Caça ou não eis a questão

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Responder
fang
Membro Veterano
Mensagens: 5519
Registado: domingo dez 30, 2001 11:37 pm
Contacto:

segunda jun 24, 2002 7:05 pm

Boas,
SOU CAÇADOR, E ASSUMO SEM PRECONCEITOS OU DEMAGOGIAS, MUITO SE TEM FEITO POR MUDAR MENTALIDADES, MUITO FALTA FAZER, SE SOMOS TODOS ASSASSINOS PASSIVOS OU NÃO, É RELATIVO OS SENHORES DITOS CONSERVADORES DA NATUREZA SE CALHAR NUNCA MATARAM UMA MELGA, UMA MOSCA, UMA ARANHA, ... SERÁ O MOTIVO DA QUANTIDADE DO PESO UM FACTOR ABONATÓRIO!
Essa não deve ser para mim. Se fosse ler posts anteriores teria visto que não concordei com algumas atitudes de alguns membros deste fórum. Sou conservacionista convicto.
Conheço a realidade da caça. Por isso, acho que o Objectivo – Conservação da Natureza, não se compadece nem com fundamentalismos nem com caça irresponsável e desordenada..
Tenho morto centenas de animais. Quantos ratos não tenho morto para recuperar animais selvagens de espécies em perigo, muitos deles feridos por caçadores? E codornizes? Também sou um bárbaro? Talvez seja para alguns...
A discussão é sobretudo ética e moral. É moral e eticamente correcto caçar hoje em dia apenas por desporto e prazer?
Agora vejamos: Quem não matou já por prazer?
Quem não matou um rato ou uma osga pelo simples prazer de acabar com a sua presença? Tambem são animais, tambem são vertebrados.
Ninguem se incomoda em matar uma osga, que È 1 ESPÈCIE PROTEGIDA pelo anexo II da convenção de Berna. Matam-na pela simples razão de que é feia- e inventaram uma serie de mitos ( venenosa, peçonhenta etc.), mas poucos saberão que é um aliado em casa contra pragas de insectos.
O homem levou seculos a moldar ecossistemas, uns sem grandes desequilíbrios outros nem por isso. Quando esse mesmo homem provoca desequilíbrios tem o dever de tentar equilibrar ( hoje já muito poucos ecossistemas que não dependam da presença humana) e por vezes é necessario proceder a controle de populações de determinadas especies.
Pode dizer que isso é possivel sem matar. Ás vezes não é, mas quando é a solução mais económica é essa. Certos grupos de caçadores tem tido um papel fundamental na conservação da natureza. Papel que deveria caber ao próprio estado, mas parece que ninguem acredita em investimentos a fundo perdido.
Estou convicto que perante toda a conjuntura de barbaridades, a caça (ordenada e responsavel) será um mal menor.
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
Florinda
Membro Veterano
Mensagens: 764
Registado: quarta dez 12, 2001 3:35 am
Localização: gatos (16); aves

terça jun 25, 2002 12:49 am

Caro FAbarm

"Efectivamente o que pensamos nem sempre corresponde à realidade. Se algum dia estiver predisposta a acompanhar uma jornada de caça, vai compreender que os animais não estão nem são assim tão indefesos quanto muitos aqui defendem."
Continuo a não perceber. Se calhar, sou eu que sou lenta. Ou então a sua ideia de "indefeso" é muito diferente da minha... Não estou minimamente interessada em acompanhar uma jornada de caça, e não vejo em que é que isso me ia fazer mudar de ideias em relação a essa actividade. Há situações em que podemos falar sem "conhecimento de causa". Por exemplo: nunca fui atropelada por um comboio, mas acho que posso afirmar com alguma segurança que não ia gostar nem um pouco.

"Quanto ao direito à não caça, desculpe, mas esse direito não está limitado a dias da semana específicos." - Mas quem disse isto?"
O FAbarm sugeriu que eu só passeasse pelos campos nos dias em que não se pode caçar, que são todos, excepto quintas-feiras, domingos e feriados nacionais. Muito bem... Se alguém me conseguisse garantir que não andaria ninguém a caçar nos dias proibidos, ou até na época proibida... Como já foi referido, o desrespeito pelas datas em que é proibido caçar é frequente.

"Ir a reservas naturais? Boa ideia. Pena é que, em plena reserva natural, se encontrem cartuchos vazios. Estranho, não é? Pois... mas eu já vi!! - Mas afinal não ia lá para ver a bicharada? Eu sei que às vezes encontramos esse espécie errante. PAra a próxima leve um saquinho e recolha-os. Não era a primeira e só lhe ficava bem."

