cães usados como isco para tubarão em ilha francesa

Histórias, sugestões e opiniões sobre a temática dos direitos animais em Portugal e no mundo...

Moderador: mcerqueira

dinodane
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quarta jul 23, 2008 2:09 pm

A noticia aborda "pesca de desporto" e fala em tubarões logo, não me parece ter nada a ver com "sustentabilidade de uma população".
Lumaria, só um pequeno reparo, pois a notícia nada tem a ver com pesca desportiva. Tem a ver com pesca de tubarões praticada por locais (de Reunião) que vêm os cães vadios como uma praga a eliminar (parece que em 2001 existia algo como 150000 - sim, esta notícia já tem anos) e cujas vidas não têm qualquer valor. Trata-se de pesca de subsistência sim. Falamos de uma ilha de poucos recursos no meio do Oceano Pacífico, não de concursos de pesca de alto mar.

De qualquer maneira, e como todas as notícias têm a tendência de ser extremamente empoladas, leiam aqui mais qualquer coisinha sobre o assunto e tirem as vossas conclusões:

http://www.snopes.com/critters/crusader/sharkbait.asp

Cumprimentos a todos.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

LuMaria
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quarta jul 23, 2008 6:04 pm

dinodane Escreveu:
A noticia aborda "pesca de desporto" e fala em tubarões logo, não me parece ter nada a ver com "sustentabilidade de uma população".
Lumaria, só um pequeno reparo, pois a notícia nada tem a ver com pesca desportiva. Tem a ver com pesca de tubarões praticada por locais (de Reunião) que vêm os cães vadios como uma praga a eliminar (parece que em 2001 existia algo como 150000 - sim, esta notícia já tem anos) e cujas vidas não têm qualquer valor. Trata-se de pesca de subsistência sim. Falamos de uma ilha de poucos recursos no meio do Oceano Pacífico, não de concursos de pesca de alto mar.

De qualquer maneira, e como todas as notícias têm a tendência de ser extremamente empoladas, leiam aqui mais qualquer coisinha sobre o assunto e tirem as vossas conclusões:

http://www.snopes.com/critters/crusader/sharkbait.asp

Cumprimentos a todos.
É verdade. Obrigada pelo reparo. :wink:
dinodane Escreveu:somos tão megalómanos e "self-centered" que não conseguimos compreender que o período de existência da espécie humana não é nada serão uma mera fracção de segundo na escala de tempo de existência deste planeta e completamente efémera.
Nem mais. É isso que somos. Nós e os outros. :wink:
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
<p>Tourada n&atilde;o &eacute; tradi&ccedil;&atilde;o, &eacute; crueldade- Assine aqui, divulgue e ajude a acabar com esta viol&ecirc;ncia</p>
jpag1
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quinta jul 24, 2008 12:30 am

dinodane Escreveu:Concordo com a Lumaria, somos tão megalómanos e "self-centered" que não conseguimos compreender que o período de existência da espécie humana não é nada serão uma mera fracção de segundo na escala de tempo de existência deste planeta e completamente efémera.
Acho que tens razao
nicosa
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quinta jul 24, 2008 7:16 am

dinodane Escreveu:A espécie humana extinguir-se-á como já se extinguiram classes inteiras de animais e plantas em 2500 milhões de anos e a vida continuará a existir e a renovar-se pelo menos enquanto a nossa estrela se mantiver na sequência principal... A própria natureza "arranja" maneiras de limitar os efectivos de uma espécie, e relativamente aos humanos eles já "andam aí" e têm nomes tais como HIV, Ébola, Lassa, Hanta, etc, etc... O tal big crash provocado pelo homem, pelo aquecimento global devido às emissões de CO2, terá o seu impacto maior precisamente nos humanos, porque a vida encontra novas vias e novas formas...
Concordo com a Lumaria, somos tão megalómanos e "self-centered" que não conseguimos compreender que o período de existência da espécie humana não é nada serão uma mera fracção de segundo na escala de tempo de existência deste planeta e completamente efémera.
Concordo com a parte da megalomania humana.Somos ,sim, tão megalómanos quanto mais nos convencemos que podemos mais que a força da Natureza.
Mas não acredito na extinção da espécie. Acredito no avanço da ciência. Ao mesmo tempo que a seleção natural é feita, o ser humano encontra maneira de a contornar mas fazendo com que ela (seleção natural) subsista. Ou seja , aperfeiçoando resistências às tais "maneiras" de limitar efetivos.
Não estou a ser megalómana ( acho eu ) quando penso que este planeta morrerá muito antes da espécie humana.Acredito que esta espécie com as " ferramentas" que tem, continuará a evoluir.
Isto é quase " um dois em um" :lol: São dois assuntos num só tópico.
Embora interligados. No fundo a questão é :
Será preciso, para subsistir,matar outras espécies?
Eu acho que a própria natureza responde a isso com a lei do mais forte(Força, aqui não implica só musculo ou massa bruta), sobrevive o mais forte.
Será preciso crueldade ? Na natureza vê-se alguns exemplos disso. A espécie humana é que a poderia dispensar, mas como tambem só o ser humano conhece o conceito crueldade......
Sofia
LuMaria
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quinta jul 24, 2008 1:45 pm

