Olhe, nel, o que é que eu lhe hei-de dizer? Vejamos se resumo a m/ posição:
1º não me considero especialista; se até os grandes mestres têm sempre alguma coisa que aprender, imagine eu, mero apaixonado por estes temas...
2º Acho que você está a captar o sentido de dominância de uma forma muito lata - cão dominante é o que pela sua coragem, têmpera tenacidade e sentido territorial é MAIS APTO que os restantes em termos etológicos, seja na ontenção de recursos, na defesa destes, no evitar da predação e na reprodução;
3º O contrário da dominância é a submissão e, obviamente, um cão submisso é um cão menos apto. Acho que o primeiro dever de um dono é fazer tudo para que o seu cão se torne o mais apto possível, dentro das suas características individuais;
4º O conceito de dominância não colide de forma alguma com o de obediência. Imagine os cães da GNR, escolhidos pela sua altíssima dominância, se não obedecessem aos guias cegamente...
5º A educação do cachorro deve visar o pleno desenvolvimento dos seus instintos inatos, que variam de raça para raça, e deve ser portanto adequada a estas características; repito, EM MINHA OPINIÃO, frustar uma presa a um cachorro de 5 meses é atrofiar-lhe o instinto de caça, torná-lo inseguro e submisso, o que para mim é errado;
6º Você já viu uma ninhada a brincar com a mãe? Os cachorros "lutam" com ela, mordem-lhe as patas e as orelhas, saltam-lhe para cima, e a mãe permite-lhes tudo! Será por gostar muito deles? Errado, não humanizemos os bichos. Ela sabe instintivamente que aquela é a melhor forma de os tornar aptos a sobreviverem...
7º E diz você: "Ah! mas quando eles passam das marcas lá levam com um abanão no cachaço e acaba-se a brincadeira!". Claro, e conosco também deve ser assim... só que caso da tal luta com o cachorro é você que o incentiva.
8º Mesmo a brincar, há formas de provocar o respeito do cão por nós. Eu conto-lhe uma que utilizo empiricamente - quando "luto" com os cachorros e eles estão "furiosos" por roubar-me a presa, aproveito o entusiasmo e vou-lhes dando umas palmadas fortes (sem chegar à violência,claro) enquanto os incentivo e apoio com a voz. Por forma a que eles "pensem": " porra, se este gajo mesmo a brincar tem tanta força, o melhor é obedecer-lhe quando ele me der alguma ordem!". O que é isto afirmação, pela brincadeira e não pelo castigo, da minha condição de "superior ao Alfa"...
9º Postos assim a falar, os argumentos vão aparecendo espontâneamente e, para não variar, já nos desciamos outra vez do tópico...
Um abraço
José Carlos
Dentes
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Jcsousa, obrigado pela explicação.
Claro que isto dava outro tópico. E bem interessante. Mas mais vale afastarmo-nos do tema inicial assim do que de formas menos pedagógicas e pouco construtivas.
Claro que isto dava outro tópico. E bem interessante. Mas mais vale afastarmo-nos do tema inicial assim do que de formas menos pedagógicas e pouco construtivas.
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Concordo. E, por favor, não considere as minhas mensagens como uma lição. São apenas a minha forma de ver o problema, e por certo há outras diferentes e tão válidas como esta.
Um abraço
José Carlos
Um abraço
José Carlos
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Já agora sabem me indicar alguma escola para cães na zona de cascais. Pois eu estava interessada em inscrever a "dupla" ( eu & sebastião).
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Pois é. Em muitos tópicos muitas vezes começa a falar-se de alhos e acabamos a falar de bugalhos. É quase inevitável. O pior é quando se acaba numa grande bugalhada, o que não aconteceu aqui felizmente._estudante Escreveu: o ... já reparei que inicei uma conversa interessante e que já levantou outras duvidas.
Já agora sabem me indicar alguma escola para cães na zona de cascais. Pois eu estava interessada em inscrever a "dupla" ( eu & sebastião).
Os desvios ao tema são quase inevitáveis no fluir da conversa. Há temas que suscitam outros e seria uma pena não os tratar só pelo simples facto de não pertencerem ao tema principal.
Mas pelos vistos o desdobrar de temas não acaba aqui.
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[quote=nynf]
[quote=jcsousa]
Olá de novo, Cristina.
Daí que eu seja partidário de "cães no canil"... outro tema que dá pano para mangas!
[/quote]
?? Desculpe mas pode aprofundar? Fiquei curiosa pois não estou a ver ao que se está a referir
Olá, Cristina
Desculpe, mas não reparei no seu post.