Diz bem: eu ia lá para ver a bicharada! Mas está a fugir à questão! O facto é que havia cartuchos vazios (disparados) em plena reserva natural, onde é proibido caçar, seja qual for o dia da semana ou a época do ano. O único comentário que isso lhe merece é sugerir-me que apanhasse os cartuchos que pseudo-caçadores deixaram por lá espalhados?!! Já que fala nisso, o FAbarm apanha os seus?

Fique bem

Florinda Lopes
CMNogueira
Membro Veterano
Mensagens: 367
Registado: quarta dez 12, 2001 12:30 pm
Localização: Cães - Rottweiler
Contacto:

terça jun 25, 2002 10:29 am

Viva,

Este tópico deve ir bater o record de consultas e respostas. O forum é para isto mesmo, trocar ideias ou opiniões. Contudo, parece-me que vai virar um “Never ending story”. Já sei...é como as novelas, só vê quem quer.

Tentar convencer um caçador a não caçar ou convencer um não-caçador a caçar, será idêntico a convencer o Bin Landen a abraçar o presidente dos Estados Unidos. Esta ultima situação será mais fácil.

O importante é convencer aqueles que não são caçadores a não caçar. Educar os mais jovens, sensibilizando-os para estas e outras questões.

Sou totalmente contra a caça. Era incapaz de disparar, sem qualquer tipo de necessidade, contra um animal. Como já referi em tempos, sou filho de um caçador.

A caça nunca me foi imposta, embora oportunidades não faltassem. O mesmo aconteceu com o meu irmão mais velho. Este ultimo, estou convencido que não seria dificil tornar-se caçador.

Se as pessoas forem livres de escolher, podem seguir outros caminhos. É aqui que devemos atacar. Hoje, para além de gostar de estar com os meus cães tenho outras actividades bem mais agradáveis do que andar aos tiros.

Quem gosta de armas, faça tiro ao prato ou à panela. Joguem Paint Ball. Sintam-se uns verdadeiros Rambos.

Um conhecido meu, em tempos caçador, hoje não pega numa arma. Numa caçada, acertou no filho que “fugiu” e brincava no meio dos arbustos. O filho dele, não perdeu a vida, mas ficou deficiente. Voltou-se o feitiço contra o feiticeiro. Mais uma vez, a vitima foi um inocente.

Pessoalmente, não perco o meu tempo a convencer um caçador a não caçar nem tão pouco a dar-lhe lições de moral. Sobre esta ultima questão, já tive oportunidade de comentar num outro tópico (Caça, Touros de morte...Outros).

E a pesca desportiva?...Um Espadarte a lutar horas e horas pela vida?
Madonna
Membro Veterano
Mensagens: 1121
Registado: quinta abr 18, 2002 11:14 am
Localização: 1 Cão d'Água Português, 2 Rottweilers, 1 Doberman, 1 SRD e 2 gatos

terça jun 25, 2002 11:00 am

Pois é Cláudio, tens toda a razão!

Como sempre, as tuas intervenções só enriquecem este Fórum.

Provavelmente, ainda tenho que sofrer um desgaste maior, pela vida fora, até que desista de argumentar, tendo a consciência que não é essa a via.
Mas apesar de concordar contigo, até hoje, não consegui mudar esta minha faceta.
Acredito que serão as mentalidades mais jovens, as mais susceptíveis a esta filosofia, que é a nossa.
No entanto e por muito que me esforce, não resisto a argumentar contra tudo, o que considero estar errado, chegando mesmo a atingir um enorme desgaste físico e psicológico. Resolvo-o com uma noite bem dormida e no dia seguinte, volto à recarga.
No fundo, sei que não vou mudar aquela mentalidade, mas o gosto por marcar a minha posição, está-me no sangue.

Entre nós, existe quem fale pela razão e existe, quem fale pelo coração! Precisamos todos, uns dos outros!

Um grande abraço para ti Cláudio e grande abraço para os restantes,
Paula
sentido
Membro
Mensagens: 108
Registado: terça jun 04, 2002 1:33 pm
Localização: Juca(cão rottweiler) e partilho a lucy(da minha mãe) do lucas e do puto

terça jun 25, 2002 5:16 pm

LEIS?! TRADIÇÕES?!

