Vegetarianismo

[PauloC1]

Cara Shika,
Não sei se para si é normal chamar às pessoas omnivoras 'Comedores de Cadaveres' ou dizer, por diversas formas, que as pessoas que comem carne são trogloditas, incultos e de um patamar de evolução inferior! Para mim isto é ser extremista, é ser ofensivo, e em diversas ocasiões até mal educado (antes que o Frank se insurja, convém dizer que não foi só ele que contribuiu com os 'piropos' atrás mencionados).

Pois, eu realmente só chamei "come-cadáveres" (que até é verdade, portanto nem sequer é um insulto).

Todos os animais que se alimentam de outros animais, de uma forma geral só comem o animal depois deste estar morto (salvo raras excepções). Mas o termo que se usa para identificar estes animais é CARNIVOROS, não é comedores de cadaveres! Da mesma forma que as pessoas que se alimentam de vegetais são designadas por vegetarianas e não por "comedoras de restos de plantas mortas". Isto já para não falar que o Frank usa o termo com uma intenção claramente depreciativa, e por isso é natural que as pessoas recebam isso com essa conotação depreciativa e se sintam 'agredidos' por isso!

[franxdaniele]

À parte de começar desde logo por chamar hipocritas às pessoas que comem carne, quero apenas salientar que não há nenhuma necessidade de pensar em tudo o que aconteceu para termos um bife na mesa! Isto pela mesma razão que não vejo qualquer necessidade de ter presente tudo o que acontece para extraír um apendice ou o que acontece para fazer um implante mamário! Por se gostar de bife, não quer dizer que se goste de visionar a morte da vaca! Decerto que não é uma coisa poética e bonita, mas também o não é o nascimento de uma criança no momento que antecede a expulsão (e uma criança, sobretudo um filho, é a coisa melhor do mundo).

Ai estas comparações...

Penso que a grande maioria das pessoas que comem carne, se tivessem que ser responsaveis por todo o processo até terem uma bifana para comer, muito provavelmente não o conseguiriam (entenda-se: ter um porco, desde leitão, alimenta-lo todos os dias, conviver com ele e depois mata-lo, corta-lo aos bocados e comê-lo) mas posso estar enganada

Não é preciso recuarmos muito no tempo para que isso que está a dizer fosse a situação mais comum na maioria dos lares portugueses.

Tal como era comum andar descalço, ou ser analfabeto...

Tento que todos os derivados que utilizo na minha alimentação sejam biologicos e proveniente de um ambiente o mais saudável e que vise o bem estar animal que seja possivel. Sai um pouco mais caro, mas uma vez mais, acabo por me sentir melhor por fazê-lo.

Não vejo porquê uma dieta omnivora não se possa reger pelos mesmos principios. Se a diferença é o consumo da carne obrigar sempre á morte do animal, pergunto-lhe quantas explorações já visitou (de onde tenham vindo os ovos e o leite que consome) que tenham estancias de repouso para os animais da '3ª idade' que tenham deixado de ser produtivos (galinha e vacas). Aposto que vivem em liberdade até ao fim dos seus dias, ´debicando alegremente milho e vegetais biológicos!!

Por isso é que eu não como ovos e leite

[franxdaniele]

Quer dizer, não é só por isso, é também porque o leite faz muito mal à saúde.

[franxdaniele]

(...)é natural que as pessoas recebam isso com essa conotação depreciativa e se sintam 'agredidos' por isso!

Sentem-se agredidas pela verdade? Eu não estou a mentir, pois não? Há aqui alguém que coma os animais vivos?

[franxdaniele]

(...)Mas o termo que se usa para identificar estes animais é CARNIVOROS, não é comedores de cadaveres!

Mas dos abutres diz-se que são necrófagos, não é?

[PauloC1]

Ai estas comparações...

Estas comparações são meramente ilustrativas de que o facto de sermos carnivoros não tem necessariamente de estar dependente do facto de gostarmos de ver um animal morrer! Eu não gosto de espinhas, mas não é por causa disso que deixo de comer peixe!

Tal como era comum andar descalço, ou ser analfabeto...

