Num mundo sem Sergios Sás...

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

fang
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terça jun 11, 2002 3:10 am

Olá a todos
Bom... comparar cães com armas até pode ser um exercício engraçado...
Uma arma tanto pode ser uma “moca de Rio Maior” como um míssil de cruzeiro.
Tanto quanto sei, uma “moca de rio maior” não precisa de qualquer licença, uma caçadeira qualquer um pode ter licença desde que tire a carta de caçador, uma arma de defesa pessoal só lhe é passada licença para tal a quem tenha actividade profissional que o justifique e tem de ter certas características como o calibre e o comprimento de cano etc, uma arma de guerra como uma G3 só os militares ou as forças militarizadas a podem usar após formação especifica. Qualquer destas armas pode matar desde que o utilizador faça uso dela para tal. Agora a eficácia é muito maior numa G3 do que numa “moca de rio maior”.
Á excepção da “moca” todas as restantes armas estão cadastradas tal como os seus detentores, mas nem todas as pessoas podem ser portadoras legais de qualquer tipo de arma. Quanto maior a eficácia, maior a restrição.
No entanto qualquer um pode arranjar a arma mais sofisticada no mercado negro e dete-la ilegalmente.

Se um dono de um caniche toy me atiçar o seu cão, o que poderá acontecer é o pobre coitado levar um brutal pontapé , ficar em mau estado e ainda dar um murro no dono por me obrigar a fazer isso, mas se um dono de um Rott ou de um Pit me fizer isso, sou eu quem provavelmente ficará em mau estado e o dono a rir.
A justificação para cães “potencialmente perigosos” só me parece ter alguma lógica pelo tamanho do animal, independentemente da raça. Ou seja: quanto maior o tamanho, maior a “potencialidade”. Mas isso chegará??
Os meus malamutes podem ser potencialmente perigosos: são uma “arma carregada” pronta a disparar ás galinhas do vizinho, ou , se eu for irresponsável, na brincadeira mandarem alguém de uma ponte a baixo. No entanto qualquer estranho poderá assaltar-me a casa, levar cães e tudo que eles vão todos contentes. Qual será o grau de “potencialidade” ou “perigosidade”??
Na generalidade, as características genéticas de certas raças são muito mais facilmente moldáveis pelo dono para fins hostis do que outras – isso é um facto. Poder-se-á medir algum grau de “potencialidade” ou “perigosidade” por aqui??

Não queremos descriminar raças “potencialmente perigosas”, mas quando dizemos isso referimo-nos sempre a determinadas raças, mesmo só em pensamento *. Pela natureza dessas raças, são sempre essas a serem referidas. Quer queiramos, quer não ( já pareço o zé maria... eheh ) elas já estão discriminadas á partida.
Todos os cães poderão ser considerados “armas”, mas enquanto uns são meras “mocas de rio maior” outros podem ser considerados G3, cuja eficácia como “armas” pode ser completamente diferente quando usados pelas pessoas erradas.
Já repararam que as armas apreendidas utilizadas na criminalidade são maioritariamente armas ilegais com características não autorizadas para civis??

Será que para possuir uma “ moca de rio maior” terei que ter obrigatoriamente cadastro ou licenças especiais tal como para qualquer arma de fogo especial?? ou...
Será que se resolver possuir uma G3, terei que enveredar obrigatoriamente pela carreira militar, sabendo que a máfia tem disso a pontapé e ninguém quer saber??
Pois... estou num dilema... mas parece-me que a 2ª hipótese deve ser mais seriamente considerada, pois a responsabilidade de ter uma G3 nas mãos deve-se a formação, treino, ética e sobretudo ao perfil psicológico.
Um Inimputavel com arma de fogo ou com uma “moca” não será bem a mesma coisa. A máfia é para ser combatida.

Sou totalmente de acordo com a responsabilização dos donos. Mas porque existem donos irresponsáveis não serão os donos de “mocas de rio maior” “potencialmente menos perigosos” que os donos de “G3” ?
Para salvaguardar as “G3”, não deverá haver algum controlo a quem essas G3 são entregues, auxiliando a combater a máfia , máfia essa que é em grande parte responsável pela má reputação das G3 ??

Talvez pareça tendencioso, mas tenho muitas duvidas que alguém consiga treinar um malamute para atacar alguém. Pode realmente haver um ataque (que pode ser considerado perigoso devido ao tamanho), mas por outras razões e isso marca algumas diferenças.



Já há uns tempos referi que Continuo com muitas dúvidas e até já me tenho enganado várias vezes........