Nicosa, custa-me um bocadinho a entender aquilo que pretende dizer, ora vejamos:
nicosa Escreveu:Concordo com a parte da megalomania humana.Somos ,sim, tão megalómanos quanto mais nos convencemos que podemos mais que a força da Natureza.
Não entendi muito bem o que quis dizer mas percebi que concorda com a megalomania. No entanto a seguir:
Mas não acredito na extinção da espécie. Acredito no avanço da ciência. Ao mesmo tempo que a seleção natural é feita, o ser humano encontra maneira de a contornar mas fazendo com que ela (seleção natural) subsista. Ou seja , aperfeiçoando resistências às tais "maneiras" de limitar efetivos.
Não estou a ser megalómana ( acho eu ) quando penso que este planeta morrerá muito antes da espécie humana.
Afinal, no meio disto tudo qual é a parte da "megalomania" em que acredita?
E se o Planeta acabar antes da nossa espécie, onde habita a nossa espécie?

E este parágrafo, o que significa?
Ao mesmo tempo que a seleção natural é feita, o ser humano encontra maneira de a contornar mas fazendo com que ela (seleção natural) subsista. Ou seja , aperfeiçoando resistências às tais "maneiras" de limitar efetivos
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
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dinodane
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quinta jul 24, 2008 3:19 pm

Nicosa, não acreditas que o ser humano se extinga?

Se os dinossauros que dominaram o nosso planeta nos céus, na terra, nos mares durante 100 MILHÕES DE ANOS foram extintos subitamente por um cataclismo natural, o que te leva a pensar que uma espécie recente como o ser humano, que só anda por cá há uns míseros 2 milhões de anos (isto considerando os primeiros hominídeos e não o homo sapiens) não possa sofrer o mesmo fim? :o
E antes do Cretácico, houve outra mega extinção, milhões de organismos primitivos desapareceram e até hoje a ciência não consegue explicar o porquê.
Acredito no avanço da ciência. Ao mesmo tempo que a seleção natural é feita, o ser humano encontra maneira de a contornar mas fazendo com que ela (seleção natural) subsista. Ou seja , aperfeiçoando resistências às tais "maneiras" de limitar efetivos.
Acreditas na ciência? O que é a ciência pode fazer contra um terramoto, um tsunami, um furãcão, uma erupção vulcânica, o impacto de um asteróide, o buraco do ozono?
É curioso constatar como já somos capazes de ir à Lua e ainda ninguém conseguiu prever um terramoto, e como os sistemas de alarme de tsunami só dão às populações uns meros 3 minutos de aviso (e só no Pacífico...).

A ciência? A ciência procura há 3 décadas uma vacina para o HIV. Metade da população africana sub-saariana é seropositiva e vão morrer. De quantas pessoas falamos e o que é que a "ciência" pode fazer por elas e pelos seus orfãos? Conheces algum grupo de risco que tenha desenvolvido "resistências" ao HIV e suas milhares de milhões de variantes? O vírus sofre mutações em cada organismo, por isso não há terapêutica eficaz, hoje em dia usa-se um cocktail de retrovíricos que nada faz senão atrasar o desfecho... e usa-se no mundo ocidental, porque no terceiro mundo... a tecnologia não chega. :|

Eu acredito profundamente que a tecnologia humana significa o fim da espécie ao invés da sua "salvação". A ciência tem progredido imenso nos últimos 100 anos, até mesmo a um ritmo vertiginoso, mas que poderá a ciência e a tecnologia fazer... por exemplo, imagina que o Ébola sofre uma mutaçãozinha e passa a transmitir-se por via aérea como o vírus da gripe? Imagina que em 24 horas graças à tecnologia e aos aviões o vírus se espalha por todo o globo. Imagina 90% da população mundial morta em 8 dias por uma doença hemorrágica que não tem cura nem vacina, nem tão pouco se lhe conhece o hospedeiro natural... é um cenário impossível?