Já se muniram de suporte legal para infelicidade de muitos; pricipalmente dos animais... mas não é mais obter aqui a aprovação?!
A minha não;além do mais, quanto mais argumentos têm pior. Para dizer a verdade, é nestas alturas que as teclas do computador são inervantes, por denunciarem a minha falta de prática.

Eu tenho uma casa, que fica próxima de uma dessas "zonas de caça", é um pesadelo. Os caçadores são um pesadelo na época da caça, aos domingos e quintas-feiras. Como a casa tem uma mata(vedada), é os pobres coelhos, perdizes e até gatos vem a fugir ( aliás esta vedação sofre vandalizações, com frequência), e lá vem os Bárbáros, cheios de prepotência, de arma em punho a invadirem a minha propriedade. Um grande alarido além dos dísparos, o medo de acertarem nos meus cães que nesses dias tem de estar no terraço, tenho medo que os maltratem.
Eu tenho de os mandar à vida deles(chamo a GNR), eles até me dizem era só aquele(peça) que está alí !... eu fico, perdida com tenta brutalidade, é de perder as estribeiras.

Os gatos?! matam se os apanham, dizem: "Comem os coelhos e espantam a caça.", é de bradar aos céus!...

Faço participação, só dura uma semana. Um dia também preparo alguma; pois o agente da esquadra até partilha de amizade com os caçadores. Mas as queixas são muitas e os vizinhos estão em marcha.

Vejam lá!!! as legalidades...

sentido.
sentido
Membro
Mensagens: 108
Registado: terça jun 04, 2002 1:33 pm
Localização: Juca(cão rottweiler) e partilho a lucy(da minha mãe) do lucas e do puto

terça jun 25, 2002 5:22 pm

Olá a todos!

Já se muniram de suporte legal, para infelicidade de muitos; pricipalmente dos animais... mas não é de mais querer obter aqui a aprovação?! Além do mais, quanto mais argumentos têm pior. Para dizer a verdade, é nestas alturas que as teclas do computador são inervantes, por denunciarem a minha falta de prática.

Eu tenho uma casa, que fica próxima de uma dessas "zonas de caça", é um pesadelo. Os caçadores são um pesadelo na época da caça, aos domingos e quintas-feiras. Como a casa tem uma mata(vedada), são os pobres coelhos, perdizes e até gatos em fuga para dentro da mata ( aliás esta vedação sofre vandalizações, com frequência), lá vêm os "caçadores"... cheios de prepotência, de arma em punho a invadirem a minha propriedade. Um grande alarido além dos dísparos existe medo de acertarem nos meus cães que nesses dias tem de estar no terraço, tenho medo que os maltratem(os caçadores podem confundir por "peças"; bem como muitos frequentemente confudem os gatos, "burros" e até os próprios cães, que tanto gostam)
Eu tenho de os mandar à vida deles(chamo a GNR), eles até me dizem "Era só aquele(peça) que está alí" !...


Não existe nenhum caçador que eu conheça equilibrado. Nunca tive essa ilusão, por mais bem "educados"( nem fumam ou bebem café) e podem ter um suporte de argumentação, que não discuto. Mas para mim não funciona, já vi muitos assim. Com a caçadeira na mão acaba-se todo o nível que a "educação" pode-lhes fazer. Aí são o que de mais rude e cruel que o homem pode ser. Ver como eu já vi, em muitas ocasiões é de meter "pena"; que uma arma na mão e a vontade de matar, de aniquilar, deite a fachada do "bem comportado" ou então essa "intelectualidade" vá para não sei onde e ficam de uma forma bem mais básica que os cães que trazem(sem desmerecimento), sempre com o "nariz no chão".

Para mim a avalição das pessoas, não se fica só pelo que falam ou mais concreto pelo e como escrevem, mas pelos actos que praticam. Não há "razões" que lhe valham a pessoas que praticam estes actos, porque cheios de razão anda meio mundo a morrer, portanto, vejam se não é melhor dar o devido valor à forma, mas o conteúdo é que deveria ser realmente importante.


Esses Senhores caçadores podem muito bem ser vistos, cheios de boas maneiras, em comunidade; mas que os vê de arma em punho e a apontá-la, com olhos raiados de raiva ou de ódio, por não deixá-los passar é bem diferente.

Faço participação, só dura uma semana. Um dia também preparo alguma; pois o agente da esquadra até partilha de amizade com os caçadores. Mas as queixas são muitas e os vizinhos estão em marcha.