Os meus cães são "cães de canil". São habituados a estar lá por norma, embora façam exercício diário, para além de serem soltos com controlo de alguem da família à volta de 2 horas por dia. Não os noto mais infelizes por isso, pelo contrário.
Uma das vantagens de os ter no canil é precisamente essa: é possível controlar o materiaç que têm à sua disposição, e evitam-se acidentes como a ingestão de objectos inadequados, o que é prejudicial para nós (despesa extra), e para o próprio animal (cirurgia).´Era a isso que me referia quando falei nos canis.
Já agora, mesmo no que se refere à "liberdade" dos cães soltos todo o dia no canil, proponho-lhe a seguinte experiência - observe o seu cão solto no jardim sem ele se aperceber: verá que, se contabilizar o tempo, ele passa a maior parte do tempo sentado/deitado, coisa que pode perfeitamente fazer num canil, com a vantagem que lhe referi - está muito mais controlado, não faz asneiras.
Parecendo que não, este tipo de alojamento do cão dá muito mais trabalho ao dono - deve proporcionar ao bicho bastante exercício que compense as horas de descanso no canil - isto também cria uma maior intimidade entre o dono e o cão (têm aquelas horas só para eles os dois.
Quanto à dominância, já deve ter lido a minha resposta ao nel, onde digo a minha opinião. Só acrescentaria duas notas: a sua Rott é realmente de uma raça potencialmente dominante - eu vejo isso com simpatia e não com medo. Estou plenamente de acordo que não lhe permita que lhe morda - neste caso a sua resposta deve ser contundente e definitiva, por forma a deixar bem claro quem manda.
Como vê, um assunto à partida tão simples não têm respostas a preto e branco. Cada cão é um caso e a visão do problema que defendo é, digamos, a regra geral que eu sigo. O que é preciso cuidar é que não afirmemos a nossa dominância à custa de tornar um cachorro num futuro adulto submisso.
Desculpe o testamento, mas estes são os temas de que falo com prazer - e sei que muitas vezes à custa da paciência dos outros...
Um abraço
José Carlos
[quote=jcsousa]
Olá de novo, Cristina.
Daí que eu seja partidário de "cães no canil"... outro tema que dá pano para mangas!
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?? Desculpe mas pode aprofundar? Fiquei curiosa pois não estou a ver ao que se está a referir

Olá, Cristina
Desculpe, mas não reparei no seu post.
Os meus cães são "cães de canil". São habituados a estar lá por norma, embora façam exercício diário, para além de serem soltos com controlo de alguem da família à volta de 2 horas por dia. Não os noto mais infelizes por isso, pelo contrário.
Uma das vantagens de os ter no canil é precisamente essa: é possível controlar o materiaç que têm à sua disposição, e evitam-se acidentes como a ingestão de objectos inadequados, o que é prejudicial para nós (despesa extra), e para o próprio animal (cirurgia).´Era a isso que me referia quando falei nos canis.
Já agora, mesmo no que se refere à "liberdade" dos cães soltos todo o dia no canil, proponho-lhe a seguinte experiência - observe o seu cão solto no jardim sem ele se aperceber: verá que, se contabilizar o tempo, ele passa a maior parte do tempo sentado/deitado, coisa que pode perfeitamente fazer num canil, com a vantagem que lhe referi - está muito mais controlado, não faz asneiras.
Parecendo que não, este tipo de alojamento do cão dá muito mais trabalho ao dono - deve proporcionar ao bicho bastante exercício que compense as horas de descanso no canil - isto também cria uma maior intimidade entre o dono e o cão (têm aquelas horas só para eles os dois.
Quanto à dominância, já deve ter lido a minha resposta ao nel, onde digo a minha opinião. Só acrescentaria duas notas: a sua Rott é realmente de uma raça potencialmente dominante - eu vejo isso com simpatia e não com medo. Estou plenamente de acordo que não lhe permita que lhe morda - neste caso a sua resposta deve ser contundente e definitiva, por forma a deixar bem claro quem manda.
Como vê, um assunto à partida tão simples não têm respostas a preto e branco. Cada cão é um caso e a visão do problema que defendo é, digamos, a regra geral que eu sigo. O que é preciso cuidar é que não afirmemos a nossa dominância à custa de tornar um cachorro num futuro adulto submisso.
Desculpe o testamento, mas estes são os temas de que falo com prazer - e sei que muitas vezes à custa da paciência dos outros...
Um abraço
José Carlos