Qual é a proposta cientifica para deter o aquecimento global? Afinal é a tecnologia que é a responsável pela emissão maciça de CO2 para a atmosfera, a ciência já preveu o que vai suceder ao clima e as consequências para a espécie humana mas ainda não conseguiu arranjar maneira de reverter os danos, e até os combustíveis fósseis acabarem de vez (o que irá acontecer nas nossas vidas) essas emissões vão terminar?

Chama-me pessimista ou catastrófica mas realmente acredito que somos efémeros e estamos condenados a desaparecer da face deste planeta muito em breve. Quanto à vida na Terra, lembra-te daquela frase do Jurassic Park:
"LIFE WILL FIND A WAY".

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

LuMaria
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sexta jul 25, 2008 12:50 pm

<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
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nicosa
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sexta jul 25, 2008 7:58 pm

Pois claro que sei que vamos morrer! Tambem tenho consciência que se viesse agora um calhau do universo, entrasse na nossa galáxia e viesse em rota de colisão com a terra, embora os astrónomos pudessem prever essa colisão, hoje, na atualidade, pouco ou nada poderia ser feito. Estes colapsos podem acontecer realmente a qualquer momento e de nada nos serve a tecnologia. Mas se falarmos de degradação progressiva ou de um desastre ambiental muito grave daqui a alguns anos, acredito ,sim , que já se evoluiu o suficiente para nos protegermos. Já a Leonardo Davinci lhe chamaram louco quando ele previu que o homem um dia conseguiria voar. E a Humanidade já sobreviveu a duas guerras mundiais, encontrou cura para doenças como a pneumonia ( que dizimou milhares), erradicou doenças do planeta ( doenças altamente mortiferas no passado), já consegue construir edificios que minimizam os estragos de um sismo ( vê o exemplo ultimo do Japão ), hoje em dia já se vence o cancro, coisa impensavel há pouquíssimos anos atrás), já se pode escolher o sexo dos filhos que vamos ter... e por aí fora.
Sou demasiado otimista? Talvez! Naif? Talvez. Mas prefiro acreditar na Humanidade! Se assim não fosse ía acreditar em quê??????
Sofia
dinodane
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sexta jul 25, 2008 10:46 pm

Nicosa, acho que as "conquistas" que referes são coisa pouca...
erradicou doenças do planeta
Quererás dizer, erradicou certas doenças do mundo ocidental... Tens ideia da quantidade de gente que morre de malária, sarampo, difteria, febre tifóide, raiva, etc nos países do terceiro mundo?
hoje em dia já se vence o cancro
Hmmm... mas isso não invalida que as estatísticas e projecções digam que em 5 pessoas 1 irá sofrer ou morrer da doença. Mas de facto é verdade que o cancro deixou de ser a principal causa de morte no mundo ocidental, passando para esse lugar as doenças cardiovasculares...
já se pode escolher o sexo dos filhos que vamos ter
Coisa particularmente importante nos países onde ter filhos do sexo feminino é considerado um fardo (India, China, alguns países islâmicos), onde o aborto selectivo começa a ser um problema sério mas claro, só para aqueles que possam pagar a eco...
vê o exemplo ultimo do Japão
Vejo... será que existe algum edifício preparado para resistir a um abalo como o que provocou o tsunami do Indico?

