Envenenamento ?!

[KatiaS]

...Ele tinha 14 anos, era rafeiro, mas sempre teve muita vida. Desde o verão de 2012 que notamos uma grande diferença nele...começou a ficar muito parado, bebia agua excessivamente ao ponto de beber uma tigela cheia e se nos a enchêssemos ele bebia novamente de seguida, e deixou de aguentar a bexiga, fazia xixi ao subir para as camas/sofás, ao levantar-se, etc. Fomos ao vet onde nos disseram que era velhice, e que ele estava a ficar incontinente.

...

Não sei quem foram os vets que disseram tal coisa, mas o que descreve num cão de 14 anos indica claramente insuficiência renal. Todos os restantes sinais - fraqueza nas pernas, etc. - eram claramente consequência da IR.

Infelizmente, a IR que aparece nas idades avançadas não tem cura porque se deve a uma degenerescência dos rins: "cansados" e gastos, começam a funcionar mal, até que morrem. E com eles morre o indivíduo. Tudo o que se faça é apenas paliativo, prolonga um pouco a vida e alivia momentaneamente o sofrimento, mas não tem outra saída.

Por isso, sim, pode dizer-se que ele morreu "envenenado" pelos detritos que os rins em falência já não conseguiam filtrar e lançavam no sangue.

Tive um gato que também morreu com insuficiência renal. Levámos o tratamento até ao ponto em que já não havia retorno e ele ia começar a sofrer (mais)

Perguntámos qual poderia ser a causa e ela apontou 2 suspeitas:
-Informou-nos que há certas rações que podem provocar doenças principalmente em rins (referiu principalmente a Friskies e marcas brancas)

-Perguntou se ele ingeria ervas da rua pois os insecticidas que põem nos jardins provocam falência dos órgãos aos animais.
E o que é certo é que ele comia erva que a minha avó apanhava no Parque da Cidade.
Desde então, nunca mais arriscámos, temos sempre um vaso com ervinhas plantadas de sementes compradas na tremoceira. A ração: Eukanuba e alguns "miminhos".

Ás vezes vejo os jardineiros com um depósito às costas e a pulverizar um químico. Abordei um à semanas atrás e ele garantiu-me que só punha nos passeios para as ervas não crescerem entre as pedras da calçada.

Eu quando tiver um cão não vou arriscar: Não vai comer nada que encontre no chão e vou sempre limpar as patinhas dele antes de entrar em casa para que não as lamba nem haja propagação de nada.
Nunca fiando...

[KatiaS]

Tudo bem, não foi contacto directo com o veneno, mas os animais podem ser indirectamente envenenados através das ervas. E isso pode CAUSAR a insuficiência renal.

[Floripes3]

Sim, os venenos podem causar IR nos animais, mas também a podem causar certos medicamentos. E não só renal, também hepática.

Mas nenhum veneno leva três ou quatro meses a matar. Quando a morte é directamente causada por ele, é rápida, vai de horas a muito poucos dias.

As rações podem de facto ser outra causa de IR num animal. Primeiro porque são muito secas e o animal pode não beber a água suficiente para ajudar o fígado e os rins a eliminarem todos os aditivos que nelas se metem. Muitas, senão mesmo todas, são carregadas de antibióticos (que nunca aparecem referidos nas listas de ingredientes, preferindo-se o termo genérico de "conservantes aprovados pela UE), com o objectivo de conservar as pastas que depois são secas e peletizadas. Neste aspecto, nenhuma ração é mais recomendável do que as outras. O que as torna mais ou menos recomendáveis é a qualidade dos ingredientes: nas baratas pode não haver carne de músculo, mas apenas subprodutos. As proteínas serão principalmente de origem vegetal ou de muito baixa qualidade. Isto dito de uma maneira muito resumida, claro.

Quanto às ervas, tudo depende do local em que crescem e são consumidas, mas também não acredito em herbicidas inócuos para os animais. Nem fertilizantes, nem insectididas. Nenhum químico de síntese pode fazer bem, e quando, em caso de doença, se administra um antibiótico, ou um anti-inflamatório, ou um corticóide, tem de se saber muito bem quais os seus efeitos secundários e qual a margem de segurança da sua acção.

É por isso que se tem de ter muita atenção ao que o veterinário prescreve e de seguir à risca as instruções que ele dá.