Lampropeltis Getula Holbrooki - Care Sheet

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Thorgarth
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sexta jun 27, 2008 3:14 pm

Visto ainda não haver nenhuma care sheet para as l. g. holbrooki, tomei a iniciativa de recolher informação básica sobre a espécie, de forma a criar uma care sheet, ainda que sintética, e que dê a conhecer esta belíssima cobra.

É importante referir que esta Care Sheet resulta de informação recolhida de vários sites, e do conhecimento e experiência pessoal que vou adquirindo com o meu exemplar, e que apesar de ser ainda límitado espero servir para dar os primeiros laivos de conhecimento sobre esta linda espécie .

Nome cientifico: Lampropeltis getulus holbrooki

Esperança de vida: 15 a 20 anos

Tamanho: 90cm - 1,20m; Máximo verificado - 1,80m

Coloração: As l. g. holbrooki têm uma coloração castanho escuro ou preto ao longo da maioria dos seu corpo, com pontos amarelos espaçados, em média um por escama, na parte superior. As cobras jovens geralmente têm uma coloração verde-azeitona de tom escuro, que irá progressivamente tornar-se num preto mais puro à medida que a cobra cresce. A zona do ventre tem normalmente uma cor amarelo claro, mesclado com manchas mais escuras.

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Habitat natural: Esta espécie encontra-se disseminada pelos estados da Louisiana, Mississipi, Arkanas e Missouri. No Texas, zona Oeste do Oklahoma e na zona Sudoeste do Kansas a sua área sobrepõe-se com a L. g. splendida. No sul do Alabama partilha o habitat com a L. g. getula, e na zona norte do Alabama, na parte oeste do Tenessee e Kentucky e no sul do Illinois, partilha o habitat com a L. g. nigra. Nestas zonas de sobreposição é normal ocorrer reprodução inter-espécies, resultando na criação de exemplares com características locais. e.g. sul do Illinois, o que os locais chamam de “Shawnee king”, um hibrido entre as holbrooki e as nigra.

As Holbrooki podem ser encontradas numa grande variadade de biotopos, tendo aparentemente uma maior capacida de adaptação que a maioria das outras sub-espécies, embora se possa apontar uma tendência para zonas mais húmidas, podendo ser econtradas com maior frequência junto de riachos e rios ao longo de pradariasmesmo e mesmo em zonas pantanosas, nomeadamente no Estado da Louisiana, não se escusando de "invadir" celeiros ou casa antigas. Apesar de se encontrarem também em florestas, parecem não favorecer zonas de floresta muito cerrada.

Dieta: EM cativeiro a sua dieta base será constituida por ratos congelados ou pré-mortos. Enquanto pequenas deverão ser alimentadas a cada 4/6 dias com pinkies, devendo o tamanho do rato evoluir à medida que a cobra vai ficando maior. Em adulto elas dão-se bastante bem com um rato a cada 7/10 dias.

São cobras agressivas no que diz respeito à comida mas alguns exemplares quando muito novos poderão ser um pouco mais complicados, tornando-se necessário recorrer a algumas técnicas para as"obrigar" a pegar na comida, nomeadamente apresentar o roedor com o cérebro exposto (um pequeno corte no crânio é suficiente).

Temperamento: Muito variável, mesmo em exemplares selvagens. Tanto podemos encontrar exemplares muito agressivos, com o temperamento de um diabo da tasmânia, como exemplares dóceis e calmos. Em cativeiro são na sua generalidade calmas, embora enquanto pequenas possam ter a tendência para ser um pouco mais nervosas e por ventura fazer umas investidas. Quando stressadas ou nervosas têm a tendência para defecar e libertar um cheiro almiscarado.

A sua postura física é também muito indiciadora do seu estado emocional e das suas intenções. Adopta uma postura muito similar às cascaveis como aviso, abanando vigorasamente a sua causa (só lhe faltando o chocalho), e colocando-se num posição de ataque como uma mola muito recolhida e com a cabeça acima do resto do corpo. Geralmente adoptam esta atitude em bluff mas, e com hoje já pude experimentar com a minha, enquanto estava a mudar o substrato e montar uma das casotas, não deixam de atacar quando a mão se aproxima de mais e elas não gostam.... :twisted:

Substrato: Enquanto pequenas o papel de cozinha é uma hipótese muito viável e aconselhável, pois não só é bastante prático como nos permite uma análise e remoção fácil das suas fezes, embora não seja um fundamentalista neste aspecto. Forest Bark, humus, lascas de faia, corn cobs são outras escolhas possíveis, até porque retêm alguma humidade que esta espécie parece preferir, exigindo no entanto que a cobra seja alimentada fora do terrário ou em zona devidamente preparada e livre de substrato solto, para evitar a ingestão de qualquer elemento solto.

