Terrários minimalistas vs naturalistas

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Moderador: mcerqueira

Psynapse
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domingo jul 05, 2009 5:56 pm

Boas.

Depois de ler várias opiniões contrárias, assentes em argumentos válidos ligados ao bem-estar animal, resolvi então clarificar a questão, expondo a mesma em jeito de discussão para podermos (ou não) concluir qualquer coisa. A mesma estende-se mais a ofidios e alguns saurios.

Conceitos:

Terrários minimalistas: normalmente faunários ou terrários pequenos, podendo variar para grande, substrato de papel, uma toca, tina de água.

Terrários naturalistas: faunários ou terrários com algum espaço que possibilite mais elementos, substrato de bark, coco husk ou algum elemento natural adequado, várias tocas, troncos, plantas naturais/artificiais, tina de água.

5 Liberdades incluídas no conceito de bem-estar animal, em lei da manutenção de animais em cativeiro, como forma de avaliar o mesmo: Liberdade de fome/sede, lesão/doença, desconforto ambiental (inclui térmico), medo/stress e expressar o seu comportamento normal.


O uso de terrários minimalistas em variados animais é recorrente (bastante nos USA) focalizando-se a sua utilização na liberdade de segurança (liberdade de medo e stress) e na liberdade de lesões e doenças (caso da impactação). Assim, no caso das cobras, temos donos que os usam em cobras pequenas de forma a prevenir o stress (cobra pequena em ambiente grande) e por também acharem que a sua cobra não necessitará de mais nada, assistindo às suas necessidades básicas. No caso dos saurios, o argumento vai também muito neste sentido.

Mas será que não existe um conflito de necessidades e de liberdades nesta utilização? Ao colocar o animal num ambiente tão «estéril», não lhe estaremos a desrespeitar a liberdade de expressar o seu comportamento normal? Ex: uma cobra que goste de escavar num substrato de papel. Um saurio ou cobra que goste de se esconder no meio da folhagem ou de troncos e esteja impossibilitado.

Os terrários naturalistas têm vindo cada vez mais a ser usados tanto pela sua beleza exterior, como por muitas vezes colmatarem as falhas dos terrários minimalistas, oferecendo uma complexificação do ambiente que permite ao animal expressar o seu comportamento normal, minimizando o aparecimento de estereotipias, alterações de comportamento, alimentação e possibilitando o exercício e a mobilidade. Desta forma, o uso de várias tocas, vegetação e um substrato solto, permite ao animal interagir mais com o ambiente que o rodeia, minimizando o seu stress e o uso de papel apenas na altura da alimentação, evita a malfadada impactação e permite ao animal o contacto com um substrato que lhe é mais natural (para não falar da aspereza do próprio papel que muitas vezes dificulta a mobilidade).

No entanto, muitos são os donos que continuam a usar terrários minimalistas (já nem falo nas gavetas racks), apelando à segurança e em muitos casos, através da própria cultura de forum, passar a ser uma condição sine qua non, o uso de pequenos faunários em cobras juvenis, mesmo quando são regulares na sua alimentação e no seu manuseamento.

Portanto...

Os terrários minimalistas deverão ser substituídos por naturalistas? Depende única e exclusivamente do gosto de cada um?
Poderão realmente as falhas dos t. minimalistas ser totalmente suplantadas pelos naturalistas?
Os últimos não poderão também expôr os animais a mais riscos, acabando por ser mais desvantajoso?
Não estaremos a hierarquizar mal ou bem as necessidades dos nossos animais (segurança e expressar o seu comportamento normal)?

