectos para desculpabilizar o eventual desprezo que o provinciano tem pelo cão, para passar por cima das práticas tradicionais da matança do porco ou da polémica questão das touradas, da caça, etc., mas para alertar que estas questões não são apenas só branco e só preto. Há uma gama tonal de vários cinzentos que interessa analisar.
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- Registado: sexta mai 10, 2002 3:46 pm
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periquito FALCANITO
Bom, comigo tem resultado e acho animador.
Lá na minha zona já só há um que leva o cão sem trela.Mas é verdade que é de manhã, quando vai à padaria, o cão é velhote e não atravessam estradas.Vai sempre pelo passeio, muito devagarinho, aí a uns 3, 4 m do dono.
Têm funcionado não porque se invoque a lei (aonde estão os polícias para a fazer cumprir ?) mas porque as pessoas se deram conta do perigo que o trânsito é para os seus animais.
E, porque gostam deles, mudaram o comportamento.
Muito simples, não é ?
Agora, de certeza que não vou para a beira com o mesmo discurso !
Não vale a pena ! (não há trânsito que justifique...não faz sentido)
A minha cadela, por lá, vai andar de trela, mas porque se pode perder (é tão tonta...).Vai ser um ai-jesus porque a propriedade não é murada (vou ter de mandar pôr uma rede à volta, senão lá se vai a cadela...)
Têm razão quando dizem que muita gente já por aqui anda há dezenas de anos (deviam saber melhor) mas a verdade é que esta revolução no trânsito só se faz sentir há relativamente pouco tempo.
E, é claro, há muita gente que, por puro comodismo, não quer saber !
Quanto à questão urbana - não há medalha que não tenha o seu reverso - dentro das grandes cidades há sub-culturas !
Estas muito mais perigosas, mas igualmente compreeensíveis.
Noutro tópico o Paulo falou de um moço que estava ressentido com o seu rott porque este era afável em vez de "perigoso".
Esta é uma sub-cultura claramente urbana.
A auto-estima de um habitante de certas zonas depende do seu cão ser temível como noutras depende do carro ser potente !
Depende da sua indiferença à lei, da sua marca de pertença a uma certa marginalidade e do seu desprezo pelo mundo "certinho" dos burgueses bem colocados na vida !
Com a minha idade (tenho 45 anos) também pertenci, em tempos, a grupos semelhantes (hippies, lembram-se ?) e reconheço os sintomas (pe, os góticos, os dread, etc, também não me são totalmente estranhos).
São sub-culturas, também têm a sua linguagem própria, a sua própria escala de valores e duvido que lições de moral funcionem com eles (a ameaça da polícia..."just for laughs"...).
Se puderem, já agora, leiam um conto do Rubem Fonseca (de um livro do mesmo nome) a meu ver absolutamente notável (para se perceber o mundo real que se está a formar) chamado "Feliz Ano Novo".
Talvez percebam porque é que não são os marginais (assumindo estas sub-culturas como tal) que vivem em ghettos mas são os burgueses que estão cada vez mais refugiados em "bunkers"!
Maravilhoso mundo novo !
Lá na minha zona já só há um que leva o cão sem trela.Mas é verdade que é de manhã, quando vai à padaria, o cão é velhote e não atravessam estradas.Vai sempre pelo passeio, muito devagarinho, aí a uns 3, 4 m do dono.
Têm funcionado não porque se invoque a lei (aonde estão os polícias para a fazer cumprir ?) mas porque as pessoas se deram conta do perigo que o trânsito é para os seus animais.
E, porque gostam deles, mudaram o comportamento.
Muito simples, não é ?
Agora, de certeza que não vou para a beira com o mesmo discurso !
Não vale a pena ! (não há trânsito que justifique...não faz sentido)
A minha cadela, por lá, vai andar de trela, mas porque se pode perder (é tão tonta...).Vai ser um ai-jesus porque a propriedade não é murada (vou ter de mandar pôr uma rede à volta, senão lá se vai a cadela...)
Têm razão quando dizem que muita gente já por aqui anda há dezenas de anos (deviam saber melhor) mas a verdade é que esta revolução no trânsito só se faz sentir há relativamente pouco tempo.
E, é claro, há muita gente que, por puro comodismo, não quer saber !
Quanto à questão urbana - não há medalha que não tenha o seu reverso - dentro das grandes cidades há sub-culturas !
Estas muito mais perigosas, mas igualmente compreeensíveis.