Ok, ou você não percebeu, ou eu não percebi!
Eu só quis explicar que se muias pessoas hoje em dia não seriam capazes de passar pelo processo referido, é simplesmente que, por falta de necessidade (têm quem o faça por elas) não se habituaram a isso! A "evolução", se calhar infelizmente, foi de teor comercial e não de teor cultural

Por isso é que eu não como ovos e leite

Só que o meu comentário era relativamente ao que a Shyka escreveu!

[franxdaniele]

Da mesma forma que as pessoas que se alimentam de vegetais são designadas por vegetarianas e não por "comedoras de restos de plantas mortas".

Mas as plantas, normalmente, tanto se comem mortas como vivas.

[PauloC1]

Da mesma forma que as pessoas que se alimentam de vegetais são designadas por vegetarianas e não por "comedoras de restos de plantas mortas".

Mas as plantas, normalmente, tanto se comem mortas como vivas.

K'ORROR....ASSASSINO DE PLANTAS!!!!

[franxdaniele]

Por isso é que eu não como ovos e leite

Só que o meu comentário era relativamente ao que a Shyka escreveu!

E o meu era em relação ao que o PauloC1 escreveu

[franxdaniele]

Da mesma forma que as pessoas que se alimentam de vegetais são designadas por vegetarianas e não por "comedoras de restos de plantas mortas".

Mas as plantas, normalmente, tanto se comem mortas como vivas.

K'ORROR....ASSASSINO DE PLANTAS!!!!

Cabbage killer!!!

[shyka]

Caro paulo,

À parte de começar desde logo por chamar hipocritas às pessoas que comem carne, quero apenas salientar que não há nenhuma necessidade de pensar em tudo o que aconteceu para termos um bife na mesa!

não tinha como intenção chamar de hipócritas a todos os que comem carne. A todos os que comem carne com plena consciência de todo o processo para a obter, apenas posso acusar de coerência!

Isto pela mesma razão que não vejo qualquer necessidade de ter presente tudo o que acontece para extraír um apendice ou o que acontece para fazer um implante mamário! Por se gostar de bife, não quer dizer que se goste de visionar a morte da vaca! Decerto que não é uma coisa poética e bonita, mas também o não é o nascimento de uma criança no momento que antecede a expulsão (e uma criança, sobretudo um filho, é a coisa melhor do mundo).

Dificilmente compararia matar animais para os comer com tirar o apendice (uma emergência médica necessária para sobreviver), fazer um implante mamário (uma opção da pessoa a quem é feito) ou até mesmo o nascimento de um filho (sem duvida um processo doloroso mas muito positivo e com vista, em última análise, como sobrevivência de uma espécie, e não morte!)
para mim, comer carne é um sofrimento desnecessário e uma imposição, forçosa, de uma espécie sobre várias outras.

Se não difere isso é algo que só a si diz respeito! Pela minha parte posso dizer que os meus cães diferem em muito de um porco para eu comer, e mais, diferem muito dos outros cães (incluindo o seu), pelo simples facto de que são os MEUS CÂES! São animais por quem nutro um sentimento particular e sobreudo por quem sou responsável .

sente um carinho especial por eles exactamente porque os conhece. A minha questão é exactamente essa: acho que se desse a oportunidade a um porco, por exemplo, de o conhecer como o faz aos seus cães, muito provavelmente também não o comeria.

Não é preciso recuarmos muito no tempo para que isso que está a dizer fosse a situação mais comum na maioria dos lares portugueses. Aliás, hoje em dia, isso ainda acontece em muitos. E se muita gente hoje em dia não seria capaz de matar e comer de seguida um animal, é simplesmente porque deixou de ter necessidade de fazê-lo porque facilmente encontra o produto desse trabalho feito por outros.

Eu penso que as pessoas, hoje em dia, ou a maioria delas, não seria capaz de matar um animal para o comer, porque o nosso conhecimento em relação aos sentimentos, emoções e estruturas sociais dos animais são muito maiores.
Sabe-se por exemplo que um porco é mais inteligente que um cão. E quando as pessoas refletem sobre esses ditos "animais de consumo", nestes moldes, eles deixam de ser tão apeteciveis para consumir.