Fica a discussão 8)
<p>"South and North Korea, stop the fight.&nbsp; After all, you are all chinese..." </p>
Native
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domingo jul 05, 2009 6:52 pm

Eu pessoalmente acho que há diferença nesse aspecto entre ofideos e saurios, principalmente a diferença de visão, uns conseguem distinguir cores outros não, logo ai também importa os elementos decorativos ou acessórios, mas falando de ofideos julgo que um bebé dorme num berço, um local seguro ate á idade de deixar a fralda...nesse aspecto faço equivalência á idade de deixar o pinkie...isto porque o substrato se cola ao pinkie e não gosto de as tirar para alimentar , um rato com pelo tem menos problemas em relação a isso...e como são poucos meses que as obrigo a isso, não me preocupa muito que as prive de algumas coisas pela sua segurança, desde que lhe proporcione varios esconderijos e algum ramo o tubo que permita algum exercício, depois quando ja sao maiores, dá-me mais prazer vê-las num ambiente mais natural e onde possam fazer todas as piruetas que desejem, desde escavar no substrato como andar nos píncaros dos ramos no meio da folhagem artificial.
"<strong>Aquele que te entret&eacute;m com os defeitos dos outros, entret&eacute;m os outros com os teus.</strong>"
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NhamNham
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domingo jul 05, 2009 7:05 pm

A minha opinião é muito simples...

Animais recém nascidos e juvenis, terrários simples e estéreis, que tenham em vista o bom desenvolvimento do animal. Menos probabilidade de adoecerem, se lesionarem, stressarem...
Obtêm alimento com mais facilidade também.

Quando atingirem o tamanho adulto, então passariam para um terrário definitivo, mais naturalista, onde pudessem expressar toda a sua natureza.

Isto é a minha opinião, e o que faria com os meus animais...

Quando falo em animais não falo só em ofidios e saurios, mas em tudo o resto... anfibios, tartarugas etc...
texuga
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domingo jul 05, 2009 7:10 pm

Pois eu também sou a favor dos naturalistas, sendo que as precauções a nível da alimentação, e falo de ofídeos apenas, são fundamentais, para segurança do animal, e aí sigo a opinião do cold.

Não gosto nem nunca gostei, dos animais em rack's, penso que isso sim é vantajoso para criadores, agora para quem tem os animais, como eu e tantos outros aqui do fórum, para estimação e contemplação, nem sequer faz sentido tê-los em racks... para isso tenho os "biblôts" guardados nos caixotes na arrecadação...
Há lá coisa mais bonita do que ver uma cobra a escavar ou pendurada num ramo no meio da folhagem?... :wink:
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Psynapse
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domingo jul 05, 2009 9:22 pm

Apesar da minha opinião ser conhecida por quase todos, tentei e vou tentar ao máximo ser imparcial na mesma, pois apenas pretendo concluir qualquer coisa de útil e não entrar na demagogia: «isto é bom, mas..aquilo é bom, mas».

Native: "nesse aspecto faço equivalência á idade de deixar o pinkie...isto porque o substrato se cola ao pinkie e não gosto de as tirar para alimentar , um rato com pelo tem menos problemas em relação a isso...e como são poucos meses que as obrigo a isso, não me preocupa muito que as prive de algumas coisas pela sua segurança, desde que lhe proporcione varios esconderijos e algum ramo o tubo que permita algum exercício, depois quando ja sao maiores, dá-me mais prazer vê-las num ambiente mais natural e onde possam fazer todas as piruetas que desejem, desde escavar no substrato como andar nos píncaros dos ramos no meio da folhagem artificial." Poderemos optar então por um faunário semi-naturalista, ou seja, incluir os elementos que referiste, mas com papel como substrato. É isso? E porque não alimentar dentro do faunário (eu sei que não gostas de as tirar do terrário) colocando uma boa folha de papel por baixo, aquando da alimentação? Isto claro, depois de um período de quarentena animal usando papel, na chegada do mesmo (para despiste de parasitas, doenças, etc).


NhamNham: Animais recém nascidos e juvenis, terrários simples e estéreis, que tenham em vista o bom desenvolvimento do animal. Menos probabilidade de adoecerem, se lesionarem, stressarem...
Obtêm alimento com mais facilidade também.
Animais recém nascidos não têm mesmo nada a ver com animais juvenis (ex: 3 meses) em termos de condições de cativeiro, especialmente falando de cobras. Ainda nestes animais, com os devidos cuidados referidos na alimentação, poderão também passar bem num terrário naturalista, sem adoecerem, lesionarem e com a devida decoração e fornecimento de tocas, stressarem...Já os saurios não é bem assim, especialmente quanto ao alimento (e aqui podemos extrapolar para Quelónios e anfíbios).