Noutro tópico o Paulo falou de um moço que estava ressentido com o seu rott porque este era afável em vez de "perigoso".
Esta é uma sub-cultura claramente urbana.
A auto-estima de um habitante de certas zonas depende do seu cão ser temível como noutras depende do carro ser potente !
Depende da sua indiferença à lei, da sua marca de pertença a uma certa marginalidade e do seu desprezo pelo mundo "certinho" dos burgueses bem colocados na vida !
Com a minha idade (tenho 45 anos) também pertenci, em tempos, a grupos semelhantes (hippies, lembram-se ?) e reconheço os sintomas (pe, os góticos, os dread, etc, também não me são totalmente estranhos).
São sub-culturas, também têm a sua linguagem própria, a sua própria escala de valores e duvido que lições de moral funcionem com eles (a ameaça da polícia..."just for laughs"...).
Se puderem, já agora, leiam um conto do Rubem Fonseca (de um livro do mesmo nome) a meu ver absolutamente notável (para se perceber o mundo real que se está a formar) chamado "Feliz Ano Novo".
Talvez percebam porque é que não são os marginais (assumindo estas sub-culturas como tal) que vivem em ghettos mas são os burgueses que estão cada vez mais refugiados em "bunkers"!
Maravilhoso mundo novo !
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aisd Escreveu:Maravilhoso mundo novo !

Sejam bem vindos à nossa linda Aldeia Global, em que as disparidades são condenáveis, mas a homogeneidade social também...
É impensável ser-se igual a tantos outros, o narcisismo dita as próprias regras pessoais e sociais...
Mas é igualmente impossível ser-se um indivíduo diferente, dísparo e desligado da sociedade, condenando quem o seja...
Desde que acreditemos que fazemos a diferença e não estamos intrínsecos a nenhum grupo, sendo seres individualmente especiais, somos facilmente controláveis...
O erro está aí, dentro do nosso próprio narcisismo é-nos difícil calar para ouvir e aprender com os outros...
(Desculpem-me este post... há dias assim!

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pois é. as diferenças de culturas não se manifestam só em termos de distância geográfico. não podemos tolerar que uns comam carne de cão lá longe porque é a sua cultura e condenarmos uns malandros que tratam mal o bobi aqui ao nosso lado. não vejo onde a compreensão tenha a ver com a aceitação.
venham aqui para as minhas bandas, dizer que esta gente é estúpida e logo vêm a reacção. eu sei o que aconteceu quando fiz queixa da vizinha ao m.p. e também tenho visto a reacção dos vizinhos actuais por ter feito queixa deles a uma aa pneus furados, foram dois numa semana. sem falar das outras vezes. chamadas da polícia por ter o carro em cima dos traços amarelos, foram n. mas entretanto, tenho conseguido, por exemplo que alguns dos tais rurais esterelizem as gatas e ao invés das sopas de leite ou nada, lhes dêem ração.
em relação à legislação é outra conversa. mas também existem leis que proibem o trabalho infantil. e não é que são furadas? isto como diz o outro, as leis leva-os o vento. não se mudem as mentalidades e sensibilidades, urbanas ou rurais e logo se verá onde chegamos. mesmo assim, algo mudou. senão, não estavamos aqui a falar de assuntos tão banais, não é?
venham aqui para as minhas bandas, dizer que esta gente é estúpida e logo vêm a reacção. eu sei o que aconteceu quando fiz queixa da vizinha ao m.p. e também tenho visto a reacção dos vizinhos actuais por ter feito queixa deles a uma aa pneus furados, foram dois numa semana. sem falar das outras vezes. chamadas da polícia por ter o carro em cima dos traços amarelos, foram n. mas entretanto, tenho conseguido, por exemplo que alguns dos tais rurais esterelizem as gatas e ao invés das sopas de leite ou nada, lhes dêem ração.
em relação à legislação é outra conversa. mas também existem leis que proibem o trabalho infantil. e não é que são furadas? isto como diz o outro, as leis leva-os o vento. não se mudem as mentalidades e sensibilidades, urbanas ou rurais e logo se verá onde chegamos. mesmo assim, algo mudou. senão, não estavamos aqui a falar de assuntos tão banais, não é?