Bem, estou só a contestar estas afirmações "just because" porque a verdade é que por muita futurologia que se faça ninguém pode prever o futuro da nossa espécie. O que eu realmente acredito é que o planeta e a vida sobreviverão-nos e que a haver um desastre ambiental provocado pela tecnologia os principais lesados serão sempre as pessoas.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

nicosa
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sexta jul 25, 2008 11:51 pm

A diferença dos nossos discursos é que tu falas no presente e eu falo no futuro.
Realmente o que se vê no pesente não é animador. Mas acredito que no futuro as próximas gerações vão inverter o caminho.
Será talvez aí que reside a diferença das nossas linhas de pensamento? :wink:
Sofia
TitvsLivivs
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Localização: «Tomai-nos por escravos mas sustentai-nos.»

segunda jul 28, 2008 12:25 am

dinodane Escreveu:Nicosa, acho que as "conquistas" que referes são coisa pouca...
erradicou doenças do planeta
Quererás dizer, erradicou certas doenças do mundo ocidental... Tens ideia da quantidade de gente que morre de malária, sarampo, difteria, febre tifóide, raiva, etc nos países do terceiro mundo?

Erradicou certas doenças do Mundo Ocidental mas para além de hoje estarmos a assistir a uma disgenia do ser humano (muita atenção que emprego o conceito disgenia sem conotações homofóbicas) demos terreno para que outras doenças se desenvolvessem. Doenças auto-imunes como a Esclerose múltipla e a Diabetes mellitus tipo 1 que se pensam serem provocadas por uma falta de contacto de agentes patogénicos fazendo o sistema imunitário virar-se para o próprio organismo que tenta defender são hoje uma epidemia. Problemas psíquicos como transtornos de ansiedade social, personalidades histriónicas, esquizóides, etc. ocupam hoje uma parcela enorme no rol de doenças que a nossa sociedade ultra-avançada fez aumentar.
Esta nossa sociedade mega-tudo e mais alguma coisa levou-nos a um estado extremo de alienação fazendo-nos objectos e fazendo com que nos fizéssemos e façamo-nos objectos de invólucro o mais tipado possível, para agradar ao "consumidor" que desesperadamente queremos que nos compre para que nos libertemos da nossa ultra-individualização gerada pela competitividade atroz e cruel, que no fundo não é mais do que a eterna força que nos faz querer sobreviver ao outro, transposta para a nossa realidade de garantir que o outro não fica com aquele emprego custe o que custar mesmo que para isso tenhamos de lhe encostar um cano de um revólver às têmporas ou pôr-lhe estricnina no comer. O que não nos lembramos é que a competitividade de que falei deveria acontecer entre espécies e não entre indivíduos de uma mesma espécie, e muito menos numa espécie como a nossa que, caso não tenham reparado é social por natureza, o que implica - ou que pelo menos deveria implicar- que agíssemos como tal. Como exemplo, lembro o caso recente de uma senhora que desmaiou num hospital dos EUA e ficou ali horas, sem que ninguém dos que por ela passaram e a viram a fossem acudir. A senhora acabou por falecer no local. É de loucos, ou não?
Já o Terceiro Mundo (que no sentido cru e literal é o nosso mundo, caso não tenham outra vez reparado) é vítima de um boom populacional e ao mesmo tempo de um boom patogénico, provocados, ambos por um choque ideológico-tecnológico resultante da tentativa de enraizar à força o sistema social, político e económico do nosso Ocidente nesse Terceiro mundo que pelo nome parece tão longínquo mas que para afinal está só separado pelo Mare Nostrum. Digo tentativa, porque o plano era fazer uma civilização à imagem da "civilização", o que correu mal fazendo com que incorporassem alguns princípios da nossa civilização mas os restantes não, quando para que vivessem na harmonia (palavra larga...)que nós queríamos, bastava, precisamente, que não lhes impingíssemos a nossa harmonia, ou pelo menos da forma abrupta com que o fizemos, nem dando tempo para que fossem assimilados os seus princípios.
Isto para dizer que, sim, vamos extinguir-nos e que já estamos a fazer por isso. E também para dizer o seguinte.
No mundo (no primeiro, no segundo, e no terceiro) na minha opinião a situação dos animais está similar. Falamos dos maus tratos dos pescadores de Reunion e esquecemo-nos dos maus tratos que cá em cima fazemos, porque se o hemisfério norte tem males humanos que o hemisfério Sul não tem e vice versa, há-de ter também males animais que o Sul não tem e vice versa.