Xuga: Eu há pouco não fui muito específico nos racks. Queria dizer aqueles tipo gaveta, mas muito pequenos para os animais e sem qualquer intenção de complexificação ambiental, tão vistos por todos nós em quase todos os criadores em massa. Mas temos de ter cuidado quando falamos de racks, porque não é tudo a mesma coisa. Eu neste momento passei minhocas de terrário para racks com as dimensões de 70x40x30 de altura, com um ambiente bastante naturalista, bastante melhor que muitos terrários (e elas estão bem mais activas e com comportamentos de exploração, mesmo após um mês, muito mais activos). Considero mesmo estarem numas instalações bastante melhores, do seu ponto de vista, que nos terrários bonitinhos onde estavam (também mais pequenos).

E agora só uma achega na parte do stress: os animais não stressam só e apenas na presença de ambientes totalmente desconhecidos e desprovidos de tocas, como também em ambientes estéreis onde são impossibilitados de expressarem o seu comportamento normal. Aqui, não tão observado em répteis devido á dificuldade inerente, mas MUITO estudado em mamíferos, seja de laboratório, seja de produção animal. Só para terem isto em conta nos vossos argumentos.
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Native
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domingo jul 05, 2009 10:03 pm

Psynapse Escreveu:Poderemos optar então por um faunário semi-naturalista, ou seja, incluir os elementos que referiste, mas com papel como substrato. É isso? E porque não alimentar dentro do faunário (eu sei que não gostas de as tirar do terrário) colocando uma boa folha de papel por baixo, aquando da alimentação? Isto claro, depois de um período de quarentena animal usando papel, na chegada do mesmo (para despiste de parasitas, doenças, etc).


(...)
Mas é mais ou menos isso que faço, costumo usar esconderijos de meios troncos de cortiça oca, um tronco natural para trepar, mas como o faunario é tão pequeno, prefiro o papel, é mais facil de mudar...isto já é a pensar mais em mim e menos nela, e evitando assim a folha de papel para alimentar, uma vez que o fundo é papel ;)
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Ervinhas
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domingo jul 05, 2009 10:20 pm

Pois eu sou a favor dos naturalistas porque os animais têm que se sentirem felizes,e nós para isso temos que tentar recriar ao promenor o seu habitat , eles podem ser criados em cativeiro,adaptarem-se à alimentação e etc,mas tá nos genes o instinto e um t.naturalista pode dar um pouco mais trabalho para manter sempre as condições de higiene mas quem gosta mesmo dos animais que tem esforça.se para que sejam tanto felizes como saudáveis.
Última edição por Ervinhas em domingo jul 05, 2009 10:25 pm, editado 1 vez no total.
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Thorgarth
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domingo jul 05, 2009 10:22 pm

Vamos lá ver se desta vez se consegue desenvolver o tema....

Pegando num ponto de vista que o cold muitas vezes defende, e que subverte a divisão que foi feita pelo Psy, podemos ter terrários complexos sem o serem minimamente naturalistas... Complexidade não é sinónimo de um design naturalista, embora muitas vezes sejam duas componentes que estão intimamente interligadas. É possivel construir um set up muito complexo que não tenha um look ou não reflecte o/um habitat natual mas que permite ao animal ter uma maior complexidade de comportamento e interacção.

Pessoalmente prefiro aliar à complexidade dos terrários o elemento naturalista, não só porque é visualmente mais atraente para nós, como nos dá uma maior liberdade na construção da supra mencionada complexidade.

