CÃES AJUDAM DOENTES

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Musky
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segunda jul 20, 2009 1:05 am

doglover80 Escreveu:Exactamente, já foi há alguns anos que vi esse documentário, é esse mesmo.

Eu sei que existem raças em que a percentagem de cães aptos para certas tarefas é maior, no entanto, dado o número de animais em canis, deveriam ser avaliados e dar-se importância ao cão individualmente, se este tiver a capacidade e o temperamento adequado a desempenhar o papel de cão de assistência, não deveriam permanecer num canil até morrer, e andarem criadores a criar labradores para cães guia por exemplo.
Nisso concordo consigo a 100%.

E é precisamente isso que fazem nos USA.

Cá em Portugal é que recorrem aos labradores porque - penso eu de que - além de estarem na moda, são mais fáceis de treinar devido à sua suposta sociabilidade.... embora eu não concorde com esta discriminação, que acho profundamente errada.
doglover80
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segunda jul 20, 2009 1:12 am

E não é só isso...

Já há muitos anos que deixei de ser leigo em termos de cães e tudo o que envolve este mundo, mas as pessoas que o são claro que vão querer um cão igual ao que viram ser cão de assistência ... "tão inteligente"...

Por isso os criadores de labrador fazem fila para oferecer cães para essas escolas e assim fazer publicidade.
Musky
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segunda jul 20, 2009 1:15 am

Aliás, a única vez que passei por um aeroporto americano, o cão que andava a farejar droga nas bagagens dos passageiros era um rafeiro bem pequenito. :wink:

E os passageiros só se aperceberam da função do cão quando uma miuda lhe quiz fazer festas no focinho e o guarda veio a correr impedi-la de o fazer.
doglover80
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segunda jul 20, 2009 2:00 am

Mas em Portugal abatem os cães nos canis municipais, não ajudam as associações e pedem cães aos criadores para treinar .... é tudo ao contrario ... ah e fazem leis baseadas na raça e não na responsabilidade do dono (raças potencialmente perigosas) ... que raio de pais este ... :evil:
jcsousa
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segunda jul 20, 2009 8:08 am

doglover80 Escreveu:Mas em Portugal abatem os cães nos canis municipais, não ajudam as associações e pedem cães aos criadores para treinar .... é tudo ao contrario ...
Dado que os cães destinados a assitência e sobretudo alerta devem possuir características muito específicas, não seria de esperar que a iniciativa partisse das associações? Isto é, serão elas, em princípio, quem tem know how adequado à avaliação e selecção desses cães. Esse know how não estará, certamente, nos quadros dos canis municipais.

Sobre o treino de cães de alerta para epilepsia, e partindo do que o doglover disse, presumo que será esperar por um ataque, registar os displays do cão antes desse ataque e reforçá-los (se forem os adequados) quando os manifestar na crise seguinte. Correcto?
imarcelo
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segunda jul 20, 2009 9:55 am

Há muito que se utilizam os cães como detectores de várias doenças: tuberculose, epilepsia, diabetes e cancro( pele, bexiga e pulmão).

O nariz é sobretudo fabuloso e utilizado para esse fim.
Depois de um treino especifico, para alerta dos sintomas que precedem cada ataque, os animais avisam. E a pessoa seja epilectico ou numa situação de crise diabética, tomam medidas quando esses avisos chegam.
Já vi cães a agirem nesses casos e são verdadeiramente fabulosos.

No caso de cancro os animais são ensinados a reconhecer os odores especificos da urina ( cancro da bexiga, próstata) sendo possivel em qualquer altura mediante um caso ainda não identificado, identificar o possível doente. Fabuloso sem dúvida.

Se olharmos para os animais que acompanham as forças policiais, na detecção de droga, armas, cadaveres, busca e salvamento, teremos que concordar que são aliados fabulosos.