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pois é. as diferenças de culturas não se manifestam só em termos de distância geográfico. não podemos tolerar que uns comam carne de cão lá longe porque é a sua cultura e condenarmos uns malandros que tratam mal o bobi aqui ao nosso lado. não vejo onde a compreensão tenha a ver com a aceitação.
venham aqui para as minhas bandas, dizer que esta gente é estúpida e logo vêm a reacção. eu sei o que aconteceu quando fiz queixa da vizinha ao m.p. e também tenho visto a reacção dos vizinhos actuais por ter feito queixa deles a uma aa pneus furados, foram dois numa semana. sem falar das outras vezes. chamadas da polícia por ter o carro em cima dos traços amarelos, foram n. mas entretanto, tenho conseguido, por exemplo que alguns dos tais rurais esterelizem as gatas e ao invés das sopas de leite ou nada, lhes dêem ração.
em relação à legislação é outra conversa. mas também existem leis que proibem o trabalho infantil. e não é que são furadas? isto como diz o outro, as leis leva-os o vento. não se mudem as mentalidades e sensibilidades, urbanas ou rurais e logo se verá onde chegamos. mesmo assim, algo mudou. senão, não estavamos aqui a falar de assuntos tão banais, não é?
venham aqui para as minhas bandas, dizer que esta gente é estúpida e logo vêm a reacção. eu sei o que aconteceu quando fiz queixa da vizinha ao m.p. e também tenho visto a reacção dos vizinhos actuais por ter feito queixa deles a uma aa pneus furados, foram dois numa semana. sem falar das outras vezes. chamadas da polícia por ter o carro em cima dos traços amarelos, foram n. mas entretanto, tenho conseguido, por exemplo que alguns dos tais rurais esterelizem as gatas e ao invés das sopas de leite ou nada, lhes dêem ração.
em relação à legislação é outra conversa. mas também existem leis que proibem o trabalho infantil. e não é que são furadas? isto como diz o outro, as leis leva-os o vento. não se mudem as mentalidades e sensibilidades, urbanas ou rurais e logo se verá onde chegamos. mesmo assim, algo mudou. senão, não estavamos aqui a falar de assuntos tão banais, não é?
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Ai meu Deus....se os senhores de Barrancos vissem ALGUNS destes argumentos concerteza que os tinham aproveitado bem
Espero bem que os defensores do tiro os pombos, das touradas e outras tradições não sejam frequentadores assiduos do forum, senão é só mudar algumas palavras, substituindo-as pelo que eles defendem, e depois é só fazer copy!!

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Oh Paulo, os senhores de Barrancos não precisam de argumentos. O grande problema é esse.PauloC Escreveu: Ai meu Deus....se os senhores de Barrancos vissem ALGUNS destes argumentos concerteza que os tinham aproveitado bem

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- Localização: Tico, Teco e Blacky
Só lhe quero dizer que em Barrancos nem todos gostam de touradas, e que a festa não se faz só com as touradas e por fim que generalizar por vezes não é o mais correcto.PauloC Escreveu: Ai meu Deus....se os senhores de Barrancos vissem ALGUNS destes argumentos concerteza que os tinham aproveitado bemEspero bem que os defensores do tiro os pombos, das touradas e outras tradições não sejam frequentadores assiduos do forum, senão é só mudar algumas palavras, substituindo-as pelo que eles defendem, e depois é só fazer copy!!
Tenho família em Barrancos, e posso-lhe assegurar que na minha família apenas uma minoria (as gerações mais antigas) apoia as touradas. Quanto a mim, sou contra qualquer tipo de touradas, sejam elas de morte ou não.
Mas mais uma vez voltamos ao problema de ser uma questão de cultura, como diz o Nel, porque só quem conhece Barrancos consegue perceber como é que uma actividade, por todos nós (e também por mim) considerada como bárbara se infiltrou tão profundamente na cultura Barranquenha.
Não os desculpo, antes pelo contrário recrimino-os.
Só quero ainda por último frisar que Barrancos é o caso mais conhecido mas não o único.
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Caro Paulo eu sou Barranquenha e 100% contra os touros de morte. Nem todos os Barranquenhos aprovam esta lei que foi aprovada e tento por todos os meios que a minha voz de repudio se faça ouvir. Espero bem que mais Barranquenhos frequentem este forum para apreenderem com o Paulo e outros forista como se devem defender os animais. Obrigado pelo seu contributoPauloC Escreveu: Ai meu Deus....se os senhores de Barrancos vissem ALGUNS destes argumentos concerteza que os tinham aproveitado bemEspero bem que os defensores do tiro os pombos, das touradas e outras tradições não sejam frequentadores assiduos do forum, senão é só mudar algumas palavras, substituindo-as pelo que eles defendem, e depois é só fazer copy!!
Franc