Se a diferença é o consumo da carne obrigar sempre á morte do animal, pergunto-lhe quantas explorações já visitou (de onde tenham vindo os ovos e o leite que consome) que tenham estancias de repouso para os animais da '3ª idade' que tenham deixado de ser produtivos (galinha e vacas). Aposto que vivem em liberdade até ao fim dos seus dias, ´debicando alegremente milho e vegetais biológicos!!

se calhar é mesmo aí que temos que tentar que as coisas mudem e arranjar mesmo um sitio onde as poedeiras possam viver felizes e em liberdade até ao fim dos seus dias, debicando alegremente milho e vegetais biológicos!!

[franxdaniele]

Se a diferença é o consumo da carne obrigar sempre á morte do animal, pergunto-lhe quantas explorações já visitou (de onde tenham vindo os ovos e o leite que consome) que tenham estancias de repouso para os animais da '3ª idade' que tenham deixado de ser produtivos (galinha e vacas). Aposto que vivem em liberdade até ao fim dos seus dias, ´debicando alegremente milho e vegetais biológicos!!

se calhar é mesmo aí que temos que tentar que as coisas mudem e arranjar mesmo um sitio onde as poedeiras possam viver felizes e em liberdade até ao fim dos seus dias, debicando alegremente milho e vegetais biológicos!!

Conheço pessoas que têm galinhas nestas condições.

[PauloC1]

Caro paulo,
não tinha como intenção chamar de hipócritas a todos os que comem carne. A todos os que comem carne com plena consciência de todo o processo para a obter, apenas posso acusar de coerência!

Mas o que é "ter plena consciência de todo o processo para obter carne"?! Ter consciência que animal é morto? Ou ter a suposta consciência que todo o processo é um video da Peta em que funcionários com perturbações mentais matam os animais com retoques de sadismo e que todas as explorações pecuárias são esgotos a ceu aberto com cadaveres a boiarem empilhados aos milhares?

Dificilmente compararia matar animais para os comer com tirar o apendice (uma emergência médica necessária para sobreviver), fazer um implante mamário (uma opção da pessoa a quem é feito) ou até mesmo o nascimento de um filho (sem duvida um processo doloroso mas muito positivo e com vista, em última análise, como sobrevivência de uma espécie, e não morte!)
para mim, comer carne é um sofrimento desnecessário e uma imposição, forçosa, de uma espécie sobre várias outras.

Está aí a diferença Para mim comer carne não é um sofrimento desnecessário, aliás, não é um sofrimento de todo! Se se refere ao animal (obvio que sim) é um sofrimento idêntico ao de qualquer animal que é abatido para consumo de outro. Nesse aspecto, e como causador do abate de uns quantos frangos, vacas, porcos, etc., não me considero pior que os meus cães (que também comem carne mas podiam comer pipocas e ser suplementados com um batalhão de vitaminas).

sente um carinho especial por eles exactamente porque os conhece. A minha questão é exactamente essa: acho que se desse a oportunidade a um porco, por exemplo, de o conhecer como o faz aos seus cães, muito provavelmente também não o comeria.

Mas porque haveria eu de dar "oportunidade" a um porco de o conhecer? "Olá, eu sou o Paulo, e daqui a bocado vou-te comer em costoletas"! Isso sim, seria hipocrisia! Aí sim há que manter coerência e ver nesses animais 'Produtos' alimentares' e não animais de estimação´!
Aliás, tal como eu referi, nem o seu cão e os demais cães têm para mim o mesmo valor (em termos de vida) que os meus cães, porque raio é que um porco teria?!

Eu penso que as pessoas, hoje em dia, ou a maioria delas, não seria capaz de matar um animal para o comer, porque o nosso conhecimento em relação aos sentimentos, emoções e estruturas sociais dos animais são muito maiores.