Na minha opinião conseguem fazer ainda muito mais. A maioria das suas capacidades não são aproveitadas, porque se fossem ainda nos surprenderíamos mais :wink:
<p>Isabel</p>
<a href="http://www.apca.org.pt">www.apca.org.pt</a>
<p>&nbsp;<a href="http://www.animaisderua.org">www.animaisderua.org</a> </p>
<p>&nbsp;<a href="http://patasfelizes.blogs.sapo.pt/">htt ... pt/</a></p>
<p>&nbsp;</p>
Maline
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segunda jul 20, 2009 10:48 am

Sinceramente não me faz impressão nenhuma que uma raça seja eleita para um determinado trabalho, se esta possuir já uma aptidão natural para o que se pretende, o que não invalida de forma nenhuma resgatar um cão de um abrigo ou canil municipal, que demonstre essas mesmas capacidades, e essa pesquisa depende essencialmente dos treinadores.
De qualquer forma e principalmente no caso de cães de alerta não se pode generalizar porque realmente nem todos os cães servem: Num grupo de 20 cães da mesma raça, pode ser "aproveitado" apenas um.
<p>Elsa</p>
<p>"Todos os animais, com excep&ccedil;&atilde;o do homem, sabem que a urg&ecirc;ncia da vida &eacute; aproveit&aacute;-la..." Samuel Butler</p>
imarcelo
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segunda jul 20, 2009 11:54 am

Maline Escreveu:De qualquer forma e principalmente no caso de cães de alerta não se pode generalizar porque realmente nem todos os cães servem: Num grupo de 20 cães da mesma raça, pode ser "aproveitado" apenas um.
Exactamente. Segundo os treinadores, têm que ter personalidade e temperamento para isso. Por isso são escolhidos a dedo independentemente da raça.
<p>Isabel</p>
<a href="http://www.apca.org.pt">www.apca.org.pt</a>
<p>&nbsp;<a href="http://www.animaisderua.org">www.animaisderua.org</a> </p>
<p>&nbsp;<a href="http://patasfelizes.blogs.sapo.pt/">htt ... pt/</a></p>
<p>&nbsp;</p>
jofelix
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segunda jul 20, 2009 12:35 pm

Doglover escreveu:
Nunca treinei nenhumcão de assistência mas tenho interesse no tema e os comportamentos mais importantes para alerta de ataque epiléptico é avisar o dono de que vai ter o ataque de forma a se proteger de possiveis ferimentos ou pedir ajuda. Outro comportamento é chamar ajuda, ou ficar junto do dono calamamente, dependendo do que a pessoa prefere
Olá,
O cão terá que ter todos os comportamentos mencionados e mais algum, e não depende da preferência do doente. O cão tem que estar preparado para todas as situações.
A fase anterior ao ataque epiléptico, parece-me a mais difícil de treinar devido à antecipação do mesmo e tomada de medidas de precaução.

Quanto ao tipo de cães, é conveniente que seja um cão de porte razoável.
A título de exemplo: Num ataque epiléptico, caso o doente esteja num local com obstáculos o cão tem que ser capaz de o desviar ou deslocar, por-se entre o doente e algo que o possa magoar;

Após o ataque epiléptico com convulsões o cão tem que ser capaz de proteger a cabeça do doente, pondo-se por baixo desta.
Tem que ser capaz de pedir ajudar, ladrando;
Tem que ser capaz de ir buscar a ajuda mais próxima;
Tem que ser capaz de activar meios complementares de ajuda, fazendo disparar um alarme, p.ex.
Tem que ficar calmamente junto do doente, permitindo que o socorram;
Os comportamentos acima são os básicos, mas os mais importantes.

Outros comportamentos terão que ser adaptados a cada doente.
Como o doente não sabe com que situações se irá deparar, todos os comportamentos serão bem-vindos para o doente e família.

Um abraço
LuMaria
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segunda jul 20, 2009 1:17 pm

Olá,

Finalmente fala-se de cães nesta arca... :D

Vi um programa no Odisseia que falava precisamente na capacidade que eventualmente qualquer cão tería para detectar os sinais eléctricos de um ataque de epilepsia. Os animais abordados no programa nunca tinham tido qualquer espécie de treino. E todos utilizavam o mesmo método, como ladrar e bater com as patas no peito dos donos, mais ou menos 5 minutos antes do ataque. O tempo suficiente para o dono chamar por ajuda e arranjar um local confortável onde não se magoasse durante a crise. Todos os animais tinham em comum uma forte ligação afectiva com os donos, sendo efectivamente membros da família.

