ciúmes e inveja

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Moderador: mcerqueira

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ladyxzeus
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sexta ago 08, 2003 1:22 pm

Eu tenho 7 cães e apercebi-me que tenho um grande problema (sempre tive, mas agora tornou-se mesmo grave). Os meus cães têm ciúmes uns dos outros e inveja das coisas (comida, brinquedos, espaço...)
Eles estão sempre presos, por isso nunca armaram grande problema, mas este Verão resolvemos soltá-los. Mas, por causa de ciúmes, já os cães adultos tentaram matar as cachorras de 6 meses e dois deles já se envolveram numa luta, que não teve feridos porque os agarrámos logo no início (quando eles desistiram de olhar um para o outro e começaram a morder-se). Estas lutas também são causadas pela comida. Ao que parece eles acham sempre que a comida dos outros é muito mais interessante (tem o mesmo sabor e tudo, mas é muito mais interessante).
A melhor solução seria tê-los todos presos. Mas, após uma atenta observação, descobrimos que, quando estão presos, emagrecem, ficam apáticos e ganham mais carraças. Trocado por miúdos, ficam tristes.
Por isso, alguém sabe de alguma solução que não seja prendê-los? Sei que é normal os animais terem ciúmes e inveja uns dos outros, mas o caso agrava-se por causa das cachorras, que ainda são pequenas e não se podem defender. E também por causa do Infeliz, que está sempre preso: como os outros o detestam, podem magoá-lo a sério (isso já aconteceu uma vez: ficou com as tripas de fora e quase sem orelhas, mas safou-se)
Como é que vocês resolvem este tipo de problema? (aqueles que têm mais do que um cão)
jcsousa
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sexta ago 08, 2003 1:47 pm

Olá.
Vou-lhe dar a minha opinião sobre o assunto, e não veja aqui qualquer tentativa de me armar em expert:
Os cães são animais extremamente gregários, mas ao mesmo tempo necessitam de uma organização social com postos muito bem definidos - têm de encontrar o macho dominante, a fêmea dominante, e o processo de o fazerem é, normalmente através de confrontações físicas. que podem ir de simples comunicações de força até à lurta directa. A partir do momento em que a hierarquia esteja definida, as coisas entram na ordem e o número de lutas diminui drásticamente, podendo mesmo desaparecer. Não o fazem por ciúmes e inveja, fazem-no porque necessitam de saber quem é o chefe da matilha e que lugar é que cada um deles ocupa na hierarquia do grupo.
Esta é a parte fácil, porque é meramente teórica. O problema que você tem é como deichar que eles resolvam o problema de quem manda sem causarem grandes estragos. 7 cães a porfiar para ver quem é o mais forte dá de certeza chatice...
Pode tentar contornar o problema soltando-os juntos 2 a2, numa primeira fase, e tentar observar qual é o dominante, sempre son controlo. A este vai juntando aos poucos um dos outros, e assim sucessivamente. Dado o número de cães que tem, vai ser um processo se calhar um pouco demorado e a exigir paciência e atenção...
Sei do que falo porque neste momento tenho o mesmo problema e estou a tentar resolvê-lo assim.
Em último caso pode soltar 3 ou 4 com açaimes e ver como se entendem entre eles. Pelo menos assegura-se que não há mordidas nem feridas graves.
Como lhe disse é preciso calma, intervir o menos possível nas disputas, paciência e bom sentido de observação.

Cumprimentos

José Carlos
nynf
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sexta ago 08, 2003 1:54 pm

Bem, eu só tenho um cão e certamente outros foristas poderão dar um contributo mais válido; mas pelo que sei:

1) Todos os cães precisam de ter uma boa sociabilização para que se evitem problemas comportamentais

2) os cães precisam de espaço para estar juntos e o seu próprio espaço para quando lhes apetece estar sós - para ter cães presos o tempo todo mais vale não ter cães, pois estes ficam efectivamente infelizes.

3) Ao juntar um novo cão a um grupo, é um novo membro da matilha que terá de ocupar um determinado lugar na hierarquia já establecida...consequentemente o dono deve intreferir de forma a mostrar que o lider é o humano, e que os cães são o último elemento - todos tratados como iguais. Dá trabalho? Sim. É preciso paciência? Muita! Mas se não tiver nenhum cão com problemas comportamentais (um macho que não tolera e ataca outros machos/etc), rapidamente desaparecem os problemas.