Você está convencida que isso é um produto da evolução da educação e da cultura, eu, não descurando que uma pequena parte se deve a isso, estou mais convencido que isso é um produto da evolução do mercado que coloca à mão e por alguns euritos o porco e o frango já embalados e prontos a cozinhar. Não fosse isso, e ia ver se a maioria das pessoas não continuavam a matar os animais como antigamente.

se calhar é mesmo aí que temos que tentar que as coisas mudem e arranjar mesmo um sitio onde as poedeiras possam viver felizes e em liberdade até ao fim dos seus dias, debicando alegremente milho e vegetais biológicos!!

Eu tenho ali uma panela onde as poedeiras, se forem caseirinhas, podem ter o eterno descanso....em banho quente e rodeadas de arrozinho ou massinha de estrelinhas

[mad_zzzb]

Eu penso que as pessoas, hoje em dia, ou a maioria delas, não seria capaz de matar um animal para o comer, porque o nosso conhecimento em relação aos sentimentos, emoções e estruturas sociais dos animais são muito maiores.

Você está convencida que isso é um produto da evolução da educação e da cultura, eu, não descurando que uma pequena parte se deve a isso, estou mais convencido que isso é um produto da evolução do mercado que coloca à mão e por alguns euritos o porco e o frango já embalados e prontos a cozinhar. Não fosse isso, e ia ver se a maioria das pessoas não continuavam a matar os animais como antigamente.

Como já lhe referi várias vezes antigamente a posse e morte de animais não era tão comun como quer fazer parecer. Se em 30 anos o consumo de carne aumento 5x é porque se passou a produzir mais e mais pessoas aderiram ao consumo.

Não é preciso ir muito longe, fale com os seus pais e avós e pergunte-lhes o que se comia no tempo do Salazar. Antes disso na Idade Média com regimes feudais e afins o consumo frequente de carne era um luxo reservado aos mais abastados. É caso para dizer que um dia de 'festim' com carne era um dia de festa. Tipo quando o rei faz anos.

Voçê nem quer conhecer um porco ou leitão que vê como "produto". Hipoteticamente se uma espécie extra-terrestre mais evoluída do que nós chegar ao nosso planeta e decidir que somos uma iguaria extra-ordinária voçê será um dos que perceberá o motivo pelo qual nos veêm como alimento e não como seres a respeitar. Para eles seremos porcos. E escusará de 'guinchar' porque também não arriscam conhecer-nos melhor para não correrem o risco de connosco simpatizarem e serem depois incapazes de se deliciarem connosco. Mas aí como defensor da sua espécie irá lutar contra aqueles que lhe aplicam o que aplica a outra espécie. Mas a sua capacidade de luta será a mesma que a dos leitões contra o Homem. Talvez aí surja uma outra espécie extra-terrestre que advogue a defesa de todas as espécies e procure lutar pela preservação do Homem. E aí não terá dúvida em aceitar a ajuda de alguém que tem os mesmos ideais que nós numa escala maior.

Muita gente tem medo do desconhecido mas muito mais tem medo do conhecimento e das implicações e impactos que podem ter na sua vida.

Se aceita ser como é aceitará que outras culturas/raças se alimentem de golfinhos, baleias, cães, gatos, etc... Não o fazer é uma contradição. Por isso se fosse lutar a favor dos direitos dos animais (que já indicou que não é o seu modo de vida) nada poderia fazer por cada espécie animal que esteja no menu de algum ser humano no planeta. Porque isso seria lutar contra os seus 'direitos'. E talvez essa seja mesmo a razão porque não o faz. Deixa cá ignorar os come-golfinhos, come-cães, come-baleias, como-espécies-em-via-de-extinção porque senão ainda arranjo para aqui o sarilho de se lembrarem de safar os porcos, vacas, galinhas, perus, etc...

[fang]

Comparar animais domésticos com selvagens (e ainda por cima em risco de extinção) é absurdo.

E, exceptuando os consumidores de 1ª ordem, não conheço animal nenhum que não seja especista. Todos os predadores (sejam eles carnívoros ou omnívoros) são especistas. O homem como predador não foje à regra. Simplesmente aprendeu a domesticar algumas das sua presas, e ainda bem, como salvaguarda e gestão de recursos.