Saudações

* “penso, logo existo” > em alentejano: “penso, logo exausto”
<p>Francisco Barros</p>
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PauloC
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Olá,
Fala-se aqui que um ataque de um PitBull ou de um Rottweiler pode ter consequência mais graves do que um ataque de um caniche... Concordo! Mas o que está errado a meu ver é o pressuposto de que à partida o ataque ocorre! O que eu quero dizer com isto é que, está-se a pensar de imediato nas consequência de um ataque sem se pensar que o que eu, e outros como eu, estamos a defender é prévio ao ataque e evita que este aconteça. Provavelmente, o meu Furst (Rottweiler) vai viver e morrer sem nunca ter atacado ninguém, e o 'fosquinhas' do vizinho ( caniche) já mordeu 5 crianças e os próprios donos!! O que me interessa que as consequência da mordida do Furst possam ser terríveis comparativamente às do caniche, se na prática o meu cão nunca deixou uma marca em ninguém e o caniche já mandou uns quantos para o posto médico?!!
Onde eu quero chegar é que há donos, há cães, não há categorias de pessoas nem categorias de cães. A meu ver deve haver uma responsabilização genérica para TODOS e posteriormente uma responsabilização casuística, para cada caso individual! Se um cão se revela agressivo no seu comportamento, deve ser avaliado e se necessário impostas restrições ( ou pior)! Se um dono revela um comportamento irresponsável, deve ser responsabilizado.
Vamos pegar no exemplo das 'mocas de rio maior' e das Pistolas........
Se uma moca de rio maior estiver nas mãos de um marginal, psicopata assassino ou se essa mesma moca estiver pendurada por graça na parede da sala de um pacato cidadão, não é a mesma coisa. Mas no primeiro caso, será um perigo em potência! Se uma Pistola estiver nas mãos de um individuo psicologicamente estável ou se estiver nas mãos desse mesmo psicopata, também não é a mesma coisa! E no segundo caso será também um maior perigo em potência!!
Podemos em ambos os casos, para prevenir 'acidentes', proibir simplesmente toda a gente de ter 'Mocas' e de ter Pistolas. Mas pensemos um pouco.... Se eu proibir o que é que vai acontecer? Provavelmente o pacato cidadão vai acatar a ordem e vai retirar a 'moca' da parede lá de casa, e o "Individuo psicologicamente estável" vai deixar de ter a sua Pistola! Mas o marginal vai continuar a ter a 'moca' e a Pistola! Vai guardá-las lá em casa e usá-las, uma ou outra, quando lhe aprouver! Por aqui se vê que não é a "arma", mas sim quem está a segurar nela que representa o perigo potencial!! Uma arma não dispara nem ataca sozinha, há alguém que a faz disparar!! Com um cão podemos ter o mesmo raciocinio.... não se deve pensar nas consequências do ataque, mas sim na probabilidade de que esse ataque aconteça. As consequências eu até admito que possam ser piores em função de raças (salvo algumas ressalvas), mas o acto do ataque em si mesmo, eu não creio que seja determinado pela raça...NUNCA!
É impossível manter um registo de todas as armas, porque até uma faca de cozinha, um garfo ou uma colher, podem matar... mas é possivel responsabilizar quem as use nesse sentido! Seria optimo de pudessemos agir antes, e não depois das coisas acontecerem ( em especial nos casos mais graves) , mas sabemos todos que isso é IMPOSSÌVEL! Podemos proibir ou ser mais exigentes com "G3", mas quem tem o potencial de usá-las vai simplesmente escondê-las, mudar de marca ou então passa a usar 'mocas' !!

