"Criador de Rottweilers"

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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JoanaGoncalves
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segunda mai 19, 2003 9:53 pm

SeaLords Escreveu: E vivam os visitantes das exposições !!!
Mas queria que visses... O senhor a dizer-lhe para não mexer naquele momento porque o pequinês ia ser julgado na hora e ela a pegar e a mexer... :D:D:D:D:D:D:D:D:D O homem teve que lhe dar um berro!!!!! Acho que lhe tinha mandado uma berlaitada se fosse um cão meu... :D:D:D:D
E olhem que eu sou das pessoas que mais gosto de falar e de dar a conheçer a minha raça, mas nestas situações só mesmo ao murro.. Bolas....
<p>Joana Gonçalves</p>
<p>Terras da Fénix Kennel</p>

<p>-Não existem raças perigosas, existem sim donos e pseudocriadores perigosos!-</p>
Pedra
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segunda mai 19, 2003 10:12 pm

SeaLords Escreveu: Boa técnica . Está visto que tem que me dar umas aulitas :lol:
:lol: :lol:
Sempre ao dispor, embora ache que não precisa ;)
Vasco, é capaz de ser viciante sim, mas neste caso o vicio era outro, o homem estava já meio entornado, com as mãos assim mais pro acastanhado e pegar a cor ao pêlo da cadela. E eu... com a minha pachorra: Olhe, agora é melhor não mexer que ela está arranjadinha, e o homem: ah sabe eu tenho muitos cães, e eu: sim, mas daqui a um bocadinho o senhor pode fazer festinhas, agora não, e ele: sabe eu tenho muitos cães.... etc, e aqui a "je" lembrou-se daquela! Vá lá que funcionou, pois no estado em que ele estava, ainda era capaz de dizer: Ah sabe, eu tenho muitos cães e eles também me mordem de vez em quando! ;)
Isabel
PauloC
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segunda mai 19, 2003 11:22 pm

Olá,
Aqui estou em desacordo com os meus amigos habituais ;)
De facto, em minha opinião, as exposições têm a componente de julgamento do trabalho do criador mas também têm uma componente de divulgação desse mesmo trabalho. Os criadores sujeitam-se à avaliação dos Juizes, mas também à divulgação dos resultados perante o público em geral e do potenciais compradores em particular.
O problema aqui é que, embora isto fosse correcto em condições 'normais', existe um público indisciplinado que transforma a visita às exposições numa ida à "feira pupular" ou ao jardim zoológico! ISTO é que está errado, e não o facto em si mesmo do público dever ter acesso ou não às exposições.
Quanto ao papel do CPC não fui eu que inventei que eles deveriam ter um papel fiscalizador! Está lá no regulamento do LOP! Se as entiddes competentes, que estão informadas e que têm regras não cumprem o seu papel ( pelo menos o minimo que é aquilo que está estabelecido em regulamento), como esperar que sejam os compradores a fazê-lo? É certo que, como se costuma dizer, "quem lhe doi os dentes é que vai ao dentista", e neste caso o comprador é o maior interessado em garantir que está a comprar à pessoa certa, mas será por isso que se iliba completamente de responsabilidades e de funções as entidades a quem compete verificar se o "consultório do dentista" reune as condições para se manter em funcionamento?
Pois é....eu aqui ( parece que hoje calhou assim) estou mais do lado do/da Quino....é muito mais importante receber o dinheirito do que começar a cortar as respectivas fontes! Não há verbas? Hummm...cá para mim a preocupação é que se fiscalizassem deixava de haver tantas verbas a entrar!

Abraços
Paulo C.
aisd
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periquito FALCANITO

terça mai 20, 2003 3:20 am

A comparação com os carros é muito simples.
As pessoas avaliam carros porque têm muita informação disponível !

A sua posição Sealords é muito cómoda.
O melhor dos mundos - você é que faz um favor em vender, o comprador que aprenda por si mesmo (não há informação, desenrasque-se) e o seu clube é estritamente privado (diria mesmo só para os amigos).
Qualquer avaliação é à porta fechada (dentro do seu clube) e as responsabilidades são todas para os outros.

