caiado Escreveu:
Sou um gajo prático e concentro-me muito na minha vida. E nem sequer sou altruísta o suficiente para fazer da salvação dos humanos um objectivo da minha vida, pois acho que já aqui referi que a forma como se vive (e o que se come) se encarregará de fazer a selecção 'natural' da espécie. Está realmente a fazê-lo e posso explicá-lo mas não aqui. E dar-meia razão, acredite.
Isto está-me a soar a lamarckismo.Você quer dizer que se passarmos a ser vegans ou vegetarianos vamos criar uma raça de indivíduos mais saudáveis? Se eu sofrer alguma alteração somática qualquer proveniente de uma alimentação vegetariana não a vou passar à descendência. Dizer isso é o mesmo que dizer que os filhos dos halterofilistas terão um corpo como o dos pais . Ou que se eu fechar dois sapos-comuns dentro num tanque com áqua os filhos deles terão membranas interdigitais como as das rãs.
caiado Escreveu:E isso, meu caro, inclui OBRIGATÓRIAMENTE a consciência de que cada refeição nossa implica o sofrimento e a extinção (tantas vezes em lenta agonia) de animais inocentes e com igual direito à vida.
Proponho-lhe um experiência. Experimente comprar 4 ou cinco frangos de aviário, aqueles branquinhos e fofinhos, trate muito bem deles, dê-lhes comida e água limpa, etc... Depois quando eles estiverem já bons para o abate você deixa-os sobreviver, afinal, você é respeitador da vida. Depois vá observando o comportamento deles, estão felizes, afinal tÊm finalmente a opportunidade de viver. À medida que eles forem envelhecendo você é capaz de começar a observar-lhes comportamentos que para si talvez não signifiquem mais do que satisfação, uma vida bem gozada ou felicidade. Começam por ficar cada vez obesos, a moverem-se com dificuldade, tipo pinguim, (tão fofinhos, não é?) cmeçam a padecer gravemente do calor e com azar num dia excepcionalmente quente é capaz de encontrar um ou dois mortos no chão por não terem conseguido suportar o calor que um animal sem aquela quantidade de gordura conseguiria. Depois há também os casos em que você pega num e ele por ter feito um esforço ínfimo morre-lhe nas mãos vítima de um colapso total do sistema cardíaco. Isto para dizer que pelo facto de estes animais viverem mais do que o que deviam começam a perder qualidade de vida, e isto eu não li em nenhum site dos amigos da canja de frango ou num artigo de opinião do José Castelo Branco, isto eu vi com os meus olhos, aconteceu a conhecidos e familiares e acontece muito frequentemente, quando o frango não é abatido numa certa idade e é deixado a envelhecer e a acumular gordura.
E agora diga-me que qualidade de vida tÊm estes animais por lhes estarmos a dar a grande dádiva da vida? Pode parecer incrível mas fazemos um favor a estes animais se os matar-mos antes de uma variação de temperatura ou uma situação com algum stress o fazer. Foram tão artificializados que sentem um certo incómodo por estarem vivos.Essa é a verdade, mas você e tantos outros acham que o problema acaba e qu é muito bom quando se rebenta um portão de uma estábulo ou de um canil para se largar na rua uma centena de animais domésticos.
E queria ainda acrescentar que para mim o ideal seria que as pessoas criassem em casa os animais que comem e fossem educadas para procederem a um abate o mais indolor possível e para os tratarem como aquilo que são: animais e não pessoas, com dignidade respeito e sem humanizações da treta.
caiado Escreveu: Daqui, não me demove. Nega-lo?
Eu não o quero demover de nada, só não quero é que crie a ideia que quem come carne merece ser julgado em Nuremberga ou ser condenado a comprar electrodomésticos e chocolates suíços de uma loja dos chineses.
