Zahn Escreveu:Kikas123 Escreveu:Não entendo porque é que qualquer tópico que surja sobre barulhos ou outros problemas comportamentais acabam, invariávelmente, com as mesmas respostas: "precisa de companhia". Isso é um mito, que teima em não desaparecer, infelizmente. Depende das espécies em questão, depende do tipo de atenção recebida por parte dos donos, alimentação, etc. Inúmeros factores contribuem para "problemas" (que muitas vezes são apenas os comportamentos inerentes à espécie, mal interpretados por falta de informação), e, frequentemente, esses mesmos comportamentos surgem por terem a tal "companhia". Incrível, não??

Da parte dos outros não sei, mas quando abordo alguém com esse tema é porque não conheço a pessoa e porque sei que ainda existe muita gente que mantém aves sozinhas. Vejam-se os canários, por exemplo, que muitos machos passam a vida toda sozinhos numa gaiola. Algo completamente errado...
Isto falando de aves criadas naturalmente pelos pais. Aves criadas à mão é diferente pois elas tomam o seu dono como sendo da mesma espécie, seja como progenitor ou companheiro, e exigem a sua atenção como se fosse uma outra ave.
Muitas vezes os "gritos" estridentes que as aves aprendem a fazer incansavelmente vêm de maus hábitos que elas próprias tomam. Imagine-se que de cada vez que ela faz mais barulho o dono vai junto a ela reclamar. A ave não percebe isso dessa forma, mas entende que de cada vez que o faz terá atenção de alguém, criando assim esse hábito um pouco por culpa do seu dono.
Sem ser irónico e não me levem a mal, mas o que não percebo é porque tanta gente adquire animais aos quais não consegue suportar o "canto". Atenção que não me dirijo a ninguém em especial, é apenas algo que tenho vindo a reparar ao longo dos anos.
Como disse anteriormente, a minha caturra não foi criada à mão, mas é como se fosse, uma vez que, foi-me oferecida pelo criador (um amigo meu), por lhe parecer ser fácilmente domesticável e por ser lutina de olhos vermelhos, uma mutação que eu adoro, por isso, quando a viu, lembrou-se de mim. Veio para minha casa com cerca de mês e meio, mais ou menos. Ou seja, assim que se tornou independente dos pais. A verdade é que não noto diferença nenhuma comparando com as aves criadas à mão, pelo contrário. Ela é extremamente dependente da família humana (principalmente de mim, já que sou a que lhe dá mais atenção e que a socializei, digamos assim) e daí os barulhos que faz, por incrível que pareça, começou a fazer os barulhos que normalmente as crias fazem nos ninhos (uma espécie de chiar), que, por vezes, se torna irritante, confesso, principalmente quando não lhe fazem as vontades, mais agora, porque estou a tentar habituá-la a granulado em vez de sementes, e ela é teimosa que nem uma "mula" e sim, a transição foi lenta e mesmo assim passado um mês e meio é uma "choradeira" cada vez que se chega ao comedouro e não vê sementes. Mas, ao mesmo tempo, os barulhos que faz são sinal de afecto e de gostar do contacto comigo e que passará com o tempo. Concordo quando diz que não compreende a atitude de alguns donos que não conseguem suportar o canto das suas aves. Mas, por vezes, é por falta de informação. Basta olhar para as aratingas e os conures, quantas pessoas têm noção do barulho que uma ave dessas faz? E quantos criadores se dão ao trabalho de informar os potenciais interessados? Na minha opinião, caturras e agapornis não são extraordináriamente barulhentos. Mas isso porque estou habituada a aratingas e araras lol. Compreendo que, para certas pessoas, sejam barulhos infernais. Mas também penso que, parte dos potenciais interessados obterem a informação sobre a espécie de animal que pretendem (seja ave, cão, gato, peixe, etc) ANTES de o adquirirem. Mas, no caso deste forista, ele encontrou a solução adequada. Uma vez que as aves estão felizes e em condições mais favoráveis, para mim, foi uma solução ideal.
Quanto ao meu Papagaio, considero uma das espécies mais silenciosas que já tive, confesso. Embora comece agora a "sair da casca" uma vez que, apesar de criado à mão, por um excelente criador, em termos de qualidade da ave em si e das condições em que foi criado, faltou, como ainda é comum em Portugal, algo já considerado crucial noutros países: a socialização da ave. O que significa ir mais além do que sómente interagir durante os segundos que demoram as tomas. O que significou trazer para casa um alicate com penas (apesar de ter 2 meses e meio), com um pavor terrível da mão e da voz humanas, mas, passado um mês, sensívelmente, fizemos enormes progressos. Foi um desafio bem maior do que o de domesticar a caturra

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Quanto a imitações, já imita o som de beijinhos e por enquanto é só. A minha caturra é-lhe completamente indiferente e vice-versa.