Típico ! Neste país é a mentalidade dominante.
Ninguém assume responsabilidades seja do que fôr e todos são o supra sumo, lá entre eles.

Desculpe que lhe diga (se calhar estou a ser injusta) mas da forma que fala aqui você não é criadora - têm um Hobbie !

E, já agora, essa sistemática desresponsabilização do CPC - têm amigos lá ?
SeaLords
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terça mai 20, 2003 7:43 am

Desculpe que lhe diga (se calhar estou a ser injusta) mas da forma que fala aqui você não é criadora - têm um Hobbie !
Oh lá lá, afinal parece que chegamos ao âmago da questão. Afinal o que é para si ser criador? É que para mim é isso mesmo, é um hobby, que tem que ser feito com muita, mas muita paixão mesmo. Não será nunca uma maneira de fazer dinheiro nem, consequentemente, actividade a tempo inteiro. E quem o fizer - minha cara, para mim é bem claro que não é criador.

Quanto ao CPC, não, não tenho amigos por lá. Aliás, que me lembre só votei uma vez na "tia" Carla. Agora, o que se passa é que eu sei o que é uma Canina, e como é que funcionam as Caninas em qualquer parte do mundo. NENHUMA, mas mesmo NENHUMA fiscaliza as condições de criação (tanto mais que, como já disse, pode sempre haver os canis "a sério" e os "canis para mostrar"). Os puppy mills foram inventados na Inglaterra e depois nos EUA sem que o KC (ou o AKC) lhes pudesse pôr cobro. A Canina Francesa tem um título de criador recomendado cujos requisitos fazem com que seja muito raramente atribuido e seja revisto de 3 em 3 anos (mas basicamente baseia-se em resultados de exposição). Na Bélgica, nos países nórdicos também se atribuem títulos, mas não sei quais os requisitos. De qualquer forma, baseando-se em resultados em exposição, o mais abjecto dos "canicheiros" pode ser criador recomendado (aliás por cá há alguns assim ...).

Já gora, quer saber para que serviam os registos (inventados como em tudo pelos ingleses)? Os registos eram só registos do nome - que no princípio da coisa todos os cães eram Bob e Laddie e coisas do estilo. Ao registar o nome do cão no KC, mais nenhum podia ser registado com aquele nome (o mesmo princípio se aplica hoje). Daí o aparecimento dos afixos e etc. Ainda hoje em Inglaterra os criadores apenas registam o nome dos cachorros e os pedigrees são preenchidos à unha (quem quiser um pedigree emitido pelo KC paga umas libras valentes).

Continuando com o papel do CPC. São objectivos do LOP:

O L.O.P. destina-se ao registo e identificação, em Portugal, dos animais de raça canina pura, tendo como objectivos principais:

a) Instituir as necessárias medidas para conservar puras todas as raças caninas;
b) Classificar as raças caninas portuguesas;
c) Inscrever e catalogar os animais de raças caninas puras;
d) Solicitar à F.C.I. a concessão dos afixos para os canicultores residentes em Portugal;
e) Proceder aos registos e conceder os certificados mencionados neste Regulamento;
f) Cumprir e fazer cumprir os regulamentos nacionais da especialidade, bem como os da F.C.I..


Não vejo aqui nada sobre protecção aos animais e criação ética. E entre ser puro e ser de qualidade vai um grande pulo.

Quanto à celebre inspecção, ela destina-se apenas a
A inspecção prévia deverá confirmar as declarações prestadas pelo criador no boletim de declaração de beneficiamento e nascimento de ninhada e consistirá na apresentação dos cachorros e sua progenitora, por parte do criador, a um inspector credenciado pelo C.P.C., e a sua verificação constará num Boletim de Verificação de Ninhada, fornecido pelo C.P.C. para esse efeito.
ou seja, serve basicamente para manter a integridade do LOP, como eu referi. Não serve para avaliar a qualidade dos cachorros nem as condições em que são criados.

Na versão actual do regulamento lá se puseram umas normazitas relativas às idades dos reprodutores, no sentido de evitar o abuso dos animais. O que é um bocado utópico, porque quem quiser continuará a cruzar a cadela a todos os cios, só não registará todas as ninhadas (e foi, a partir daí, ver o número de ninhadas sem LOP a aumentar ...).

