zeca2 Escreveu:lds6 Escreveu:zeca2 Escreveu: Eu, muito particularmente, acho que é fundamental haver preparação do cliente antes do contacto com o treinador.
E porque não pedir a certificação do próprio cliente, que seria exibida ao treinador certificado? Perdoe-me a piada, espero que não tenha sido de mau gosto...
Sim, e não esquecer o boletim de vacinas em dia...
Olhe, não sei o que lhe diga; não percebi mesmo o que tentou dizer com isso.
Reconheço que usei de alguma ironia, mas a sua frase ilustra o óbvio - se houvesse uma consciencialização do cliente prévia ao contacto com o treinador, ele poderia fazer uma escolha consciente o que quase dispensaria a certificação oficial do treinador...
Ó zeca, como é óbvio, a ironia era clara, e percebi a piada que quis dizer. Só não tinha ficado claro, pelo menos para mim, o que é que tinha motivado a piada. Se era para ridicularizar ou pelo menos mostrar discórdia com alguma coisa, se era para confirmar alguma coisa que eu tinha dito e torná-la mais evidente, etc.
Bom, agora ficou mais claro.
Em relação à dispensa de certificação oficial do treinador, acho que basta sermos minimamente realistas para entender o que eu disse quando falei em "cenário limitado" e tendencialmente "falível". Esse estudo prévio do potencial cliente serve para minimizar potenciais estragos, mas nunca vai ser suficiente para termos uma situação de clareza profissional.
- só quem nunca teve um cão doente é que pode dizer que a medicina veterinária não é um assunto sério e de grande importância. Mas também é verdade que ela não "gravita" em torno de cães e gatos;
mas alguém disse que a med. vet. não era assunto sério? Pelo contrário, ela foi trazida ao barulho como algo de seriedade tão óbvia que se tornaria inquestionável...
- a "responsabilização" plena dos treinadores (certificados ou não) parece-me de difícil implementação, dada a subjectividade inerente - não vejo que a certificação ajudasse neste caso;
Pois. Eu tenho dificuldades em entender como é que não se vê que a regulamentação da actividade traz mais responsabilidade, mas ok, diverjamos quanto a isso.
Seja como for, e que fique bem claro, isto não é nenhum impedimento à regulamentação. Não entra para a lista das dificuldades que o Zeca refere. Pelo menos isto é claro, certo?
- estou de acordo que a certificação pudesse ser "especializada" ou "por níveis": um "pet trainer" não teria o currículo ou conhecimentos práticos para treinar cães de mondio, assim como um treinador de rci não seria talvez capaz de treinar cães de busca e salvamento;
Óptimo.
- tenho muitas dúvidas (face aos extremismos que o lds reconhece) que fosse possível conciliar num mesmo currículo as teorias do Raiser com as da Ruggas, ou as do Ian Dunbar com as do "Encantador de Cães"...
Sinceramente, Zeca, e com o devido respeito que me merece, mas acho que só está a querer complicar algo que não é tão complicado assim. Pergunto-lhe: acha que nas outras áreas, quase qualquer uma de que se possa lembrar, não existem escolas, movimentos, autores, propostas de procedimentos contrários, por vezes mesmo incompatíveis? Certamente que saberá que isso é uma realidade. E isso não é, por si só, impeditivo da formação de um currículo educativo de base nessas áreas. Por que raio então haveria de ser impeditivo no treino de cães. Aquela história de que "a única coisa com que dois treinadores concordam é que um terceiro está errado" serviria para ilustrar tantas outras profissões... Parece-me que há um certo gosto ou interesse em manter uma imagem ou culto de "profissão polémica", sei lá.
Volto a sublinhar o que para mim é uma distinção muito clara: uma coisa é conciliar na mesma
prática duas concepções incompatíveis; outra coisa é elaborar um currículo no qual haja acesso às propostas variadas, e às concepções de base que suportam essas propostas.
Sinceramente, não vejo nada de impeditivo nisto.
(só um aparte, e até me cheira que o Zeca queria era ver-me a falar sobre isto: se o currículo garantisse uma mínima consolidação de conhecimentos acerca de comportamento canino, acerca das leis de aprendizagem, acerca de condicionamentos operante e clássico, algumas das abordagens que por aí andam tenderiam diminuir... é só um aparte)
Resumindo: não estando contra o que o lds defende, opino que o caminho para a certificação que defende tem muitos obstáculos de difícil ultrapassagem...
O maior obstáculo, para mim, já o disse desde início, passará muito pela falta de vontade real dos próprios profissionais em causa. Por um lado, há aqui e ali o lamento de que a profissão não é regulada, etc. Mas por outro, parece interessar que as coisas fiquem tal como estão.
Quanto aos obstáculos que o Zeca aponta, não reconheço "inultrapassabilidade", nem mesmo dificuldade, em nenhum deles, pelas razões que já apontei.
Abraço