Mas... como eu gosto muito dos meus cães até prefiro que entrem um pouco na minha liberdade individual, vejam o meu cadastro, exijam uma 'carta de condução para cães'... mas isto se depois me deixassem em paz e fossem chatear o Sergio Sá! O que não acredito é que isso alguma vez vá acontecer!
fang
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olá
Fala-se aqui que um ataque de um PitBull ou de um Rottweiler pode ter consequência mais graves do que um ataque de um caniche... Concordo! Mas o que está errado a meu ver é o pressuposto de que à partida o ataque ocorre! O que eu quero dizer com isto é que, está-se a pensar de imediato nas consequência de um ataque sem se pensar que o que eu, e outros como eu, estamos a defender é prévio ao ataque e evita que este aconteça. Provavelmente, o meu Furst (Rottweiler) vai viver e morrer sem nunca ter atacado ninguém, e o 'fosquinhas' do vizinho ( caniche) já mordeu 5 crianças e os próprios donos!! O que me interessa que as consequência da mordida do Furst possam ser terríveis comparativamente às do caniche, se na prática o meu cão nunca deixou uma marca em ninguém e o caniche já mandou uns quantos para o posto médico?!!
Concordo plenamente, mas isso parte pela formação dos donos o que não me parece acontecer maioritariamente neste momento. Provavelmente o seu vizinho se em vez de um caniche tivesse um rott tomaria outra atitude e outra responsabilidade, mas e se a responsabilidade e atitude fosse exactamente a mesma? Provavelmente ao primeiro ataque teriam abatido o cão, e era mais uma mancha negra na raça.
Onde eu quero chegar é que há donos, há cães, não há categorias de pessoas nem categorias de cães. A meu ver deve haver uma responsabilização genérica para TODOS e posteriormente uma responsabilização casuística, para cada caso individual! Se um cão se revela agressivo no seu comportamento, deve ser avaliado e se necessário impostas restrições ( ou pior)! Se um dono revela um comportamento irresponsável, deve ser responsabilizado.
Parece-me um pouco utópico tendo em vista a quantidade de donos irresponsáveis. Concordo em pleno com a responsabilização genérica. Mas avaliar á posteriori o comportamento de um cão ou de um dono não poderá ser tarde demais? A responsabilização á posteriori não iria apagar as consequências.
Vamos pegar no exemplo das 'mocas de rio maior' e das Pistolas........
Se uma moca de rio maior estiver nas mãos de um marginal, psicopata assassino ou se essa mesma moca estiver pendurada por graça na parede da sala de um pacato cidadão, não é a mesma coisa. Mas no primeiro caso, será um perigo em potência! Se uma Pistola estiver nas mãos de um individuo psicologicamente estável ou se estiver nas mãos desse mesmo psicopata, também não é a mesma coisa! E no segundo caso será também um maior perigo em potência!!
Podemos em ambos os casos, para prevenir 'acidentes', proibir simplesmente toda a gente de ter 'Mocas' e de ter Pistolas. Mas pensemos um pouco.... Se eu proibir o que é que vai acontecer? Provavelmente o pacato cidadão vai acatar a ordem e vai retirar a 'moca' da parede lá de casa, e o "Individuo psicologicamente estável" vai deixar de ter a sua Pistola! Mas o marginal vai continuar a ter a 'moca' e a Pistola! Vai guardá-las lá em casa e usá-las, uma ou outra, quando lhe aprouver! Por aqui se vê que não é a "arma", mas sim quem está a segurar nela que representa o perigo potencial!! Uma arma não dispara nem ataca sozinha, há alguém que a faz disparar!! Com um cão podemos ter o mesmo raciocinio.... não se deve pensar nas consequências do ataque, mas sim na probabilidade de que esse ataque aconteça. As consequências eu até admito que possam ser piores em função de raças (salvo algumas ressalvas), mas o acto do ataque em si mesmo, eu não creio que seja determinado pela raça...NUNCA!


Como seria de esperar também concordo em parte, mas o marginal que utilizar a moca provavelmente apenas matará 1 pessoa á mocada, mas se tiver 1 pistola poderá fazer muitos mais estragos, logo o perigo potencial é maior. Mas aqui nunca se trataria de proibir mas sim de “controlar” o que poderia ajudar a curto prazo a definir a partir de que ponto existe “marginalidade”.
Se não houvesse neste mundo indivíduos psicologicamente INSTÀVEIS , provavelmente não estaríamos a discutir este assunto, mas lá que os há, há.
Quanto ao acto de ataque tenho algumas duvidas se NUNCA será determinado pela raça... precisamente porque existem pessoas psicologicamente instáveis. Veja-se o caso do sr. SS em que os pits tem que ser linha Game breed.
O que está aqui em causa é mais uma vez a irresponsabilidade dos donos e isso só seria alterado com alteração de mentalidades, pois não acredito em formação imposta, e essa alteração parece-me ainda bastante longe.
Também sou apologista do Infractor-pagador, mas será que pagar remedeia o que possa ter acontecido?
É impossível manter um registo de todas as armas, porque até uma faca de cozinha, um garfo ou uma colher, podem matar... mas é possivel responsabilizar quem as use nesse sentido! Seria optimo de pudessemos agir antes, e não depois das coisas acontecerem ( em especial nos casos mais graves) , mas sabemos todos que isso é IMPOSSÌVEL! Podemos proibir ou ser mais exigentes com "G3", mas quem tem o potencial de usá-las vai simplesmente escondê-las, mudar de marca ou então passa a usar 'mocas' !!
A clandestinidade sempre existiu e continuará a existir , mas convenhamos que um marginal que use um garfo ou uma moca terá o trabalho muito mais dificultado. Se reduzir-mos o nº de marginais com acesso a G3, poderá haver redução de homicídios – utopicamente falando.
Imaginemos que não existia condicionantes a detenção de G3. Seria provavelmente o farwest. Posso estar enganado...