O argumento, do manuseamento das armas é rídiculo. Se poderem ler um relatório de uma pessoa em que o dignóstico é de psicopatologias várias, mas neste caso em relação a seres Humanos. Se virem a descrição feita(na maioria das vezes mais bem conseguidas e apaixonantes) pelos detidos das cenas que antecedem ao crime e ao próprio crime, olhem que é bem capaz de ser ainda mais ilucidativo, para minha avaliação sobre os relatos e sobre o que penso sobre caçadores.


Vejam lá!!! as legalidades...

sentido.
Susana
Última edição por sentido em domingo jun 30, 2002 1:19 pm, editado 2 vezes no total.
fabi
Membro
Mensagens: 65
Registado: quarta abr 03, 2002 7:09 pm
Localização: yorkshire terrier,schnauzer gigante, galgo afegão, tartarugas,coelhos

terça jun 25, 2002 10:11 pm

Atenção para todos os caçadores, experientes ou não:

- Pensem duas vezes sobre a poluição sonora que fazem td.s Quintas e Domingos: já se aperceberam que a vizinhannça não consegue dormir a partir das 6 da manhã?
- Mais importante ainda é o manusear das armas, especialmente quem tem crianças. Armas à solta pela casa, armas carregadas, de fácil acesso...
Infelizmente tenho conhecimento de casos bem tristes, de crianças e adolescentes que morreram por desleixo dos ditos caçadores, pais ou amigos.
jctorrado
Membro Júnior
Mensagens: 45
Registado: sexta jan 18, 2002 3:49 pm

quarta jun 26, 2002 10:38 am

[quote=Madonna]
Denoto em si, um certo complexo de inferioridade, o que de uma certa forma, me alimenta o ego. Desde Seres Iluminados a próprios Deuses, não faltam aqui elogios.

"SOU CAÇADOR, E ASSUMO SEM PRECONCEITOS OU DEMAGOGIAS"
Não me diga?! Ou não fosse você um caçador!

Quanto às perguntas que coloca, já foram todas exaustivamente respondidas.
[/quote]

Sr.(a) Madonna,

Agradeço as suas amáveis palavras... aliás estamos num país livre, cada pessoa tem direito a ter a sua opinião e expressá-la livremente.

Quanto ao seu ego se alimentar com o meu complexo de inferioridade, cuidado não abuse, não vá ficar com uns quilinhos a mais...

Cumprimentos,

João Carlos
Madonna
Membro Veterano
Mensagens: 1121
Registado: quinta abr 18, 2002 11:14 am
Localização: 1 Cão d'Água Português, 2 Rottweilers, 1 Doberman, 1 SRD e 2 gatos

quarta jun 26, 2002 11:10 am

Ai meu caro Senhor, já viu bem o que me respondeu?!!

Palavras amáveis, só as dirijo a pessoas amáveis. Mas admirei a sua ironia, muito pouco humorística.

Quanto a dar continuidade a esta conversa (que apenas se desvia do intuito principal), só se resume, como um insulto à inteligência, de quem a tem, visto que o Senhor, nem consegue responder à letra, quando mais defender essa actividade aberrante, que é a Caça.
A natureza, esquece-se de alguns, por vezes.

Os quilos que virei a ganhar, são as gramas que o senhor e muita gente, vai perdendo da massa cinzenta, que lhes preenche a caixa craniana.

Passe bem e tenha cuidado em quem acerta, quando anda por aí aos tiros!
jctorrado
Membro Júnior
Mensagens: 45
Registado: sexta jan 18, 2002 3:49 pm

quarta jun 26, 2002 1:41 pm

Sr. VascoV,

Acredito que goste que um único participante defenda a caça, embora o mesmo sozinho tenha até agora argumentos e personalidade de sobra para os demais presentes. É um facto.

Sobre a minha participação, não tenho pretenções de mudar mentalidades, cada um, já tem a sua opinião formada sobre o assunto. Nem estou enganado em nenhum pressuposto, porque neste forum ouve pessoas que se referiram "ao poder da arma", tendo ficado na dúvida se o problema era a caça ou esse poder. Idependentemente desses factos, a aberração que o senhor (e "muita gente") chama a caça, também é encarada como um desporto saudável (por muita gente) e legalmente aceite.

Sobre o "gritar" penso que entendi, embora não tenha gostado do tom, pois algumas pessoas fazem deste forúm como se uma propriedade privada se tratasse (o problema não é só seu).

