
Tenho um problema de adaptação com uma gata – não para a receber, mas para a dar…
Temos uma gata há seis anos. Em Agosto de 2008 nasceu mais uma ninhada, de três; entre eles, esta bebé. Foi crescendo, crescendo - e é amorosa. Mas ter uma gatinha destas cá em casa é inconcebível - pela falta de atenção que recebe e devia, merece receber, sobretudo com menos de um ano de vida.
Ao fim de - quê, quatro meses? - anunciámo-la; as respostas vieram em catadupa. A primeira senhora que nos contactou mostrou-se tão receptiva, tão carinhosa, tão entusiasmada com a perspectiva de ficar com ela que com ela ficou.
Mas não comia. Não bebia. Não se mexia. Ficava aninhada num canto. A senhora, naturalmente, foi com ela ao veterinário - e a bebé era saudável, muito desenvolvida para a idade, tudo fantástico, mas não se adaptou. Ao segundo dia já comeu, foi à caixa, brincou, mas cedo voltou a ter saudades.
Voltou para casa, fez uma festa enorme, felicíssima. Pensámos que fosse demasiado pequena; esperámos até à semana passada. Outro anúncio. Outra nova família. Outro regresso.
Não tenho a menor dúvida de que foi impecavelmente tratada das duas vezes, com muito mais mimos e atenções do que pode receber cá - motivo pelo qual a queremos dar. Mas os dois relatos são idênticos. Retracção, timidez extrema, recusa em comer durante dois, três dias. Naturalmente, por preocupação - tanto com a gata como com os animais, crianças, ambiente em que se pretendia que se integrasse -, as pessoas devolveram-na.
Hoje foi o segundo regresso. Receio que a mãe esteja grávida, outra vez. Está agressiva, ciumenta. Rosna para esta bebé, dá-lhe patadas.
Há-de ser temporário, naturalmente - estamos a dar espaço à bebé para se ambientar e a dar mimos à mãe. Mas é um ambiente negativo para as gatas desta casa...
Não sabemos o que fazer. É claramente uma gata doméstica, muito meiga, mas parece ser complicadíssimo integrá-la noutra casa, por mais fantástica que seja.
É normal? E o que fazer, a não ser esperar por um dono paciente ao limite?
Obrigada