As minhas duvidas relacionam-se sobretudo com a prevenção e com a definição de “animal potencialmente perigoso” e tudo isto está relacionado com “donos potencialmente perigosos”. Um dono irresponsável é irresponsável independentemente da raça, mas o potencial perigo pode ser aumentado com - irresponsabilidade / raça.
Um dono responsável irá actuar de acordo com as características da raça (grande ou pequena), pois conhece-a antes de a adquirir, eliminando ou minimizando todos os eventuais perigos.
Aliás, a meu ver não existem raças perigosas, podem existir sim exemplares perigosos independentemente da raça, quer por instabilidade congénita dos mesmos, quer por indução dos donos . Agora o perigo potencial desses exemplares é variável com as características da raça . É aqui que eu tropeço e não consigo muitos argumentos na minha cabeça para contrariar quem defende o “controlo” de raças com certas características.

Agora também uma coisa é certa! Enquanto houver por aí Sergios Sás impunes nem vale a pena estarmos a discutir esta questão. Se a legislação que existe não é aplicada, para quê mais leis?? A lógica seria criar novas leis quando as existentes se mostrassem ineficazes, mas se nem as que temos são testadas...

Não é fácil para mim abordar este tema e por vezes dou comigo em conflito comigo próprio. De qualquer forma falar não paga imposto (por enquanto...) e sempre se vai conversando esclarecendo algumas duvidas e formando opinião com base em todos os argumentos apresentados.


Saudações
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sumy
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terça jun 11, 2002 3:00 pm

Olá,

Raças perigosas!!! o que é isso??? Desculpem que vos diga, mas para mim, não existem raças perigosas!! e a existir a raça humana (é uma delas!!! , não todos os individuos claro!!) o anormal do SS é um caso desses. Se me falarem que existem raças com caracteristicas que ao serem desenvolvidas e avivadas que se podem tornar em alguns casos, animais com problemas e dai tornarem-se perigosos, isso é outra conversa, penso que o unico perigo existente são os donos por vezes desiquilibrados e sem conhecimentos minimos como lidar com oum cão que provocam as situações, por vezes desagradáveis.

Já falei uma vez de um amigo meu que tem dois Pits. Posso dizer que são os cães mais meigos e dedicados ao dono (Será que são só os del?????!!!!! não me parece) e não só, Já se fartaram de brincar com os meus malamutes e posso dizer que o meu devido ao seu instinto territorial pode ser bem mais agressivo para outros machos.

Penso que se criou uma sombra à volta de certas raças, e sombra essa que vai ser muito complicado conseguir que ela desapareça. Para se construir alto positivo é preciso muito tempo, mas o reverso da medalha, como sabem, basta um dia para perder tudo.

Claro está que algo que prevalece no meio disto tudo será a dimensão dos animais. Se um caniche morder uma pessoa, clario está que não vai fazer os mesmos estragos que por exemplo o meu Malamute pode fazer.

Ainda no sábado passado o minha cadela esteve na brincadeira com uma cadela Rott e acreditem que até deu gosto ver aquilo. No entanto, existe lá um caniche que aqui há uns tempos se atirou ao rabo dela e não a largava... teve sorte!!! tal e qual como um vizinho meu, que o tal caniche apenas lhe rasgou as calças!!! será p caniche uma raça potencialmente perigosa???? Perigosa é a dona que deixa o cão fazer o que quer e lhe apetece, será que tem medo do cão???? se calhar nem devia de ter um...

Penso que foram criados mitos á volta de certas raças e complementado com as suas carateristicas morfológicas deu em tudo o que estamos a assistir neste momento.

Obrigado e desculpem tanto blá blá!!!!


Um abraço,

Sumy
carrapato
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terça jun 11, 2002 3:11 pm

Há uns tempos que me preocupo com o facto de certas almas (penadas ou de ter pena) deviam passar por testes rigorosos antes de poderem se reproduzir, pois já sinto alguma dificuldade em aceitar e compreender que existam alguns (infelizmente não poucos) pais que nos fazem ficar muito tristes.

