Oh... sinto tanto, Chilli.

Sabes, em Setembro, logo no primeiro dia e a primeira vez que fui ao canil municipal de Lisboa, vi lá uma gatita branca com manchinhas amarelas, com uma cria minúscula ao pé, tricolor. Soube mais tarde que tinha sido a primeira de uma ninhada de 5. Dia 9 voltei para trazer esta gata e as crias, e apenas tinha sobrevivido uma, a tricolor que vi recém-nascida. Tinha de ser forte, a pequenina, para ter aguentado tanto naquele antro... Estava a começar a querer abrir os olhitos. A mãe quase não tinha leite e não lhe ligava, também a aqueci e dei biberon... mas preferi deixá-la depois ao pé da mãe, e aconteceu exactamente a mesma coisa, na manhã seguinte a bebé estava morta, fora da caminha, no pavimento cerâmico.

Se eu, que mal conhecia a gata e a bebé (chamei-lhe Márcia, por ser uma guerreira...), sofri esta perda, faço uma ideia pálida de como deves ter-te sentido... mas, mesmo que nada surja na necrópsia, acho que as mães gatas sabem melhor que nós se as crias são ou não viáveis. Foi tudo muito estranho, os gases, o parto na caixa de areia... a terem sobrevivido, se calhar nem chegariam à idade adulta, e sabe deus com que sofrimento. Apesar de tudo, e de ser profundamente lamentável, foi melhor assim... A Blu soube, certamente, fazer o que era certo. Espero que ela esteja bem, e tu também já estejas mais conformada. Um beijo grande...
Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!