Aqui na minha zona conheço 3 casos com animais sem qualquer treino. Um rapaz que sofreu de paralisia cerebral e ficou com forte descoordenação motora. O cão (rafeiro sem qualquer treino) é a muleta dele. Deu-lhe coragem para sair à rua e fazer uma vida o mais normal possível. Mais uma vez a ligação entre o animal e o dono é muito grande. Todas as necessidades do cão são providas pelo dono deficiente e por mais ninguém. O companheirismo entre os dois é bonito. Muito bonito.

Uma senhora que entrou em depressão profunda depois de o seu filho falecer e anos depois de muitos médicos e internamentos, no auge do desespero o marido arranjou um pequinês. Não teve qualquer treino. Hoje a senhora, apesar de algumas lesões irrecuperáveis, sai à rua, conversa e tem uma vida autónoma e praticamente normal. O cão é a sombra dela e vice versa. Mais uma vez, aqui a ligação entre os dois é fortissima. O problema que se põe agora, é e quando o animal morrer...

Uma criança que depois da separação dos pais modificou de tal forma o comportamento que chegou a ser internada. Mais uma vez, como ultima opção recorreu-se a um rafeirolas que conseguiu em poucos meses o que ninguém mais conseguiu. É igualmente a criança que se responsabiliza por todas as necessidades do animal. Para a criança o cão é o seu irmão. Aliás, ela propria diz o meu mano cão.

Nos três casos, o animal surgiu como recurso final e nos três casos resultou. Básicamente incutiram auto-estima e sensação de utilidade aos donos. Todos foram para os respectivos lares em cachorros, excepto o cão do moço com paralisia que pelos motivos obvios foi adoptado já adulto.

Há uns anos recordo-me de uma forista ter postado aqui na arca que após verificar que o seu cão lhe lambia insistentemente uma perna, sempre no mesmo sitio, resolveu ir ao médico e contar o que cão fazia. Foi-lhe diagnosticado um cancro, creio de pele, ainda muito no início. Algures por aqui deve andar esse relato que ela fez.

Acredito sem duvida nenhuma que qualquer animal pode ser uma mais valia preciosa. E é uma pena que não se utilizem mais animais de canis para projectos destes. Desde acompanhamento de doentes a acompanhamento de pessoas idosas. Como se faz lá fora, aliás.

Acredito que o sobrinho da Maline, só teria a ganhar com a companhia de um cão. Um cão mais adaptado à sua idade. Um animal por quem se pudesse de facto responsabilizar e criar aqueles laços que parecem ser tão necessários para que estes pequenos “milagres” aconteçam.
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
<p>Tourada n&atilde;o &eacute; tradi&ccedil;&atilde;o, &eacute; crueldade- Assine aqui, divulgue e ajude a acabar com esta viol&ecirc;ncia</p>
Lena1
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segunda jul 20, 2009 2:05 pm

Um filho de uma colega minha entrou em depressão após a morte do avô. A solução encontrada foi a de adquirir um cãozinho. A criança foi melhorando gradualmente e hoje é um jovem de 18 anos sem problemas. Lembro-me que a minha colega disse que, também a ela o cão fez imenso bem e que até hoje só tem a agradecer a sugestão do médico. Sim, porque foi o pedopsiquiatra que lhe deu a ideia de ter um cão em casa.
imarcelo
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Localização: Rafa, Igor, Cuca (rola branca)

segunda jul 20, 2009 3:33 pm

jofelix Escreveu:

Quanto ao tipo de cães, é conveniente que seja um cão de porte razoável.
A título de exemplo: Num ataque epiléptico, caso o doente esteja num local com obstáculos o cão tem que ser capaz de o desviar ou deslocar, por-se entre o doente e algo que o possa magoar;

Após o ataque epiléptico com convulsões o cão tem que ser capaz de proteger a cabeça do doente, pondo-se por baixo desta.
Tem que ser capaz de pedir ajudar, ladrando;
Tem que ser capaz de ir buscar a ajuda mais próxima;
Tem que ser capaz de activar meios complementares de ajuda, fazendo disparar um alarme, p.ex.
Tem que ficar calmamente junto do doente, permitindo que o socorram;
Os comportamentos acima são os básicos, mas os mais importantes.
Não estou muito de acordo com isto pelo que tenho visto sobre este assunto.