Esta informação está disponível na net. Quem estiver interessado em comprar um cão com LOP só tem que consultar o Regulamento e ver em que condições o LOP é atribuido. Não há informação? Francamente, torno a dizer, só não se informa QUEM NÃO QUER.

Não percebi bem essa de não assumir responsabilidades. Eu assumo responsabilidades sobre aquilo que eu faço, ou seja, os cães que eu produzo. Agora, diga-me, vou ter que andar a distribuir folhetos pelas caixas do correio sobre como comprar cães?
PauloC Escreveu:O problema aqui é que, embora isto fosse correcto em condições 'normais', existe um público indisciplinado que transforma a visita às exposições numa ida à "feira pupular" ou ao jardim zoológico! ISTO é que está errado, e não o facto em si mesmo do público dever ter acesso ou não às exposições
Exactamente. O problema é que em Portugal 90% dos visitantes são tipo "passeio à feira pupular", 9.99% vão para ver cães (simplesmente ver, sobretudo raças que não se vêem na rua aos pontapés, mas também vão em passeio, só que são mais educados) e só 0.01% estão realmente interessados. (Já agora, aisd, escolheu o "seu" criador numa exposição? Não, pois não?)

As pessoas avaliam carros porque têm muita informação disponível, diz a aisd. Bolas, não têm informação disponível sobre cães em livros, em revistas, na net? Até no meu site podem encontrar montes de informações (quer em inglês quer em português). Já recebi mails de pessoas dos EUA e do Canadá a dizer: "Obrigado pelas informações, muitas coisas lá escritas fizeram-me pensar". Os sites dos Clubes de Raça costumam ter informações e conselhos. Mais uma vez, MEXAM-SE . Têm mais cuidado a comprar um frigorífico que um cão (e olhe que não há revistas sobre frigoríficos).
"Quando o s&aacute;bio aponta para a Lua, o idiota olha para o dedo"&nbsp; (prov&eacute;rbio chin&ecirc;s)
aisd
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periquito FALCANITO

terça mai 20, 2003 8:40 am

Já agora, aisd, escolheu o "seu" criador numa exposição? Não, pois não?)
Não, não o escolhi numa exposição.

Mas, ainda antes de ter adoptado o Calvin, já ia a exposições, não para escolher um criador (ainda não me tinha decidido quanto à raça), mas ver os cães e, via conversa informal, obter informação sobre as características das várias raças (sobretudo o comportamento).

Devo dizer que fui sempre muito bem recebida pelos criadores (quando via que estavam impacientes (nem sabia porquê), também não chateava, porque entendia e entendo que me estavam realmente a fazer um favor, poupando-me muito tempo (que não tenho) e trabalho).

Depois de me ter decidido pelos Lab (também li alguns livros sobre a raça) continuei a ir a exposições para ver as características com os meus próprios olhos e avaliar as diferenças.
Aprendi (ao longo de 2 anos, talvez mais) a ver Lab.
Não fiquei, por isso, perita.
Mas aprendi umas coisas.

Estúpidamente, como a maioria das pessoas, pensava que uma lista de criadores do CPC me dava garantias não só de que estava a adquirir um cão de raça pura, mas também de que eram animais bem tratados visto que prefiro comprar ao Manel da esquina que trata bem os seus cães que a um criador de renome que tem uma puppy-mill.

Visto que não obtenho estas garantias em lado nenhum, actualmente limito-me a aconselhar, a quem me pergunta, os criadores que visitei e que achei que criavam os animais com um mínimo de condições (havendo dezenas de criadores de lab, não os visitei a todos - só alguns 6 ou 7.Destes houve 2 que me deixaram chocada).

Para mim, acabou-se a lista do CPC e os criadores de exposições.

Infelizmente não há clube de Lab em Portugal.
Senão tentaria que não fossem aceites nesse clube certos criadores e que se fizesse uma lista de criadores "capazes").
Então poderia aconselhar "siga a lista do clube".
Assim...as pessoas vão continuar a ir ao que está mais próximo de casa, quando não vão ao centro comercial.