Até breve,

João Carlos

[quote=VascoV]
Seja bem vindo

No entanto não vejo que tenha trazido mais valia à discussão, até se enganou em alguns pressupostos. A caça com arma, cães,galinhas, ou naves espaciais é encarada por muita gente como uma aberração.

Se quiser falar mais aqui importa-se de não "gritar"?

Obrigado
jctorrado
Membro Júnior
Mensagens: 45
Registado: sexta jan 18, 2002 3:49 pm

quarta jun 26, 2002 1:42 pm

Sr. VascoV,

Acredito que goste que um único participante defenda a caça, embora o mesmo sozinho tenha até agora argumentos e personalidade de sobra para os demais presentes. É um facto.

Sobre a minha participação, não tenho pretenções de mudar mentalidades, cada um, já tem a sua opinião formada sobre o assunto. Nem estou enganado em nenhum pressuposto, porque neste forum ouve pessoas que se referiram "ao poder da arma", tendo ficado na dúvida se o problema era a caça ou esse poder. Idependentemente desses factos, a aberração que o senhor (e "muita gente") chama a caça, também é encarada como um desporto saudável (por muita gente) e legalmente aceite.

Sobre o "gritar" penso que entendi, embora não tenha gostado do tom, pois algumas pessoas fazem deste forúm como se uma propriedade privada se tratasse (o problema não é só seu).

Até breve,

João Carlos

[quote=VascoV]
Seja bem vindo

No entanto não vejo que tenha trazido mais valia à discussão, até se enganou em alguns pressupostos. A caça com arma, cães,galinhas, ou naves espaciais é encarada por muita gente como uma aberração.

Se quiser falar mais aqui importa-se de não "gritar"?

Obrigado
VascoV
Membro Veterano
Mensagens: 5619
Registado: terça dez 11, 2001 8:41 pm
Localização: Politicos com anti-rábica em dia
Contacto:

quarta jun 26, 2002 7:56 pm

Sr Torrado.

Permita-me chamar-lhe a atenção para alguns pontos.

1- Desde os primórdios da net que é entendido escrever em maiúsculas como gritar e consequentemente falta de educação além de dificultar a leitura, pelo que deve entender que não se trata de" propriedade" de foruns. Para seu governo, há uns anos em bbs e newsgroups isso era o suficente para o sr ser excluido. Ainda o é em salas de chat... Se não gostou do meu tom note que existem regras que se devem conhecer e eu chamei-lhe educadamente a atenção para o facto. Não criei esta regra. Existe desde os primórdios da internet...

2- Estou confortavel por ser um só defensor da caça?Bem se vê que acabou de chegar... Meu amigo, sejam 20,30,60 tenho argumentação para todos vós, com ou sem as vossas estimadas caçadeiras, camuflados e sandes de torresmos. Mas de facto muito me admiraria se em um forum de amigos dos animais houvesse uma grande representação de caçadores. Seria um contrasenso. A mesma coisa que um activista do Greenpeace num congresso de fabricantes de peles...

Quanto a argumentos, o seu "colega" defendeu a sua posição mas não conseguiu rebater os argumentos. Volte a ler s.f.f. E tome atenção às mensagens do membro Fang

Desporto? Nem comento... O desporto implica fair play desde os tempos do Barão PIerre de Coubertin. Como se manifesta o fair play para as perdizes??

Poder da arma? Ora aí está. As armas são demasiado perigosas para qualquer um andar com elas por aí e infelizmente qualquer um pode arranjar uma arma de caça. Em termos psicológicos a arma pode ser encarada como uma extensão peniana como vários psicólogos já a definiram

Atentamente

Vascov
jctorrado Escreveu: Sr. VascoV,

Acredito que goste que um único participante defenda a caça, embora o mesmo sozinho tenha até agora argumentos e personalidade de sobra para os demais presentes. É um facto.

Sobre a minha participação, não tenho pretenções de mudar mentalidades, cada um, já tem a sua opinião formada sobre o assunto. Nem estou enganado em nenhum pressuposto, porque neste forum ouve pessoas que se referiram "ao poder da arma", tendo ficado na dúvida se o problema era a caça ou esse poder. Idependentemente desses factos, a aberração que o senhor (e "muita gente") chama a caça, também é encarada como um desporto saudável (por muita gente) e legalmente aceite.

Sobre o "gritar" penso que entendi, embora não tenha gostado do tom, pois algumas pessoas fazem deste forúm como se uma propriedade privada se tratasse (o problema não é só seu).