4) Quando chega a altura de comer, até os melhores amigos canideos podem ter arrufos. Solução: não lhes coloque a comida perto uns dos outros.

(Os pontos 3 e 4 estão intimamente ligados aos pontos 1 e 2)

Tendo em conta estas considerações, talvez a razão de tal comportamento se deva ao facto de ter os cães sempre presos, e só agora os ter decidido soltar...

Já agora...qual a razão de o ter feito e durante quanto tempo?
<p><strong>Sauda&ccedil;&otilde;es!</strong></p>
<p><strong>Cristina Paulo</strong></p>
<p>&nbsp;</p>
Indiia
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sexta ago 08, 2003 2:53 pm

sempre que houver um confronto, asista e mime em qualquer situação em 1º lugar o macho ou fêmea dominante, pois se não o fizer o macho ou fêmea subordinada tentará "uzurpar" o luar do dominante, desencadeando confrontos físicos que às vezes acabam mal, tb pode acontecer o dominante pensar que está a ser despejado do sue lugar na matilha e envolver-se em confrontos , às vezes fazemos errado e nem damos por isso :roll:
espero ter ajudado em alguma coisa, e não se esqueça, siga o meu conselho quando os separar, dê 1º atenção ao dominante. ;)
uma boa tarde para todos.
<p>Dizem-se extintos os génios e esquecidos os geniais. Pois eu acho que génio é qulaquer pessoa que perceba que o genial é estar em comunhão com a natureza que o rodeia e consigo próprio.</p>
nynf
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nynf Escreveu:
3) Ao juntar um novo cão a um grupo, é um novo membro da matilha que terá de ocupar um determinado lugar na hierarquia já establecida...consequentemente o dono deve intreferir de forma a mostrar que o lider é o humano, e que os cães são o último elemento - todos tratados como iguais. Dá trabalho? Sim. É preciso paciência? Muita! Mas se não tiver nenhum cão com problemas comportamentais (um macho que não tolera e ataca outros machos/etc), rapidamente desaparecem os problemas.
Só uma chamada de atenção, pois apecebi-me que este trecho pode ser mal entendido - a intervenção do dono na deve ser minima e só para evitar ferimentos. O Jose Carlos explicou muito bem esta questão no seu post :lol:
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ladyxzeus
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segunda ago 11, 2003 1:41 pm

Depois do confronto e de ter visto as vossas mensagens, cheguei a uma conclusão: nós, os donos somos o "casal dominante" (sou eu e o meu pai, mas mantemos a nossa posição). Depois, achoq eu eles se organizaram de uma forma em que o macho dominante é aquele que está solto (não é sempre o mesmo...) e a fêmea dominante é a cadela mais velha. Também descobri que os machos detestam os cães novos, mas só a partir do momento em que eles passam a fazer parte da família. Isto é, quando os cães vadios chegam a nossa casa, os nossos acolhem-nos, partilham a comida e a casota. Depois, é o que se vê: quase se matam.
Para além da antipatia pelos recem-chegados, os machos são irmãos e têm todos as forças muito equilibradas, pelo que é difícil marcarem uma posição de dominância.

O que eu fiz, pela primeira vez, foi soltar o Infeliz, que tem medo de todos e nunca se mete com nenhum. Parece-me que ele e os pequeninos se estão a dar muito bem. Hoje vou soltar a Peggy (que é a cadela-mãe), que nunca arma grandes problemas.
talvez a razão de tal comportamento se deva ao facto de ter os cães sempre presos, e só agora os ter decidido soltar...

Já agora...qual a razão de o ter feito e durante quanto tempo?
Eles têm estado presos porque: envolvem-se em brigas com cães da rua;
podem ser atropelados;
podem apanhar um tiro.
Soltei-os a todos ete Verão porque julguei que se iriam portar bem e não iriam fugir (o que não aconteceu). Só não pensei que um siples prato de comida para cachorrinhos fizesse tanto mal em tão pouco tempo... :oops:
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