Gostaria que houvesse colaboração dos próprios criadores conscientes nesta luta contra as puppy-mills.

Ninguém quer assumir qualquer responsabilidade nesta àrea.
E eu só penso no sacrifício das cadelas reprodutoras e no destino das suas crias ! E as verdadeiras puppy-mill são afixos, porque são de produção tipo industrial.
Não é o Manel da esquina com a Maria lá da rua que cruzaram os seus cães que são realmente maus.São as puppy-mill de afixo e LOP.
SeaLords
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terça mai 20, 2003 8:56 am

Para mim, acabou-se a lista do CPC
Quanto à célebre lista do CPC, não vem em lado nenhum que é uma lista de criadores recomendados. As novas listas têm as pessoas que registaram ninhadas nos últimos dois ou três anos, consoante as raças, divididas em sócios do CPC e não sócios do CPC, e tem também as ninhadas registadas nos últimos 4(?) meses. Logo, estão lá as ninhadas do Zé da Esquina, as ninhadas do "canicheiro" e as ninhadas dos criadores a sério. Como o PauloC uma vez referiu, esta lista é um ponto de partida e nunca de chegada.

Não pense que os Clubes de Raça possam fazer muita coisa. Recusar inscrições é complicado e, a divulgar ninhadas de sócios, as ninhadas de TODOS os sócios têm que merecer igual atenção.

Maus, para mim, tanto são os puppy mills, que tratam os animais da maneira que se sabe, como o Zé da Esquina, que abastarda as raças. E tanto uns como outros são fáceis de reconhecer. Basta um par de olhos, duas narinas, um par de ouvidos e um pouco de bom senso.
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AnaS
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terça mai 20, 2003 9:05 am

aisd Escreveu: Gostaria que houvesse colaboração dos próprios criadores conscientes nesta luta contra as puppy-mills.

Ninguém quer assumir qualquer responsabilidade nesta àrea.
E eu só penso no sacrifício das cadelas reprodutoras e no destino das suas crias ! E as verdadeiras puppy-mill são afixos, porque são de produção tipo industrial.
Não é o Manel da esquina com a Maria lá da rua que cruzaram os seus cães que são realmente maus.São as puppy-mill de afixo e LOP.
Não digo que não hajam criadores com afixo que explorem as suas cadelas, mas também lhe digo que não é qualquer um que está disposto a pagar 50cts para registar um afixo no CPC. É muito mais fácil cruzar a cadela com o cão do vizinho da esquina...
linda76
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terça mai 20, 2003 11:20 am

Não podemos der assim:

Até parece que todos os visitantes de exposições vêm os cães com as mãos.

Eu já assisti como espectadora a expos e tb anda muita gente a ver os caes, perguntando de pode fazer uma festa, etc e tal.

Bolas até parece que o portuga é um monstro que só sabe ver com as mãos. É natural que as pessoas não percebam que um cão tá penteado ou não para entrar em ringue: não têm essa obrigação.

Claro que há pessoas chatas como a potassa, mas é como tudo na vida. eu acho que as expos devem ser abertas ao publico sim, para divulgar as raças. Ora digam-me, como é que uma pessoa que anda a escolher uma raça faz para encontrar criadores? Saber caracteristicas? Descobrir novas raças?

Penso que não devia ser nem 8 nem 80!
SeaLords
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terça mai 20, 2003 2:00 pm

Ora digam-me, como é que uma pessoa que anda a escolher uma raça faz para encontrar criadores? Saber caracteristicas? Descobrir novas raças?
1 - contacta o CPC, que lhe dá uma lista de criadores (é que os que aparecem em exposição é tipo 1 em 100, em certas raças). Mesmo os que andam em exposição não vão a todas as exposições.
2 - compra livros, telefona, vai visitar os criadores a casa
3 - compra livros, revistas, etc

Os Pit Bulls não aparecem em exposição e não é por isso que em qualquer jornal ou revista ou site de venda de ninhadas não apareçam 5, 6 ou 7 ninhadas à venda (e que são compradas num ápice).

