Boa tarde! Reparei que se fala de dermatite nos bulldogs...
Pois é, parece que o meu Jake não fugiu à regra e a sua 1.ª dermatite surgiu em Abril, atingndo-lhe a cabeça.
Tinha passado o fim-de-semana com outro cão da família, um pastor alemão, que tem todas as vacinas em dia e que de vez em quando mordisca o Jake por ciúmes. Também deu umas voltas na praia que ele adora.
Fui, como qualquer outro dono preocupado, até ao Hospital Escola da Faculdade de Medicina Veterinária. Fui atendida por uma pequena equipa de alunos orientados por uma Professora Doutora e, por estarem em estágio, descreveram todo o diagnóstico do cão, as possíveis causas e o tratamento adequado.
Foi feita uma tentativa de rapar-lhe o pêlo mas em vão porque a ferida estava mesmo junto à orelha e ao ouvido. Como já verifiquei nas outras opiniões, também o Jake submeteu-se a 2 caixas de Amoxicilina+Ácido Clavulânico 500 e ao tratamento de Betadine Espuma - em 3 semanas o Jake estava curado e felizmente é um animal que compreendeu as minhas ordens para não se coçar porque senão levava com o "abajour" (colarinho)
Em Julho surgiu-lhe uma nova infecção mas desta vez atingindo-lhe todo o peito e parte do focinho até a uma das orelhas. Sabendo eu qual seria o tratamento a aplicar (era uma infecção com as mesmas características da anterior), achei melhor dirigir-me novamente ao Hospital Escolar porque havia a probabilidade de o agente da infecção não ser o mesmo, logo repetir o tratamento era tempo perdido e provocava imunidade ao cão.
O veterinário observou-o, informei que já era a 2ª vez em 4 meses, conhecia já o tratamento e blá-blá-blá mas que tinha recorrido a ele porque não sabia qual seria o agente. O técnico perguntou-me se se tinha passado alguma coisa que pudesse ter provocado isto. Voltei a referir que tinha passado uns dias com o pastor alemão e ido à praia, exactamente como da outra vez.
Praia foi a palavra-chave (ou não!) e, segundo o veterinário, o contacto com o mar faz com que o seu sal entre em contacto com a pele e estando lá demasiado tempo, causa prurido (comichão) ao animal, tal como a nós humanos quando não tomamos banhos depois de vir da praia. É um problema muito característico dos labradores, segundo o veterinário.
Mas por via das dúvidas, o veterinário achou prudente fazer exames sanguíneos de alergologia. Se desse positivo, teriamos de realizar um novo exame para descobrir se seria um factor interno ou externo. O maior problema é que se for interno, não se consegue saber qual é o agente, ao contrário do externo. E assim foi! O Jake colheu sangue e voltou para casa com o mesmo tratamento da dermatite anterior!
Passadas 2 semanas fui saber o resultado do exame: negativo. E isto porquê? O veterinário disse-m que possívelmente o Jake teria uma alergia mas que o seu organismo não produzia anti-corpos suficientes para acusar positivo nas análises!
O Jake curou-se novamente em 3 semanas, ainda tem peladas mas está saudável!
Curiosamente, o Jake estava na altura de colocar uma pipeta de Advantix e perguntei se seria prejudicial colocar-lhe o antiparasitário externo, pelo que o veterinário me disse que não haveria problema e que pelas características das feridas, o Advantix não seria de todo a causa da infecção.
Com esta história achei sensato não voltar a levar o cão à praia, pelo menos não permitir o contacto com o mar, e estar de olho aos ciúmes do pastor alemão. Verifico sempre se o animal tem alguma ferida porque o desconforto é suficiente para ele se coçar com aquelas patas porcas (LOL!) e voltar a arranjar outra brincadeira jeitosa!
Lembrei-me de falar com o criador e este disse-me que a irmã do Jake nunca teve qualquer problema mas que o Torito costuma apresentar os tais "caroçinhos" na pele ao longo do dorso que é resultado de uma reacção que o cão tem à picada da pulga. O Jake também os tem mas nunca me deram problemas nem lhe causam comichão.
Espero que, com este testemunho, tenha contribuido para ajudar outros donos de bulldogs.
Catarina*Jake