Infelizmente também, tento dar àqueles filhos algo que os faça amanhã não ser pais que reproduzam o reflexo tão disforme dos progenitores. Ainda não perdi a esperança que a sabedoria do povo possa falhar e que filho de peixe ainda consiga voar!

Mas, agora nasceu-me uma nova preocupação. É que estes pais que não conseguem educar, criar e sequer amar umas crianças simplórias que não têm de usar açaime, deram em criar uns pobres de uns animais que ao que parece são dotados de maxilares pouco selectivos. Ora, se nem os fedelhos são controlados, fazendo as tropelias mais extraordinárias, como será com o bichano ?

E lembrei-me daqueles bairros cheios de gente onde se vive às camadas e onde no mesmo quarto dormem os três fedelhos que brigam constantemente, a avó que odeia a nora, o pai que comprou um bichano imenso de poder e dentes (o meu avô tinha uma caçadeira capaz de matar elefantes! Graças aos deuses, nunca passou nenhum circo por perto da casa dele, senão era uma grande maçada!) e uma mãe deprimida que toma muitos remédios acabados em "x" e fuma desalmadamente.

E, depois lembrei-me daqueles locais públicos, como os centros comerciais, onde no meio das criancinhas tenrinhas, se passeiam umas almas (amedrontadas, pois só um enorme medo até da sombra, fará alguém ter de ir ao centro comercial - local extremamente perigoso e violento - já viram aquelas meninas das caixas registadoras? Autênticas Bin Laden's de mini-saia!!), dizia eu, se passeiam uns senhores, ou umas senhoras, mas mais vulgarmente (e que desilusão) uns meninos, direi mesmo uns jovenzinhos com corpinho para não terem assim tanto medo, acompanhados por uns bichanos (sem açaime e já vi com estes olhos que a terra há-de tragar, sem trela!!).

Pois é! Eu já estive em locais perigosos, vi gente que mata para viver, vi olhos de ódio que querem vingança, mas nunca achei que um vulgar centro comercial em Portugal fosse o palco de alguma guerrilha tão carecida de proteção e que fosse tão importante levar um bichano cheio de dentes para lá!

Depois tentei pensar nos argumentos que essas pessoas me dariam se eu as questionasse, e provavelmente ouviria:

"não posso deixar o cão fechado no carro num parque de estacionamento subterrâneo." - nunca pensei que os bichos pudessem fugir com o automóvel...

"É que sabe a seguir vou passear o cão à praia ." - eu já tinha uma certa alergia à enchente de gente na praia, mas agora com os bichanos, perdi a vontadinha toda!

"Eu não ponho açaime porque ele fica nervoso..." - nem pensar em enervar o bichano!! Isso nunca! Aliás estou a pensar mal ver um, deito-me logo no chão e dou tudo!!!

"O meu cão não sai do pé de mim! Nunca me desobedeceu... RABETA!!! JÁ AQUI!!! JÁ AQUI!!! TU ESTÁS A OUVIR??? JÁ AQUI... " - Não consegui acabar a entrevista... o Rabetinha engoliu um Lulu perigosamente mortal que estava ao colo de uma agente dupla (uma velhota danada de torta que pensava enganar o pessoal!!!).

Eu tive imensos cães, meigos e doces, dei-lhes as festas e os mimos todos que pude. Cheguei a dormir na barriga deles. Nunca morderam ninguém, ladravam quando alguém se aproximava para avisar. Só isso.
O cão é um animal muito nobre que deve ser respeitado e bem tratado.
Hoje não tenho cão, porque não tenho as melhores condições que um bicho destes merece, tenho pena, mas o meu gosto não pode de forma alguma ultrapassar as necessidades destes animais.
Não seria nunca capaz de criar um animal para o qual não tenho formação ou aptidão, daí nunca criaria um bicho como esses que se afiguram tão marciais e guerreiros. Acho que preferia andar com trajes de samurai ou de ninja, fazia figuras tristes, mas nunca ficaria com a consciência demasiado pesada de ter magoado alguém como uma criança.

Quanto ao medo. Todos temos os nossos medos... acho que não vai ser um bichano com uma coleira cheia de picos que vai acabar com os meus medos. Tenho de ter a coragem de os enfrentar com um gato!!