Não digo que fechem as exposições aos visitantes, eu gosto de ir a exposições só como visitante. Mas gosto é de ver os cães e os julgamentos. Gosto de ter um catálogo nas mãos e tomar notas. Quanto ao resto, quando muito posso obter contactos nas exposições e perguntar uma ou outra coisa. As conversas a sério ficam para outro sítio e para outra altura, mais apropriada.

Já agora, digam-me lá: quantos de vocês conheceram e se decidiram por uma determinada raça numa exposição? E quantos de vocês escolheram o "vosso" criador numa exposição?
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aisd
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periquito FALCANITO

terça mai 20, 2003 2:59 pm

Confesso que fui muito influenciada pelo meu cunhado.

Eu já aqui disse que não acho os Lab bonitos.
Toda a vida caí mais para o setter, o teckel (porque lhe acho piada) e para o dogue argentino.
Mas o meu cunhado, conhecendo-me, desentusiasmou-me de cães mais difíceis...

Eu sempre lhe dei o devido desconto por saber que ele é adepto dos Lab.

Mas depois de outras conversas (algumas das quais em exposições) e de ler alguns livros, cheguei à conclusão que ele tinha razão !

Depois...depois, veio o Calvin.
Como disse um forista naqueles momentos difíceis que se seguiram à separação, foi como se Deus (ou a sorte se preferirem) o tivesse enviado para eu saber qual é a minha raça !

Continuo a ir a exposições.
Um destes dias (estou a pensar nisso) ainda vou apresentar a minha Zorra (o criador em tempos falou nisso, mas sendo como sou...).
Agora vou mais por curiosidade de ver raças que não conheço e as minhas sempre favoritas (dogue argentino e teckel de pêlo cerdoso além desse cão notável - o labrador retriever).

E porque gosto do ambiente (e até dos criadores...)

Nunca me deparei com público grosseiro - talvez porque vou sempre muito cedo, de manhã e saio quando o público começa a chegar, mas penso que um bocadinho de organização podia isolar o público dos concorrentes nas horas críticas.

O português gosta de cães (na sua maioria) e gosta mesmo !
Muitos vão na esperança de conhecerem mais e saberem melhor.
É pena que não se aproveitem estas ocasiões para divulgar (em especial as raças portuguesas) e sensibilizar as pessoas para as maldades de que os cães são vítimas.

A maioria não compra revistas, nem acede à Internet.
A maioria não gosta da ideia de gastar dinheiro com o cão.
A maioria vive com uma mão atrás e outra à frente.
Mas gostam de cães - a sério - eu acho que gostam mesmo.
AnaS
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terça mai 20, 2003 3:52 pm

