Na minha opinião, o facto destes cães serem de uma teimosia por vezes extrema é precisamente o que torna tão interessante o convívio e a aprendizagem constantes. Claro que os limites têm de ser impostos, e quanto mais cedo melhor, mas é natural e até saudável que o cão mantenha a sua dose de tenacidade e "casmurrice". Entristece-me o facto de muitos donos desanimarem cedo porque o cão não obedece a nada à primeira vez, apelidando-os logo de burros e confinando-os a uma vida de solidão, só lhes ligando quando lhes "despejam" a comida na vasilha, nem sendo capazes de perder um tempinho a lançar um brinquedo para o cão ir buscar. Talvez este tipo de donos preferisse um autómato e não um cão real. É que, como todos os seres, há um tempo de aprendizagem que, até ser ultrapassado, não vale a pena! Muitas vezes nesta fase os cães fazem coisas de dar em doido!

(Eu que o diga!), mas se nós não perdermos um pouco do nosso tempo para lhes ensinar, das próximas vezes será pior. Não adianta resignar-se e pensar: "Oh, este cão é mesmo burro! Estou para aqui a dizer-lhe as coisas e ele vai sempre repetir a asneira! Não estou para o aturar mais!" e encarcerá-lo no espaço ou casota dele o resto do dia.

Tenho amigos que, quando vão lá a casa, são saudados pelo Boris de maneira entusiasta e de imediato se vêem rodeados dos brinquedos caninos. Isto é um convite para a brincadeira. Se ninguém lhe ligar nenhuma, ele começa a refilar e a mordiscar os pés dos convidados. Eu digo para eles pelo menos mandarem a bola ou brinquedo para longe para ele ir buscar que isso já o põe contente e há uma ou outra "alma iluminada" que então diz, "A convidar para brincar? O cão é mas é burro e ainda por cima quer.nos morder! Eu já li que esta raça....blá, blá,blá......" Não há pachorra! Há um estigma com as raças nórdicas que não compreendo (talvez ainda) muito bem.
No meu caso ainda não estou nem sequer um pouco saturada nem aborrecida. Estou contente e divirto-me à brava com o meu cão e com todas estas palhaçadas e refilices.