Quanto às lutas com os cães... espero que haja Justiça!

com os meus cordiais cumprimentos
carrapato
PauloC
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terça jun 11, 2002 3:22 pm

Olá,

Eu não estou sequer a pensar em termos de formação ( o que seria ideal) mas sim de responsabilização. Porque é que eu devo estar a ser julgado à partida por um crime que não cometi! Vamos levar isto a um extremo que já alguém em tempos aqui usou: Será que apenas pelo facto de medir 1,90 m e praticar musculação, eu devo ser julgado como potencialmente perigoso, ser obrigado a restrições na minha vida pessoal, ter uma cadastro próprio ou andar de luvas calçadas para não magoar ninguém!!! Acho que não!!! Então porque é que um cão pelo simples facto de ser um Rottweiler ou PitPull tem sempre de ser visto como um perigo potencial??
Concordo plenamente, mas isso parte pela formação dos donos o que não me parece acontecer maioritariamente neste momento. Provavelmente o seu vizinho se em vez de um caniche tivesse um rott tomaria outra atitude e outra responsabilidade, mas e se a responsabilidade e atitude fosse exactamente a mesma? Provavelmente ao primeiro ataque teriam abatido o cão, e era mais uma mancha negra na raça.
Parece-me um pouco utópico tendo em vista a quantidade de donos irresponsáveis. Concordo em pleno com a responsabilização genérica. Mas avaliar á posteriori o comportamento de um cão ou de um dono não poderá ser tarde demais? A responsabilização á posteriori não iria apagar as consequências.
Meu caro amigo.... este argumento é que me parece muito utópico! Que tipo de restrição impede 'acidentes' a 100%? Só se se mandassem matar todos os cães antes que algum atacasse alguém e fosse tarde demais! Por esta ordem de ideias proibia-se simplesmente até de andar de carro, de Quantas mortes há nas estradas portuguesas? Nada apaga as consequências, mas todos somos inocentes até prova em contrário! Não me parece justo estar a ser penalizado à partida com base numa potencialidade de perigo!! Senão, tal como disse, nem de carro poderiamos andar!!
Como seria de esperar também concordo em parte, mas o marginal que utilizar a moca provavelmente apenas matará 1 pessoa á mocada, mas se tiver 1 pistola poderá fazer muitos mais estragos, logo o perigo potencial é maior. Mas aqui nunca se trataria de proibir mas sim de “controlar” o que poderia ajudar a curto prazo a definir a partir de que ponto existe “marginalidade”.
Se não houvesse neste mundo indivíduos psicologicamente INSTÀVEIS , provavelmente não estaríamos a discutir este assunto, mas lá que os há, há.
Quanto ao acto de ataque tenho algumas duvidas se NUNCA será determinado pela raça... precisamente porque existem pessoas psicologicamente instáveis. Veja-se o caso do sr. SS em que os pits tem que ser linha Game breed.
O que está aqui em causa é mais uma vez a irresponsabilidade dos donos e isso só seria alterado com alteração de mentalidades, pois não acredito em formação imposta, e essa alteração parece-me ainda bastante longe.
Está a partir de um pressuposto certo ! Um Marginal com uma pistola pode eventualmente matar muito mais gente do que com uma moca.. certo! Mas está a falar mais uma vez de pessoas e do uso que elas dão às coisas - É SOBRE O MARGINAL que se deve agir! Não está em causa a arma utilizada, mas sim a forma como se utiliza.
Pessoas como o Sergio Sá devem ser pura e simplesmente impedidas de ter cães, e não raças! Devem ser penalizadas, responsabilizadas ( não são as raças que devem sofrer pela mentalidade dos SS deste mundo).
O Infractor-pagador pode não remediar o que possa ter acontecido, mas é neste e noutros casos a única forma 'justa' de agir! Tal como se um carro de um condutor negligente atropelar e matar uma criança, nada será remediado pela condenação à prisão e ao pagamento de uma indeminização... mas como poderiamos fazer? Proibir toda a gente de conduzir?
A clandestinidade sempre existiu e continuará a existir , mas convenhamos que um marginal que use um garfo ou uma moca terá o trabalho muito mais dificultado. Se reduzir-mos o nº de marginais com acesso a G3, poderá haver redução de homicídios – utopicamente falando.
Imaginemos que não existia condicionantes a detenção de G3. Seria provavelmente o farwest. Posso estar enganado...
É certo que a clandestinidade sempre existiu, mas com Leis discriminatórias e restritivas de raças ela não só vai continuar a existir como vai aumentar. O dono responsável vai obedecer ao que a Lei disser, vai pagar e vai sofrer com isso, o marginal vai continuar a fazer exactamente o mesmo ou pior!
Uma lei restritiva de raças não vai diminuir o acesso a Pit Bull por parte de Sergios Sás, o que ela vai fazer é com que pessoas 'normais' vão passar a ser ainda mais discriminadas e atacadas nas ruas. Os Sergios Sás vão continuar a desobedecer à lei, como já fazem actualmente. E depois lá saiem mais umas Leis ainda mais restritivas e extremistas, porque continuam a aparecer Sergios Sás na Televisão!
Porque é que em vez de fazerem mais Leis, discriminativas por raça ou peso ou o que quer que seja, não se limitam a aplicar simplesmente as Leis que já existem! Já repararam que se as pessoas simplesmente obedecessem ao antigo Dec. Lei 317/85, os acidentes seriam verdadeiramente e apenas acidentes!! Será que se todos os cães estivessem devidamente condicionados nos seus alojamentos e quando viessem para os espaços públicos estivessem obrigatoriamente de trela ou açaimo iam acontecer 'ataques'? Para que restringir mais do que isto? BASTAVA CUMPRIR A LEI que já existia!