Surge então a doce humanização, a forma máxima de bons tratos que poderíamos dar a um animal. Confessem lá: que melhor modo de dar carinho e amor ao nosso peluche do que vestindo-o – satisfazendo assim um nosso fetiche tortuoso – com aquela cópia do vestidinho da Barbie que mandámos fazer à medida para o nosso rechonchudo – extremamente obeso para não mentir. Depois fornecemos-lhes champanhe canino – maravilha de utilidade inultrapassável – e pomo-lo a dançar balé. De seguida sentamo-lo à mesa connosco para jantar e acabada a refeição damos-lhe um sonífero; ele até nem tem dificuldades para dormir, mas como dar-lho torna-lo mais parecido connosco, com todos os nossos desiquilíbrios, então damos-lho.
Aposto que ele está feliz, tão acarinhado que foi, e vai estar mais quando for pai, sim, porque também arranjamos sempre maneira de fazer uma ninhada como quem manda uma beata de cigarro para o chão. Nasceram os cachorrinhos, muitos e disformes. Um tem os dentes de fora, os brutos dizem que é prognatismo, mas não importa se é ou não, pois dá-lhe um charme especial.
Outra questão que muito afecta os amigos dos animais é a raça do bicho.
«Eles na Arca de noé dizem que o fofo é rafeiro, mas nós sabemos que não; perdão, nós queremos que não, porque assim não poderíamos chegar cheios de jactância ao pé da nossa vizinha e esfregar-lhe o boby nas trombas cheios de arrogância.
«É filho de campeões» gostamos nós de cuspir aos que nos perguntam quando vamos na rua se o boby não se sente desconfortável por andar de ceroulas e xaile no píncaro do Verão. Tem de ser um descendente de campeão, não basta ser de raça, e é insuportável que seja um rafeiro. E porque será? Não sei. Talvez nos alimente o eu exibir um cão que nomeámos de lavrador puro aquando do casamento. « Boby aceita o seu dono como seu marido, na saúde e na doença (...) até que a morte ou algum membro indelicado da Arca de Noé ao dizer que Boby é rafeiro e por isso você o abandone porque chegou à conclusão que o membro bruto até dizia a verdade, sendo, portanto inconcebível partilhar um lar com um vira-latas, os separe? Até já faltou mais para que possamos ver isto... casamentos.
Maltratam-se animais em todo o lado. Achamos que somos melhores que os outros no que toca a cuidar dos animais e desequilibramo-los com humanizações perversas e gritantes. Nisto incluem-se as ninhadas “avulso” que dão ao abandono milhares de animais que não só se corrompem na miséria como corrompem os ecossistemas; e tudo porque a gatinha e a cadelinha têm de sentir o prazer de serem mães e verem os filhos crescer, licenciar-se e casar.
Depois há as associações amigas dos fofos (como esta http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?t=40231que prestou um serviço inigualável à causa animal) que para além de não saberem um corno daquilo que dizem defender, são responsáveis ainda por actos terroristas e destruição de propriedade alheia com vista a libertar o fofo oprimido por dez mil anos de subjugação humana.
Lembro-me quando era pequeno de ver muitos burros; magros, coitados, abusava-se deles para o trabalho e comiam quase nada. Hoje já não há praticamente burros. Então, melhoramos? É claro, já não passam fome, porque simplesmente estão na posse de meia dúzia de admiradores que os tentam manter para que não se extingam. Pergunto outra vez: melhoramos? Talvez, ou talvez apenas tenhamos mudado a forma como maltratamos. Deixamos de abusar deles para simplesmente esquecermo-nos deles. Como já disse algures num outro tópico a violência existe e existirá sempre no mundo. Pessoas e animais continuarão a ser maltratados, pois a violência faz parte da natureza humana (sim, não é só uma característica dos veteranos mauzões da Arca de Noé). Sinceramente penso que não estamos mais humanitários do que estávamos há mil anos atrás, simplesmente acho que canalizámos a nossa violência para outo lado. Ontem Henrique VIII mandou decapitar duas das suas mulheres. Hoje não veremos a Rainha de Inglaterra a decapitar o marido. Para onde foi então a violência humana? Talvez tenha ido para Josef Fritzl o psicopata que na Áustria manteve a filha presa numa cave durante 24 anos.
É claro que as coisas não são tão elementares quanto o que eu mostrei, mas acho que me fiz entender.
Já me desviei outra vez do tema. Mas queria só mostrar que estamos tão preocupados com o pescador que em África usa o cão como isco, que nem reparamos no nosso cão obeso que manda em nós e que vai morrer de diabetes prematuramente.
Não somos assim tão diferentes dos "outros", apenas temos uma forma de lidar com a nossa natureza vil de forma diferente.
PauloC1
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segunda jul 28, 2008 7:10 pm

Simplesmente espectacular! :o Concordo com tudo sem tirar uma virgula!
dinodane
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segunda jul 28, 2008 7:19 pm

Titvs... YEAH!!