Devo no entanto, e por experiência própria, dizer que uma cobra sabe não só destinguir muito bem por exemplo uma planta falsa de uma planta verdadeira, como sentem interesse em investigar estas últimas de forma completamente diferente. Aliás, e ao contrário do que muitas vezes se defende, a introdução de alterações no set up parece ser visto como um elemento muito positivo que desperta curiosidade.

O mesmo se passa com os substratos. Embora reconheça que de facto enquanto bébés seja mais facil e seguro o papel, entendo que com medidas básicas de segurança a utilização de substrato solto pode ser seguro (seguro não é = ausência de risco). Neste campo estou ainda a explorar substratos compostos por vários elementos, incluindo a introdução de "bicheza" útil.

Ainda hoje tive a montar os novos faunários das minhas meninas mais pequenas (isto porque o blue já tem o seu terrário). Enquanto não passam o terrário definitivo peguei numa caixa do IKEA com uma base ligeiramente superior ao faunário maior da Exo, mas que sobretudo tem cerca de +11cm de altura, o que me permitiu colocar uns tubos de pvc para elas poderem exploram também esta dimensão. Neste faunários a complexidade é um pouco maior mas optei por colocar alguns elementos mais prácticos do que naturais (pvc, plantas falsas), deixando depois para o definitivo a opção mais alargada para elementos naturais.
NhamNham
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domingo jul 05, 2009 10:56 pm

Psynapse Escreveu: NhamNham: Animais recém nascidos e juvenis, terrários simples e estéreis, que tenham em vista o bom desenvolvimento do animal. Menos probabilidade de adoecerem, se lesionarem, stressarem...
Obtêm alimento com mais facilidade também.
Animais recém nascidos não têm mesmo nada a ver com animais juvenis (ex: 3 meses) em termos de condições de cativeiro, especialmente falando de cobras. Ainda nestes animais, com os devidos cuidados referidos na alimentação, poderão também passar bem num terrário naturalista, sem adoecerem, lesionarem e com a devida decoração e fornecimento de tocas, stressarem...Já os saurios não é bem assim, especialmente quanto ao alimento (e aqui podemos extrapolar para Quelónios e anfíbios).
Claro que não. Animais recém nascidos são obviamente mais frágeis do que animais juvenis de 1 ano ou até 3 meses.
Opto por actuar dessa forma pois, animais juvenis são sinónimo de crescimento e não acho que valha a pena investir muito num terrário que será temporário.

Acho que vale a pena investir tempo e dinheiro num terrário que irá durar anos, senão mesmo a vida do animal, do que fazê-lo em algo que perdurará meia duzia de meses.

Esse é o argumento que utilizo para o caso das cobras, que como disseste, poderiam ser movidas para terrários "mais bonitos", uns meses após nascerem.... penso que não vale a pena investir em algo temporário.

Quanto ao caso dos saúrios e anfibios (que penso que podemos por de certa forma no mesmo saco, embora hajam claras diferenças), para além do "ser temporário", há ainda como também referiste, a facilidade com que obtêm alimento. Acho que lhes facilita o desenvolvimento, e tratando-se de animais de cativeiro, é isso que se quer.

O caso dos quelónios é talvez parecido com o dos ofidios, uma tartaruga poderia passar para um dos terrários ditos "bonitos", com uns meses de vida (isto generalizando) sem grandes problemas. Contudo, lá está, é algo que será temporário, em espécies que têm um rápido crescimento poderá ser mesmo uns poucos meses, pelo que acho que é tempo e dinheiro perdido. Para não falar nas dificuldades de limpeza e etc, que são muito mais trabalhosas.

Podemos facilitar a nossa vida tanto no caso de animais juvenis como de adultos, a diferença na minha opinião é que nuns vale a pena complicar, noutros não...
Stark
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domingo jul 05, 2009 11:26 pm

Este tópico vem mesmo em boa altura.

Acabei hoje a construção da estrutura do futuro terrário para um gecko leopardo (ou talvez mesmo 2), só me faltando o setup interior (que vai sem dúvida ser afectado pela discussão que aqui decorrer).

