A propósito, nesse tópico quase não houve participações. Às tantas, na apresentação do tópico, eu já pus tudo na carta e não há mais a comentar. Esta é a minha eterna mania de fazer a festa e deitar os foguetes. Vamos a ver se com este tópico, pelo menos, apanham as canas.
Às vezes diz-se assim em relação às crianças: "uma palmada na altura própria não faz mal a ninguém".
Pois é. O pior é saber se a altura é mesmo a própria ou se quem merece mais a palmada não é mesmo quem a dá...
Isto tem muito que se lhe diga.
Infelizmente o bater é o pão nosso de cada dia. A violência doméstica que se conhece é uma ponta do iceberg. Bate-se na mulher, no filho e o cão, o desgraçado, é o bombo da festa das frustrações, da miséria social e humana. O cão é o que consente mais porque não vai reclamar às autoridades nem pedir o divórcio... e ainda por cima continua a ser fiel.
Mas deixemos a miséria humana. Não para fazer como a avestruz e fazer de conta que a vida é bela mas para colocar a questão a outro nível, orientando a questão exclusivamente para as formas de repreensão dos nossos canitos.
Eu já bati sim e continuo a dar umas palmadas nos meus cães, embora ultimamente raríssimas vezes.
Para vos dizer muito sinceramente, não sei se tenho procedido bem ou não. Às vezes não se encontra outro remédio e aqui é que as coisas se complicam. É que bater é fácil. É imediato e até parece que resulta.
Mas será que resulta mesmo? E será mesmo justo? O bater no cão não representará mais uma incapacidade da nossa parte?
Quando me refiro a bater não é magoar. A intenção da palmada já é entendida pelo cão como um castigo. Às vezes chega a nossa expressão de desagrado.
Mas e quando o cão não reage à simples repreensão?
Nunca usei a técnica do jornal enrolado. Faz barulho e não magoa. Bem, mas as minhas palmadas também valem apenas pelo gesto, nada mais.
Em duas linhas vou descrever a reacção à palmada dos meus três cães.
O Kiko é um descarado. Até é relativamente obediente e atende à repreensão verbal, mas é um reguila inveterado e de vez em quando lá vai palmada. Mas a maior parte das vezes ele "ri-se" de mim.
O Fozzy é teimoso como um burro. Repreendo-o e ele faz de conta. Mas não adianta querer dar a palmada porque foge na hora H. Aqui há tempos estiquei-me todo para lhe dar uma sapatada por ele apanhar uma porcaria do chão e estatelei-me ao comprido. Foi um espectáculo deprimente.
O Guga é o mais giro. Normalmente é o mais bem comportado. Mas quando repreendo os irmãos ele fica todo encolhido, muito comprometido, assumindo os pecados dos irmãos.

Como é convosco? Há palmada ou é só ralhar?