O tamanho do animal é irrelevante, porque o cão prevê os ataques e avisa a pessoa.
Existem sinais que o epileptico emite que são captados por eles. Ou seja alterações do comportamento, alterações quimicas ou electro magnéticas que a pesoa emite e o animal capta antes do ataque.
Quando o animal faz o aviso dá tempo para a pessoa se preparar, procurar um lugar seguro e reservado ou chamar/avisar alguem, porque é com alguma antecedência que o faz.
Depois disso o animal apenas espera que o ataque termine. Isso dá ao epileptico uma sensação de segurança que sem o animal seria impossivel e que provoca angustia, depressão e muita insegurança, fazendo com que vivam práticamente em reclusão.
<p>Isabel</p>
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<p>&nbsp;</p>
jcsousa
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segunda jul 20, 2009 3:34 pm

Não querendo estar a ser do "contra" (fama suficiente já eu tenho...) gostaria de dizer que, em casos relacionados com a saúde, há que ter alguma ponderação para não induzir as pessoas em erro.

Acredito nos exemplos dados pela Lumaria, mas atençao, generalizar nestes casos pode ser perigoso.

Aceitando, como hipotese, que alguns cães têm capacidade para detectar algumas doenças ou antecipar ataques, por exemplo, de epilepsia, não se deve passar a ideia de que todos o farão. Por outro lado, essas capacidades devem, na minha opinião, ser potenciadas por quem perceba mesmo do assunto.

Mesmo nos casos em que a própria convivência pode converter-se numa terapia (casos de psicopatologias), há que ter em conta o carácter do cão e, sobretudo, o do doente, caso contrário pode a "cura" ser pior que a doença.

Resumindo - a saúde é um bem demasiado precioso para se avançar com "terapias" que não estejam cientificamente avalizadas.
LuMaria
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segunda jul 20, 2009 5:09 pm

LOL pessoas do contra é que têm piada...

Dos casos que contei o unico que não foi com aval médico foi o da Senhora que perdeu o filho. Foi uma medida desesperada de quem já tinha perdido o filho e não queria perder a mulher. Resultou. Para bem dos três.
<p> At&eacute; Sempre... A quest&atilde;o n&atilde;o &eacute;, eles pensam? Ou, eles falam? A quest&atilde;o &eacute;, eles sofrem!&nbsp;</p>
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nicasxi
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segunda jul 20, 2009 5:38 pm

Um tópico a trazer uma lufada de ar fresco ao ambiente.... :lol:

A minha opinião vai de encontro a algumas aqui já expressas.
Não se pode generalizar. Nem abordar este assunto com demasiado facilitismo porque não é.
Temos por um lado, o beneficio que um animal pode trazer á vida de uma pessoa mas , e pelos exemplos aqui dados vê-se, a nivel emocional.
Geralmente, o cão aparece numa fase de forte desiquilibrio emocional ou mesmo psiquico e ajuda , seja através da sua dependencia em relação ao dono , seja através da dedicação demonstrada ,ou mesmo da ligaçõa criada entre cão e dono, a reequilibrar emoções e estados psiquicos.
Do outro lado temos a deteção de doenças, ataques de ou mesmo modo de actuação em caso de. E para isso é preciso treino. E treino muito especifico. E nem todos os cães sejam eles de raça ou SRD estão predispostos a isso. Mas penso que nisso estamos mais ou menos todos de acordo.
Deixo aqui um link de algo que já vi algumas vezes ...
http://www.youtube.com/watch?v=CeDowijINqc
Dedico esta assinatura a quem lhe "acentar" a carapuça :
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...



"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson

À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
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