Viva! Visto que o outro tópico que de certa forma também tratava deste assunto morreu, e eu como acho que este tipo de assuntos não devem simplesmente morrer, resolvi pôr este tópico, para continuarmos a nossa discussão acerca da forma como os cães são tratados.
Eis o meu ponto de vista:
A forma como os cães são tratados no Norte, é a mesma do Centro, tal como no Sul. Mas é claro que as mentalidades diferem! Existem pessoas, e não estou a falar de pessoas do Norte ou de outro lugar do país, mas sim de algumas pessoas de todo o país, que ainda têm aquela ideia que os cães ficam fora de casa, não fazem companhia, e servem só para trabalho e guarda da casa. Escová-los é "frescura", dar-lhes ração específica em vez de comida feita em casa não existe, ir com eles ao vet é ridículo, pois se mal têm dinheiro para irem elas ao médico porquê levar os cães?
Outra forma de ver as coisas é: imaginemos na cidade. Prédios, ruas perigosas, pessoas a mais que entopem as ruas... porquê ir passear o cão se ele está tão bem fechado numa varanda o dia todo? Tem sol, água, comida, sombra, para quê cansar-se a levar um cão, um animal , a ir à rua? Mal passeamos os nossos filhos, quanto mais os cães... Estes são pontos de vista um bocado pessimistas... vejamos o contrário:
Os cães podem sim entrar dentro de casa. Desde que se comportem, sejam bem educados, de vez em quando virem fazer-nos companhia, porque não? Escovamo-los dia sim dia não, compramos a melhor ração do mercado, vamos com eles ao vet a qualquer hora do dia ou da noite.
Coitados... estão fechados na varanda, vamos passeá-los três vezes por dia, apesar de as ruas estarem cheias, as ruas serem perigosas, e nós estarmos cansados do trabalho. Afinal são os nossos comapanheiros, e se fazem tudo por nós, porque não sacrificarmo-nos um pouco também?
Isto dá mais do que pano para mangas, mas não me posso alongar mais. Estes são pontos de vista um pouco extremistas, mas estar a relatar tudo o que nos passa pela cabeça e tudo o que vimos... desculpem, mas isto dava para escrever um livro!!!
Agora gostava de saber o que vocês acham...
Fiquem bem
A forma como os cães são tratados...
Moderador: mcerqueira
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periquito FALCANITO
O que eu acho é que não há norte/centro/sul, há é mundo rural e mundo urbano.
Não posso falar muito sobre o mundo rural que só conheci (superficialmente) em miúda, mas o mundo urbano têm, ele próprio, subdivisões e microcosmos cada qual com a sua cultura e maneira de estar próprias.
Falando de exemplos : zonas marginais onde o cão deve ser um animal temível (perigoso) onde o prestígio do dono se mede, também, pelo "perigo" do cão.
Zonas políticamente correctas onde a filosofia é tipo "Peta" - não ter cão ou ter um rafeiro (de preferância salvo do abate in extremis).
Zonas de ascensão de classe onde um cão deve ser puro, de preferência com LOP, premiado, enfim equiparável ao BMW à porta e às sapatilhas Nike.
Zonas finas onde o cão está na quinta (onde quer que ela seja) e é óptimo para a caça (e é tudo).
A cada filosofia (se assim se pode chamar...estilo de vida, etc) corresponde uma visão do cão diferente e um tratamento diferente também.
Se quer, de facto, fazer um estudo aprofundado sobre como as pessoas tratam os seus cães então, acho eu, deve começar por uma análise aprofundada das aspirações e estilos de vida de cada grupo.
O tratamento dos cães, a meu ver, é apenas uma consequência.
Não posso falar muito sobre o mundo rural que só conheci (superficialmente) em miúda, mas o mundo urbano têm, ele próprio, subdivisões e microcosmos cada qual com a sua cultura e maneira de estar próprias.
Falando de exemplos : zonas marginais onde o cão deve ser um animal temível (perigoso) onde o prestígio do dono se mede, também, pelo "perigo" do cão.
Zonas políticamente correctas onde a filosofia é tipo "Peta" - não ter cão ou ter um rafeiro (de preferância salvo do abate in extremis).
Zonas de ascensão de classe onde um cão deve ser puro, de preferência com LOP, premiado, enfim equiparável ao BMW à porta e às sapatilhas Nike.
Zonas finas onde o cão está na quinta (onde quer que ela seja) e é óptimo para a caça (e é tudo).
A cada filosofia (se assim se pode chamar...estilo de vida, etc) corresponde uma visão do cão diferente e um tratamento diferente também.
Se quer, de facto, fazer um estudo aprofundado sobre como as pessoas tratam os seus cães então, acho eu, deve começar por uma análise aprofundada das aspirações e estilos de vida de cada grupo.
O tratamento dos cães, a meu ver, é apenas uma consequência.
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- Membro Júnior
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Não posso deixar de concordar contigo aisd, nunca tinha pensado no assunto desse ponto de vista mas sinceramente acho que faz todo o sentido!
Só não entendo nem nunca vou entender, para que as pessoas querem um cão para não o tratar bem....
E como os conseguem abandonar
honestamente qq pessoa minimamente humana, como consegue deixar o seu companheiro para tras, só me pergunto se essa pessoas olhassem para tras e vissem o olhar do seu amigo se teriam coragem de virar as costas de novo!!!
E desculpem mas como conseguem essas pesssoas seguir as suas vidas e dormir descansadas sabendo que o seu companheiro está abandonado a passar frio, fome, solidão, medo....
Mas já estou a fugir do topico, desculpem foi só um desabafo!
Só não entendo nem nunca vou entender, para que as pessoas querem um cão para não o tratar bem....
E como os conseguem abandonar