Estava a pensar colocar algumas pedras de xisto aglomeradas em estruturas (tendo os cuidados necessários na sua escolha/"tratamento"/junção) e um cacto artificial, bebedouro, comedouro e duas tocas de aspecto natural, tudo isto da exoterra (referi a marca para situar os leitores, se for considerado publicidade é só avisar que eu edito logo).

Para substrato vou utilizar papel de cozinha e para a toca húmida provavelmente usarei um tupperware, ao qual tentarei (ainda não sei muito bem como) dar um aspecto natural.

Penso que com um pouco de esforço e imaginação se possam fazer terrários bastante práticos e próximos dos considerados naturalistas, que têm a vantagem de também serem esteticamente mais atraentes.

Portanto defendo, acima de tudo, o equilíbrio. Penso que a melhor conclusão a retirar da análise entre prós e contras dos dois tipos de terrários, terá sempre de passar por um bom compromisso entre aspecto naturalista e complexidade / segurança e funcionalidade no dia-a-dia.

Este tópico suscitou-me uma pergunta que penso que também poderá ser relevante para a discussão...

Será que podemos considerar mais importantes os instintos e comportamentos adquiridos por uma espécie, ao longo da sua evolução, face aos adquiridos pelo indivíduo, ao longo da sua vida?

É que não nos podemos esquecer que estes animais nascem em cativeiro e, muitas vezes, o inicio da sua vida é passado (como já referido) em ambientes minimalistas...

O indivíduo não estará melhor adaptado (por comportamento adquirido) a este tipo de ambiente minimalista, mesmo que a sua espécie lhe defina, por transmissão genética, um comportamento inato, próprio para o seu típico ambiente natural?
C.R.
Thorgarth
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segunda jul 06, 2009 9:14 am

Stark Escreveu:
Este tópico suscitou-me uma pergunta que penso que também poderá ser relevante para a discussão...

Será que podemos considerar mais importantes os instintos e comportamentos adquiridos por uma espécie, ao longo da sua evolução, face aos adquiridos pelo indivíduo, ao longo da sua vida?

É que não nos podemos esquecer que estes animais nascem em cativeiro e, muitas vezes, o inicio da sua vida é passado (como já referido) em ambientes minimalistas...

O indivíduo não estará melhor adaptado (por comportamento adquirido) a este tipo de ambiente minimalista, mesmo que a sua espécie lhe defina, por transmissão genética, um comportamento inato, próprio para o seu típico ambiente natural?
Estás a falar de comportamentos condicionados... Os animais estão limitados às possibilidades que o seu Habitat lhes proporciona, apesar de demonstrarem por vezes os seus comportamentos inactos.

Um exemplo práctic fácil de perceber... Muitas espécies de cobras apesar de maioritariamente de hábitos terrestres quando adultas são semi-arboricolas quando bébés ou juvenis. Se no seu faunário não lhes for dada a possibilidade de explorar a altura, com elementos colocados por forma a permitir recolherem-se ou movimentarem-se na zona superior, elas obviamente irão restringir-se ao solo. No entanto se lhes for dado essa possibilidade os seus comportamentos e mesmo o seu nivel de actividade será potencialmente mais elevado. Se a esta escolha juntar-mos um substrato solto, que permite explorar também essa dimensão, mais uma vez iremos assistir a comportamentos bastante diferentes.
Thorgarth
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segunda jul 06, 2009 10:10 pm

Aqui deixo um exemplode um compromisso entre um terrário naturalista e prático (não minimalista), ainda por completar, que fiz no passado sábado para a minha Holbrooki (e outro para a fusca).

Passaram assim do faunário da exo para um espaço com uma área maior, tanto na base (embora não sognificativamente maior), mas sobretudo em altura, o que me permitiu a colocação de elementos superiores, nomeadamente os dois tubos de pvc e as plantas falsas que irão ser colocadas (assim que as for buscar :twisted: ).