Mas queria só mostrar que estamos tão preocupados com o pescador que em África usa o cão como isco...
Eu acho é que a montanha pariu um rato. :|

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

nicosa
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quarta jul 30, 2008 1:09 am

Titvs..... o essencial que deve ser dito e importa neste tópico está no seu post!
Em grande ...como sempre!
Sofia
LuMaria
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quarta jul 30, 2008 6:06 pm

TitvsLivivs Escreveu:O que não nos lembramos é que a competitividade de que falei deveria acontecer entre espécies e não entre indivíduos de uma mesma espécie, e muito menos numa espécie como a nossa que, caso não tenham reparado é social por natureza, o que implica - ou que pelo menos deveria implicar- que agíssemos como tal. Como exemplo, lembro o caso recente de uma senhora que desmaiou num hospital dos EUA e ficou ali horas, sem que ninguém dos que por ela passaram e a viram a fossem acudir. A senhora acabou por falecer no local. É de loucos, ou não?
A competitividade é normal e saudável entre espécies, incluindo a nossa. O problema é que esquecemos que somos uma espécie como qualquer outra. Somos sociáveis e isso implica que vivemos em clã, mas não implica certamente, que façamos do mundo inteiro o nosso clã. Madres Teresas, Ghandis e Mather Luther Kings são raros e preciosos. Seres humanos de mente e coração prodigiosos. Nós, somos apenas nós. O que me causa enorme conflito é o facto de a maioria já nem respeitar o seu próprio clã. A nossa noção de clã está a perder-se e até parece atrapalhar. Os pais e avós despejam-se em lares, as crianças em infantários, escolas, atls e o que mais houver. Divorciamo-nos a uma espantosa velocidade e acabamos entre 4 paredes a olhar para a televisão, a comer comida de plástico aquecida no microondas.
Chocou-me de facto essa pobre criatura que morreu no Hospital sem assistência. Mas esquecemo-nos de que diariamente passamos ao lado de pessoas que dormem no chão e pouco comem. Que se não estão meias mortas, estão certamente meias vivas e seguimos em frente. A diferença é assim tão grande?
TitvsLivivs Escreveu:Pessoas e animais continuarão a ser maltratados, pois a violência faz parte da natureza humana(…). Sinceramente penso que não estamos mais humanitários do que estávamos há mil anos atrás, simplesmente acho que canalizámos a nossa violência para outo lado. Ontem Henrique VIII mandou decapitar duas das suas mulheres. Hoje não veremos a Rainha de Inglaterra a decapitar o marido. Para onde foi então a violência humana? Talvez tenha ido para Josef Fritzl o psicopata que na Áustria manteve a filha presa numa cave durante 24 anos.
Para onde foi a nossa agressividade nata? Começa com o facto de vermos à hora do jantar o telejornal a passar as noticias mais horrendas enquanto comentamos que o arroz tem muito sal e isso faz mal ao colesterol. Sim, somos agressivos e felizmente a maioria ainda se arrepia perante factos chocantes, o problema é que a grande maioria de nós só passa aos actos quando a injustiça bate à porta. Até lá comentamos. Mas já não é de todo mau que comentemos as crueldades gratuitas, custa-me mais aqueles que dizem que um acto de crueldade pode ter uma explicação que o minimize.
TitvsLivivs Escreveu:Mas queria só mostrar que estamos tão preocupados com o pescador que em África usa o cão como isco, que nem reparamos no nosso cão obeso que manda em nós e que vai morrer de diabetes prematuramente.
Não somos assim tão diferentes dos "outros", apenas temos uma forma de lidar com a nossa natureza vil de forma diferente.
A comparar violências não vamos certamente a lugar nenhum. Mas uma coisa é certa, dificilmente qualquer espécie no Planeta faria algo semelhante. E no meio disto tudo já não percebo se considera o Ser Humano “superior” ou “inferior” a outras espécies, porque com base no seu testemunho diria que a sua opinião sobre a espécie Humana não é certamente das melhores.
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
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