Até breve,

João Carlos
VascoV Escreveu: Seja bem vindo

No entanto não vejo que tenha trazido mais valia à discussão, até se enganou em alguns pressupostos. A caça com arma, cães,galinhas, ou naves espaciais é encarada por muita gente como uma aberração.

Se quiser falar mais aqui importa-se de não "gritar"?

Obrigado
FAbarm
Membro Veterano
Mensagens: 1348
Registado: sábado mai 11, 2002 3:56 pm

quinta jun 27, 2002 12:52 am

Um pouco mais sobre o Perdigueiro Português que nos os Caçadores não deixamos extinguir

A História de um cão que é património genético e socio-cultural português...

O perdigueiro português é um cão de parar que está integrado no 7ºGrupo da Federação Cinológica Internacional (FCI). Em Portugal, entre raças nacionais e estrangeiras, é o cão de caça mais registado em Livros de Origens e um dos mais populares de todos os cães.

Com raízes remotas nos milenares cães de busca ibéricos que tinham a faculdade de se imobilizar na presença da caça, o nosso perdigueiro é uma das raças mais antigas do Mundo, com características morfológicas e funcionais idênticas às actuais pelo menos há 800 anos. Actualmente é o único representante do antigo perdigueiro ibérico reconhecido pela FCI. Ao longo dos séculos foi criado nos canis reais, da nobreza e do clero e utilizado na busca de caça ferida em montarias, na caça de altanaria e na caça com rede a lanço. Com a utilização das armas de fogo na caça, passou a ser usado como cão de parar e de cobro.

A sua figura está representada no Testamento Veteres de SªCruz de Coimbra (Séc.XII) e no Génesis de uma Bíblia portátil do Séc.XIII (Biblioteca Nacional de Lisboa). Desde o nosso rei D.Afonso III (1248-1279) que aos cães destinados a caçar aves, era dado o nome de podengos de mostra, designação que permanece hoje em Espanha onde o cão de parar é conhecido por "perro de muestra" [Ordenações, 1261 - "...e os açoreiros que levem os podengos..."]. No Livro de Montaria de D.João I (1357-1433) é mencionado igualmente como podengo de mostra, ou seja um cão de "pés grandes" (podengo), que evidenciava capacidade de parar perante a caça gozando de grande prestígio entre os seus utilizadores.



Caça com rede a lanço e perdigueiro português - Estremoz, Séc. XVII

No reinado de D.Sebastião (Século XVI) é comum (ainda que proibido) o seu uso pelas classes populares. A constante sangria em braços de trabalho provocada pelas descobertas, o abandono dos campos, a fome e a mudança de hábitos, levaram a população a recorrer mais à caça como alimento e consequentemente à utilização do cão de mostra, que lhe estava "vedado", por causar, mercê das suas excelentes qualidades, graves danos nos interesses venatórios da casa real e da nobreza. No «Regimento das Coutadas de Lisboa e seu termo» (D.Sebastião, 1557-1578) aparece ao que parece por vez primeira o termo perdigueiro designando um cão específico para a caça às perdizes e codornizes. Neste Regimento eram penalizados gravemente os seus possuidores não autorizados que fossem reincidentes, com uma pena de dois anos de degredo nas galés... Curiosamente esta é uma época de grande expansão da raça, tendo chegado à Índia (algodão bordado - Bengala - Séc.XVII no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa) e ao Japão, já que integrava o rol de bens transportados na primeira nau ocidental que aportou às ilhas nipónicas (Biombos Nanban - Séc.XVI).

Está representado num quadro seiscentista de Lucas Cranach no Museu do Prado em Madrid «Caçada em honra de Carlos V no Castelo de Torgau». Cenas de caça que envolvem de um lado o Imperador e seu séquito, do outro a imperatriz Isabel de Portugal que caça de besta tendo próximo um perdigueiro português em mostra. Figura também com representação fiel em azulejos, como são exemplos o painel de finais do Séc.XVII em Estremoz (caça com rede a lanço) e do Séc. XVIII no Palácio Mello (Convento de SºAntónio dos Capuchos de Lisboa). Ilustra uma cena de caça num livro português de 1718 dedicado a D.João V (A Espingarda Perfeyta) e aparece esculpido em pedra em solares e palácios dos séculos XVIII-XIX (Alorna e Torres Vedras)

