Imaginar um local onde desapareceram espécies por causa dos gatos, para além de surreal, acho extremamente grave.LuMaria Escreveu:É quase surreal imaginar um local sem gatos...
Os gatos domésticos são alóctones, quer queiramos ou não. Embora estejam presentes na Europa desde a Idade média, actualmente já não são a mesma coisa, sobretudo em número. Actualmente, e devido a muitos outros factores causados por pressões humanas (directas ou indirectas, onde o "pet gato" também faz parte), os gatos em liberdade constituem um factor cumulativo bastante significativo e difícil de ignorar.
Eles estão bem é em nossas casas e sob nossa supervisão.
Existem mais, só que não estão publicados (é um problema crónico em Portugal...)LuMaria Escreveu: Li um estudo aconselhado na página do ICNB feito em 1991 (em português e por portugueses, coisa mais fantástica) sobre o gato bravo. Interessante.
Desde que essa "vida salva" não ande em liberdade e esteja à nossa responsabilidade, quer em termos de alimentação, quer em termos de confinamento, nada a apontar. Agora se for mais um "salvo" para tirar o lugar de um predador natural, ou fazer um efeito cumulativo na pressão sobre as presas, é uma estratégia errada e que só ajuda a dar cabo dos nossos ecossistemas, já fragilizados por motivos vários.LuMaria Escreveu: No que me toca tenho dificuldade em distanciar-me do individúo. E por vezes não faço a equação simples, ao salvar um gato, estou provavelmente a matar uns quantos pássaros, umas tantas lagartixas, vários roedores. Uma vida salva por mim, equivale a mortande de outros.
Seria a lei da vida (natural) se o gato doméstico fosse uma espécie selvagem autóctone, fazendo parte do ecossistema sem a interferência de humanos. Mas não é! Trata-se de um animal alóctone que prolifera com ajuda humana, de um modo geral.LuMaria Escreveu: Mas é um facto que isso nem me passa pela cabeça. Até porque essa é a Lei da vida.
Pois.. é esse o grande problema de muitos "amigos dos animais"... Pensa-se com o coração, mas não com a cabeça.LuMaria Escreveu: Mas para mim o individuo é o que na cabeça aparece em primeiro lugar, ao contrário de um conservacionista em que a espécie está sempre em primeiro e o individúo em si não é nada de relevante muito menos no caso do gato que é prolifero.
Neste momento já se está a pensar ao nível do indivíduo para salvaguardar a espécie. Veja-se o caso do Lince ibérico em que cada indivíduo conta para a salvaguarda da espécie. E porquê? Porque enquanto espécie está confinada a já reduzidos indivíduos...
Não é certamente o caso do gato doméstico (independentemente da raça).
Se se provar que (a título de exemplo) os gatos assilvestrados estão a causar dano numa espécie em perigo (como o Microtus cabrerae) sou o primeiro a defender a erradicação de todos os gatos dessa área geográfica, nem que seja a tiro!!
Talvez... Não sei se terá sido isso, se terá sido uma conjugação de intenções pertinentes com alguma imaturidade e leviandade.LuMaria Escreveu: A forma como este tópico foi aberto esteve incorrecta até porque não me pareceu que a intenção fosse sensibilizar mas sim sacar para fora as unhas do pessoal dos gatos que é de bufo fácil.
Eu hoje dei-me ao "trabalho" de reler o tópico desde o início.
Se existem grandes gafes por parte do AlunoBioGeo, sobretudo quando preconiza deixar apenas a criação de gatos para Criadores, não dando hipóteses a gatos rafeiros, também não deixo de ficar perplexo com este comentário:
Não reconheço aqui a Lu a que estou habituado... sinceramente…LuMaria Escreveu: Kitten, o jardim é meu. É um espaço que me pertence. Portanto, abençoados gatos que me afuguentam a enorme quantidade de osgas e lagartixas que por lá aparecem, por aqui não estão nitidamente em vias de extinção. Até já dentro de casa, penduradas nos cortinados as apanhei.
Quer que as agarre e as entregue a si? Ou acha que o meu quintalito deve ser casa de toda a bicharada? Quem sabe e até as deixo apanhar sol nos cortinados será?
Que mal há nos meus velhos a correr atrás das lagartixas? Algum problema?

Então nós humanos ocupamos o espaço destas espécies ( cada vez mais e sem lhes pedir autorização) e ainda por cima as tentamos excluir completamente??
Porquê?? Fazem-lhe algum mal... causam-lhe algum transtorno?? Não estou a ver qual o problema... sinceramente...
Somos "donos" do espaço e só lá queremos quem nos convèm??
Não! Segundo a lei, o facto da propriedade ser privada (e isto só tem valor relativamente apenas entre humanos) não dá qualquer direito a exclusão de animais da fauna silvestre!!
O DL 316/89 refere isto, sujeitando a coimas:
As espécies que referiu estão englobadas no anexo II desta legislação.Art. 4.°
1—Com vista à protecção das espécies da fauna inscritas no anexo II da Convenção, e salvo licença, a emitir nos termos do artigo 8.°, são proibidas:
a) A sua captura, detenção e abate intencionais;
b) A deterioração ou destruição intencional dos respectivos habitats;
c) A sua venda, detenção para venda, oferta e transporte para venda e exposição com fins comerciais.
d) A sua perturbação intencional, designadamente
durante o período de reprodução, de dependência e de hibernação;
Epá... serei eu um ET que aceita como benesse cada vez que estes animais entram na minha casa, sendo controladores naturais, me evitam recorrer a pesticidas contra insectos, o que torna tudo mais natural e ecológico?
Infelizmente não tenho osgas assiduamente como visita em casa, mas quando entram, não as forço a sair, pelo contrário, estimulo-as a ficar. Em contrapartida tenho a adega cheia de osgas e dou graças por elas lá estarem.
Isto choca-me enquanto defensor da biodiversidade e das nossas espécies nativas, mesmo que muitas delas apenas encontrem habitats artificializados...

Não sei se este comentário terá sido pelo "calor" da discussão, mas fiquei sinceramente desiludido...
De nada. Apenas tentei corrigir afirmações que estavam a ser proferidas e tentar discutir o assunto com base na realidade.LuMaria Escreveu: Obrigada Fang por colocar água na fervura com a intervenção moderada, até porque se mudou o tom de discurso a partir daí
Ironia aparte, se a Lu está assim tão incomodada com as osgas e lagartixas, sempre pode mudar para outro planeta.... porque neste elas existem ainda (felizmente!!)LuMaria Escreveu: PS - Alguém ainda quer salvar as minhas lagartixas atléticas que continuam a fugir dos meus gatos?... Troco por pipetas pás pulgas, se houver interesse claro!
No entanto, e "contornando" a lei, sempre posso recolhe-las, pois aqui são sempre bem-vindas para diminuir o nº de melgas, moscas, mosquitos e afins...