É a minha opinião ;)


Um abraço
Paulo C.
PauloC
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terça jun 11, 2002 3:33 pm

Caro Carrapato,
Antes de mais queria dar-lhe os parabéns pela sua forma de escrita, digna de figurar numa crónica de qualquer revista periódica!
Quanto ao conteúdo, talvez o espante, eu até concordaria com a maior parte do que lá está escrito não fosse a generalização de comportamentos e o erro em alguns pressupostos. Das generalizações, como quaisquer rótulos e ideias pré-concebidas, só posso concluir que a sua experiência de vida com cães e donos de cães é muito limitada e, por isso, muito condicionada.
Quanto aos pressupostos, pegando no exemplo dos cães no Centro Comercial (à parte do facto de que eu não o faço, e muito menos o faria sem trela), só posso concluir que o meu caro amigo leva à letra o ditado " quem tem medo compra um cão"! porque carga de água é que as pessoas andam com cães porque têm medo! Não seria mais fácil e barato andar com uma pistola ou mesmo uma faca de mato? Será que tem de saber uma razão prática e têm de lhe responder com uma 'desculpa' igualmente prática e aos seus olhos racional! Porque é que eu não posso andar na rua com o meu cão, ou mesmo num centro comercial ( desde que devidamente acondicionado com trela ou açaime), pelo simples prazer de passear com o meu cão, pelo simples facto de que o meu cão anda sempre comigo, para onde eu vou ele vai, somos inseparáveis....etc...?!
Porque é que não pergunta às pessoas porque levam os filhos para os centros comerciais? É para que estes os ajudem a carregar as compras, é para que os ajudem a escolher os preços mais económicos?
Enfim... a leitura até foi agradável e divertida... bem aproveitado e esclarecido, você até podia passar a ser uma boa quisição para a causa da defesa da responsabilização dos donos e não das raças! PUNISH THE DEED NOT THE BREED!
fang
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terça jun 11, 2002 8:04 pm

Caro Paulo
Acho que concordo com a maioria dos seus argumentos e obrigado por mais uma vez os expor.
No que diz respeito á aplicação da legislação estamos em sintonia, alias como já tinha referido no post anterior.
Claro que a lei tem que ser aplicada sobre as pessoas e não sobre os animais. É sobre os marginais que se deve agir. Plenamente de acordo! Mas um marginal só o é quando ultrapassa a margem da lei. Pode ultrapassar centímetros ou quilómetros . É isso que me preocupa, não as raças mas quem as detém, ou seja o perigo potencial do detentor.
Qualquer cão pode ser um perigo potencial nas mãos erradas. A minha grande duvida é como “medir” esse perigo potencial (note-se: não do cão mas do conjunto cão/dono).
Eu não estou sequer a pensar em termos de formação ( o que seria ideal) mas sim de responsabilização. Porque é que eu devo estar a ser julgado à partida por um crime que não cometi! Vamos levar isto a um extremo que já alguém em tempos aqui usou: Será que apenas pelo facto de medir 1,90 m e praticar musculação, eu devo ser julgado como potencialmente perigoso, ser obrigado a restrições na minha vida pessoal, ter uma cadastro próprio ou andar de luvas calçadas para não magoar ninguém!!! Acho que não!!! Então porque é que um cão pelo simples facto de ser um Rottweiler ou PitPull tem sempre de ser visto como um perigo potencial??