A partir do século XVIII tornou-se conhecido e apreciado pela colónia mercantil inglesa do norte de Portugal ligada ao vinho do Porto e muitos exemplares foram enviados para Inglaterra, onde constituiram a base do Pointer. Sydenham Edwards (in Cinographia Britannica de 1800) afirmava ter esse pointer “espanhol” (leia-se ibérico, já que há muito tempo a Peninsula Ibérica tinha dois Estados distintos) sido introduzido no seu país por um negociante português, numa época assaz recente... No Séc.XIX sofreu algum declínio, mercê de convulsões sociais graves e de novos gostos e contactos com o exterior, que davam projecção a raças estrangeiras então em moda. Mas felizmente para todos nós, a teimosia de um povo, desgarrado de modas e estrangeirismos e a inacessibilidade de certas regiões montanhosas com destaque para o Nordeste Transmontano e região do Douro, fizeram permanecer nessa região em estado puro e livre de mestiçamentos com raças da moda, o velho perdigueiro nacional que serviu de base a um longo e tenaz trabalho de procura, identificação, selecção e recuperação. No primeiro quartel do Século XX alguns criadores deram início a esse esforço de recuperação a partir dos núcleos conservados puros, tendo sido fundado o Livro Português de Origens em 1932 e publicado o Standard da raça em 1938, com actualizações em 1962 e em 1993.

Tiago

Informação retirada do Canil de Torres: http://www.ip.pt/~ip201081/perdigueiro.htm
VascoV
Membro Veterano
Mensagens: 5619
Registado: terça dez 11, 2001 8:41 pm
Localização: Politicos com anti-rábica em dia
Contacto:

quinta jun 27, 2002 1:17 am

Exacto não se extinguiram. Já tenho visto muitos perdigueiros portugueses que são roubados, levam tiros dos donos, abandonados por doentes ou velhos.

Se para acabar a caça fosse necessário que se extinguissem algumas raças incluindo os Dogues Alemães eu estaria na linha da frente a defender isso mesmo. Aliás tendo em vista como muitos alegados caçadores tratam os cães de caça seria uma ideia que desaparecessem as raças de caça todas.


Posso ter um preferência por uma raça mas cão é cão independentemente de ter ou não LOP.
FAbarm Escreveu: Um pouco mais sobre o Perdigueiro Português que nos os Caçadores não deixamos extinguir

A História de um cão que é património genético e socio-cultural português...

O perdigueiro português é um cão de parar que está integrado no 7ºGrupo da Federação Cinológica Internacional (FCI). Em Portugal, entre raças nacionais e estrangeiras, é o cão de caça mais registado em Livros de Origens e um dos mais populares de todos os cães.

Com raízes remotas nos milenares cães de busca ibéricos que tinham a faculdade de se imobilizar na presença da caça, o nosso perdigueiro é uma das raças mais antigas do Mundo, com características morfológicas e funcionais idênticas às actuais pelo menos há 800 anos. Actualmente é o único representante do antigo perdigueiro ibérico reconhecido pela FCI. Ao longo dos séculos foi criado nos canis reais, da nobreza e do clero e utilizado na busca de caça ferida em montarias, na caça de altanaria e na caça com rede a lanço. Com a utilização das armas de fogo na caça, passou a ser usado como cão de parar e de cobro.

A sua figura está representada no Testamento Veteres de SªCruz de Coimbra (Séc.XII) e no Génesis de uma Bíblia portátil do Séc.XIII (Biblioteca Nacional de Lisboa). Desde o nosso rei D.Afonso III (1248-1279) que aos cães destinados a caçar aves, era dado o nome de podengos de mostra, designação que permanece hoje em Espanha onde o cão de parar é conhecido por "perro de muestra" [Ordenações, 1261 - "...e os açoreiros que levem os podengos..."]. No Livro de Montaria de D.João I (1357-1433) é mencionado igualmente como podengo de mostra, ou seja um cão de "pés grandes" (podengo), que evidenciava capacidade de parar perante a caça gozando de grande prestígio entre os seus utilizadores.



