É sabido muitas são as espécies que, em condições anómalas conseguem reproduzir-se assexuadamente e esta capacidade já foi reconhecida aos répteis, embora raramente tenha sido convenientemente documentada. Ora, há coisa de dois anos foram correctamente observados e registados nascimentos de crias de sáurios por partenogénese.

Eclosão de ovos de dragão de Komodo.
A partenogénese é um processo de reprodução assexuada bastante característico dos insectos (geralmente associado ao exemplo emblemático das abelhas) onde um indivíduo consegue produzir ovos férteis sem para isso necessitar de fusão de gâmetas. Neste caso foram estudados dois casos entre 2006 e 2007, ambos de dragões de Komodo, Varanus komodoensis, um de uma fêmea chamada Flora do Zoo de Chester e outro da Sungaï, uma dragão da Reptile House (reptilário) do Zoológico de Londres. Ambas as fêmeas estavam acomodadas sem machos à mais de dois anos e, talvez por isso, tenham tido este comportamento.
O espantoso deste fenómeno é que, apesar dos descendentes herdarem totalmente o genoma da progenitora, são todos machos, ou seja, se isto acontecesse naturalmente, uma fêmea sozinha podia colonizar um novo habitat e numa única geração, originar uma população de dragões com propensão para se reproduzirem e proliferarem sem qualquer restrição.

Flora.
Fica então a questão e o tópico de discussão: conhecem mais algum caso de répteis que tenham tido este comportamento e se sim, em particular algum dos que são mais frequentemente detidos em cativeiro por particulares?
É certo que este tipo de reprodução é ancestral e mais comum em seres que pouco se alteraram ao longo do tempo e mediante quaisquer pressões ou condições evolutivas, bem como mais plausível em seres de mais longo ciclo de vida. Mas, estes requisitos, preenchem os répteis sem quaisquer problemas.
Fontes:
.http://www.chesterzoo.org/AnimalsandPla ... ragon.aspx
.http://www.guardian.co.uk/science/2006/ ... 006.uknews
.http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporte ... e_pu.shtml
(PS: Apesar do relatado, este comportamento não é recorrente, muito pelo contrário, é até descrito como ‘anómalo’, portanto, não faz sentido, após tomarem conhecimento desta capacidade, tentarem incubar todos os ovos que os vossos animais põem, pois não terão sorte, qualquer postura de 1 ou 2 ovos não é sinónimo de ninhada, as posturas de embriões férteis a que me refiro têm, geralmente, pouco menos ovos que uma postura normal onde ocorra fusão de gâmetas, fecundação.)