Em relação á comparação entre perigo potencial na detenção de cães e mortalidade nas estradas, tenho algumas duvidas.
Ora se existe carta especifica para determinados tipo de veículos, motociclos, ligeiros, pesados etc. é porque tem de haver especialização em cada um deles. A negligencia seria muito maior se toda a gente conduzisse com carta de motociclos, incluindo o camionista de pesados. Já agora lembrei-me que em termos de estatísticas os pesados não estão no top de acidentes, mas quando um pesado é envolvido num acidente, normalmente as consequências são muito mais graves.
O Infractor-pagador pode não remediar o que possa ter acontecido, mas é neste e noutros casos a única forma 'justa' de agir! Tal como se um carro de um condutor negligente atropelar e matar uma criança, nada será remediado pela condenação à prisão e ao pagamento de uma indeminização... mas como poderiamos fazer? Proibir toda a gente de conduzir?

Só fico preocupado quando se oferece a um “demente mental” um cão que pode ser problemático nas suas mãos. Se der para o torto, este vai ser considerado inimputavel e quem sofre é o cão ou mesmo a raça se este a tiver.
E quando se trata de fugir á “prisa”, muita gente passa de “psicologicamente estável” para “psicologicamente afectado devido a deficiências mentais irreversíveis”. Pode crer que tenho conhecimento de 2 ou 3 casos.


Saudações

Refiro novamente que este assunto é um pouco complicado para a minha pessoa.
Estas não são as minhas opiniões, por enquanto não passam das minhas duvidas. ;)
<p>Francisco Barros</p>
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fang
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Caro Paulo
Bom...
De facto esta história das comparações não me parece muito feliz.
Trocando por miúdos:
Todas estas minhas duvidas resultam num dilema:

1- Por um lado não me apetece nada levar por tabela pelos actos do “rafeirão” do meu vizinho lá de cima que morde em toda a gente e já pôs a dona no hospital com uma hemorragia num braço. Quando se fala de legislação abrangente, é para todos!
Muito menos me apetece levar por tabela com uma lei que descrimina uma serie de raças tendo em conta o tamanho, peso, força de mandíbula, etc.. Os meus cães nunca rosnaram sequer a ninguém e a matilha recebe de braços abertos todos os desconhecidos.
2-Por outro lado também não me sinto seguro depois do ataque dum Fila de S. Miguel a um amigo das minhas filhas, o qual é filho do dono do mesmo. Este ataque ocorreu no dia seguinte á presença das minhas filhas na festa de anos desse amigo em sua casa e com a presença do cão . Tal ataque poderia ter resultado em tragédia não fosse a intervenção do dono munido de uma caçadeira que pôs fim á vida do cão. Assim apenas daí resultou umas brutais cicatrizes no braço após internamento hospitalar de 1 semana.
Claro que neste caso a negligencia dos donos teve um papel fundamental ao deixarem uma criança de 12 anos disputar a dominância com o cão até ter dado para o torto e, claro está, quem pagou o preço mais alto foi o cão.
Outro caso que me está a deixar preocupado: O meu primo tem um rott – o Rambo – filho do Afonso da casa de S. Domingos, provavelmente irmão do seu Furst. Durante o 1º ano e picos este cão foi bem sociabilizado e com um certo acompanhamento do criador ( aliás você sabe isso tão bem como eu ). De há cerca de 1 ano para cá, devido a problemas familiares, este cão tem sido muito mal acompanhado raramente saindo do seu “burgo”. Escusado será dizer que as diferenças são notórias: Maior territorialidade, maior possessividade e maiores sintomas de agressividade perante estranhos.
Sendo as minhas filhas frequentadoras da casa esporadicamente ( se fossem assíduas não ficava tão preocupado), a minha preocupação tem razão de ser.

É aqui que a responsabilização á posteriori dos donos me deixa angustiado.
Não tenho nada contra qualquer raça em especial, embora as características entre elas sejam diferentes. Tenho sim MUITO receio de ALGUNS donos.
Talvez agora percebam a razão dos meus posts anteriores...
Eu não estou sequer a pensar em termos de formação ( o que seria ideal) mas sim de responsabilização. Porque é que eu devo estar a ser julgado à partida por um crime que não cometi! Vamos levar isto a um extremo que já alguém em tempos aqui usou: Será que apenas pelo facto de medir 1,90 m e praticar musculação, eu devo ser julgado como potencialmente perigoso, ser obrigado a restrições na minha vida pessoal, ter uma cadastro próprio ou andar de luvas calçadas para não magoar ninguém!!! Acho que não!!! Então porque é que um cão pelo simples facto de ser um Rottweiler ou PitPull tem sempre de ser visto como um perigo potencial??
Pois... mas o homem do 1,90m em principio não tem um dono que lhe ordene : Ataca leão!!! ataca!!! Logo não me parece comparavel.


Saudações
<p>Francisco Barros</p>
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