Caça com rede a lanço e perdigueiro português - Estremoz, Séc. XVII

No reinado de D.Sebastião (Século XVI) é comum (ainda que proibido) o seu uso pelas classes populares. A constante sangria em braços de trabalho provocada pelas descobertas, o abandono dos campos, a fome e a mudança de hábitos, levaram a população a recorrer mais à caça como alimento e consequentemente à utilização do cão de mostra, que lhe estava "vedado", por causar, mercê das suas excelentes qualidades, graves danos nos interesses venatórios da casa real e da nobreza. No «Regimento das Coutadas de Lisboa e seu termo» (D.Sebastião, 1557-1578) aparece ao que parece por vez primeira o termo perdigueiro designando um cão específico para a caça às perdizes e codornizes. Neste Regimento eram penalizados gravemente os seus possuidores não autorizados que fossem reincidentes, com uma pena de dois anos de degredo nas galés... Curiosamente esta é uma época de grande expansão da raça, tendo chegado à Índia (algodão bordado - Bengala - Séc.XVII no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa) e ao Japão, já que integrava o rol de bens transportados na primeira nau ocidental que aportou às ilhas nipónicas (Biombos Nanban - Séc.XVI).

Está representado num quadro seiscentista de Lucas Cranach no Museu do Prado em Madrid «Caçada em honra de Carlos V no Castelo de Torgau». Cenas de caça que envolvem de um lado o Imperador e seu séquito, do outro a imperatriz Isabel de Portugal que caça de besta tendo próximo um perdigueiro português em mostra. Figura também com representação fiel em azulejos, como são exemplos o painel de finais do Séc.XVII em Estremoz (caça com rede a lanço) e do Séc. XVIII no Palácio Mello (Convento de SºAntónio dos Capuchos de Lisboa). Ilustra uma cena de caça num livro português de 1718 dedicado a D.João V (A Espingarda Perfeyta) e aparece esculpido em pedra em solares e palácios dos séculos XVIII-XIX (Alorna e Torres Vedras)

A partir do século XVIII tornou-se conhecido e apreciado pela colónia mercantil inglesa do norte de Portugal ligada ao vinho do Porto e muitos exemplares foram enviados para Inglaterra, onde constituiram a base do Pointer. Sydenham Edwards (in Cinographia Britannica de 1800) afirmava ter esse pointer “espanhol” (leia-se ibérico, já que há muito tempo a Peninsula Ibérica tinha dois Estados distintos) sido introduzido no seu país por um negociante português, numa época assaz recente... No Séc.XIX sofreu algum declínio, mercê de convulsões sociais graves e de novos gostos e contactos com o exterior, que davam projecção a raças estrangeiras então em moda. Mas felizmente para todos nós, a teimosia de um povo, desgarrado de modas e estrangeirismos e a inacessibilidade de certas regiões montanhosas com destaque para o Nordeste Transmontano e região do Douro, fizeram permanecer nessa região em estado puro e livre de mestiçamentos com raças da moda, o velho perdigueiro nacional que serviu de base a um longo e tenaz trabalho de procura, identificação, selecção e recuperação. No primeiro quartel do Século XX alguns criadores deram início a esse esforço de recuperação a partir dos núcleos conservados puros, tendo sido fundado o Livro Português de Origens em 1932 e publicado o Standard da raça em 1938, com actualizações em 1962 e em 1993.

Tiago

Informação retirada do Canil de Torres: http://www.ip.pt/~ip201081/perdigueiro.htm
CindelP
Membro Veterano
Mensagens: 2892
Registado: segunda jan 01, 2001 12:00 am
Contacto:

quinta jun 27, 2002 9:07 am

Olá Fabarm,

Sem duvida que o perdigueiro-português é ex-libris da coroa-portuguesa, tal como as outras raças portuguesas.

Sim senhor, foram os caçadores que o "criaram", e que o mantêm vivo.

Mas será que se acabar a caça, acaba os perdigueiros portugueses ?? Não me parece ....

Primeiro, existem testes que se podem fazer com os cães ( testes que ja deviam ser obrigatorios pelos clubes de raça) para ver se estes mantêm as suas caracteristicas orginais, especialmente a nivel de temperamento !

Segundo, pelo que me parece, o perdigueiro é um cão muito adaptavel, que será sempre um optimo cão de companhia

Terceiro e ultimo, se gostam tanto de ver os cães a caçar, levam os perdigueiros para o campo e ponham-nos a caçar. Sendo o PP um cão de parar, nada fará à caça, apenas apontara.

Por isso, pegar nos cães exclusivamente para defender a caça, não é um argumento válido, e irrefutavel !
Good friend Vs true friend: A good friend will come bail you out of jail....But a true friend will be sitting next to you saying "... WE screwed up! BUT WASN'T IT FUN!!!
Responder

Voltar para “Cães”