E desculpem mas como conseguem essas pesssoas seguir as suas vidas e dormir descansadas sabendo que o seu companheiro está abandonado a passar frio, fome, solidão, medo....
Mas já estou a fugir do topico, desculpem foi só um desabafo!
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- Membro Veterano
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- Localização: 2 rotts lindas, uma labradora linda e três gatos incríveis!
Viva! Ora foi precisamente para isto que eu coloquei aqui este tópico. Para se discutir pontos de vista! E parece que está a resultar, embora poucos tenham respondido... Do pouco que eu já tenho conseguido pesquisar, e eu só tenho pesquisado a nível nacional, nos bairros de lata, e mais pobres, onde há menos condições, é precisamente onde existem mais cães, e vejam só, começam a haver cada vez mais cães de "guarda" aqueles que estão nas listas de raças potencialmente perigosas... porque será?
Normalmente as pessoas mais "chiques" digamos assim, optam mais por cães pequenos. Mas isto é fruto de um estudo feito MUITO por alto, vou continuar a pesquisar e darvos-ei mais notícias.
Fiquem bem


Fiquem bem
Boa análise Aisd.aisd Escreveu: O que eu acho é que não há norte/centro/sul, há é mundo rural e mundo urbano.
Não posso falar muito sobre o mundo rural que só conheci (superficialmente) em miúda, mas o mundo urbano têm, ele próprio, subdivisões e microcosmos cada qual com a sua cultura e maneira de estar próprias.
Falando de exemplos : zonas marginais onde o cão deve ser um animal temível (perigoso) onde o prestígio do dono se mede, também, pelo "perigo" do cão.
Zonas políticamente correctas onde a filosofia é tipo "Peta" - não ter cão ou ter um rafeiro (de preferância salvo do abate in extremis).
Zonas de ascensão de classe onde um cão deve ser puro, de preferência com LOP, premiado, enfim equiparável ao BMW à porta e às sapatilhas Nike.
Zonas finas onde o cão está na quinta (onde quer que ela seja) e é óptimo para a caça (e é tudo).
A cada filosofia (se assim se pode chamar...estilo de vida, etc) corresponde uma visão do cão diferente e um tratamento diferente também.
Se quer, de facto, fazer um estudo aprofundado sobre como as pessoas tratam os seus cães então, acho eu, deve começar por uma análise aprofundada das aspirações e estilos de vida de cada grupo.
O tratamento dos cães, a meu ver, é apenas uma consequência.


