
Se agarrar a minha gata pelo cachaço e só a libertar quando se acalmar, isso poderia demorar imenso tempo, mas provavelmente cansar-se-ia e calava-se. Ok, concordo. O problema é a consequência desse acto. Durante meses ela ia fazer cenas se sequer me aproximasse dela. Vou exemplificar: há anos (não estou a exagerar, passaram-se para aí uns 6 anos) sem querer prendi-lha a cauda numa porta. Pois ainda hoje, se está junto de uma porta fechada e eu me aproximo para a abrir começa a bufar. Outro exemplo: há anos tambem, quando estava de cama com uma gripe, a minha mãe trouxe-a ao colo para junto da cama. Foi na fase em que lhe dava palmadas quando se mostrava agressiva. Só por se sentir encurralada nos braços da minha mãe e por eu estar perto dela desatou a rosnar e a soprar. Pois ainda hoje se a minha mãe se aproxima de mim com ela ao colo, começa a bufar. Ela simplesmente não esquece. Quando a castigava, passavam-se semanas (!) em que só de me aproximar ou entrar na sala onde ela estava (por vezes a dormir até), dava literalmente um salto e punha-se a bufar e a rosnar e metia-se debaixo dos armários. Dir-me-ão: pois então conseguiste impor-te, já que ela fugia. Sim, é verdade, mas substituí a agressividade motivada pela dominância, por uma muito pior: a motivada pelo medo. Acham viavel conviver com um animal debaixo do mesmo tecto nestas condições? Que desata a fazer cenas só por nos cruzarmos com ele? Acho que ninguem aguentaria tal situação. Acreditem, com uma gata como a minha todos os defensores da chinelada teriam de rever a sua posição. Ignorá-la e evitá-la é a ùnica solução. Ou então recorrer a um veterinário para com medicamentos a manter meia sedada!

Sorte a vossa que conseguiram domar as vossas ferinhas! Quem me dera tê-lo conseguido. É que com esta experiência, apesar de continuar a adorar gatos, nunca mais adoptarei nenhum