SeaLords Escreveu: Já agora, digam-me lá: quantos de vocês conheceram e se decidiram por uma determinada raça numa exposição? E quantos de vocês escolheram o "vosso" criador numa exposição?
Por acaso não foi bem assim, mas até andou lá perto... :p
Passo a explicar:
Quanto à raça a escolha não foi muito dificil, pois já tinha decidio que queria investir numa raça portuguesa; a dúvida estava entre duas raças: o Serra d' Aires e o Cão de Água.
A escolha foi para os cães de água, pois depois de alguma investigação (livros, revistas, exposições, internet) achei que era a que mais se identificava comigo, e por outro lado estava pior do que os Serras d'Aires no que diz respeito a exemplares que fizessem alguma coisa para mostrar que são mais do que simples Pets.
O passo seguinte era escolher o criador... :?
Pedi a lista de criadores ao CPC, e após alguns contactos muitos foram os que coloquei logo de parte... Interessava-me saber a linha (ascendência) dos cães, e evitar a excessiva consaguinidade que sabia existir na raça. Para além disso queria saber se os progenitores tinham feito o diagnóstico da displasia da anca e onde, e se tinham cães com provas de trabalho no Pedigree. Muitos criadores responderam que os cães não tinham problemas de displasia pois andavam lindamente... :o (para mim foi logo carta fora do baralho...), isto sem falar nos que respondem: ..."o quê?"... :o :o
Deste modo a lista ficou bastante reduzida, até porque não há muitos criadores desta raça (no país, pois também contactei criadores estrangeiros, mas porque já existe a opinião que os cães cá não prestam... e por não ser essa a minha opinião, optei por escolher um criador português), mas ainda assim e após numerosos contactos fiquei reduzida a um único criador, uma vez que o outro, bastante conceituado por sinal e com bastante responsabilidade na raça, optou por nem sequer responder às cartas que enviei...
Assim conheci a Isabel ("Pedra da Anixa") numa exposição (foi onde marcamos encontro) na qual falamos bastante, para além das muitas conversas tidas via mail e via telefone, e fui mais vezes a outras exposições seguintes ver os seus cães, visitando posteriormente a sua casa.
Vi inclusivé no Estoril um cachorro de criação dela (Gelo da Pedra da Anixa) a participar extra-concurso na Prova Prática, já que apenas tinha três meses (e que por sinal viria a tonar-se meio irmão do meu actual cão de água "Indiana Jones da Pedra da Anixa").
Depois de tudo isto, tinha finalmente encontrado o criador que me dava mais garantias de estar a adquirir um bom exemplar da raça, e com as caracteristicas que eu procurava no mesmo, ou seja, não pretendia apenas um cão de exposição, mas acima de tudo um cão com caracteristicas que lhe permitissem vir a ser um bom cão de trabalho.
Devo dizer ainda que este criador não era o que vendia mais barato, mas era o que me dava mais garantias de adquirir um cachorro com as qualidades que pretendia.
Sei que não sou o "comprador" habitual, que apenas se preocupa em querer um cão de determinada raça e de preferência quanto mais barato melhor...
Mas no meu caso, as exposição também tiveram o seu papel de importância.

Desculpem o testamento, mas achei que vinha a propósito. ;)
nel
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terça mai 20, 2003 4:50 pm

Olá

Eu já tenho dito que não estou enfeudado a qualquer criador, não quero nem posso ser criador e portanto, até certo ponto, sou insuspeito em relação a duas ou três considerações que vou fazer.

Mas é curioso. O próprio facto de iniciar a conversa com este preâmbulo é revelador de que quando se fala de criadores o tema é envolto por uma espécie de tabu. É verdade.
Também já o disse, criou-se o raio de um preconceito que (quase) obriga o criador a dizer que perde dinheiro na sua actividade para assim poder ser considerado um criador a sério. Imaginem este cenário. Vamos supor que um criador desenvolve toda a sua actividade de forma exemplar, mas vende os cães por preços muito superiores aos que normalmente são praticados e chega ao fim do ano com lucros semelhantes aos de uma outra qualquer actividade bem remunerada. Será isto crime? Ora digam-me lá.
É claro que esta hipótese poderá ser considerada como utópica dadas as circunstâncias inerentes à própria actividade, mas o que quero realçar é que é verdadeiramente ridículo que o criador seja sistematicamente obrigado a prestar uma declaração do não lucro. De outra forma é tido por vigarista (?), suspeito como um comerciante da pior espécie.

Outro aspecto que tirei das mensagens anteriores é o por-se em causa o “direito” a que o criador se arroga de escolher os donos dos seus cães. Eu acho muito bem. O que mais me irrita é precisamente o contrário. É as pessoas irem buscar a arrogância, o poder e a presunção à carteira recheada. Pago, logo...

Um outro aspecto que me chamou a atenção foi a comparação entre a escolha do automóvel e a do cão. A comparação é infeliz. Não se trata de existir maior ou menor informação, mais ou menos revistas. Trata-se de números, cifrões, euros. Um automóvel não se compra todos os dias porque muita gente há que fica completamente nas lonas para o ter. E traz outros problemas como a fiabilidade e as despesas de manutenção. É claro que o cão também custa dinheiro e também envolve despesas de manutenção, mas a escala é completamente diferente.
Quando muito, a comparação poderia ser feita neste sentido. Ambos servem (infelizmente para muita gente) de objectos de afirmação e de status social.
A escolha do carro é feita em termos económicos. A escolha do cão é feita como quem compra uma camisa. De marca, se o cão for de raça. Ponto final. Mais ninguém sabe destas coisas dos criadores e as exposições, de facto, na esmagadora maioria, são visitadas pelo tipo que resolve interromper o paseio dos tristes e “ir ali ver que deve ser giro”.