Devo salientar que uma das melhores aquisições nos últimos tempos foram sem sombra de dúvida os recipientes para a água, gamelas de plástico para cães que comprei no IKEAK por menos de €0.50, e que como podem ver pelas fotos funcionam também como uma excelente toca para exemplares de pequena dimensão (como a holbrooki e até a fusca lá cabe). Especialmente no verão parece ser um local bastante fresco e apetecivel...

Falta apenas juntar mais umas plantas e ficam com um faunário bem interessante, mostrando-se ambas muito interessadas pela exploração da parte superior, especialmente a holbrooki.

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cris17
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segunda jul 06, 2009 10:26 pm

owo gostei do recipiente da agua :!:
onde compraste amigo?

EDIT: ups acho que li mal, compraste no IKEA certo?
Psynapse
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terça jul 07, 2009 6:28 pm

Stark Escreveu:
Portanto defendo, acima de tudo, o equilíbrio. Penso que a melhor conclusão a retirar da análise entre prós e contras dos dois tipos de terrários, terá sempre de passar por um bom compromisso entre aspecto naturalista e complexidade / segurança e funcionalidade no dia-a-dia.

O busílis da questão está: Como manter o equilíbrio? Quando? A partir de quê?


Será que podemos considerar mais importantes os instintos e comportamentos adquiridos por uma espécie, ao longo da sua evolução, face aos adquiridos pelo indivíduo, ao longo da sua vida?

É que não nos podemos esquecer que estes animais nascem em cativeiro e, muitas vezes, o inicio da sua vida é passado (como já referido) em ambientes minimalistas...

O indivíduo não estará melhor adaptado (por comportamento adquirido) a este tipo de ambiente minimalista, mesmo que a sua espécie lhe defina, por transmissão genética, um comportamento inato, próprio para o seu típico ambiente natural?
Penso que existe aqui uma certa confusão. Os animais têm realmente comportamentos aprendidos e inatos, mas estar a dizer que uns são mais importantes que os outros, não me parece muito relevante, até porque as espécies que estamos a falar têm um comportamento muito próximo daquele que têm na natureza, pelas características dos mesmos e devido aos escassos anos de cativeiro. Não são animais domésticos para podermos afirmar que têm um leque de comportamentos aprendidos bastante desenvolvido e bastante distante dos da sua origem. Para além de que, como disse, por selecção, poderemos ter indivíduos cada vez mais «afastados» do seu comportamento original, mas com muito mais hipóteses em mamíferos que em répteis, e voltando a cair nos anos de cativeiro que são necessários para tal. É sim a meu ver, uma questão de adaptação ao meio como o Thor disse: se tiver oportunidade, faz, se não tiver, não faz. Claro que poderemos ter alguma aprendizagem, o manuseamento é a prova disso. Mas não confundamos comportamento por exclusão de hipótese com aprendizagem.
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Psynapse
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terça jul 07, 2009 6:36 pm

NhamNham Escreveu:
Opto por actuar dessa forma pois, animais juvenis são sinónimo de crescimento e não acho que valha a pena investir muito num terrário que será temporário.

Animais em crescimento são «menos animais»?

Acho que vale a pena investir tempo e dinheiro num terrário que irá durar anos, senão mesmo a vida do animal, do que fazê-lo em algo que perdurará meia duzia de meses. E nessa meia dúzia de meses, é legítimo po-lo numa caixa estéril?


Esse é o argumento que utilizo para o caso das cobras, que como disseste, poderiam ser movidas para terrários "mais bonitos", uns meses após nascerem.... penso que não vale a pena investir em algo temporário.

Por isso é que coloquei a questão, será a escolha do tipo de terrário dependente do gosto e do dinheiro de cada um, ou pelas condições que proporcionam aos animais?

Podemos facilitar a nossa vida tanto no caso de animais juvenis como de adultos, a diferença na minha opinião é que nuns vale a pena complicar, noutros não...
Simplificação não é sinónimo de estar confortável. Tão pouco complexificação. Trata-se sim de uma tentativa de adaptação do terrário ao comportamento da espécie.
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