FreeDog Escreveu:LucNun Escreveu:
Choque anafilático e não só: o animal deve ser observado e auscultado, a fim de detectar qualquer possível anomalia, caso em que não se pode dar vacina nenhuma. Não se trata aqui simplesmente de dar uma injecção, há muito mais em jogo.
No caso das esterilizações e castrações, o mesmo: o animal pode sofrer um choque anafilático ao receber a anestesia, ter um acidente vascular durante a intervenção, etc. Se quem lhe está a fazer a operação não for altamente qualificado, como todos os médicos o são, operem o que operarem, não poderá socorrer e salvar o animal. E muitas vezes ao abrir a barriga a uma fêmea encontra-se um útero infectado: há então que redobrar de cuidados.
FreeDog, pergunte ao veterinário do seu cão que imponderáveis podem surgir em qualquer um desses actos médicos que você acha simples e de riscos menosprezáveis, nai ver que as coisas não são bem como pensa. Não é uma simples enfermeira que os pode executar, tem de ser mesmo um médico e com os devidos cuidados de assepsia e vigilância.
Ó LucNun... tenho-a como uma pessoa sensata e equilibrada. Vamos partir dessa base, ok?
Então é assim... Vacinação... (refiro-me akela vacinação normal e curriqueira)
Eu devo ser uma
besta porque sempre que foi necessário dar uma vacina aos meus filhos... Desloco-me (depois de instruido pelo pediatra) ao posto na altura devida, apresento o boletim de vacinas e a sempre simpática enfermeira acarinha os miudos... conta-lhes uma história e... pimba cá vai disto. Para além da observação visual que deverá fazer nunca vi nenhum enfermeiro auscultar as crianças para serem vacianadas...
Posto isto... porque raio devo ter outros cuidados com os feludios??? Digam-me por favor!!! A
besta (que sou eu) agradece!
...
O FreeDog não é nenhuma besta, mas por vezes exagera na contradição.
Não se pode comparar crianças e animais, nem os cuidados a ter com uns e outros. As doenças são diferentes, nenhuma criaça tem esgana e nenhum cão apanha sarampo. E se a esgana é, em 98 por cento dos casos, mortal para o cão, o sarampo não o é para a criança. A assistência e os cuidados médicos gerais também diferem, suponho que não será preciso estar a enunciar aqui as diferenças...
Repisando, os cuidados básicos do dono de um cão com a saúde deste têm forçosamente de ser diferentes dos que tem com um filho. A criança pode queixar-se de que lhe dói a garganta no dia em que tem de ir à vacina, por exemplo. O cão não se queixa de nada porque não pode fazê-lo.
Vou dar-lhe um exemplo passado comigo: um dia levei a minha cadela à vacina. O médico auscultou-a, apalpou-lhe a barriga, viu-lhe as orelhas, não fosse ter alguma otite que tivesse passado despercebida, e como tudo aparentava estar bem, vacinou-a. Depois disto, lembrei-me de que havia vários dias lhe sentia um gânglio submaxilar inchado quando a acariciava. Nada de espectacular, era só um carocinho muito pequeno.
Levei uma descompostura: a cadela estava doente, eu pusera-a em risco e além disso a vacina fora anulada pelos anticorpos que ela estava a desenvolver, teria de a repetir mais tarde.
E por acaso estava doente com uma coisa muito chata e relativamente rara: uma miosite dos músculos mastigadores (a doença tem outro nome "técnico", mas não o fixei). Ficou com a boca quase totalmente fechada, tinha de ser alimentada à seringa e teve de receber várias injecções de cortizona, ao que parece o único tratamento que há para o caso. E no entanto, aparentava a melhor das saúdes...
Não faça essas comparações, FreeDog. Não têm cabimento.