Estou a ironizar, mas concordo inteiramente com a intervenção do PauloC. As exposições de cães, como outras, são locais de trabalho para os profissionais do ramo, mas devem ser abertas ao público. Este princípio parece-me o correcto. O que está errado é as pessoas portarem-se mal. Então há que educá-las. Como não sei...
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SeaLords
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terça mai 20, 2003 6:13 pm

É claro que esta hipótese poderá ser considerada como utópica dadas as circunstâncias inerentes à própria actividade, mas o que quero realçar é que é verdadeiramente ridículo que o criador seja sistematicamente obrigado a prestar uma declaração do não lucro. De outra forma é tido por vigarista (?), suspeito como um comerciante da pior espécie.
Vamos fazer umas contas por alto. Um criador ético não fará mais do que 6 ninhadas com uma cadela (a maioria faz até muito menos que isso). Uma cadela vive em média 12 anos. Logo, temos 0.5 ninhadas por ano. Se uma ninhada tiver em média 6 cachorros, temos 3 cachorros por ano. 1 deles (ou o equivalente) vai para o serviço do macho. Ficamos com dois, e se um der para pagar as despesas com a própria ninhada e o outro as despesas com a cadela (alimentação, veterinário), já temos sorte. Ficam de fora as despesas com as instalações, as despesas com as deslocações a exposições (que muito rapidamente ultrapassam as centenas de contos), etc.

Para se conseguir ter lucro a sério, não vejo muitas hipóteses a não ser:
- pôr as cadelas a parir em todos os cios (e aí já temos pelo menos umas 10 ninhadas por cadela)
- cortar nos custos de manutenção das cadelas (usar comida rasca, cortar na assistência veterinária)
- matar as cadelas velhas que já não dão para fazer ninhadas
- ter o cão lá em casa para cobrir as cadelas lá de casa e fazer produção em série, sem qualquer intuito de melhoria da raça
- não ir a exposições
- e cortar nos custos com os cachorros, ou seja, despachá-los às 4, 6 semanas, não os desparasitar, não os vacinar, não lhes dar alimentação suplementar, etc, etc.

Hão-de reparar que quem os vende ao desbarato ou está numa de não fazer contas ou adoptou pelo menos um dos procedimentos acima enunciados. Com quais desses procedimentos estão vocês dispostos a compactuar ? E com quais destes procedimentos estão vocês realmente a compactuar quando compram um cachorrito barato?
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terça mai 20, 2003 6:28 pm

ò sealords,

Eu não quero parecer desagradável,

Mas parece que os criadores que andam nas exposições não são pessoas de confiança para poder dar informações sobre a sua raça. Se uma pessoa lhe aparecer numa exposição, se mostrar interessada num bobtail, a sealords não lhe liga nenhuma? enxota-o?

Desculpe, mas eu não vejo qual o mal em se contactar criadores nas exposições. É por as pessoas serem chatas? Nem todas são....
é por incomodarem? nem todas incomodam....

E muitas vezes as revistas tb não aconselham grande coisa (para quem não reparou, há uma revista de animais - não me lembro do nome - que decidiu fazer um artigo sobre cockers, utilizando um cocker perfeitamente tosquiado....à máquina). Qualquer pessoa que não entenda da raça, acha que aquilo é um exemplar bonito e perfeito..... isto é só um exemplo para mostrar que nem sempre outros meios produzem informação adequada. E pessoalmente, eu prefiro falar com uma pessoa que perceba da raça, do que ler um artigo... mas isso já é a minha opinião pessoal.

Eu não sei, mas se fosse criadora, acho que gostava de promover a minha raça junto do publico... e que sitio melhor do que uma exposição?
Eu compreendo que se esteja stressado e que certas pessoas sejam muito chatas.... mas daí a achar que as pessoas não devem procurar informações juntos dos criadores que frequentam as exposições.....
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