<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
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- Membro Veterano
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Oláfang Escreveu:Boa análise Aisd.aisd Escreveu: O que eu acho é que não há norte/centro/sul, há é mundo rural e mundo urbano.
Não posso falar muito sobre o mundo rural que só conheci (superficialmente) em miúda, mas o mundo urbano têm, ele próprio, subdivisões e microcosmos cada qual com a sua cultura e maneira de estar próprias.
Falando de exemplos : zonas marginais onde o cão deve ser um animal temível (perigoso) onde o prestígio do dono se mede, também, pelo "perigo" do cão.
Zonas políticamente correctas onde a filosofia é tipo "Peta" - não ter cão ou ter um rafeiro (de preferância salvo do abate in extremis).
Zonas de ascensão de classe onde um cão deve ser puro, de preferência com LOP, premiado, enfim equiparável ao BMW à porta e às sapatilhas Nike.
Zonas finas onde o cão está na quinta (onde quer que ela seja) e é óptimo para a caça (e é tudo).
A cada filosofia (se assim se pode chamar...estilo de vida, etc) corresponde uma visão do cão diferente e um tratamento diferente também.
Se quer, de facto, fazer um estudo aprofundado sobre como as pessoas tratam os seus cães então, acho eu, deve começar por uma análise aprofundada das aspirações e estilos de vida de cada grupo.
O tratamento dos cães, a meu ver, é apenas uma consequência.Gostei!
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Devo dizer que a divisão da Aisd não me parece muito correcta, porque caiu nos esteriótipos! As coisas não são assim tão lineares! Não me parece que seja uma questão zona urbana/zona rural. Acho que é sobretudo uma questão de mentalidades e de sensibilidades. Nem sequer é só uma questão de educação nem de posição social!
Tenho colegas de trabalho com cursos superiores vários e que têm posturas perante os animais completamente diferente da minha. Todas elas são de famílias "bem" na vida, ao contrário de mim, por exemplo...
Uma delas (formada em Direito) tem duas gatas e um cocker (que pedinchou, claro, que o dinheiro não chega para tudo e ela até é contra comprar animais....). Ganha entre 500 e 600 contos por mês limpos (porque não paga impostos) e alimenta os animais dela com ração de supermercado. O cão tem vacinas, porque vai à rua, mas as gatas não têm. O que, se calhar, não é essencial, porque não vão à rua. Só quando caem do segundo andar e vão emprenhar de um gato vadio qualquer. Nesses casos, vão à rua. Mas não vão ao veterinário, nem mesmo quando ficam a coxear por uns tempos devido à queda. Quando os gatos nascem, no dia seguinte (literalmente no dia seguinte) está a dizer-me "Tens de arranjar donos para os meus gatinhos!" Como se fosse eu a responsável por a gata ter engravidado. Esterilizar as gatas? Nem pensar! Uma amiga de uma amiga de uma amiga mandou esterilizar a gata e ela morreu! Aqui há tempos, resolveu que queria chipar o cão. Ia haver uma campanha de chipagem de uma câmara qualquer, para as pessoas com menos posses (que não é o caso dela, recorde-se). Perguntei-lhe: "Maria (chamemos-lhe Maria...), não me digas que não ganhas o suficiente para pagar uma porra de um chip! É preciso ires às campanhas destinadas às pessoas mais carenciadas?"
Resposta: "E por que é que hei-de pagar, se o posso chipar de graça?"
E digo eu: "Para deixares o chip para quem realmente não o possa pagar?".
"Ah, não! Eles têm muitos chips para dar!"
Há a outra, com rendimento semelhante ou superior ao da outra (também não paga impostos...) muito bem falante, que gosta de usar palavras caras que ninguém conhece/usa (incréus, hombridade...). Já teve um gato. Morreu devido a uma infecção urinária. Apercebeu-se que o gato estava doente, mas o vet, que até é amigo dela, estava de férias e só voltava dali a uns dias. Esperou, e quando o vet voltou era tarde de mais... Mas ainda há-de ter outro gato. Mas castrá-lo, nem pensar! É uma questão filosófica! Não vai agora privar o gato de uma sexualidade plena! A chatice é que, quando os gatos não são castrados, de vez em quando tem de se deixá-los ir às gatas... "Ó Joana (chamemos-lhe Joana...), mas isso é um perigo para o gato, e, além disso, ele vai contribuir para novas ninhadas que ficarão na rua ao Deus dará!"
Resposta: "Pois... mas coitado do gato, não é? Também tem o direito!"
Uma coisa é certa: não sou eu que lhe vou arranjarum gato!
Bom, a conversa já vai longa... e muito haveria ainda para contar sobre estas e outras colegas também com animais. Mas acho que já perceberam a ideia...
Fiquem bem
Florinda
Pois... a 1ª frase também não me parece correcta.
O urbano e o rural não são sinónimos de diferenças em relação a esta questão.
Quanto aos exemplos urbanos, continuo a achar uma boa análise, simplificada como é lógico. Nem tudo é preto no branco. Longe disso.
Nunca gostamos de falar em estereotipos, mas que os há, há. E são a maneira mais simples e perceptivel de mostrar as coisas.
Digo eu......
O urbano e o rural não são sinónimos de diferenças em relação a esta questão.
Quanto aos exemplos urbanos, continuo a achar uma boa análise, simplificada como é lógico. Nem tudo é preto no branco. Longe disso.
Nunca gostamos de falar em estereotipos, mas que os há, há. E são a maneira mais simples e perceptivel de mostrar as coisas.

Digo eu......

<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
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