Terrário: Quando pequenas poderão ficar em faunários ou receptáculos relativamente pequenos, com dimensões entre os 30x15x15 e os 40x20x20 (em cm), espaço que permite às cobras jovens explorar sem se sentirem demasiados stressadas (se bem que esta ideia não deva ser encarada como um dogma). Em adultas deverão ser alojadas em terrarios com uma dimensão mínima de 90/100x50x50cm. O terrario deverá ter várias localizações que possam servir de abrigo ou local de descanso, tanto na zona quente como na zona fria, um repectáculo com aguá, de dimensão que permita mergulhar o seu corpo, até porque as holbrooki parecem gostar de água, chegando a caçar peixe, e uns troncos para treparem.

Temperatura: No lado quente deve rondar os 28º, podendo chegar aos 30º no verão e no basking spot, devendo o lado frio andar pelos 24º-25º durante o dia. A temperatura noctura não deverá baixar dos 20ºC.

Humidade: As holbrooki parecem favorecer zonas com uma humidade média superior à maioria das outras sub-espécies, pelo que o terrario deverá manter uma humidade mínima de 55%-60%, e, se possivel, proporcionar uma zona com uma humidade mais elevada, por volta dos 75%.

Por experiência própria verifiquei que a minha holbrooki raramente utiliza o recipiente de água para submergir o corpo mas prefere claramente as zonas mais húmidas do seu faunário/terrário, onde a humidade chega por vezes aos 80%.

Hábitos: É uma cobra terrestre, que pode utilizar rochas e troncos que se colocem no terrario para trepar, bem como recipientes com água (apesar de não serem uma espécie aquática ou semi-aquática).

Uma holbrooki com sindrome de Goão Garcia... :twisted: É claro que um ninho no topo da árvore com uns pintos a fazer uma algazarra enorme não são alheios ao seu esforço!!! :D

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Observações: Não é aconselhável manter mais do que um exemplar no terrário, pois estas cobras são conhecidas por comerem outras cobras quer sejam ou não da mesma espécie, mesmo cobras de espécies venenosas, às quais desenvolveram um certo grau de imunidade.
Última edição por Thorgarth em sexta set 05, 2008 11:52 am, editado 4 vezes no total.
P_R
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sexta jun 27, 2008 5:04 pm

Muito bom!

O essencial está descrito (e bem descrito)!

Parabens ;)

PS: Faltam umas fotos 8)
Thorgarth
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sexta jun 27, 2008 5:12 pm

P_R Escreveu: PS: Faltam umas fotos 8)
Esse é o ponto seguinte...
PedroM10
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sexta jun 27, 2008 7:10 pm

Mete fotos para o pessoal ver de que espécei realmente falas, pois pessoalmente não conheço..

Caresheet bem porreira

abraço
0.2 Eublepharis macularius  (Hi Yellow/Super hypo tangerine carrot tail (baldy)) 1.0 Mesocricetus auratus (Light grey long haired)
JoaoMM
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sexta jun 27, 2008 7:14 pm

Estão neste outro tópico do Thorgarth, Pedro

http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=57094
Sadyk
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sábado jun 28, 2008 1:28 am

Thorgarth Escreveu: ...Adopta uma postura muito similar às cascaveis como aviso, abanando vigorasamente a sua causa (só lhe faltando o chocalho)...

As paredes do terrário substituem. 8)
A minha é mal me vê a mão, mas é so para assustar, ela no fundo é uma querida... :twisted:



Excelente care sheet, nota-se que houve boa pesquisa por trás e que não foi feito à toa!
Parabéns :wink:



Abraço
Thorgarth
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segunda jun 30, 2008 11:17 am

Já coloquei umas fotos que permitem identificar a espécie e assim que tirar umas fotos porreiras à minha menina coloca aqui também para verem como são em jovens.... :D
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